quinta-feira, 12 de abril de 2012

Psiquiatra diz que autismo é causado por muita TV

fonte: http://falecomigo.blogfolha.uol.com.br/2012/04/05/sobre-as-variaveis-ambientais-no-autismo/


Comentários de Thereza França (psicanalista e psiquiatra infantil) para perguntas de internautas sobre as variáveis ambientais, que junto a outras variáveis, podem levar aos quadros de autismo:
Há variáveis conhecidas, outras desconhecidas que interagindo com fatores constitucionais podem levar ao quadro de autismo. Quando mencionamos “variáveis ambientais”, estamos nos referindo ao ambiente psicossocial que interfere na formação da mente da criança; de modo geral são fatores que provocam uma sobrecarga emocional dificultando a interação inicial entre a mãe e seu filho, tais como: insegurança social, instabilidades dos pais, separação precoce e traumática mãe-bebê, exposição excessiva a TV e/ou computador em detrimento do contato humano afetivo, e assim por diante.
O recolhimento autístico pode ser entendido como uma proteção extrema que a criança lança mão diante de angústias insuportáveis para seu psiquismo ainda precário.


Luciana: Juliana, como vive a população Somali na Suécia?
O desenraizamento, as mudanças de país e de condição de vida podem afetar a capacidade de cuidar. Há casos de crianças que se fecham para o mundo em função de violência e abandono – o sofrimento psíquico em grandes doses pode levar a regressões. Talvez falte alegria junto com as faltas de sol e vitamina D. Mães deprimidas tendem investir pouco nos filhos. Bebês que sofrem pouco investimento afetivo dos pais são mais vulneráveis ao adoecimento psíquico e físico.
Me lembro de ter estudado o caso de uma criança argentina, que foi encontrada em estado bastante regredido pela avó – os pais da criança foram levados pela repressão militar (se tornaram desaparecidos) – e essa avó, muito sensível, buscou tratamento para a menina que estava em estado de fechamento. Durante o tratamento a avó que acompanhava a vida da família relatou que o filho e a nora se tornaram pais mais distantes em função do medo que sentiam da ditadura militar e de ameaças de perseguição. Ninguém sabia quanto tempo a menina havia ficado sozinha, depois da operação de invasão e sequestro dos pais. Um longo e belo trabalho analítico foi realizado para que a garotinha voltasse a se abrir para o mundo, entendesse a situação e elaborasse o luto pela perda dos pais.
Outro exemplo está no filme, Império do Sol. Um menino se fecha para o mundo, após um longo abandono e muito sofrimento. Com isso quero dizer que não devemos subestimar as variáveis constitucionais, mentais e ambientais nem a complexa interação entre as mesmas.
 Os estudos sobre a vida mental dos bebês são fundamentais para que possamos compreender algumas patologias e a saúde.

e acordo com o Suplemento Saúde do Jornal Folha de São Paulo, de 10 de março de 2012 (C3), os casos de autismo nos Estados Unidos cresceram 78% nos últimos 8 anos. Os dados disponíveis referem-se ao ano de 2008: o autismo acomete 1 em 88 crianças (prevalência = número total de crianças afetadas, que é diferente de incidência = número de casos novos num determinado período). Esses dados são obtidos por estimativa a partir de dados recolhidos por uma rede de monitoramento do autismo que atua em 14 dos 50 estados americanos.
Alguns especialistas atribuem esse aumento em parte ao diagnóstico melhor e mais precoce, porém consideram que o assunto exige mais estudo, pois haveria outros fatores contribuindo para esse aumento, no entanto, não sabem como explica-lo.
Isso porque muitos psiquiatras consideram apenas as variáveis orgânicas (genéticas, neurológicas, etc.), não levam em conta os fatores ambientais. Nós psicanalistas discordamos dessa abordagem, acreditamos que os fatores ambientais devam ser considerados no aumento dos casos de autismo, em função de nossa consistente experiência clínica.

Dia Mundial da Conscientização do Autismo – 2 de abril.  
Para falarmos sobre o Autismo – tratamento e família – convidei a psicanalista Mariângela Mendes de Almeida que trabalha há muitos anos com crianças autistas e suas famílias.
Luciana: O que esperar do tratamento?
Mariângela: O tratamento requer abordagem multiprofissional para melhor acompanhar a complexidade das reverberações do transtorno nas várias áreas de desenvolvimento do indivíduo com autismo e de sua família. Sabemos que uma evolução mais efetiva dos quadros é mais favorecida quando se procura avaliação e tratamento desde as primeiras preocupações, para que os pais possam receber acolhimento às suas dúvidas e continuar investindo na criança com uma rêde de suporte profissional. Mesmo enquanto bebê, ás vezes se verificam os sinais acima, que podem ser temporários (ou não), ou reações provisórias de afastamento diante de tentativas de adaptação à momentos de stress na família, ou desenvolvimento de aspectos de autosuficiência na criança que vão ganhando preponderância no paralelo com outras vias de contato interpessoal. Neste momento, vale a pena conversar com o Pediatra e poder contar com profissionais que possam acompanhar a família, conversando sobre ansiedades e dúvidas sobre o desenvolvimento das relações iniciais.
