terça-feira, 28 de junho de 2011

Entendendo o processo metabólico

ÓLEO de CÔCO Extra Virgem Orgânico

ÓLEO de CÔCO Extra Virgem Orgânico

entendendo o que são gorduras saturadas, mono-insaturadas e poli-insaturadas



Este é um artigo de José Luiz Moreira Garcia, Agrônomo pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro com Mestrado em Fisiologia e Bioquímica pela Michigan State University – reproduzido aqui com autorização do autor.

Várias pessoas me pediram para escrever algo sobre o Óleo de Côco ou sobre para que serve o Óleo de Coco. Sabem que o Óleo de Coco é bom para a saúde por terem ouvido relato favorável de outras pessoas que já o consumiram. Sabem, também, que nas populações que o consomem tradicionalmente, isto é, lugares como Ilhas Fiji, Filipinas e Ilhas do Pacífico que a incidência de câncer e de outras doenças degenerativas próprias da nossa sociedade atual, como doenças cardiovasculares, etc. é bem menor do que no resto do mundo.

Porém, essas informações esparsas não os convencem da superioridade desse alimento nem da necessidade de o consumirem regularmente e desejam saber mais sobre o assunto. Existe na cabeça da maioria das pessoas, hoje em dia, a idéia conflitante de que as gorduras saturadas não seriam boas para a nossa saúde e tendem a reagir de forma, até certo ponto, cínica quando se deparam com novas informações sobre a nutrição e a saúde que contradizem esse mito já desgastado.

Algumas pessoas até sabem que, se os Triglicérides de Cadeia Média (TCM) do óleo de coco são usados em fórmulas para bebês prematuros, recém nascidos, crianças, idosos, convalescentes, pessoas com comprometimento hepático e até em fórmulas energéticas para atletas, não podem ser ruins para a nossa saúde.

A taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares nas Filipinas, país onde o Óleo de Côco e o Côco são largamente consumidos é de 120 pessoas contra 548 no Japão e 814 nos EUA, para cada 100.000 pessoas com idades entre 35 a 74 anos. (2, 5)

Entretanto, alguma coisa parece ainda não se encaixar. Por acaso o Óleo de Coco não é composto de gordura saturada? Gordura saturada não é prejudicial à saúde? As dúvidas crescem ainda mais e aumentam a curiosidade de saberem mais sobre o Óleo de Côco.

Mas, como escrever algo sobre o Óleo de Côco que possui na sua composição principalmente os Ácidos Graxos de Cadeia Média (AGCM) e/ou Triglicérides de Cadeia Média (TCM) sem falar sobre óleos e gorduras de uma maneira geral? Como falar sobre Óleo de Coco e suas propriedades nutritivas excepcionais bem como sobre as suas propriedades medicinais, hoje amplamente comprovadas pela literatura científica, sem falarmos sobre como é organizado o processo de difusão de conhecimento na nossa sociedade atual?

Como comentar sobre Óleo de Côco sem expor a ignorância, desinformação, contradições e má fé daqueles que, por força de lei, são as pessoas indicadas e autorizadas a falar sobre nutrição e saúde não só no Brasil mas também em qualquer parte do mundo, isto é, médicos e nutricionistas?

Dessa forma não me resta outra saída a não ser informar ao meu público leitor como se processam as informações sobre Saúde e Nutrição principalmente no Brasil, doa a quem doer.

Em nosso país, ao contrário de outros países mais desenvolvidos, a classe médica se arvora no direito de dar sempre a ultima palavra sobre quaisquer assuntos relacionados à saúde e nutrição muito embora a sua grade curricular não contemple o estudo aprofundado da nutrição e ciências correlatas. Os médicos na sua grande maioria são profissionais abnegados e importantíssimos e, graças a eles, milhares de vidas preciosas são salvas a cada minuto, entretanto, a sua reconhecida competência, ao que tudo indica, se restringe aos centros cirúrgicos, salas de operação, UTIs, na Medicina Diagnóstica, etc., porque, quando resolvem dar conselhos de saúde as pessoas, o resultado, via de regra, é desastroso.

