terça-feira, 28 de junho de 2011

Acordando o cérebro autista


http://www.youtube.com/watch?v=Ftf7a7_CLrY

De acordo com o “Autism Genetic Resource Exchange”, o autismo atinge uma em cada 150 crianças nascidas nos EUA. Esse facto custa aos bolsos dos norte-americanos cerca de 90 biliões de dólares, por ano, em educação e cuidados especiais e em pesquisa médica.
Estudos recentes indicam que a ligação entre o hemisfério direito e o esquerdo do cérebro permite trocas de informação através do tecido cognitivo (corpus callosum) através de transmissores que, nos indivíduos atistas, pode permancer adormecido.
O “Movimento-Terapia para Crianças Autistas” (Autism Movement Therapy) AMT, é a primeira terapia desenhada para autistas que combina movimento e música, tendo-se provado ser uma maneira efectiva de estimular a comunicação entre os hemisférios cerebrais suscitando o diálogo entre ambos.
O AMT, literalmente, “acorda” o cérebro através de uma organização estruturada de música, movimento e terapias de improvisação.
Em estudo recentes ficou provado que em dois meses de terapia com movimento, crianças em pequenos grupos, ficaram menos tempo “desligadas da realidade”, começaram a reagir melhor ao facto de serem “tocadas” e “dirigidas” por um monitor e a dar melhores respostas a comportamentos orientados para tarefas específicas.
Quando me perguntam como desenvolvi o AMT recordo que quando comecei a ensinar jovens moderadamente ou bastante autistas – o que durou cerca de uma década no sistema público de escolas dos distrito de Los Angeles – comecei por desenvolver um programa misto de música e dança. Sempre começava e acabava as sessões com ioga, e todos pareciam, gostar bastante. Depois tocava baixinho música instrumental asiática, tudo num ambiente cuidadosamente iluminado. A pouco e pouco comecei a ver grandes diferenças comportamentais para o positivo. Tornei-me numa instrutora de dança itinerante e defensora do ensino artístico “especial”. A pouco e pouco fui incluindo estas crianças em espectáculos e os resultados foram não só encorajadores, foram incríveis.
Trata-se de uma “estratégia natural” para estudantes com um discurso e capacidades de comunicação limitados que, assim, se podem exprimir através do movimento e da música, experimentado o desafio de mover os seus corpos no espaço. Ao mesmo tempo que se alargam as possibilidades de aumento de resultados académicos, integração social e desenvolvimento da linguagem.
Joanne Lara
Aulas de AMT em Los Angeles, CA
Biografia:
Joanne Lara é uma bailarina e pedagoga norte-americana com fortes ligações afectivas a Portugal. Não só foi casada com um português como mantém um especial carinho pelo nosso país, onde veio ensinar algumas vezes, junto da antiga Companhia de Dança de Lisboa.
Originária do estado da Georgia, Joanne Lara, cresceu na Florida em cuja Universidade obteve um Bacharelato em Belas Artes. Foi bailarina da Fairmount Dance Theatre, em Cleveland, onde começou a leccionar no Departamento de Dança do Cayahoga Community College. Viveu em Nova Iorque nos anos 80, tendo feito parte da companhia de Louis Falco. Em simultâneo estudou teatro com Sandeed Shurin (Actors Studio) and Mervyn Nelson. Em 1985 mudou-se para a costa leste dos EUA a fim de prosseguir os estudos no Stella Adler Conservatory e carreira como actriz. Participou em várias peças de teatro, filmes e séries televisivas. Também trabalhou em produção e direcção artística em diversos filmes – “To Kill For”, “Motorama, “Wigstock: the movie” e outros – e como argumentista de seis películas, mas é como pesquisadora e fundadora do “Movimento-Terapia para Crianças Autistas” (Autism Movement Therapy) AMT, que hoje exerce a sua principal actividade.
Possui um Mestrado em Educação Especial da Universidade Estatal da Califórnia e é co-autora, com Susan Shapiro Barash, da obra auto-biográfica, “Inventing Savannah” (Authorhouse, September 2001)) e do dvd “Auto-Erobics” para “melhorar as capacidades motoras e cognitivas de crianças autistas de um modo divertido”.
Vive em Los Angeles (L.A.) com os seus animais de estimação, e lecciona no Departamento de Educação Especial na National University, em Sherman Oaks (Califórnia). Para além do seu trabalho a nível privado também supervisiona a Parceria Comunitária para a Educação Inclusiva em L.A.

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