Hoje as crianças passam horas a fio em frente da televisão, do
computador ou até mesmo dos jogos eletrónicos de mão. Será isso brincar?
O sentido das palavras transforma-se ao longo dos anos, e hoje se
questionarmos a Joana de 8 anos ela falará dos desenhos animados,
daquela boneca específica que é também uma personagem de um filme de
animação que viu no cinema. Os avós questionam-se se as crianças de hoje
saberão encontrar numa escova de fatos uma boneca que poderão embrulhar
num pedaço de tecido e com ela viajar ao seu próprio mundo de fantasia,
em que tudo é enriquecido com um pó de magia, em que a realidade é
transformada de forma criativa num mundo encantado. Hoje, os espaços
encantados são oferecidos e pré-fabricados… apostar num brincar criativo
e de qualidade torna-se uma tarefa difícil para os pais que na maratona
dos seus dias encontram na prateleira do hipermercado o brinquedo que
sabe ‘calar’ por breves momentos o filho. Esse brinquedo pode até ser
rotulado de ‘educacional’ mas haverá evidência que o comprove? Muitos
deles transformam a criança num jogador passivo a quem se exige apenas o
clicar constante de um botão.
O brincar criativo é essencial para a saúde mental da criança; é fundamental que se envolva ativamente no seu brincar para que competências básicas de aprendizagem possam ser adquiridas. Esta atividade lúdica, imbuída de fantasia e criatividade é a forma da criança pequena aprender acerca dela e do mundo que a rodeia.
O brincar considerado de qualidade é aquele que promove a proximidade nas relações interpessoais; é através dele que as trocas positivas, que impulsionam a relação de partilha e segurança, são realmente aprendidas. Nunca é demais recordar que é através de pequenas e simples brincadeiras que trabalhamos a linguagem nas crianças mais novas, respondendo aos seus sons, palavras e gestos, contextualizando o que se vai passando à sua volta. Ao promovermos o desenvolvimento da linguagem estamos também a oferecer à criança novos conceitos, que estimulam a complexidade do pensamento, a aquisição de estratégias de resolução de problemas que serão preponderantes para o futuro sucesso escolar e académico.
O
brincar criativo não exclui o desenvolvimento físico. Através da
atividade lúdica em espaços abertos, amplos e seguros as crianças
movem-se e usam os sentidos adquirindo gradualmente competências da
motricidade grosseira. Brincar à patela, à macaca, saltar às cordas ou
ao elástico são atividades que permitem, com recurso a materiais de
múltiplas funcionalidades, desenvolver e amadurecer competências como a
coordenação de movimentos, controlo postural e praxia.
Quando
a criança brinca com blocos ela aprende a ser criativa, já que constrói
uma estrutura única da sua autoria, desenvolve a motricidade fina
(movendo com precisão objectos através da pinça fina, controlando o
movimento para manter o equilíbrio de uma torre) bem como explora as
relações do tamanho e da forma.
No final do dia, explorar um livro repleto de imagens, permite à criança aprender novas palavras e a ‘ler’ as imagens sequenciando mentalmente a história, desenvolvendo a sua capacidade criativa e imaginativa.
fonte: http://topediatrica.blogspot.com.br/search/label/import%C3%A2ncia%20do%20brincar
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