sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A arte de brincar

Eu posso dizer que sou uma pessoa encantada por crianças com autismo. Durante toda minha trajetória profissional como terapeuta ocupacional vivi, convivi e senti crianças e jovens com necessidades especiais.
Depois de muitos anos focada na área educacional clínica, atualmente estou traçando um caminho maravilhoso junto com famílias e crianças com autismo.
Sempre tive uma atitude humanista que evita comparações e acredita no potencial de cada ser humano. Acredito também no olhar , na alegria e no brincar como a melhor forma de nos relacionar.
Diante de tantas propostas de tratamentos terapêuticos para o autismo, me identifiquei com o Programa Son Rise.
Quanta surpresa a cada texto que leio, eu percebo que o Son Rise dá nomes aos métodos e técnicas que já utilizo espontâneamente.
Estar no meio de crianças é o maior laboratório para descobrir o que realmente interessa para desenvolve-las.
O brincar é a matéria prima principal da terapia ocupacional e dar significado ao brincar não é muito fácil, todo mundo brinca mas ninguém sabe o que é realmente. Dra.Anita Bundy(TO),Play in Occupational Therapy for Children,pg52 a 65), desenvolveu um teste para avaliar o brincar utilizando os três primeiros iténs de uma lista que definia as características que deveria haver para que uma atividade fosse definida como brincar:
Auto escolhido
Motivação intrinseca
Habilidade para suspender a realidade
Alto grau de liberdade associado á ele
Envolve mais atenção ao processo que ao produto
Não existe um modo certo de brincar
Importa menos o que você faz ao brincar, que como o faz
Esse teste a meu ver, é bastante acadêmico pois, podemos observar essa atitudes nas crianças e é exatamente assim que queremos ver as crianças com autismo, brincando com prazer.
Deixe-a brincar… livre de interrupções… a criança ensina….Pare e observe, segure sua ansiedade, junte-se a ele com ternura, brinque como ele brinca.
Deixe a criança te levar e vai ver que realmente dá resultado, nós ganhamos o contato visual e a serenidade.
Quando a criança percebe a alegria que ela proporciona em você enquanto essa brincadeira acontece… aí estamos estabelecendo o laço de confiança.
Sonia Falcão

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