fonte: http://www.inspiradospeloautismo.com.br/3/5/5.html#desenvolver
(Direitos autorais reservados ao The Option Institute and Fellowship, site www.autismtreatmentcenter.org)
Os exemplos sugeridos abaixo para atividades interativas com o objetivo de desenvolver a comunicação verbal são apenas breves descrições das atividades. No Programa Son-Rise, os facilitadores procuram construir a interação e ajudar a pessoa com autismo a ficar altamente motivada por uma ação deste facilitador antes de solicitar algo dela. Por exemplo, o facilitador faz cócegas várias vezes na criança sem pedir nada para ela. Apenas quando a criança já está altamente motivada pelas cócegas e demonstra de alguma forma querer mais, o facilitador solicita algo que é um desafio para ela, como falar uma palavra isolada ou sentença, olhar nos olhos, fazer algum gesto ou performance física específica, etc.
No momento em que a pessoa está altamente motivada por uma ação do facilitador, ela tem a motivação como sua aliada para superar suas dificuldades e desenvolver habilidades. Ela supera suas dificuldades enquanto brinca! O prazer e a diversão na interação social levam a pessoa com autismo a querer interagir cada vez mais com outras pessoas e, conseqüentemente, aprender novas habilidades sociais. Investir na conexão amorosa e divertida com a pessoa com autismo beneficia o relacionamento e o aprendizado social. Divirta-se com as atividades!
1. Ofereça variações divertidas dentro de uma mesma motivação (interesse) para permitir a repetição de uma mesma palavra.
Por
exemplo: Torne-se uma “Máquina de Apertar”. Modele a palavra “apertar”
para a pessoa, pendure um papel com a palavra “apertar” na sua camiseta,
ofereça várias formas de apertar a pessoa (massagem) e, quando ela
estiver altamente motivada, peça para ela falar a palavra “apertar” para
a “Máquina de Apertar” funcionar. Utilizando o mesmo princípio, você
pode criar uma atividade onde você é a “Máquina de Comer” (que vai
“comendo o pé ou mão” da pessoa) e a palavra que a pessoa fala é
“comer”. Você também pode ser a “Caixa de Música”, e a pessoa fala a
palavra “música” para você começar a tocar instrumentos ou cantar.
2. Pratique sons específicos da articulação de fala em uma canção.
Por
exemplo: Se a pessoa gosta da canção “Seu Lobato Tinha um Sítio”,
adapte os versos para incluir sons de fala que a pessoa tem dificuldade
para articular. Você pode cantar “Era ‘t-t-t’ prá cá, era ‘t-t-t’ prá
lá, ia ia iou” se a pessoa tiver dificuldade em pronunciar o “T”. Você
canta e convida a pessoa para cantar com você.
3. Demonstre para a pessoa que quando ela diz a palavra inteira de forma clara ela consegue mais o que quer do que quando diz aproximações da palavra.
Por exemplo: Se a pessoa
tende a omitir as consoantes iniciais das palavras, prenda um papel com a
letra “C” na sua mão direita e as letras “ócega” na sua mão esquerda.
Se a pessoa disser “ócega”, faça cócegas nela com a mão esquerda. Quando
ela disser a palavra toda, ofereça cócegas com suas duas mãos. Você
pode criar o mesmo tipo de atividade com palavras como “massagem”,
“carinho”, etc.
4. Seja o médico de língua! Concentre o foco nos movimentos da língua para auxiliar uma articulação de sons mais clara.
Por
exemplo: Providencie um conjunto de fantoches e bonecos de pelúcia que
abrem a boca. Você poderia até colar línguas de papel ou tecido em cada
boca. Cada boneco tem uma dificuldade específica no movimento da língua.
Peça para a pessoa com autismo para ajudar você a examinar a boca de
cada boneco com um daqueles palitos (ou com a própria mão). Prescreva
vários movimentos de língua para cada boneco. Depois de examinar todos
os bonecos, faça com que um dos bonecos examine a pessoa com autismo e
prescreva para ela um exercício específico de língua. Se a pessoa
quiser, ela pode examinar você também!
5. Combine várias das motivações da pessoa para que a atividade seja ainda mais atraente.
Por
exemplo: Faça um cartaz com a palavra “Música” e outro com a palavra
“Correr” ou “Pegar”. Modele a brincadeira jogando uma almofada em um
cartaz. Jogue na palavra “Música” e comece a tocar um instrumento ou
cantar. Jogue na palavra “Pegar” e saia correndo em direção à pessoa
para um “pega-pega”. Quando a pessoa estiver altamente motivada por
“música” ou “pegar”, peça para ela dizer a palavra correspondente à ação
que deseja.
6. A pessoa dá as instruções para você achá-la no quarto e ganha o prêmio de “Melhor Instrutor”.
Por
exemplo: Entre no quarto com um grande chapéu na cabeça e anuncie que a
pessoa acaba de ganhar um prêmio muito especial. Quando você estiver
prestes a entregar o prêmio para ela, faça com que o seu chapéu cubra os
seus olhos e estimule a pessoa a ajudar você a chegar até ela sem
conseguir enxergar. No início, ela pode utilizar comandos simples como
“para frente” e “para trás”. Depois de um tempo, você pode se colocar
atrás de obstáculos para encorajá-la a dizer “Passe por cima do banco”,
ou “Pule sobre a almofada”.
