Uma das palestras mais interessantes que tive o privilégio de assistir no congresso em novembro último foi a da Dra. Natasha Campbell McBride
sobre autismo e alimentação. Eu fiquei absolutamente fascinada com tudo
o que ouvi e queria passar tudo da forma o mais completa para vocês.
Por sorte, achei na comunidade do Orkut “Alimentação e Saúde Infantil” uma tradução
de um dos ótimos artigos da Dra. Natasha, que agora transcrevo aqui
para vocês. Segundo a Marilena, membro da comunidade, o texto foi
traduzido pela Claudia, do site Autismo em Foco. Belíssimo trabalho, que merece todo o meu respeito!
As recomendações da Dra. Natasha são
preciosas para crianças com autismo, mas também podem – e devem- ser
muito bem aproveitadas por crianças saudáveis! Aproveitem!
A ALIMENTAÇÃO IDEAL PARA O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Por Natasha Campbell McBride
A Dra. Natasha é pediatra, pesquisadora da Universidade de Cambridge em neurologia e nutrição, tem um filho com TEA e escreveu um livro: “Gut and Psychology Syndrome: Natural Treatment for Autism, ADD/ADHD, Dyslexia, Dyspraxia, Depression, Schizophrenia”, ” O intestino e as Síndromes psicológicas: Tratamento Natural para Autismo, TDAH, Dislexia, Disprasia, Depressão, Esquizofrenia”.
Uma dieta livre de glúten e caseína é bastante conhecida e tem bases científicas sólidas por trás. No entanto, existe muito mais que você pode fazer pela nutrição de seu filho, do que simplesmente cortar glúten e caseína.
Eu acredito na natureza. A natureza nos
fez e ao mesmo tempo nos provem com todo tipo de alimento necessário
para nos alimentar e nos manter saudáveis, ativos e cheios de energia.
Nós devemos consumir esses alimentos da forma em que a natureza os
proporciona. É quando começamos a adulterar esses alimentos, é que
começamos a ter problemas. Qualquer processo a que submetemos o
alimento, muda a sua estrutura química e biológica. Nossos corpos não
foram planejados para consumir alimentos modificados. Quanto mais o
alimento é processado, mais quimicamente alterado e com menos nutrientes
eles ficam. Além de perder o seu valor nutricional, alimentos
processados perdem as suas principais características de sabor e cor.
Então, para compensar, várias químicas são adicionadas: enriquecedores
de sabor, corantes e todos aqueles aditivos e preservativos, que
finalmente tem sido mostrados como coadjuvantes nos problemas de
aprendizado, desordens psiquiátricas e outros problemas de saúde. Se nós
olharmos atentamente as prateleiras de supermercados, nós vamos
perceber que a maioria dos alimentos processados são carboidratos. Todos
aqueles cereias matinais, biscoitos, pães, massas, chocolates, doces,
geléias, açúcares, frutas em calda, alimentos pré-cozidos cheios de
misturas, são carboidratos altamente processados.
Todo
carboidrato da alimentação ao ser digerido se transforma em glicose. A
natureza nos provém com uma grande quantidade de carboidratos na forma
de frutas, vegetais e cereais. Quando nós os ingerimos em sua forma
original, esses carboidratos são absorvidos vagarosamente produzindo um
aumento gradual da glicose no sangue, o qual o nosso corpo foi planejado
suportar. Carboidratos processados são absorvidos muito rapidamente,
produzindo um rápido aumento da glicose no sangue. Agora, a glicose no
sangue é um daqueles fatores onde o nosso corpo produz picos bioquímicos
para lidar com a situação porque seus valores altos ou baixos são
perigosos. Um aumento rápido de glicose no sangue é chamado
hiperglicemia, coloca o pâncreas em estado de choque para bombear muita
insulina rapidamente pra lidar com esse aumento. Como resultado, depois
de uma hora a pessoa chega a um nível muito baixo de glicose sanguínea,
chamado hipoglicemia. Algum de vocês já percebeu que após ingerir um
desses cereais matinais no café da manhã, após 1 hora estão com fome de
novo? Isso é hipoglicemia. E o que essas pessoas geralmente fazem nessas
horas em que estão com fome? Comem biscoitos, uma barra de chocolate,
um café ou qualquer coisa parecida e todo ciclo de hiper/hipo glicemia
começa novamente. Essa ciranda de glicose alta e baixa no sangue é
extremamente perigosa para todo mundo, podemos deixar de lado um pouco a
nossa criança autista. Tem sido provado que muito da hiperatividade,
agressividade e outros problemas comportamentais em crianças de idade
escolar, são resultados da ciranda de glicose. A fase hiperglicêmica
produz as tendências de hiperatividade e auto-estimulação em nossas
crianças, enquanto na fase hipoglicêmica eles se sentem mal, geralmente
com dores de cabeça, mau humor, furor ou fadiga geral com suor
excessivo.