O tratamento visa promover o desenvolvimento emocional e a capacidade de estabelecer vínculos emocionais significativos, de acordo com o potencial da criança, tendo em vista seu quadro específico dentro do continuum autístico, e o envolvimento da família na sustentação de um acompanhamento profissional intensivo. O fortalecimento do desenvolvimento psíquico e  relacional, através de espaços de intervenção psicanalítica, que incluam a análise da criança e contatos periódicos com os pais, poderá, em simultaneidade com outros tratamentos (por exemplo, de acordo com a necessidade de cada criança, fonoaudiológico, terapêutico ocupacional, musicoterápico, terapêutico grupal, em acompanhamento terapêutico – AT, psiquiátrico, e é claro no contexto da inclusão escolar), favorecer a evolução da criança quanto à sua integração familiar e social. A especificidade da intervenção psicanalítica é a de que esta estas evoluções possam ocorrer fazendo sentido afetivo para a criança, no contexto de seus vínculos significativos com seu entorno relacional.
No Centro de Atendimento Psicanalítico da SBPSP, e no Núcleo de Atendimento a Pais e Bebês (Pediatria UNIFESP) muitas famílias nos procuram com dificuldades relativas à alimentação e sono de crianças e entre estas (felizmente não a maioria), algumas estão se deparando com angústias relacionadas à dificuldades do vínculo com uma criança em risco de transtornos autísticos. Uma intervenção inicial e posterior encaminhamento, preferencialmente, intensivo centrado na promoção do desenvolvimento emocional e da capacidade de estabelecer vínculos e comunicação com sentido afetivo é essencial e pode auxiliar e embasar a integração das outras habilidades da criança ao longo da infância (articulação verbal, habilidades psicopedagógicas, habilidades de vida diária, adequação dos comportamentos sociais).
Luciana: Como os pais recebem o diagnóstico?
Mariângela: O diagnóstico é melhor recebido quando nomeia inquietações que usualmente os pais já percebem de alguma forma como sensações de estranheza, falta de sintonia com o filho, ansiedade frente a não saber ou entender o que se passa com a criança, ansiedade ou constrangimento no convívio familiar ou social. Sabemos que isto já ocorre a nível doméstico ou no consultório do Pediatra, mas muitas vezes há uma preocupação em se estigmatizar a criança ou antecipar um destino que ainda não se anunciou claramente. Entretanto, na clínica do autismo, o tempo, a urgência, o aproveitamento da plasticidade cerebral, com padrões ainda menos cristalizados no início do desenvolvimento, e o apoio aos pais para investirem nas vias de desenvolvimento saudável, é essencial. Quanto mais os pais e profissionais se vejam reciprocamente como aliados no convívio com estados que muitas vezes evocam o desinvestimento emocional, melhor a condição de favorecimento do desenvolvimento da criança.
Luciana: Quais as causas desse transtorno?
Mariângela: Muito se pesquisa e ainda há muito a se discutir quanto às causas do autismo, em diversas áreas do conhecimento médico e psico-social. Sem se apontar uma causalidade prioritária única e específica, que muitos buscaram por exemplo nas pesquisas neuroanatômicas e investigações genéticas iniciais, o que se verifica atualmente é uma tendência à compreensão multifatorial dos transtornos autísticos envolvendo aspectos genéticos (porém considerando a idéia da manifestação ou não de tendências de acordo com fatores internos ou externos/ambientais), neuroquímicos, metabólicos, psicológicos, familiares e característicos das modalidades de vínculo, em complexa interface e contínua interação e retroalimentação, em que um fator influencia e modifica a via de manifestação de outros, ao mesmo tempo em que é por eles modificado.
Luciana: Como se comportam os autistas adultos
Mariângela: Novamente dependendo da situação do caso no espectro/continuum autístico( mais grave ou menos grave), os autistas, principalmente se tratados intensivamente desde cedo (idealmente desde os primeiros sinais enquanto bebês) podem evoluir para uma integração e desenvolvimento fora da classificação dos transtornos globais ou, ainda dentro do espectro, mas com características de personalidade que poderiam ser consideradas muito próximas do elenco de aspectos da diversidade humana, sem que isso interfira na possibilidade de levar uma vida com estudo, trabalho, autonomia, diversão, convívio familiar e social. Alguns casos, em geral os que apresentam alguma limitação de ordem orgânica,  ou que foram submetidos a tratamento tardiamente, quando algumas possibilidades relacionadas à plasticidade cerebral não puderam ser aproveitadas, podem permanecer muito prejudicados, dependentes e apresentar condutas muito próximas da deficiência mental, com intensificação das estereotipias e restrição no contato social, mesmo que algumas peculiaridades se expressem como “ilhas de habilidades, que podem surpreender.
Na Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo há profissionais com experiência no acompanhamento destes casos e no Centro de Atendimento Psicanalítico da SBPSP, as famílias podem ser recebidas desde as primeiras preocupações com o desenvolvimento do bebê/criança ou dos vínculos para avaliação, intervenção e tratamento.    