Assim, alguns médicos se transvertem de nutricionistas quando se auto-denominam “Nutrólogos”, aberração essa, creio, ser exclusiva do Brasil e outros países à espera do verdadeiro desenvolvimento que não pode ser simplesmente medido por PIBs. A sanha monopolizadora da área de Saúde pelos médicos é tal, que, hoje em dia, nem mesmo um simples vidro de Óleo de Fígado de Bacalhau pode ser comprado “sem receita médica” em nosso país, em farmácias de manipulação. Da mesma forma os chamados “Nutricionistas”, se avaliada a sua grade curricular, não passam do que em outros países denomina-se de “Dietistas”, pois formam-se para exercerem tão somente a tarefa de prepararem dietas em hospitais , fábricas, etc.... Devida a sua formação precária que ainda utiliza Tabelas de Composição de Alimentos elaboradas há mais de 50 anos atrás, para sorte nossa, são impedidos de consultar as pessoas visando a melhoria da sua saúde. À sua formação, faltam conhecimentos de Imunologia, Genética, Biologia Molecular, Bioquímica e Farmacologia.

Assim, médicos travestidos de Nutricionistas e auto-denominados “Nutrólogos” e Dietistas alçados a posição de Nutricionistas vão dizendo à população brasileira, que padece tanto de analfabetismo propriamente dito bem como de analfabetismo funcional (que atinge a todas as classes), o que fazer e o que comer, sem que com isso consigam reverter a marcha da maioria das doenças cujas origens estão na forma errada e equivocada de se alimentarem. O que se observa é o aumento do número de mortes devido ao câncer, diabetes, doenças coronarianas e o aumento considerável da incidência de doenças auto-imunes.

Seria o caso de perguntarmos: -“ Se os senhores estão, de fato, falando a verdade, porque é, então, que as doenças insistem em aumentar de incidência e, ao fazerem isso, insistem em os desmentir?” Essas autoridades constituídas que insistem em nos dizer o que fazer e o que comer eu denominei de Ditadores Dietocráticos.

Não é novidade para ninguém que, a maioria dos médicos após terem se formado, são educados e informados pelas empresas farmacêuticas. Isso já foi motivo de reportagem não só no Jornal Folha de São Paulo como também na Band TV. São gastos milhões com esse objetivo, todos os anos. Por outro lado a indústria de óleos vegetais também gasta vultuosas quantias para promover seus produtos, entre eles a famigerada “margarina” com o auxílio não desinteressado de associações de classes médicas ou de nutrição.

Essa tipo de informação prêt-à-porter divulgada pela nossa mídia, de aluguel ou não, nos diz que “óleos vegetais são bons para a saúde enquanto que gorduras animas são ruins para a saúde”. Essa mesma linha de raciocínio deturpado nos informa que ”gorduras saturadas são ruins para a saúde enquanto que gorduras poli-insaturadas seriam boas para a saúde”. Essa noção de que óleos vegetais seriam bons para a saúde humana foi bastante veiculada nas décadas de 60 e 70. Óleos Vegetais poli-insaturados, como Mazola, eram altamente propagandeados como tendo efeito protetor para o coração e as pessoas eram recomendadas a comerem margarina ao invés de manteiga para reduzir o colesterol (sic). Pesquisadores agora acreditam que dietas com níveis elevados de gorduras poli-insaturadas na verdade aumentam a incidência de doenças coronarianas e o que é pior, as gorduras “trans” presentes tanto nos óleos vegetais extraídos a alta pressão e temperatura quanto nas margarinas, também estão implicados na incidência não só de doenças coronarianas como também de câncer.

Infelizmente, a realidade não é tão simples e maniqueísta assim, isto é,“saturada é ruim” e “poli-insaturada é boa”. Para início de conversa, não existe nem óleo e nem gordura que seja 100% saturada ou 100% poli-insaturada (2). Uma gordura 100% saturada teria a consistência de borracha e seria indigerível, enquanto que um óleo que seja 100% poli-insaturado é inexistente na natureza (2).

O hábito muito em voga hoje em dia entre Médicos e Nutricionistas de se referirem a gorduras animais como sendo gorduras saturadas não só deseduca a população como também é pura ignorância. Por exemplo, a gordura de carne vermelha é 54% insaturada, o sebo é 60% insaturado e a gordura de galinha é cerca de 70% insaturada e recebem o rótulo de “saturada” (2).