Muitos
alimentos já foram apontados pelo seu índice glicêmico – um indicador
de como esses alimentos podem aumentar a glicose no sangue depois de
ingeridos. Carboidratos processados incluindo o açúcar, alcançaram os
maiores índices glicêmicos, assim como o arroz branco, batatas, cenouras
cozidas e ervilhas cozidas. É melhor dar aos autistas carboidratos com
baixos índices glicêmicos – frutas e vegetais crus, e alguns cereais
integrais cozidos e preparados por você mesmo. Frutose tem um baixo
índice glicêmico.
Outro
ponto importante sobre os carboidratos processados são os seus efeitos
nocivos na flora intestinal. Carboidratos processados alimentam as
bactérias patogênicas e os fungos no intestino, promovendo o seu
crescimento e proliferação. Fora isso eles produzem um efeito parecido
com uma cola onde vários parasitas hospedeiros se agarram e se
desenvolvem. Todas essas criaturas microscópicas produzem substâncias
tóxicas que seguem na corrente sanguínea “envenenando” literalmente a
criança. Quanto mais carboidratos processados você der a sua criança,
mais “intoxicado” ela vai ficar e mais sintomas autísticos você verá.
Evidências
científicas recentes sugerem que o autismo pode ser uma desordem
auto-imune. Um desequilíbrio entre os dois braços do sistema imune mais
importantes: o Th1 e o Th2, com uma super produção de Th2 e uma
supressão de Th1. A mesma situação é encontrada em muitas doenças
crônicas – em doenças virais, parasíticas, câncer, alergias, asma e
outras condições auto-imunes. Alimentos processados, particularmente
carboidratos processados e açúcar, enfraquecem diretamente a função de
células exterminadoras e dos glóbulos brancos e mina a resistência
sistêmica para todas as infecções. Um controle nutricional apropriado é
uma peça chave para controlar o desbalanceamento do sistema imune. A
flora intestinal tem uma função importante no controle do sistema imune.
Um probiótico potente, não vai só restaurar a flora intestinal, mas vai
também equilibrar a função imune do Th1 e do Th2.
Vamos dar uma olhada nas várias formas desses carboidratos processados.
Vamos
começar com os cereais matinais. Eles são considerados saudáveis, não
são? Infelizmente a verdade é justamente o contrário. Cereais matinais
são carboidratos altamente processados, cheios de açúcar e outras
substâncias. Eles tem um alto índice glicêmico e são péssimos para o
equilíbrio da flora intestinal. A fibra desses alimentos é cheia de
fitatos – substâncias que se ligam as minerais essenciais e os colocam
para fora do sistema, contribuindo para a deficiência mineral. Não tem
nada de saudável neles para uma criança autista.
Salgadinhos
e aperitivos (incluindo a pipoca), um hit nas dietas das crianças hoje
em dia, também são carboidratos processados com alto índice glicêmico.