Centro de Atendimento Psicanalítico: 3661 9822
Núcleo de Atendimento a Pais e Bebês: 5576 4984


Autismo III – diagnóstico precoce


Hoje é o Dia Mundial da Conscientização do Autismo – 2 de abril.  
Para falarmos sobre o Autismo – sinais e diagnóstico precoce – convidei a psicanalista Mariângela Mendes de Almeida que trabalha há muitos anos com crianças autistas e suas famílias.
Luciana: Como detectar o transtorno global de desenvolvimento?
Mariângela: Para se classificar o quadro de Transtorno Global do Desenvolvimento atualmente configurado como Transtornos do Espectro Autístico é necessário que se verifiquem dificuldades em três áreas importantes do desenvolvimento:
Integração social recíproca:
-         Noção precária da presença e emocionalidade do outro (pouca discriminação entre si mesmo e o outro).
-         Comprometimento da capacidade de imitação como ponte de contato com o outro.
-         Ausência ou comprometimento do traquejo social (pouca iniciativa para resposta ou convocação, pouca noção das convenções sociais, pouca noção de perigo).
-         Incapacidade de integração com os pares.
-         Busca de confôrto não usual ao invés de solicitação do outro, por ocasião de frustração ou sofrimento (busca o sensorial, a autosuficiência, ou intensa descarga motora, frente a situações vividas como ameaça à existência).
Comunicação (verbal e não verbal) e capacidade imaginativa:
-         Ausência ou comprometimento da função de comunicação na linguagem falada, ausência da intenção ou dificuldade de modulação da comunicação pré verbal (gestos e mímica facial).
-         Comprometimento do brincar imaginativo, da capacidade simbólica, do uso da fantasia (dificuldade com o faz de conta e com o brincar espontâneo).
-         Peculiaridades na produção do discurso (volume, entonação, ritmo, velocidade, modulação).
-         Uso estereotipado e repetitivo da fala, dificuldades de se referir a si como primeira pessoa.
-         Dificuldade marcante de sustentar uma conversação com os outros.
Restrição de repertório na conduta e nos interêsses :
-         Estereotipias nos movimentos corporais (movimentos com a mãos, rotações, batimentos de cabeça, balanceios).
-         Insistente preocupação com partes de objeto ou vinculação a partir de estímulação sensorial (forma, movimento, reflexos, luminosidade, cores, textura) com objetos inusitados fora de seu contexto funcional.
-         Reação intensa a mudanças triviais no ambiente ou na rotina, insistência na uniformidade.
-         Interesses limitados (ilhas de habilidade).
Luciana: Quando surgem os primeiros sinais?
Mariângela: Atualmente se verifica que desde muito cedo, até durante o primeiro ano de vida, podemos observar algumas tendências do bebê em risco de desenvolvimento autístico, ao isolamento, à evitação do olhar, à dificuldade de se aconchegar ao colo, dificuldade de aceitar e apreciar o contato físico, ausência de movimentos antecipatórios (não erguer os braços e o corpo para “pedir” ou se aproximar do colo), irritabilidade, hipersensibilidade, inquietação motora ou extrema passividade, dificuldade de aceitar mudanças e preferência pela uniformidade, dificuldade de ser consolado, movimentos e tônus muscular muito rígidos ou muito flácidos, ausência do apontar ou solicitar atenção do cuidador para si ou para objetos de seu interesse, explorações repetitivas,  estereotipadas e não compartilhadas com os outros, com as próprias mãos, na produção de sons, na preferência a estímulos luminosos e texturas, sem a preponderância do contato humano como intermediador. Mais tarde, a partir do segundo ano de vida em que o contato social já faria mais parte da vida da criança, e em que os balbucios usualmente vão se transformando em palavras, depois frases e diálogos, muitos pais estranham a falta de reação a suas solicitações (parecem não escutar), e demora para manifestar a comunicação verbal, que muitas vêzes não aparece por vários anos, e a dificuldade de se integrar e brincar com outras crianças. É neste momento que os pais e profissionais da saúde encaminham para um especialista, entretanto os sinais relatados, que contribuíram para este atraso, já apareciam  e já faziam parte da inquietação destes pais no contato com o filho muito antes (pelo menos como dúvida/sensação de estranheza/pulga atrás da orelha), que se acolhidas poderiam levar a uma intervenção oportuna nos primeiros anos de vida.
Luciana: Qual a complexidade desse diagnóstico?
Mariângela: Atualmente, falamos num espectro dos transtornos autísticos, num continuum desde as mais leves até as mais intensas manifestações, em que as dificuldades podem aparecer em maior ou menor grau e em interação com outros fatores que podem intensificar a complexidade do que o individuo apresenta.
Verificamos desde as situações mais recolhidas em relação ao contato humano, sem estabelecimento de comunicação, até situações em que traços autísticos (ritualizações, rigidez e pouca flexibilidade no pensamento imaginativo, dificuldades no convívio social espontâneo) podem fazer parte da personalidade de um indivíduo bem desenvolvido em relação a suas habilidades cognitivas e rotina de vida estruturada.