As gorduras animais foram demonizadas sistematicamente a partir da década de 50, hoje, sabe-se, que para defender, sobretudo aos interesses econômicos dos produtores de soja americanos, pois toda a gordura utilizada no setor de fast food era importada de países tropicais, utilizando-se procedimentos científicos questionáveis e objeto de amplo exame e críticas em livros especializados como o excelente livro do Dr. Uffe Ravnskov, M.D., Ph.D, “ The Cholesterol Myths (8).

Retirei algumas frases desse excelente livro que recomendo a todos:

Você sabia que...

- o colesterol não é um veneno mortal, mas uma substancia vital as células de todos os animais mamíferos?

- que seu corpo produz 3 a 4 vezes mais colesterol do que a quantidade que você ingere ?

- que essa produção aumenta quando você come apenas pequenas quantidades de colesterol e diminui quando você consome grandes quantidades de colesterol ?

- que a dieta “prudente”, baixa em gorduras saturadas e colesterol, não pode diminuir o seu colesterol em mais do que uma pequena porcentagem ?

- que várias das drogas usadas para reduzir o colesterol, denominadas estatinas, são perigosas a sua saúde e podem diminuir a sua expectativa de vida ?

- que você pode se tornar agressivo ou com tendências suicidas se o seu colesterol for muito baixo ?

- que se você consumir muito óleos poli-insaturados você irá envelhecer mais depressa?

- que os ácidos graxos poli-insaturados, aqueles mesmo que são propagandeados para a prevenir acidentes coronarianos, estimulam câncer e infecções em cobaias?

- que excesso de poli-insaturados pode provocar aterosclerose ?

- que mais de 30 pesquisas com mais de 150.000 indivíduos demonstrou que as pessoas que sofreram ataques do coração, não comeram mais gordura saturada ou menos óleos poli-insaturados do que as outras pessoas ?

- que mulheres com mais de 60 anos e colesterol alto vivem mais do que mulheres idosas com colesterol baixo ?

- que todas as informações acima tem sido publicadas na literatura científica há décadas, mas que mesmo assim, essas informações são ignoradas pelos proponentes da dieta baixa em gordura saturada e sistematicamente omitidas do grande público?


Caso os senhores não estejam sabendo dos fatos apresentados acima valeria a pena a leitura desse e de outros livros relacionados no final desse artigo.

Tomo, então, a liberdade de informar aos senhores alguns aspectos importantes relacionados aos óleos e gorduras.

Um pouco de Química não faz mal a ninguém – “Química dos Óleos e Gorduras 101”

Óleos recebem essa denominação por se apresentarem líquidos a temperatura ambiente enquanto que as gorduras se apresentariam na forma sólida, nas mesmas condições. Ambos, óleos e gorduras, são compostos de coleções de moléculas denominadas triglicerídeos ou TGs. Os triglicerídeos são formados por três ácidos graxos ligados a uma molécula de Glicerol.

O que diferencia um óleo e uma gordura da outra é exatamente essa composição ou esse perfil de ácidos graxos que os compõem. A composição de ácidos graxos de um óleo ou de uma gordura é o seu DNA ou se preferirem o seu “RG”. É o que os identifica e os distingue.

Os ácidos graxos, por sua vez, são divididos em três categorias:saturados, mono-insaturados e poli-insaturados. Cada categoria possui vários membros.

Todos os óleos e gorduras são formados pela mistura dessas três categorias, isto, é ácidos graxos saturados, mono-insaturados e poli-insaturados. 

Cada um desses ácidos graxos, independentemente de serem saturados, mono-insaturados ou poli-insaturados, afetam o nosso corpo de maneira diferente. Assim, um determinado ácido graxo saturado poderá ter um efeito maléfico sobre a nossa saúde enquanto outro poderá ter um efeito benéfico. Da mesma forma os mono-insaturados. Por exemplo, o azeite de oliva cujo principal ingrediente é o acido graxo mono-insaturado denominado acido oléico é sabidamente benéfico à saúde desde tempos bíblicos. Por outro lado, o ácido erúcico também mono-insaturado é extremamente tóxico ao coração, talvez mais do que qualquer outro acido graxo conhecido. O acido erúcico é um dos componentes do óleo de Colza, planta que recentemente foi rebatizada como “Canola” após ter sido geneticamente manipulada para ter teores de acido erúcico reduzidos, fato este contestado por alguns autores. É por essa razão que até hoje os Estados Unidos não permitem o uso do óleo de Colza (“canola”) em formulas infantis . Não obstante essa disparidade de efeitos no corpo humano, a diferença química entre os acido oléico e o acido erúcico é muito pequena. É preciso tomar muito cuidado, pois a natureza é bastante sutil e não comporta conceitos maniqueístas.

