Quando o menino topa brincar de montar palavras, caçar palavras, desenhar, escrever, massinhas, ou qualquer outra atividade que estimule a coordenação motora fina e a alfabetização, não tem tempo ruim.
Vamos correndo, na hora, atendendo a todas as exigências (os profissionais que me perdoem, mas nessa hora vale mesmo o desejo do menino). Nem trocamos de roupa, só deu tempo de tomar café e escovar os dentes.
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E volta e meia a resistência do menino é maior que a disposição. Então, quando essa última dá as caras, atende-se prontamente. E foi assim nessa manhã preguiçosa de inverno, já com ares de férias e ainda com avaliações e sessões de terapia a fazer e de médicos a visitar.
“Mamãe, cadê aquele meu quadro de escrever? Quero brincar com ele”. Com saudades do pai, que está viajando, quis fazer uma homenagem com palavras de giz.
Saudade também da ex colega de escola, por isso; nova homenagem, montando o nome dela. “Você vai mandar para a Alice?”.
Palavras aqui, palavras ali, brincamos 40 minutos, recorde de tempo e de atenção, ainda que para brincar assim a gente tenha que deitar no chão, contar casos, muitos casos – ele conta e eu ouço e faço perguntas – atualizar as informações sobre a escola, a professora, funcionários da escola, os colegas, ex colegas, planos para as viagens de férias.
Em meio às histórias do menino, as letras vão se casando, formando pares, grupos e famílias. E no final, uma homenagem a si mesmo: “Mamãe, eu fiz tudo isso! Agora eu mereço descansar. Pensando bem, vou ver TV porque não estou muito cansado; esse jogo já está fácil para mim”. E assim, continuamos, caçando letras, no chão, de pijama mesmo…
fonte: texto do blog maravilhoso da Sônia Pessoa
lindo trabalho de superação
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