Em termos das classificações psiquiátricas, consideram-se os quadros de Autismo infantil precoce, em geral iniciados até os 30 meses de vida, a Síndrome de Transtorno de Asperger, observada posteriormente, que alguns profissionais associam a um Autismo de Alto funcionamento, com peculiaridades, mais do que ausência, das habilidades comunicacionais e sociais, e Transtornos desintegrativos, nos quais em geral ocorre um comprometimento intelectual com possível dano orgânico cerebral envolvido, com diminuição e perda crescente das habilidades sociais, emocionais e de linguagem, com presença frequente de hiperatividade e estereotipias.
Na Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo há profissionais com experiência no acompanhamento destes casos e no Centro de Atendimento Psicanalítico da SBPSP, as famílias podem ser recebidas desde as primeiras preocupações com o desenvolvimento do bebê/criança ou dos vínculos para avaliação, intervenção e tratamento.    
Centro de Atendimento Psicanalítico: 3661 9822
Núcleo de Atendimento a Pais e Bebês: 5576 4984


Comentários de Thereza França (psicanalista e psiquiatra infantil) para perguntas de internautas sobre as variáveis ambientais, que junto a outras variáveis, podem levar aos quadros de autismo:
Há variáveis conhecidas, outras desconhecidas que interagindo com fatores constitucionais podem levar ao quadro de autismo. Quando mencionamos “variáveis ambientais”, estamos nos referindo ao ambiente psicossocial que interfere na formação da mente da criança; de modo geral são fatores que provocam uma sobrecarga emocional dificultando a interação inicial entre a mãe e seu filho, tais como: insegurança social, instabilidades dos pais, separação precoce e traumática mãe-bebê, exposição excessiva a TV e/ou computador em detrimento do contato humano afetivo, e assim por diante.
O recolhimento autístico pode ser entendido como uma proteção extrema que a criança lança mão diante de angústias insuportáveis para seu psiquismo ainda precário.
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54 comentários

  1. Juliana comentou em 05/04/12 at 12:07 Responder
    Aqui na Suécia os médicos do Centro de Autismo para Crianças, em Estocolmo, estão pesquisando a relação entre deficiencia de vitamina D na mãe e no recém-nascido e desenvolvimento de transtornos do espectro do autismo. Isso porque a incidencia de autismo em crianças de origem somali é 4 vezes maior do que em crianças suecas. A hipótese é que os baixos níveis de vitamina D por causa da falta de sol e de exposição da pele (grande parte da população somali na Suécia é muçulmana praticante) estejam afetando o desenvolvimento infantil. Vai ser interessante acompanhar os resultados!
    • Luciana Saddi comentou em 05/04/12 at 18:50 Responder
      Juliana, fiz um post comentando seu comentário. Obrigada pela colaboracao.
  2. Sylvio Haas comentou em 05/04/12 at 23:42 Responder
    Na verdade, tenho uma pergunta. Pode alguém tornar-se autista quando adulto?
    Obrigado.
    • Luciana Saddi comentou em 06/04/12 at 21:16 Responder
      veja o podcast que fiz sobre o autismo como um sintoma de quadros psicopatologicos e o autismo com um transtorno global do desenvolvimento.
  3. vani campos comentou em 06/04/12 at 7:59 Responder
    já li sobre estudos ligando o autismo à carga excessiva de vacinas nos primeiros anos de vida da criança
  4. Catarina Cortés comentou em 06/04/12 at 13:06 Responder
    Na França um documentário sobre o autismo (Le Mur) foi censurado a pedido de três dos psicanalistas entrevistados pela diretora. http://www.youtube.com/watch?v=extoPqS8Oq0
    Dizer q o autismo é consequência de uma relação muito próxima ou muito distante com a mãe, como fazem muitos psicanalistas, é pensar com a cabeça e a moral do final do século 19.
    • Luciana Saddi comentou em 06/04/12 at 17:12 Responder
      Nao se trata de culpar as maes pelo autismo dos filhos – do meu ponto de vista, essa situacao já é bastante sofrida e ninguém precisa de mais sofrimento. É necessario desmistificar o autismo e entender seus componentes para preparar uma linha de tratamento. Por enquanto, o diagnóstico precoce é a melhor linha de acao.
  5. Babi comentou em 06/04/12 at 18:26 Responder
    Como proceder quando há suspeita de autismo mas os pais nem querem saber de discutir o assunto?
    • Luciana Saddi comentou em 06/04/12 at 21:13 Responder
      Creio que em situacoes onde a negacao prevalece, pois a dor é insuportável, é necessario que os medicos, escola, profissionais de saúde ou representantes de alguma autoridade confiável, como padres e pastores, avós, tios intervenham e conversem sobre o beneficio do diagnóstico para iniciar o tratamento rapidamente.
  6. Cintia Milon comentou em 06/04/12 at 19:47 Responder
    Thereza França – Vc teria como provar cientificamente (um estudo ou uma publicação em revista da área médica) qualquer absurdo desses vários que vc conseguiu escrever em tão pequeno texto? Me desculpe mas em pleno 2012 e logo após o dia Mundial do Autismo a FOLHA liberar este seu artigo é no mínimo uma vergonha e um desrespeito às pessoas que trabalham com muita seriedade nesta área. Cíntia, Mãe de um menino com TEA AF.