Por outro lado, vários ácidos graxos poli-insaturados também podem causar problemas à saúde, de forma que tentar separar ”ruins” e bons” como “saturados” versus “insaturados” é de um maniqueísmo infantil até hoje nunca visto.

Da mesma forma temos ácidos graxos saturados que são excelentes para a saúde com é o caso do ácido láurico principal componente do óleo de Coco. O ácido láurico, por exemplo, é o acido graxo presente no leite materno.

Portanto, jamais poderemos dizer que tal óleo é bom porque é insaturado e tal óleo é ruim porque é saturado. Para começar, qualquer tipo de óleo é composto de todas as três classes, isto é, mono, poli-insaturados e saturados. Rotular algum tipo de óleo como ” saturado” ou “insaturado” é de uma simplificação tal que beira a ignorância. Infelizmente é esse tipo de informação imprecisa e não verdadeira que tem sido veiculada pelos Ditadores Dietocráticos e pela mídia sensacionalista e, às vezes, venal.

Óleos e gorduras animais possuem, geralmente, os maiores teores de saturados, porém existem exceções como a já citada gordura de galinha. Da mesma forma, os óleos vegetais são predominantemente formados por poli-insaturados, mas também existem exceções como é o caso do Óleo de Côco e do Óleo de Palma.

Nós ouvimos os termos saturado, mono-insaturado e poli-insaturado todo o tempo, mas o que eles realmente significam ?

Os termos saturado, mono-insaturado e poli-insaturado dizem respeito ao grau de saturação, isto é, à quantidade de átomos de hidrogênio presentes nas moléculas de ácidos graxos.

Acidos Graxos são compostos de átomos de carbono, hidrogênio que no final da molécula possuem um grupo ácido também chamado de carboxílico, formado por um átomo de carbono, dois oxigênios e um hidrogênio.

O que diferencia um acido graxo do outro não é apenas o seu grau de saturação, isto é, a quantidade de átomos de hidrogênio mas também o seu tamanho ou número de átomos de carbonos presentes na molécula. Vejam, por exemplo, como esses mesmos ácidos graxos se distribuem nos alimentos.

Ácidos Graxos, tamanho de sua cadeia de carbono e fontes mais comuns


Outro termo que frequentemente ouvimos e que, por estar devidamente demonizado, é tratado como assunto de conversa entre comadres sobre a saúde, são os chamados triglicérides ou triglicerídeos. O que seriam esses compostos? Serviriam apenas para nos atormentar? São totalmente prejudiciais a saúde?

Os Triglicerídeos possuem inúmeras funções dentro do corpo humano, mas talvez a principal delas seja uma das formas de que o corpo dispõe para armazenar energia e levar ácidos graxos, vitaminas lipossolúveis e outros nutrientes lipossolúveis necessários ao nosso funcionamento de um lugar do corpo para o outro. Eles são importantes substratos de síntese mas exercem um importante papel de transportadores dentro do nosso corpo.

Existem certos tipos de gorduras (ácidos graxos) que normalmente não são encontrados na natureza, isto é, os ácidos graxos trans ou gordura trans. São assim chamados porque ao serem submetidos a temperaturas e pressões elevadas sofrem uma mudança na sua configuração espacial, ou seja, continuam a ser a mesma molécula porém com uma arquitetura diferente e inexistente na natureza. O que significa isso para a nossa saúde?

A bem da verdade todas as nossas membranas celulares ( e aqui é sempre bom lembrar que nos somos seres multi celulares) são formadas de substâncias que contém gorduras (ácidos graxos). São substâncias tais como Fosfolipídeos, Colesterol e Glicolipídeos. A membrana celular é o que regula toda a “Economia” celular. Tal qual uma aduana zelosa e incorruptível, é ela que regula o que entra e o que sai da célula. Após milhões de anos de evolução comendo apenas gorduras na forma natural “Cis” ela estaria geneticamente projetada para operar apenas com esse tipo natural de gorduras. Nos últimos 60 anos o corpo humano vem sendo bombardeado com uma infinidade de fontes de gorduras modificadas, as chamadas gorduras trans. Alguns autores acreditam, que essa incorporação gigantesca de gorduras trans nas membranas celulares estaria, de alguma forma, alterando a permeabilidade celular e fazendo com que a célula passe a admitir substâncias que anteriormente não eram admitidas bem como alterando a saída de substâncias indesejáveis ao metabolismo celular. Não é de se admirar, portanto, que hoje a incidência de doenças degenerativas seja infinitamente maior do que quando se consumia gorduras tidas com “ruins”.

