Dificuldades na fala e na interação social têm várias origens diferentes. Para especialistas, termo “doenças do espectro autista” é mais abrangente.
Além disso, há vários graus diferentes do problema, e por isso os especialistas preferem o termo “doenças do espectro autista”. “Inclui desde a forma clássica, a criança isolada que não comunica e não fala, mas tem as formas mais leves”, explicou Maria Rita dos Passos Bueno, que pesquisa a genética do autismo no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP).
Maria Rita dos Passos Bueno durante palestra em São Carlos (SP). (Foto: Tadeu Meniconi / G1)
A síndrome de Asperger é uma dessas formas mais leves, uma das doenças
menos graves do espectro. As crianças aprendem a falar na idade normal,
mas têm problemas para se integrar à sociedade. Porém, mesmo dentro do
grupo dos que têm essa mesma doença, há diferentes níveis de isolamento.“Existem alguns que conseguem romper essa dificuldade e se adaptam, e tem outros em que não têm o que se fazer, não se adaptam nunca”, relatou a pesquisadora.
Bueno cita também algumas doenças complexas que têm o autismo como mais uma das consequências causadas. A síndrome de Rett provoca, além do autismo, dificuldades motoras que podem até levar à necessidade da cadeira de rodas.
“Essas crianças têm um monte de outras coisas além de autismo, o autismo é como se fosse um sintoma de um quadro mais complexo”, conclui a cientista.
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