    • Luciana Moraes comentou em 09/04/12 at 16:14 Responder
      Cíntia! Abra os olhos para você mesma!
  7. Fabiane comentou em 06/04/12 at 21:37 Responder
    Então, o autismo deve ser muito presente em abrigos e lares em que as mães trabalham fora (que são quase todos), não é?!
    Ora, ninguém merece, hein FSP?! Mais uma vez, desinformando… Até um leigo é capaz de perceber o quão estapafúrdio é isso!
    Não se trata apenas de evitar ou não sofrimento e sim de buscar profissionais sérios e que acompanham a evolução dos estudos sobre o assunto.
    Não adianta falar da importância do diagnóstico precoce e de “desmistificação” em um comentário se o artigo afirma que as causas são ambientais!
    Está na hora da mídia ser mais responsável no que publica e na escolha de seus profissionais!
    Lamentável.
    • Luciana Moraes comentou em 09/04/12 at 16:17 Responder
      Talvez não só autismo, mas a psicose infantil também!
  8. Andrea Werner comentou em 06/04/12 at 21:50 Responder
    Cara Thereza (e Luciana). Sinto informar que essa teoria não é nova. Quem veio com ela originalmente foi o psicanalista Bruno Bettelheim, nos anos 50. Por motivos óbvios, ninguém leva isso mais a sério. As novas descobertas científicas indicam que inúmeras mutações genéticas causam o autismo. E que os fatores ambientais, aos quais você se refere, acontecem ainda no útero. Aliás, se essa sua teoria (ou a dos anos 50) fosse verdadeira, teríamos um número gritante e epidêmico de crianças autistas nos orfanatos, não é verdade? Todas foram abandonadas pelas mães e “privadas do contato humano”!
    • Luciana Moraes comentou em 09/04/12 at 16:16 Responder
      Vai ler Lacan, depois conversamos! Ou quem sabe, todo um grupo de pesquisadores da USP, do instituto de psicologia e seus colegas franceses… assim sim estará diante de profissionais competentes! Certamente, Bruno Bettelheim nunca foi um bom psicanalista!!!
      • Andrea Werner comentou em 11/04/12 at 9:59 Responder
        Você não respondeu quanto às crianças abandonadas em orfanatos.
        • Marie comentou em 11/04/12 at 11:10 Responder
          Andrea e outras mães, corram o mais rápido e longe possível dos psicanalistas, principalmente ligados à USP. Essa minha opinião é de consumidor final com o tempo e dinheiro perdido no Lugar de Vida q engloba os profissionais da USP incluindo a própria Maria Cristina Kupfer. Primeiro q vc entra lá e eles dizem serem ligados à USP, depois vem um “veja bem”, não somos mais e o pior é q acreditam q temos q esperar o tempo da criança, q quando a criança estiver pronta virá ao nosso mundo. Um blá, blá, blá q não ajuda no hj e nem prepara para o amanhã.
          Infelizmente eles é q tem o contrato com muitas prefeituras para trabalhar a incusão, mas para os psicanalistas de lá, não há rótulos, somos todos iguais, então não há estratégias aplicadas para a inclusão, o q cai na exclusão.
          Não adianta colocar nosso ponto de vista aos psicanalistas, eles não estão no mundo para ouvir e sim para soltar ao vento “as suas verdades indiscutíveis”.
          Uma pena isso acontecer num espaço público!
          • Luciana Moraes comentou em 11/04/12 at 13:07
            ao contrário, Marie, tudo que fazemos é ouvir e ensinar a ouvir!
        • Luciana Saddi comentou em 11/04/12 at 11:43 Responder
          Uma lei inglesa que proibiu a hospitalizacao de criancas, em hospitais gerais, sem a presenca dos pais, pois as criancas psicotizavam durante as internacoes. Compreenderam a importancia do contato e da presenca materna na preservacao da saúde mental. Essas criancas desenvolviam o que os britânicos chamavam de atencao borboleta, perdiam o foco e a capacidade de ligacao afetiva. No filme, Império do Sol voce poderá observar algo semelhante.
          Na antiga Febem, quando bebês eram deixados em situacao asilar o índice de perturbacao mental era altíssimo. Muitos tinham o corpo endurecido e evitavam contatos mais macios e carinhosos. Esses bebês exemplificam muito bem o questao da importancia do ambiente no desenvolvimento mental.
          Deixe um bebê sem contato humano, lhe dê leite e banho apenas, lhe dê o mínimo para que sobreviva, sem carinho, sem conforto e sem consolo ou pense naquelas criancas do tipo menino-lobo – a empatia dos cuidadores é fundamental para o desenvolvimento mental.
          Voce conhece a populacao dos abrigps? Criancas e jovens que sofrem abusos, a guarda é retirada dos pais…você acredita que a maioria se desenvolve bem?