Por volta do ano de 1900 eram consumidas quase que exclusivamente gorduras animais ditas saturadas e as doenças coronarianas eram quase inexistentes. O primeiro aparelho de Eletrocardiograma instalado nos Estados Unidos, na famosa Clinica Mayo, era de fabricação alemã. O médico encarregado de operá-lo levava de 20 a 25 dias para encontrar algum paciente que apresentasse alterações e, por isso mesmo, era motivo de chacota entre seus colegas. O que mudou de lá para cá?

A Presidente da Fundação Weston A. Price Foundation, Sally Fallon, me confidenciou que a margarina somente é consumida por seres humanos pelo fato de acreditarem na propaganda mentirosa veiculada pela mídia que vive, todos nós sabemos, das verbas publicitárias. Ela tentou alimentar animais com margarina e todos se recusaram a consumí-la. Nem insetos se sentem atraídos por esse “petisco high tech”. Essa sabedoria intrínseca e instintiva falta aos seres humanos dotados de cérebros supostamente inteligentes.

Os povos Massai e Samburus, que habitam o continente africano são seres esguios e saudáveis que sobrevivem como pastores de gado por milhares e milhares de anos. Eles não têm o stress e nem a pressão competitiva da vida civilizada, mas seu estilo de vida não poderia ser rotulado de “confortável”, pois diariamente têm que caminhar por kilômetros e kilômetros com o seu gado para lhes prover alimento e água. A sua dieta é bastante extremista. De acordo com seu ponto de vista, fibras e vegetais são alimentos das suas vacas. Eles próprios se alimentam basicamente de leite, carne e sangue. (8).

Um Samburu bebe quase um galão ( 3,78 litros) de leite cru (não pasteurizado) por dia que contém mais de 220 gramas de gordura. Eles nunca ouviram falar da “dieta politicamente correta” que evita colesterol e gorduras saturadas. Seu consumo de colesterol é também elevado especialmente nos períodos em que adicionam de 1 a 2 kilos de carne ao dia à sua dieta de leite cru. Já os Massai, por sua vez, bebem “apenas” cerca de 2 litros de leite cru por dia, porém comem mais carne que os Samburu. (8).

Se os conceitos dos Ditadores Dietocráticos que defendem a dieta baixa em gordura e colesterol estivessem corretos, as doenças coronarianas entre os Massai e Samburu deveriam atingir níveis epidêmicos no Kênia. Entretanto, eles não morrem de doenças coronarianas e seus valores de colesterol, que são baixos, representam apenas 50% dos valores de colesterol dos americanos, embora eles pudessem morrer de rir se tomassem conhecimento desses conceitos nutricionais absurdos propalados pelo status-quo acadêmico via mídia desinformada, venal e manipuladora.

Eu poderia encher mais algumas dezenas de páginas com outros excelentes exemplos de estudos populacionais feitos na Europa, Índia e em diversos outros países, mas creio já ter apresentado suficientes argumentos para ilustrar o meu ponto de vista.
Voltando a questão do Óleo de Côco, que os mais exigentes exigem que seja Extra Virgem e Orgânico, após a “Dieta Politicamente Correta” imposta pelos Ditadores Dietocráticos ter caído por terra, os alimentos com gordura saturada de boa qualidade voltaram a fazer parte de uma dieta saudável. Assim, além do Óleo de Côco, a manteiga, o óleo de fígado de bacalhau, e até mesmo a gordura de galinha e em menor quantidade as gorduras de carne e de porco (desde que a pessoa não seja alérgica a carne de porco que é reconhecidamente alergênica) voltaram a ter novamente importância.

O Óleo de Côco tem sido usado de duas maneiras. Internamente e Externamente.

