quinta-feira, 21 de junho de 2012

Texto da Dra. Geórgia sobre inflamação cerebral e autismo

Fonte: facebook
 
"Mais uma vez queria falar de Inflamação e Autismo, desta vez seguindo as excelentes considerações do eminente médico e pesquisador Paul Witeley comentando este novo estudo de Khakzad e cols publicado na Elservier.

Por que trago os comentários deste eminente médico e o artigo em questão à tona? Porque mais de uma vez quando proferi palestras falando de autismo apareceu alguém “querendo comer o meu fígado” porque eu estava falando de inflamação. E também porque todas as vezes que dosei PCR na minha filha nunca vi resultados tão altos! – e os vejo em muitos pacientes também. Certa vez me disseram: “Mas que há inflamação cerebral no autismo a gente já esta cansado de saber, isto não é nenhuma novidade!” – Legal!!!!! – E aí????! - Por que então as pesquisas ficam confortavelmente só em cima de genética e psicotrópicos e não se dá a devida atenção ao que se deveria realmente pesquisar que são os potenciais anti-inflamatórios????!!!! Esqueceram-se os colegas que inflamação é uma condição potencialmente tratável em medicina?!



Sei que inflamação tem sido apontada como tema não somente em estudos sobre autismo e outras condições relacionadas como desenvolvimento neurológico, demência, obesidade ,epilepsia, entre outros, e que, como diz com propriedade Dr Paul Witeley, fomentam acaloradas discussões em círculos de pesquisadores e leigos sobre o autismo.

Bem, Khakzad e cols encontratam níveis significativamente ( mas muito significativamente)elevados de PCR em casos de autismo comparados com os controles. A PCR é um marcador que se eleva drasticamente após lesão tecidual ou infecção como parte de uma cascata de reações corporais ao processo inflamatório (incluindo a produção de citocinas inflamatórias como a IL6 que têm sido também demonstrada alta no autismo). No estudo de Khazard não só os níveis estavam significativamente aumentados como houve uma correlação significativa entre a gravidade dos sintomas do autismo e os níveis de PCR. 


Como bem disse Dr Witeley, apesar do tamanho do estudo o que você tem primeiro que admitir é que: a inflamação é uma faceta de pelo menos alguns casos de autismo.
Segundo: que se vai ficar discutindo o que veio primeiro: autismo ou inflamação;
Terceira discussão se os dois estão interligados ou se a inflamação é uma manifestação de comorbidade.


Outra coisa que ele diz com muita propriedade é que a sugestão da uma correlação positiva entre os níveis crescentes de PCR e a gravidade do autismo é uma afirmação muito interessante!
O aumento no número de casos de autismo e esta conexão entre autismo e inflamação não pode ser mais desconsiderada. A correlação entre nível de inflamação e gravidade dos sintomas também não! E os dois devem convergir urgentemente para estudos sérios no que diz respeito ao tratamento, a verificação da existência de possíveis subgrupos de crianças no espectro mais propensos a terem PCR elevado, e fazer esta relação com o prognóstico.


Lembro a vocês antes que “meu fígado suma”, que sou apenas PEDIATRA, tá?
The complementary role of high sensitivity C-reactive protein in the diagnosis and severity assessment of autism -Mohammad Reza Khakzada, c, Maryam Javanbakhtb, Mohammad Reza Shayeganc, Sina Kianoushd, Fatemeh Omide, Maryam Hojatif, Mojtaba Meshkata -Research in Autism Spectrum Disorders -Volume 6, Issue 3, July–September 2012, Pages 1032–1037

2 comentários:

  1. Concordo! Realmente ninguém se interessa explorar essa vertente tão importante!

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  2. Olá, eu tenho um filho autista , atualmente com 14 anos e possui alta habilidade para artes. Rodrigo já foi premiado em diversos Projetos de Arte da Criação. Apresenta traço único sem correções que demonstra um talento incrível, desenha desde os dois anos. Hoje é estudado em Tese de Mestrado na Europa. Já produz inúmeros artigos, desde jogos interativos até estojos, canecas e histórias em quadrinhos. Aclamado por Designers do país e internacionais, mas não consigo viabilizar a promoção do seu talento. Por isso, venho aqui, buscar ajuda no sentido de um patrocínio para que ele possa divulgar suas criações, mas principalmente, para assegurar seu tratamento, que atualmente eu não consigo financeiramente manter e que com o início da adolescência está apresentando infelizmente, distúrbios severos, tanto intestinais como metabólicos, com quadro inflamatório. Sou mãe, farmacêutica e tenho plena consciência das comorbidades da patologia, também tenho uma filha de 15 anos que ficou diabética do tipo 1 aos 7 anos. Eu parei de trabalhar justamente para dar suporte aos tratamentos dos meus filhos, não é fácil sabemos disso. Mas não imaginei que o Rodrigo fosse apresentar retrocesso. Eu não sei, se o mais triste é vivenciar o que está acontecendo com ele ou comprovar a falta de compaixão do ser humano pela indiferença demostrada.Caso queira fazer contato : (22) 99784 3070 Lídia. Conheça um pouquinho da vida dele na sua página do face: https://www.facebook.com/rodrigo.depaulagomes.9

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