          Alguns de nós superam todos os obstáculos, notáveis. Outros precisam de um ambiente médio, porque tem recursos medianos para lidar com as dificuldades. Mas, outros, mesmo que estejam num excelente ambiente nao têm recursos e nao se desenvolvem. O ambiente é um fator somado a tantos outros. Em alguns casos é mais importnte em outros menos. Até quando o caso é genético ou sindrômico o ambiente pode fazer diferenca. Assista o filme: Meu pé esquerdo.
          Nao acusei nenhuma mae de transformar os filhos em autistas, em nenhum dos posts sobre autismo nem nas entrevistas, mas pelo tipo de comentários que o BLOG recebeu as maes se sentiram acusadas. É uma pena, porque as pesquisas precisam continuar e devem verificar todos os fatores envolvidos.
          • Haydée comentou em 11/04/12 at 13:36
            Não, minha senhora, as mães não nos sentimos acusadas! O termo correto para nosso sentimento seria Indignação! Essas crianças abusadas, privadas de afeto e da presença materna, todas elas desenvolvem autismo? Existe algum dado fidedigno, em alguma pesquisa longitudinal, científica ,séria, a esse respeito? Veja, senhora, não me refiro a filmes, por mais que me divirta e goste desse entretenimento.
          • Luciana Moraes comentou em 11/04/12 at 14:28
            Afeto, em psicanálise, não diz apenas de afetos “positivos”, como amor, carinho, ternura, etc. Há também os afetos “negativos”, como raiva, ódio, desdém…
            entendo que nenhuma criança nasce autista, nem toda mulher nasce mãe.
            Ser mãe, assim como ser sujeito, depende de uma construção baseada num desejo (de ser mãe, de ser filho).
            Para a psicanálise, muitas vezes o amor de uma mãe por seu filho está pautado em um desejo outro que não um “desejo de filho”… É a isso que a psicanálise se dispõe a investigar com a família!!!!
            LEIAM E DISCUTAM A PSICANÁLISE ANTES DE ATACÁ-LA COM AS MESMAS ARMAS QUE OS CONTEMPORÂNEOS DE FREUD O ATACARAM EM 1900!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
          • Haydée comentou em 11/04/12 at 20:11
            Senhora, em resposta ao seu post sobre afeto “positivo”e “negativo”, realmente, nunca li nada específico…..mas sofremos nove, veja bem, nove anos de psicoterapia psicanalítica, meu filho autista e nossa família. Pois, presumo, é de seu conhecimento que tudo o que acontece com uma pessoa autista repercute diretamente em todos os membros da família. Não sei a teoria, mas essa terminologia, essa linha enviezada de raciocínio, conheço na carne, minha senhora.
            A definição psicanalítica de autismo é defasada, na melhor das hipóteses. Talvez por isso a senhora tenha cometido um erro crasso ao afirmar que nenhuma criança nasce autista. Elas podem nascer autistas sim. Ou podem tornar-se autistas. É uma questão neurológica. Envolve processos bioquímicos, provavelmente. Está relacionado à síntese proteica, talvez à transmissão sináptica, às redes neuronais. As possibilidades são varias. A teoria psicogênica do autismo há muito tempo caiu por terra. Por isso, desde já informo-lhe, meu tempo é muito curto para estudar tudo o que surge de novo no campo da genética e neurobiologia. Não posso, nem quero, perdê-lo estudando psicanálise.
        • Daniela Laidens comentou em 11/04/12 at 16:46 Responder
          Andrea, ela não respondeu, porque deve estar “desesperada”, relendo os seus “modernos” livros de psicanálise, tentando achar uma resposta para tua pergunta. O meu comentário, ela também desconversou.
      • gislaine comentou em 11/04/12 at 12:21 Responder
        Luiana,
        Todo estudo e conhecimento adquirido sobre o autismo é valido em TODOS os sentidos, mas infelizmente, você publicar um texto desse vai de encontro com todos os avanços tecnologicos que o mundo esta correndo atras para alcançar. Ja esta provado que nem a teoria da mae geladeira (que cá entre nós é um ABSURDO) e nem gatilhos, como os que vc mencionou sao CAUSAS do atismo. Com o autismo temos coisas como a dificuldade de interação social. Mas a falta de interação social NAO causara o autismo, pode sim formar uma pessoa quieta e sem trejeitos para viver nessa sociedade maluca. Me perdoe a franqueza mas JAMAIS tornara uma pessoa autista por isso. Por acaso você tem contato com alguma pessoa, criança ou adulto autista?
  9. Juliana Ramos comentou em 06/04/12 at 23:36 Responder
    Como autista, esposa de autista e mãe de autista sei que essa linha de pensamento é inválida no que se refere ao espectro autístco. Pode ser que vc queira falar de condicções semelhantes ao autismo ou que levam ao falso diagnóstico da referida síndrome. Essas condições ambientais são descartadas no que se refere à etiologia do autismo. Sou da corrente que não considera o autismo uma doença. O termo ETIOPATOGENIA é, pra mim, bastante desconfortável.
    • Luciana Moraes comentou em 09/04/12 at 16:25 Responder
      Muitos psicanalistas estão entendendo o autismo enquanto estrutura psíquica, exatamente como você disse, e não como doença. Aliás, posso arriscar que a psicanálise nunca viu o autismo como doença, desde Lacan e os autores que o estudam, diferente da medicina, que já expôs tais pessoas às mais diversas atrocidades em nome da ciência!