Normalmente recomenda-se de uma a três colheres de sopa por dia para tratar e remediar casos de disfunção tireoidiana como o hipotireoidismo, problemas renais como cálculo renal, diabetes, etc.... Porém, um dos aspectos mais marcantes do Óleo de Côco é que o ácido láurico e o mono laurato, um mono glicerídeo presente no óleo de côco, tem propriedades bactericidas, antifúngicas e anti-virais. Esses aspectos têm sido amplamente estudados pelo Dr. Jon J. Kabara, da Michigan State University. Por essa mesma razão é usado no tratamento de gastrites e úlceras do estomago provocados pela bactéria Helicobacter pylori e no tratamento de varias doenças virais como HIV pois tem havido relato de inúmeras pessoas que conseguiram reduzir a sua carga viral com o uso do Óleo de Côco e/ou Mono Laurato (Lauricidina). A infecção intestinal por Candiba albicans responde bem ao tratamento com Óleo de Côco . A Sindrome do Intestino Irritável também. A Síndrome da Fadiga Crônica é outra doença para a qual a medicina ortodoxa convencional não tem remédio. Pacientes com esse tipo de problema relatam melhoras mesmo porque os Triglicérides de cadeia média presentes no Óleo de Côco são utilizados prontamente e levados ao fígado pela veia porta e entram prontamente no processo de produção de energia. Por esse mesmo motivo é muito utilizado por atletas e maratonistas.

Externamente há quem jure não existir cosmético melhor. De fato, o Óleo de Côco é totalmente absorvido pela pele e promove a regeneração dos tecidos e da pele sendo muito utilizado como protetor solar e/ou sempre que se quer ter um efeito antibiótico devido as propriedades do mono laurato.

Literatura Recomendada
1. Erasmus, Udo. Fats that Heal and Fats that Kill, Alive Books, Burnaby BC, Canada, 1993, 456 pp.
2. Enig, Mary G. Know your Fats – The Complete Primer for Understanding the Nutrition of Fats, Oils and Cholesterol, Nutritional Sciences Division, Silver Springs, CO, 2000, 334 pp.
3. Leite, Carlos Eduardo. Nutrição & Doença. Um Estudo da Conexão entre alimentos e doenças, IBRASA, São Paulo, 1987, 288 pp.
4. Daniel, Kaayla T., PhD., CCN. The Whole Soy Story- The Dark Side of America’s favorite health food, New Trends Publishing Inc, Washington, D.C., 2005, 457 pp.
5. Fife, Bruce,N.D., Saturated Fat may Save your Life, Health Wise, Colorado Springs, Co, 1999, 207 pp.
6. Pottenger, Francis M. Potenger Cats-A Study In Nutrition, Price-Pottenger Nutrition Foundation, Inc., 2005, 123 pp.
7. Holzapfel, Cyntia & Laura Holzapfel. Coconut Oil, for Health and Beauty, Book Publishing Co, 2003, 127 pp.
8. Ravnskov, Uffe, MD, PhD. The Cholesterol Myths- Exposing the Fallacy that Saturated Fat and Cholesterol Cause Heart Disease, New Trends Publishing, Washington, DC, 2000, 305 pp.
9. Shilhavy, Brian & Marianita Jader. Virgin Coconut Oil, Tropical Traditions, West Bend, Wisconsin, 2004, 224 pp.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Autismo e Dieta - Claudia Marcelino