Mas isso não é tudo sobre esses alimentos. Eles são saturados de
gorduras vegetais que foram aquecidas a alta temperatura. Qualquer óleo
que tenha sido aquecido, passa a adquirir substâncias chamadas ácidos
trans. Esses são gorduras insaturadas que foram alteradas quimicamente. O
que essas gorduras fazem é tomar o lugar do ômega3 e do ômega6 na
estrutura da célula, tornando-as incapacitadas. Consumir gorduras trans,
vai aumentar a atividade de Th2 e enfraquecer a imunidade de Th1. Como
você deve se lembrar, a imunidade de Th1 em crianças autistas já é baixa
e Th2 – já é super ativada.
Trigo.
A dieta livre de glúten é amplamente recomendada e muitas famílias com
filhos autistas a avaliam como uma grande ajuda. Mas, vamos dar uma
olhada no trigo como um todo, com ou sem glútem. Ninguém compra os grãos
de trigo para cozinhá-lo em casa. Nós compramos alimentos feitos de
farinha de trigo. A farinha chega as padarias por exemplo, em embalagens
pré-prontas de misturas variadas para pães, biscoitos e tortas. Essas
misturas já foram processadas e perderam os melhores nutrientes. Depois
elas são “enriquecidas” com preservativos, pesticidas para manterem os
insetos longe, substâncias químicas para prevenir a absorção de umidade,
corantes e flavorizantes, amaciantes, somente para mencionar um pouco
deles. Depois o padeiro fabrica pães, tortas, bolos, biscoitos… cheios
desses coquetéis químicos para nós comermos. Os produtores rapidamente
produziram as misturas sem glútem e fizeram os produtos livres de de
glútem. Então, você vai consumir todos os carboidratos processados com
todos esses aditivos químicos nele, mas só que agora livre de glútem.
Uma vez consumido, um pedaço de pão branco se transforma numa massa
grudenta, que alimenta parasitas, bactérias patogênicas e fungos no
intestino, contribuindo para o aumento da toxicidade que sua criança já
tem. Eu acredito firmemente, que uma criança autista não deve consumir
trigo de nenhuma maneira ou forma. Trigo é uma matéria-prima do mundo
ocidental e também o causador nº1 de alergias e intolerâncias
alimentares.
Açúcar
e nada que seja feito com ele. Açúcar é comumente chamado de “a morte
branca”. Ele merece 100% desse título. O consumo de açúcar no mundo
cresceu em enormes proporções no último século. É estimado que uma
pessoa ocidental comum consuma uma média de 73 a 92kg dessa substância
artificial em um ano. Açúcar está em todo lugar e é difícil encontrar
qualquer alimento processado que não o tenha. Mesmo deixando de lado o
sobe/desce de glicose no sangue e o efeito nocivo que ele causa no
intestino, já foi mostrado que ele age mal diretamente no sistema imune
(o qual já é comprometido nas nossas crianças). No topo de todas as
questões, para lidar com o consumo exagerado de açúcar, o corpo tem que
usar os minerais disponíveis, as vitaminas e as enzimas em níveis
alarmantes, terminando em tornar-se enfraquecido dessas substâncias. Uma
criança autista não deveria consumir açúcar sob forma alguma. Bolos,
doces e outras guloseimas são feitos com açúcar e trigo, como seus
principais ingredientes, adicionados de várias outras químicas como
corantes, preservativos, flavorizantes… Não precisa dizer que isso tudo
deveria estar fora da dieta da criança (com ou sem glútem). Para os
aniversários e outras ocasiões raras, podemos fazer bolos caseiros
feitos com mel ao invés de açúcar e farinha de amêndoas (ou qualquer
outra castanha moída). Eu recomendo o livro de Elaine Gottschall, “Breaking The Vicious Cicle”. Ele tem ótimas receitas assim como ótimas dicas de nutrição.
Refrigerantes
são umas das maiores fontes de açúcar na dieta de uma criança, para não
mencionar todos os aditivos químicos. Sucos de frutas são cheios de
açúcar processado e fungos. Ao menos que seja de fruta fresca, eles
também não devem fazer parte da dieta de sua criança. Aspartame, um
repositor do açúcar em muitas bebidas, foi descoberto que é cancerígeno e
deve ser evitado. Ele é convertido em metanol no nosso corpo. Metanol é
muito bem conhecido como um veneno. Água mineral ou água filtrada com
uma fatia de limão é a melhor bebida para nossas crianças. Beber água
tratada com cloro futuramente irá comprometer a flora intestinal de sua
criança, simplesmente porque o cloro está lá para matar bactérias em
primeiro lugar.