  10. Daniela Laidens comentou em 07/04/12 at 13:46 Responder
    Luciana
    É triste saber que ainda há tanta desinformação sobre o autismo (como essa). Enquanto, na atualidade, nós tentamos destruir estes mitos formados no passado, nos deparamos com isto. Muito triste, mesmo. Deverias ter te informado mais a respeito antes de publicar.
    • Luciana Moraes comentou em 09/04/12 at 16:26 Responder
      Certo, ao futuro! E no futuro, a medicina não dá conta de nada sozinha!
      • Daniela Laidens comentou em 11/04/12 at 16:38 Responder
        Você me deu uma resposta tão fora do ar quanto este teu artigo.Meu Deus, proteja-nos de profissionais como você.
  11. Ana Maranhão comentou em 08/04/12 at 16:47 Responder
    Um absurdo a Folha aceitar publicar isso. Lamentável… Como outros já mencionaram, imaginem orfãos de guerra, vítimas de maus tratos, de pobreza e negligencia por parte das mães e/ou cuidadores?
    É assustador encontrar “profissionais” com essa visão.
    • Luciana Moraes comentou em 09/04/12 at 16:29 Responder
      É assustador encontrar leitores tão maus leitores! Quem rebate essas ideias com tais argumentos, dizendo tratar-se do passado, está precisando diversificar sua leitura, sair do lugar comum de que para tudo tem uma explicação objetiva e um lugar no cérebro… Sugiro Maria Cristina Machado Kupfer, Alfredo Jerusalinski, Manoni, e o próprio Lacan, se você for capaz de compreendê-lo…
  12. Geovana Centeno comentou em 08/04/12 at 16:49 Responder
    Luciana
    quando soubemos do diagnostico da minha filha, em nenhum momento nos disseram que foi porque eu o pai não interagimos com ela, e sim que é genético, e essa questão de ser falta de interação da mãe, foi derrubada a muitos anos, como varias pessoas acima comentaram, a gente já sofre em saber com o diagnostico e ainda vem falar que nós é que somos culpados…foi muito infeliz essa tua matéria.
    • Luciana Moraes comentou em 09/04/12 at 16:21 Responder
      A questão do autismo como resposta psíquica – não cerebral ou genética – à dificuldade de entrada da função materna não foi derrubada, de forma alguma. Diversas comunidades acadêmicas e clínicas continuam desenvolvendo estudos sobre autismo e psicose infantil, avançando cada vez mais nesta ideia, da dificuldade de relação entre pais e filho. Acho que andam lendo apenas um tipo de revista, enquanto a psicanálise se mantém atenta aos avanços da ciência médica, genética, buscando uma interlocução, um trabalho transdisciplinar!
      • Geovana Centeno comentou em 11/04/12 at 14:52 Responder
        realmente voce não deve ser mãe de autista pra falar isso…é como meu marido falou, voce quer ibope para o jornal….
        • Daniela Laidens comentou em 11/04/12 at 16:43 Responder
          Geovana, ela não deve ser mãe de autista muito menos conviver com algum… ainda bem, porque a psicanálise dela iria para o fundo do ralo.
  13. Fabiane comentou em 11/04/12 at 9:48 Responder
    Ah, a psicanálise e sua obsessão em rotular tudo e colocar todas as pessoas em gavetinhas de móveis previamente montados por seus papas…
    Criticam a medicina e agem exatamente igual!
    Como isso é chato e pobre!
    • Luciana Moraes comentou em 11/04/12 at 14:20 Responder
      Obsessivos somos todos…
  14. elma kely comentou em 11/04/12 at 11:54 Responder
    Concordo com vc, Luciana Saddi! Tinha um filho Autista clássico e consegui recuperá-lo com intervenção de trabalhos e disposição para ocupar e interagir com o mesmo. Hoje ele é um Autista Altamente Funcional. A Tv, foi um dos fatores que interferiram e muito da nossa relação, hoje após ter saído do quadro clássico, permito que tenha um tempo disponível para satisfazer sua imaginação. Parabéns pelo artigo.
  15. elma kely comentou em 11/04/12 at 11:58 Responder
    Algo mais: Se é genético, neurológico, etc, etc, isso realmente não me interessa, deveria interessar aos médicos que estudam para….
    Neste caso, observo que como família temos a obrigação de fazermos nosso papel, transmitindo amor e confiança. Só fica uma questão: Será que no mundo atual e no momento que vivemos, sabemos o que é isso, e como fazer isso? Brincadeirinha….
    • elma kely comentou em 11/04/12 at 12:43 Responder
      Vc é um fenômeno! Genial seu livro: O Amor Leva a um Liquidificador, estou lendo um pouquinho, se quiser me enviar um exemplar, aceito…
      • Luciana Saddi comentou em 11/04/12 at 13:25 Responder
        nao tenho exemplar nenhum comigo, mas obrigada pelo reconhecimento!