A Dieta sem Glúten e sem Caseína ( proteína encontrada no leite ) para tratamento de autismo vem sendo bastante debatida nos últimos anos junto a cientistas, médicos e recebendo muita atenção por parte dos pais de pessoas autistas. Embora ainda não exista comprovacao cientifica há indícios de que a dieta é frequentemente útil na redução dos sintomas tais como comportamentos impulsivos, a falta de foco, e até mesmo problemas de fala.
Para falar melhor sobre isso e contar como a dieta sem glúten e sem caseina tem mudado a vida de seu filho Mauricio, convidamos Claudia Marcelino, mãe de um adolescente autista, dona do blog Sem Glúten e Sem Leite e autora do livro AUTISMO ESPERANÇA PELA NUTRIÇÃO que acaba de ser lançado.
Claudia, no teu blog tu colocastes 3 videos do Mauricio para mostrar o comportamento dele antes da dieta sem glúten e sem caseina, llogo após o início da dieta e após quase dois anos de dieta. Foi difícil iniciar a dieta? Houve rejeição por parte do seu filho em relação a comida?
Eu fiquei uns 5 meses mudando a dieta dele aos poucos, substituindo o leite, retirando uns alimentos, oferecendo outras opções. Depois desse tempo, na virada de 2006 para 2007 a dieta passou a ser radical, sem nada de glúten e leite, mas também sem corantes, glutamato monossódico, aspartame já não consumia mesmo e quase um ano sem açúcar. Não houve rejeição alguma por parte dele. As vezes ele não aceitava e ainda não aceita por não estar a fim ou não ter gostado da opção oferecida, isso é normal.
O que acontecia é que as vezes ele abria todas as portas dos armários e ficava olhando desolado (risos). Muitas vezes não tinha nenhuma guloseima, nenhuma besteirinha para aquelas horas que batia uma vontade de comer algo diferente porque estas comidinhas são caras e não dava para ter sempre, além das opções existentes no mercado serem bem fraquinhas. Foi então que resolvi procurar e desenvolver receitas para ajudá-lo.
Três anos atrás, quando tu introduzistes a dieta sem glúten e sem caseina no seu filho Mauricio, qual era o entendimento dos médicos a respeito disso e qual é o entendimento hoje?
No geral o entendimento da classe médica ainda é zero, impressionante! (risos) Ainda estão esperando comprovação científica com grupo controle e testes placebo para se posicionarem e isto talvez nunca aconteça pelo simples fato de que não consumimos pílulas! Sabemos exatamente o que estamos comendo e a comida sem glúten por mais gostosa que seja, é diferente da comida com glúten, não dá pra comer enganado ou disfarçado. Não dá pro grupo de controle não saber se está consumindo o que deve ou o placebo. Além do mais, todos os testes com grupos de controle e placebo demandam pouco tempo para exibir o resultado da pesquisa, cerca de um mês. Pra medir o resultado da dieta é necessário um mínimo de 8 meses. Fica inviável financeiramente e quem banca pesquisa científica não produz comida e sim, pílulas!
Todos os princípios justificáveis para a utilização de uma dieta específica para autistas estão em livros de biologia, fisiologia, imunologia, biologia molecular. É saber que tipos de problemas pacientes autistas costumam apresentar, saber os exames que devem ser feitos, pegar o resultado das pesquisas clínicas e estudar como aplicar e direcionar para cada caso.
Felizmente os grupos de discussão e ajuda para pais estão crescendo, os congressos estão acontecendo, as boas informações estão mais accessíveis e os pais estão mais exigentes. Isto tudo faz com que médicos que buscam respostas e não se enquadram num sistema, busquem caminhos que estão sendo sinalizados e aos poucos, mais médicos indiquem uma dieta específica.
Quais são os benefícios da dieta sem glúten para os autistas?
Todos os benefícios estão escritos no meu livro. No geral ocorre uma amenização nos sintomas autísticos permitindo maiores condições de desenvolvimento e aprendizado.
Tu poderias fazer um parâmentro de comportamento do teu filho antes e depois da dieta?
Ele voltou a vida, a ter alegria de viver. Seu olhar foi a primeira coisa que mudou. Voltou aquele olhar de vivacidade, com brilho e sagacidade que eu tanto me orgulhava. Meu filho estava conectado novamente. Depois disso voltou a fala que tem melhorado a cada dia com respostas e comentários próprios. Apareceu o interesse pelas coisas e pessoas ao seu redor, a vontade de aprender. Os comportamentos únicos, barulhentos e bruscos continuam, mas esse é meu filho. O importante é que estamos conseguindo avançar e finalmente contabilizar vitórias, coisa que não acontecia, estávamos apenas levando a vida porque nos prepararam só para isso.
Quanto tempo levou para tu perceberes essa mudança de comportamento?
O retorno do olhar reluzente foi rápido, coisa de menos de 6 meses. O surgimento do interesse em aprender, em estar com as pessoas e a volta da fala em cerca de um ano. Mas o boom no desenvolvimento de uma forma geral cerca de dois anos e meio após o início da dieta e tratamento homeopático. Isto porque começamos já bem tarde, aos 16 anos, quando já tínhamos perdido muita coisa e com muitos comportamentos estabelecidos por anos.
Por isso é aconselhável um tratamento quanto mais cedo e precoce melhor. As consequências das disfunções cerebrais são menores e as possibilidades de ganhos muito maiores.
Todos na tua família seguem a dieta SGSC ou somente o Mauricio?
Eu sigo a dieta religiosamente com ele a cerca de um ano. Só consumo alguma coisa fora da dieta quando estou fora de casa e sem ele, o que é difícil porque estamos sempre juntos. Como tudo que faço em casa é seguindo a dieta dele, meu marido e minha filha consomem a mesma comida, mas não são rígidos.
Quais os grandes desafios que tu enfrentas hoje em relação a dieta sem glúten e autismo?
Ainda é as outras pessoas da família entenderem que ele não pode consumir estes alimentos livremente, apesar de terem melhorado bastante e sempre me perguntarem se ele pode ou não.