Resumindo,
uma criança autista não deveria ter alimentos processados na sua dieta.
Toda comida deveria ser apresentada-as da forma mais próxima da
natureza possível. Peixes frescos, carnes frescas, ovos frescos,
castanhas e sementes, alho e azeite extra virgem, quinua, devem ser
preparados em casa com complementos também frescos.
Frutas
e vegetais deveriam ser comidos crús quantas vezes possível na forma de
saladas, sticks, pedaços… Frutas frescas e vegetais não são apenas uma
boa fonte de vitaminas, minerais, antioxidantes e outros nutrientes,
eles são também uma excelente fonte de enzimas vitais, as quais as
crianças autistas tem falta. Essas enzimas são essenciais na
desentoxicação do corpo. Comer vegetais crús com carnes vai dar um
suporte na digestão das carnes e dos cereiais. Vegetais e frutas cozidos
perdem muito dos seus valores nutricionais: enzimas e vitaminas são
destruídas, carboidratos mudam a sua estrutura. Cenoura, pepino,
couve-flor, brócolis, aipo são deliciosos na forma de palitos com um
molho de maionese; abacate amassado com bastante azeite extra virgem e
um pouco de suco de limão. Abacate é uma fruta maravilhosamente
nutritiva e deveria fazer parte regularmente da dieta de seu filho.
Falando
sobre frutas, existe muita confusão nessa área. Você não pode
transferir achados laboratoriais científicos feitos com um nutriente
isolado para um pedaço de alimento, feito pela natureza. Existem vários
exemplos para ilustrar esse ponto de vista. A propósito, nós todos
sabemos que a cianida é um veneno. Entretanto, ela é uma parte
importante da molécula da vitamina B12 e todos nós sabemos, que nós não
podemos viver sem a vitamina B12. Outro bom exemplo é o leite de peito.
Leite de peito tem uma grande quantidade de caseína. Entretanto, é um
dos melhores alimentos para crianças autistas. Todos os pais reportam o
quanto as suas crianças se desenvolvera normalmente enquanto só eram
alimentadas com leite de peito. Na verdade, no 5º tópico do “Autism
File” tem um artigo nomeado “O milagre do leite de peito”, onde uma mãe
conseguiu um enorme desenvolvimento do seu menino autista
ministrando-lhe leite de peito (felizmente, ela estava amamentando seu
bebê mais novo nesta época). Eu não acredito em limitar as frutas na
dieta de uma criança. Um fato importante para lembrar, no entanto, é de
prover a maior variedade de frutas possíveis e não cair na armadilha de
comer bananas todos os dias. Frutas silvestres frescas ou congeladas
deveriam ser comidas sempre que possíveis. Lembre-se, nada de açúcar
para acompanhar! Dentre várias substâncias benéficas, contém
nitrilosides (?), essencial para a desentoxicação do corpo. Abacaxi irá
lhe prover de enzimas proteolíticas, a qual nossas crianças tem falta.
Frutas devem ser consumidas sozinhas, nunca com as refeições, como elas
tem um padrão de digestão muito diferente, elas podem dificultar o
trabalho do estômago. Sirva frutas como lanche entre as refeições com
suas cascas e sementes (peles e sementes tem um grande valor
nutricional). Nunca cozinhe frutas!
Carnes,
peixes, aves domésticas, carnes orgânicas e ovos caipira deveriam ser a
maior parte da alimentação da sua criança. Eles devem ser comprados
frescos, ou os orgânicos, e cozidos em casa. Carnes, peixes e ovos são
as maiores fontes de nutrientes para nós, sere humanos. Ao contrário do
que popularmente se acredita, a maioria das vitaminas, dos minerais, dos
aminoácidos e gorduras essenciais vem da carne, peixe e ovos. Os
alimentos vegetais, como os cereais, verduras e vegetais, são cheios de
vitaminas e minerais, mas a bio disponibilidade desses alimentos para
nós humanos, é muito menor do que nas fontes animais. Nós não somos
ruminantes, que tem bactérias especiais no estômago para digerir
plantas. O nosso trato digestivo foi desenhado para consumir amplamente
as carnes. Os esquimós por exemplo, vivem basicamente de peixe, carne e
gordura animal. Eles são comprovadamente um dos povos mais saudáveis do
planeta.