7. Crie sentenças ao oferecer variações em cima de uma mesma motivação, demonstrando para a pessoa que ela consegue exatamente o que quer quando utiliza sentenças mais longas.
Por exemplo: Crie um
cartaz com a silhueta de um corpo. Nomeie cada parte do corpo com um
cartão removível. Na parte de cima do cartaz, escreva “Colorir ______”.
Peça para a pessoa pegar o cartão que corresponde à parte do corpo que
ela quer que seja colorida e que o coloque no espaço para completar a
sentença. Quando ela estiver altamente motivada, estimule a pessoa a
dizer a sentença completa. Se ela disser apenas “colorir”, responda
colorindo algo fora do corpo. Se ela disser apenas “perna”, responda
balançando a sua própria perna. A idéia é incentivar a pessoa a dizer
“colorir perna” ou “colorir a perna” para você “entender” e colorir a
perna no corpo do cartaz.
8. Escreva uma sentença em uma cartolina e a cole com fita crepe no chão. Peça para a pessoa pisar em cima e dizer cada palavra da sentença para ganhar a ação motivadora ainda mais rápido.
Por
exemplo: A sentença pode ser “Eu quero uma canção”. Quando a pessoa
terminar de falar a sentença, imediatamente comece a cantar a canção
favorita da pessoa. Quando você terminar aquela canção, peça para a
pessoa falar a sentença de novo e, quando ela completar a sentença,
cante uma outra canção.
9. Construa sentenças com blocos que caem no chão.
Por
exemplo: Providencie blocos bem grandes (como tijolos de papel ou
espuma, ou até caixas de sapato). Cole em cada bloco uma palavra da
sentença “Eu quero que os blocos caiam”. Comece a construir uma torre
com o bloco que tem a palavra “Eu” no chão. Continue a construir a torre
e a sentença assim por diante. Quando a pessoa disser a sentença
completa, faça com que a torre desabe de forma divertida.
10. Pegue palavras para combiná-las em uma sentença e então dramatizar a ação de cada sentença.
Por
exemplo: Monte um trilho de trem em volta do quarto e a cada estação
ofereça para a pessoa um série de opções de cartões com uma palavra em
cada um. Peça para a pessoa escolher uma das palavras e colocar o cartão
como carga no trem. Quando o trem chegar ao fim da linha e tiver
algumas palavras nele, ajude a pessoa a combinar as palavras e criar uma
sentença para falar. Depois de criada a sentença, você dramatiza a cena
correspondente. Por exemplo, a sentença é “O macaco pula na floresta” e
você pula pelo quarto dançando e cantando como um macaco.
11. Invente uma canção sobre um tópico que é do interesse da pessoa e peça para ela completar com palavras ou sentenças de forma a estimular sua comunicação verbal espontânea.
Por
exemplo: Invente uma canção sobre a Barbie viajando pelo mundo. Você
pode utilizar a melodia de uma canção conhecida e modificar a letra.
Quando a pessoa estiver altamente motivada, experimente deixar “espaços”
em silêncio para ver se ela completa com alguma palavra espontânea.
12. Invente uma história engraçada e até sem sentido para estimular a fala espontânea.
Por
exemplo: Faça uma pilha de cartões com uma palavra em cada um, palavras
relacionadas aos interesses da pessoa. Inclua cartões que contenham
apenas um ponto de interrogação. Escreva então uma história com a pessoa
em uma cartolina. Escreva meia sentença e faça uma pausa. Pegue um
cartão e use a palavra para completar a sentença. Se você pegar um ponto
de interrogação, você ou a pessoa podem inventar qualquer palavra para
escrever naquele ponto da história. Quanto mais engraçada e sem sentido a
história melhor!
13. Estimule sentenças mais completas e espontâneas encorajando a pessoa a inventar histórias engraçadas.
Por
exemplo: Faça duas pilhas de cartões. Uma pilha contém figuras de
pessoas fazendo diferentes ações. A outra pilha contém figuras de
diversos objetos. Comece pegando um cartão de cada pilha e crie uma
sentença que associe uma palavra com a outra. Por exemplo, você pega um
cartão de um homem cortando a grama e outro de uma escova de cabelo.
Você poderia então dizer “O Beto esqueceu que ele tinha uma máquina de
cortar grama e usou a escova de cabelo para cortar a grama do jardim”.
Convide a pessoa para fazer uma sentença na vez dela.
14. A pessoa com autismo é o entrevistador de um programa de rádio! Encoraje a conversação através da dramatização de vários personagens.
Por
exemplo: Traga um gravador para o quarto e represente os diversos
personagens que serão entrevistados pela pessoa. Você pode representar o
elenco de um filme ou livro favorito. Estimule a pessoa a entrevistá-lo
por 3 minutos. Se ela mudar o assunto, pare de gravar e a estimule a
voltar para o assunto da entrevista.
15. Jogue “Boliche de Conversa” para praticar a habilidade de alternar a vez de falar sobre um assunto.
Por
exemplo: No fundo de cada pino de boliche está escrito um tópico para
conversa (ex: férias, o mar, seu melhor amigo, etc.). A cada vez que
você derrubar os pinos, escolha um deles e fale sobre o respectivo tema
por 1 minuto. Você pode utilizar um cronômetro durante a atividade.
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