< O autismo, ou melhor vamos ampliar para o espectro do autismo, que pode ser de grau leve ao
moderado, e inclui também transtornos como Asperger, ou podemos falar de
TIDs que são os transtornos invasivos do desenvolvimento que abrangem o
Autismo, Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da
infância ( antigo Heller), e o TID não totalmente explicado, ou melhor
não apresenta todas as características que o definam como autismo. Tudo
isso parece muito complicado, é que infelizmente hoje temos o
diagnóstico de autismo feito observando apenas o comportamento. Ou seja,
se a criança apresenta a tríade de déficts ( dificuldade em comunicação,
integração social e imaginação), e preencher os requisitos no DSM -4,
então temos uma criança com autismo.
Hoje o diagnóstico pode ser feito desde os 18 meses de idade, e para
ser considerado autismo clássico, tem que aparecer antes dos 30 meses de
idade.
Sabe-se que é de fundo neurobiológico, com certeza de origem genética, e
que se necessita um detonador ambiental para o seu desenvolvimento. Isto
pode ocorrer tanto pré, como peri, como pós parto. Daí o debate atual em
torno das vacinas, fatores bioquímicos, pesquisas com relação do que se
chama intestino frágil, assim como os celíacos, alguns autistas têm não
intolerância mas dificuldades em relação a digestão do glúten e da
caseína.
Se sabemos que a maior dificuldade do autismo é a comunicação, então os
professores, educadores da área, têm que saber lidar com comunicação
aumentativa e alternativa, e ambientes estruturados são a peça chave
para um bom desempenho em sala de aula. Daí, ser uma grande dificuldade
medir QI de criança autista. Se ela não se comunica e não entende o que
o outro quer, como saberá responder? Daí muitos autistas virem sempre
acompanhados com o rótulo de retardo mental junto.
Já o comportamento autista, qualquer um de nós pode desenvolver em
situação de trauma ou stress. Não sei se vocês se lembrarão do seqüestro
de turistas nas Filipinas, em que uma alemã depois de uma semana,
apresentou todo um comportamento autista com balanceios de trás para
frente, emudeceu... Tem um filme sobre o tema de comportamento autista
de uma menina que sofreu o trauma da perda do pai, se chama “ O Enigma
das cartas”.
De qualquer maneira , desde já há muito foi por água abaixo, a
teoria de mãe geladeira, desenvolvida por Bruno Bettelheim, que muito
prejudicou as crianças e as famílias com filhos com autismo. Autismo não
é um problema psicológico, é um problema neurobiológico – genético.
Valéria
Valéria (mãe de Vinícius- 15 anos)
Nenhum comentário:
Postar um comentário