1. Os estímulos sensoriais controlados podem ser usados para eliciar uma resposta adaptativa
Ayres
define uma resposta adaptativa como “uma ação apropriada na qual o
indivíduo responde com sucesso a alguma demanda ambiental“. Por exemplo,
quando uma criança balança num cavalinho de pau constitui uma resposta
adaptativa para uma criança que está aprendendo a andar. Respostas
adaptativas exigem que a criança experimente um tipo e uma quantidade de
estimulação sensorial que desafia mas não sobrecarrega o sistema
nervoso central, a manifestação de uma resposta adaptativa é
potencializada.
2. Uma resposta adaptativa contribui para o desenvolvimento da integração sensoria
Cada
vez que a criança se superar com sucesso um desafio do ambiente, a
capacidade de organizar o estímulo sensorial para responder à demanda
ambiental se aprimora. Ayres acredita que a atividade motora seja um
potente organizador de estímulos sensoriais. Quando respostas
adaptativas são emitidas, o sistema nervoso usa o conhecimento dos
resultados de ações anteriores para guiar a orientação de informações
sensoriais para utilização futura
3. Quanto mais auto dirigida às atividades da criança, maior é o potencial das atividades para aprimorar a organização neural
Este
princípio afirma que crianças possuem uma força motivacional inata no
sentido da integração sensorial, chamada por Ayres de “motivação
interna”. A criança é naturalmente atraída para atividades que exigem e
trazem organização cerebral dos estímulos sensoriais. Por exemplo,
pode-se supor que uma criança de 18 meses cujo sistema nervoso deve
estar sobrecarregado por estímulos vestibulares causados pelo balanço
poderia se afastar desse atividade. Por outro lado, possivelmente devido
à crescente capacidade de organizar sensações desse tipo, crianças de 3
e 4 anos buscarão essas atividades que envolvam o balançar. Terapias
que utilizam essa motivação interna exploram a inerente capacidade da
criança de buscar atividades que proporcionem organização cerebral.
4. Padrões mais amadurecidos e complexos de comportamento são compostos pela consolidação de comportamentos mais primitivos
Ayres
acredita que as crianças fundem funções aprendidas previamente para a
criação de respostas adaptativas mais maduras. A emissão de respostas
adaptativas cada vez mais maduras é um produto da prática de cada
elemento sensorial e motor. Subjacentes às modificações na complexidade
do comportamento, estão os avanços paralelos da organização neural. À
medida em que o processamento do tronco encefálico de estímulos
sensoriais se torna mais eficiente, funções corticais mais elevadas são
liberadas para se desenvolver mais completamente.
5. A melhor organização de respostas adaptativas intensificara a organização do comportamento geral da criança
Enquanto
algumas respostas adaptativas são simples atos isolados, outras
requerem mais sequenciamento e coordenação temporal das atividades
motoras. A criança deve calcular, como coordenar e temporizar um
conjunto de respostas motoras para atingir um objetivo. Em essência, a
criança deve programar sua ação. Ayres deduz que o engajamento nesse
processo pode intensificar a capacidade de planejamento geral da
criança. Por exemplo, um aprimoramento dessa capacidade pode tornar
alguém mais apto na organização da rotina diária usual de atividades ou
das etapas exigidas para a realização de uma tarefa escolar.
6. É necessário o registro dos estímulos sensoriais significativos antes da resposta poder ser dada
Durante
um dia, os indivíduos percebem alguns, mas não todos estímulos do
ambiente. Os estímulos que são percebidos influenciam as respostas
motoras que são dadas. Se a criança está desatenta à maioria dos
estímulos do ambiente, seu repertório de respostas adaptativas será
limitado, e seu potencial para o desenvolvimento de comportamentos mais
complexos será também frustrado. Por outro lado, algumas crianças
parecem registrar estímulos sensoriais excessivos. Essas crianças podem
estar bombardeadas por estímulos de tal grau, que tenham dificuldade de
extrair o significado das sensações ou focalizar em alguma tarefa
dirigida a um objetivo. (Carvalho,1996).
Autores: GUERREIRO, A., MAIÃO, E.C.R.G.
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