Carlos costuma dizer que sente “um nó no estômago” quando está
angustiado ou muito estressado e sente a barriga encolher. Sebastião
afirma que está “se remoendo por dentro” quando enfrenta uma situação de
dúvida ou incerteza ou está simplesmente muito curioso por algo.
Provavelmente você mesmo já tenha mencionado alguma vez que sente
“borboletas no estômago" para explicar as cócegas causadas pela presença
de uma pessoa que o atrai ou o nervosismo prévio a um encontro com
alguém por quem está apaixonado.
Essas e outras sensações na região do aparelho digestivo, que
aparentemente têm algum vínculo com os sentimentos, podem ter uma
explicação científica segundo o médico Michael Gershon, pesquisador da
Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, e autor do livro The Second Brain (O Segundo Cérebro).
O segundo cérebro de Gershon está na região do corpo chamada sistema nervoso entérico, formado por uma série de camadas de células nervosas localizadas nas paredes do tubo intestinal e que contém cerca de 100 milhões de neurônios. Nesse sistema estão presentes todos os tipos de neurotransmissores - substâncias químicas que transmitem os impulsos nervosos entre os neurônios e os nervos - que existem no encéfalo craniano, como a serotonina, cuja maior concentração se encontra justamente na região intestinal.
Esse pequeno cérebro estomacal tem uma conexão direta com o cérebro de verdade, e determina, ele também, em certa medida, o estado mental da pessoa. Também desempenha um papel-chave em certas doenças que afetam outras partes do organismo, como a maioria dos transtornos de intestino, desde a síndrome do intestino irritado até as doenças relacionadas com a inflamação intestinal e a prisão de ventre da terceira idade.
De acordo com Gershon, "o sistema nervoso entérico fala ao cérebro e este órgão responde. O intestino pode afetar o estado de ânimo, e a estimulação do nervo principal, chamado vago, que conecta o cérebro com o intestino, pode ajudar a aliviar a depressão e a tratar a epilepsia".
O estômago não é a única parte do aparelho digestivo que mantém um vínculo com o cérebro. De acordo com outro estudo, de cientistas canadenses, a flora intestinal também se relaciona com a conduta e a memória.
Segundo a pesquisa, comandada pelo médico Stephen Collins,
professor da Faculdade de Ciências da Saúde na Universidade McMaster, em
Ontário, as bactérias que formam a flora intestinal são capazes de se
comunicar com o cérebro, além de poderem ter um papel importante no
combate a algumas doenças de estômago.
Segundo Collins explicou à publicação especializada Diário Médico, a evidência obtida até agora "reforça a teoria de que as bactérias se comunicam com o cérebro e têm um efeito em algumas de suas funções".
Em um de seus experimentos, o grupo de trabalho de Collins comparou o comportamento de um grupo de ratos de laboratório axênicos - ou seja, livres de agentes patógenos ou causadores de infecções - com um grupo de ratos de controle, encontrando diferenças significativas no nível de ansiedade e na memória de ambas as cobaias.
O grupo de ratos axênicos, criados todos fora de contato bacteriano e desprovidos de germes, tinha muito menos lembranças e ansiedade em relação aos animais não axênicos. Depois de constatado isso, os pesquisadores transplantaram material da flora intestinal dos ratos de controle para os axênicos, e descobriram que a presença de bactérias afetava a conduta destes animais.
Em outro estudo, foi feito um transplante cruzado de bactérias intestinais entre um grupo de ratos muito tranquilos e outro de roedores agressivos, ficando atestado que os animais calmos se tornaram violentos e vice-versa, e comprovando-se que estas mudanças de conduta se relacionam com mudanças na química cerebral.