Ovos
frescos merecem uma explicação mais detalhada. De acordo com a sua
facilidade em ser digerido e absorvido pelo intestino humano, o ovo é o
único alimento que pode ser equiparado ao leite de peito. Gema de ovo
crú é uma das maiores fontes de aminoácidos essenciais, vitaminas,
minerais e ácidos graxos essenciais da forma mais pura possível. Você
deve ter um fornecedor seguro de ovos caipira. A clara deve sempre ser
cozida, pois consumi-la crua pode bloquear a síntese de biotina no
intestino. Mas a gema é melhor crua! No entanto, se você se sentir
inconfortável em comer gema crua, então cozinhe da forma que desejar. É
melhor comer gemas cozidas do que não comê-las de forma alguma. Dois
ovos no café da manhã irá prover sua criança com muitas vitaminas,
incluindo vitamina B, A, E e D, assim como também com todos os
aminoácidos que nossas crianças são deficientes. Ao invés de
cereais matinais no café da manhã, dê a elas dois ovos (pochê, mexidos,
cozidos ou de qualquer outra maneira) com caldo de carne puro, cebolas
fritas ou vegetais crús de todas as formas. Regue com uma boa quantidade
de azeite extra-virgem e sirva.
É
importante você usar muita cebola e alho quando estiver cozinhando.
Cebola tem muitas propriedades imuno-estimulantes, cozida ou crua. Alho é
conhecido por ter propriedades anti-fundicas, anti-parasíticase
anti-virais assim como abilidades para estimular o Th1. No entanto,
essas propriedades são destrídas facilmente ao serem cozidos. Esta é a
razão de adicioná-lo aos alimentos somente no final da cocção (3-4 min
antes de desligar o fogo). Adicione alho crú as saladas e pratos já
preparados. Para começar, você pode somente esfregar um pouco de alho no
fundo do prato de seu filho antes de por a comida. Conforme o seu filho
for se acostumando ao gosto do alho crú, lentamente vai introduzindo
mais quantidade. Comer alho crú ou cozido regularmente, vai fazer muito
bem a ele ou ela.
Óleo
de oliva tem muitas propriedades parecidas com as do alho assim também
como é uma excelente fonte de ácido oleico – um ácido graxo essencial
monoinsaturado, que vai incrementar a o braço de Th1 do sistema
imunológico de seu filho. Certifique-se de que ele seja prensado a frio e
virgem e use-o bastante nos pratos prontos. Não é uma boa idéia
cozinhar com ele, pelo fato dele ter muita quantidade de ácidos graxos
insaturados que iram se transformar com o calor em perigosas gorduras
trans. É melhor cozinhar com gorduras que não insaturam como, ghee (um
tipo de manteiga muito pura usada por chefes de cozinha da culinária
francesa), óleo de côco, porco, simplesmente porque elas não alteram
suas estruturas quando são aquecidas. Elas podem até serem reutilizadas.
Nós precisamos muitos de gorduras saturadas na nossa alimentação.
O
ponto importante aqui é que nós devemos consumir gorduras naturais. Por
exemplo, manteiga é muito mais saudável do que qualquer substituto
sintético. Todo óleo vegetal foi aquecido a altas temperaturas no
processo de produção e estão de cheios de gorduras trans. Consuma gorduras que a natureza nos proporciona que você não estará errado.