Nas tuas receitas tu usas CMC para substituir a goma xantana. Tu poderias explicar como é usado o CMC nas receitas? Posso substituir goma xantana por CMC no equivalente 1:1?
O CMC é equivalente a goma xantana, ambos produzem o mesmo efeito ligante e espessante que imita o glúten e é necessário nos produtos sem glúten para ter resultados mais satisfatórios e parecidos com os “produtos normais”. Utilizo na mesma proporção com o mesmo resultado.
Tu poderias falar um pouco sobre o teu livro AUTISMO ESPERANÇA PELA NUTRIÇÃO que acaba de ser lançado?
Meu livro é um guia prático para pais e profissionais, abordando todas as explicações médicas para se levar em conta uma dieta adequada para autistas, como iniciá-la e mantê-la com cerca de 150 receitas para todas as ocasiões, onde facilmente a mãe e o médico ou nutricionista irão conseguir montar um cardápio adequado a cada criança, visando as suas preferências alimentares e necessidades nutricionais.
Como tem uma grande variedade de receitas e muitas delas substitutas de alimentos comuns comuns pudins, brigadeirão, massas, pizzas, musses, pães, biscoitos …. é uma excelente opção também para celíacos, alérgicos e intolerantes a glúten, trigo, lactose, proteína do leite, soja, corantes e químicos.
Onde podemos comprar o teu livro?
Meu livro está sendo vendido nas livrarias Saraivas e Nobels. Se não encontrá-lo, pode ser encomendado nestas livrarias.
Também pode ser comprado pelos sites da Saraiva, do Submarino e da editora.
Como tu percebes o entendimento e a reação da sociedade em relação ao Autismo?
Na rua eu estou sempre alerta aos movimentos do meu filho e das outras pessoas tentando prever o que pode acontecer. Nós encontramos de tudo: gente hostil e gente solidária. Encontro pessoas maravilhosas quando menos espero, é nessas que procuro me concentrar.
Os hostis acham que nossas crianças quando pequenas, são mal educadas, quando grandes, são incômodas e perigosas.
Como tu gostarias que a sociedade olhasse para os autistas?
Com mais tolerância e amor. O autismo é uma situação que pode acontecer com todos, em qualquer família. E o mínimo que a sociedade pode oferecer é uma maior compreensão com as diferenças entre os seres humanos.
Através das reações do seu filho, tu achas que ele tem conhecimento das próprias limitações?
Sim Leila, acredito que ele tem total consciência das suas limitações. Sua conexão de pensamentos e raciocínio é muito boa.
Há alguns anos atras dizia-se que o câncer não tinha cura. Hoje sabemos que muitos casos de câncer tem cura. Na tua opinião, o mesmo pode acontecer com o autismo?
A comunidade de pais e médicos que lidam com o autismo não fala em cura e sim em recuperação. Há cerca de um ano saiu uma pesquisa apontando que cerca de 20% das crianças com intervenção precoce estão se recuperando e levando uma vida compatível com as crianças típicas da mesma idade. Mesmo que permaneça um funcionamento cerebral atípico, já é possível que estas pessoas vivam sem a necessidade de cuidados especiais, atingindo uma vida plena socialmente com estudos, amigos, trabalho e vida amorosa, inclusive sem nenhum resquício dos sintomas autísticos.
Qual o conselho que tu darias para os pais com filho autista e que planejam iniciar uma dieta livre de glúten?
Comprem o meu livro (risos).
Claudia, o livro já esta a caminho. Obrigada por nos ensinar um pouco mais sobre o autismo e a diesta SGSC. Tu nos mostrastes que dar ao autista o tratamento que ele precisa é apenas o inicio de um processo para toda a vida e que requer muito amor, aceitacao, paciencia e compreensao. 

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Autismo: - Aceitação sim, CONFORMISMO não!!!!!!!!

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