Collins e sua equipe acreditam que "as mudanças nas bactérias poderiam explicar, em grande medida, os problemas físicos e de conduta sofridos pelas pessoas afetadas pela síndrome do intestino irritado, uma doença inflamatória intestinal”. Entre 60% e 80% das pessoas que sofrem dessa desordem gastrointestinal sofrem de estresse, ansiedade e depressão também. Até há alguns anos se pensava, inclusive, que em muitos dos casos o problema poderia ser tratar como uma doença psicossomática.http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI212703-15257,00-PESQUISADORES+DESCOBREM+SEGUNDO+CEREBRO+NO+APARELHO+DIGESTIVO.html
SEGUNDO CÉREBRO Recriação artística dos neurônios. Uma rede que existe no cérebro, mas também no estômago.
O segundo cérebro de Gershon está na região do corpo chamada sistema nervoso entérico, formado por uma série de camadas de células nervosas localizadas nas paredes do tubo intestinal e que contém cerca de 100 milhões de neurônios. Nesse sistema estão presentes todos os tipos de neurotransmissores - substâncias químicas que transmitem os impulsos nervosos entre os neurônios e os nervos - que existem no encéfalo craniano, como a serotonina, cuja maior concentração se encontra justamente na região intestinal.
Esse pequeno cérebro estomacal tem uma conexão direta com o cérebro de verdade, e determina, ele também, em certa medida, o estado mental da pessoa. Também desempenha um papel-chave em certas doenças que afetam outras partes do organismo, como a maioria dos transtornos de intestino, desde a síndrome do intestino irritado até as doenças relacionadas com a inflamação intestinal e a prisão de ventre da terceira idade.
De acordo com Gershon, "o sistema nervoso entérico fala ao cérebro e este órgão responde. O intestino pode afetar o estado de ânimo, e a estimulação do nervo principal, chamado vago, que conecta o cérebro com o intestino, pode ajudar a aliviar a depressão e a tratar a epilepsia".
Do intestino aos neurônios: bactérias do estômago se comunicam com o cérebro
O estômago não é a única parte do aparelho digestivo que mantém um vínculo com o cérebro. De acordo com outro estudo, de cientistas canadenses, a flora intestinal também se relaciona com a conduta e a memória.
CONEXÃO DIRETA COM O CÉREBRO Sensações como a angústia partem do estômago para o cérebro em uma conexão entre os neurônios das regiões.
Segundo Collins explicou à publicação especializada Diário Médico, a evidência obtida até agora "reforça a teoria de que as bactérias se comunicam com o cérebro e têm um efeito em algumas de suas funções".
Em um de seus experimentos, o grupo de trabalho de Collins comparou o comportamento de um grupo de ratos de laboratório axênicos - ou seja, livres de agentes patógenos ou causadores de infecções - com um grupo de ratos de controle, encontrando diferenças significativas no nível de ansiedade e na memória de ambas as cobaias.
O grupo de ratos axênicos, criados todos fora de contato bacteriano e desprovidos de germes, tinha muito menos lembranças e ansiedade em relação aos animais não axênicos. Depois de constatado isso, os pesquisadores transplantaram material da flora intestinal dos ratos de controle para os axênicos, e descobriram que a presença de bactérias afetava a conduta destes animais.
Em outro estudo, foi feito um transplante cruzado de bactérias intestinais entre um grupo de ratos muito tranquilos e outro de roedores agressivos, ficando atestado que os animais calmos se tornaram violentos e vice-versa, e comprovando-se que estas mudanças de conduta se relacionam com mudanças na química cerebral.
Collins e sua equipe acreditam que "as mudanças nas bactérias poderiam explicar, em grande medida, os problemas físicos e de conduta sofridos pelas pessoas afetadas pela síndrome do intestino irritado, uma doença inflamatória intestinal”. Entre 60% e 80% das pessoas que sofrem dessa desordem gastrointestinal sofrem de estresse, ansiedade e depressão também. Até há alguns anos se pensava, inclusive, que em muitos dos casos o problema poderia ser tratar como uma doença psicossomática.http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI212703-15257,00-PESQUISADORES+DESCOBREM+SEGUNDO+CEREBRO+NO+APARELHO+DIGESTIVO.html
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