Eu gostaria de enfatizar que a criança autista necessita muito de
gorduras naturais. Deixe-a comer a gordura das carnes, a pele do frango,
muito azeite ao servir os seus pratos, ministre-a um bom óleo de
bacalhau ou qualquer outra fonte de ômega3 com ácidos graxos essenciais
EPA/DHA todos os dias. Ácidos graxos ômega3 encontrado em peixes de
águas geladas reduz o IL-6 (a citikina Th2) a imunidade de Th1. Ao
contrário do que acreditam, a gordura é a principal fonte de energia do
corpo humano. O cérebro e todo o restante do sistema nervosos são feitos
de gordura.
O
que falar dos cereais? Os cereais geralmente são muito indigestos,
particularmente para um sistema digestivo que já não é muito bom.
Crianças autistas não tem um sistema digestivo saudável então trigo,
aveia, centeio, arroz, milho, particularmente os processados, devem ser
mantidos fora da sua dieta. No entanto, existem alguns cereais os quais
comidos uma ou duas vezes na semana, podem ser benéficos. Estes são o
trigo sarraceno, painço e a quinua. Eles têm relativamente uma alta
porcentagem de proteínas e não são processados a um mesmo nível dos
outros cereais. Trigo sarraceno e painço em particular têm substâncias
chamadas nitrilosidas, que são essenciais para o processo de
desintoxicação do organismo. Existem mais de 1500 alimentos que contém
nitrilosidas. Os mais importantes são: sementes de damasco, sementes de
pêssego, sementes de uva, sementes de maçã, amoras, morangos, brotos e
nozes macadâmia. Não se esqueça que cereais são basicamente constituídos
de amido, o que irá alimentar a colônia de Candida no intestino e
possivelmente outras bactérias também. Esta é a razão de até estes
ótimos cereais serem liminados na dieta até a flora intestinal melhorar.
Castanhas
e sementes são ótimas fontes de muitos nutrientes. Elas são as melhores
fontes de magnésio, zinco, selênio e outros minerais essenciais na sua
forma mais natural e disponível, que toda criança tem falta. Evite os
amendoins, ao menos que você os compre com cascas. Todas as castanhas
são melhores quando compradas nas suas cascas e quebradas somente na
hora de comê-las. Desta forma elas são excelentes formas de ácidos
graxos essenciais e estão livres de mofos e fungos. Você pode utilizar
castanhas moídas para fabricar o seu próprio pão, panquecas e bolos.
Nozes e sementes deveriam fazer parte regular da dieta de seu filho.
Não
é fácil persuadir as crianças a se alimentarem de uma forma saudável. A
maneira mais fácil que encontrei para introduzir novas comidas na dieta
de meu filho foi colocá-las calmamente na frente dele enquanto assistia
TV. Tudo fica muito mais fácil quando ele está absorvido pelos
programas de televisão. A ABA também tem boas maneiras de introduzir
novos alimentos. Isso tudo pode parecer completamente enfadonho e
cansativo, mas o que é fácil com nossas crianças?! Então, por favor, não
fique desapontado com as falhas, persevere. Afinal de contas você está
fazendo uma mudança de vida. Então siga a sua estrada devagar, no ritmo
que você e seu filho precisam. Se jogar de cabeça em coisas que você não
domina é um passo para o fracasso. Introduza os alimentos um de cada
vez, desenvolvendo a sua própria maneira de fazê-los e serví-los.
Lembre-se que a regra nº 1 é cozinhe tudo o mínimo possível, não cozinhe
nada que possa ser comido crú.
Um
probiótico eficiente, vai ajudar a seu filho digerir e absorver a boa
alimentação que você preparou pra ele. Eu acredito que esta dieta irá
providenciar a nutrição que seu filho tanto precisa como merece.
Boa sorte!
A nutrição envolve 4 conceitos: ingestão, absorção, metabolização e excreção. Somos o que comemos, mas não somente o que comemos, porque também somos o que absorvemos, metabolizamos e excretamos. A nutrição funcional, por sua vez, envolve a letre R em 4 situações: Repor (déficit de nutrientes), Remover (excesso de poluentes), Reparar (consertar furos nos intestinos gerados por inflamação) e Reinocular (equilibrar a flora intestinal saudável contra a patogênica).
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