        • elma kely comentou em 11/04/12 at 23:03 Responder
          Temos que reconhecer, que mesmo não aceitando algumas coisas, outras podem ser para nosso bem! Fiz uma breve busca do seu perfil e achei interessante o tema do livro. Consegui uma prévia do mesmo, ainda não terminei, mas só o sumário me deixou muito interessada pela leitura. Boa sorte na carreira de escritora!
  16. Dayse comentou em 11/04/12 at 11:58 Responder
    Luciana, tenho um filho autista de 6 anos, diagnosticado por um psiquiatra infantil quando tinha 1 ano e 8 meses ( o psiquiatra se interessar é o Dr. Walter Camargos Jr.), acho que seria interessante se ver dvd, usar computador e ficar longe da mãe fosse a causa do autismo, pois assim meu filho não seria, pois ele vê sim dvd, usa o computador “brilhantemente” junto comigo, que sempre fui, sou e sempre serei ( até qdo Deus permitir) presente 24 horas/dia! seria bem mais fácil achar a cura, pois saberíamos a causa…
    • Luciana Saddi comentou em 11/04/12 at 12:29 Responder
      ninguém disse que essa é a causa do autismo do seu filho. Pode ser que a falta de uma mae permeável e responsiva seja um dos fatores combinados a outros que levam algumas criancas ao fechamento. Nao foi uma generalizacao nem uma acusacao.
  17. Cristina Alves comentou em 11/04/12 at 12:07 Responder
    Qdo recebi o diagnóstico do meu filho, por desinformação, o ledvei a Psicologa psicanalitica. Eu perguntava a ela se meu filho tivesse diabetes, síndrome de down, etc se eu também seria culpada.
    Vc citou que crianças sem as devida atenção desenvolvem um quadro parecido ao autismo.
    Meu filho foi planejado, desejado, amado. Absurdo a Folha publicar esse rol de besteirois que vc escreveu. Estamos lutando por informação, não venham com desinformação. Chega de querer jogar culpa nas mães, já não cola mais, muda o disco.
    • Luciana Moraes comentou em 11/04/12 at 13:16 Responder
      Acho que, nessa onda genética, estão apenas colocando a “culpa” em outro lugar, quando na verdade não há “culpa”, mas há trabalho a ser feito adiante… E eu vi muitos casos serem tratados com medicação e Terapia Cognitivo-comportamental que condicionaram a criança em suas atividades de vida diária e de lazer – foram treinados a executar algumas pequenas tarefas, acalmaram a angústia de seus pais, que acabaram se contentando em ter um filho “especial” que não vai fazer muitas coisas mesmo… Acompanho, por outro lado, tratamentos psicanalíticos com autistas e o ganho é global: não só para a criança, que ganha a chance de se inserir e ser inserida na cultura
    • Luciana Moraes comentou em 11/04/12 at 13:19 Responder
      (continuação) À SUA MANEIRA. E o ganho dos pais e familiares – entender e aceitar que seu filho É autista e não TEM autismo… oferece-se a esses pais um acolhimento.
      Sobre a culpa, não há culpados nem causadores… há responsabilidade e a assunção de cada um de seu papel familiar.
  18. Renata Oda comentou em 11/04/12 at 12:35 Responder
    Luciana,
    correlação não é causalidade.
    Todas as mães aqui lêem muito e por isso estão aqui, debatendo.
    As variáveis ambientais são discutíveis e a FOLHA não teve nenhuma sensibilidade nesta publicação. Não entendeu como acusação mas isto é mais um tapa na cara das mães que lutam diariamente pelo bom desenvolvimento de seus filhos, que enfrentam preconceito, que muitas vezes abdicam de vida profissional.
    Lamentável. Isto deve ser tratado com cada mãe ou pai dentro de uma sala junto a seu psicanalista.
    • Luciana Saddi comentou em 11/04/12 at 13:36 Responder
      A intencao foi esclarecer e alertar para o diagnóstico e tratamento precoce. Quanto mais cedo, melhor. Temos alguns recursos, psicanalistas e terapeutas cognitivos e fonoaudiólogos, para tratar. A intervencao precoce é importante!
      Não acusei nenhuma mae ou familiar dessas criancas, coloquei fatores que devem ser pesquisados e compreendidos, mas a reacao de algumas maes foi de ataque, afinal a defesa é o melhor ataque.
      Sei que há muito preconceito em relacao as doencas mentais, mas é melhor correr o risco de falar disso, do que se calar. Quis alertar alguns pais que podem estar passando por momentos delicados com seus filhos. As maes nao citaram as entrevistas com dois profissionais diferentes que postei na semana passada e retrasada. E se apegaram ao post que discute as variáveis ambientais.
      • Renata Oda comentou em 11/04/12 at 14:54 Responder
        Luciana, gostaria que postasse as duas entrevistas passadas.
        Em tempo: autismo não é doença mental. É um distúrbio.
        Ou DSM-IV é só para os médicos?
  19. Catarina comentou em 11/04/12 at 13:12 Responder
    Voce deveria perder o direito de exercer a profissão por falar uma besteira tao grande
  20. Luciana Moraes comentou em 11/04/12 at 13:23 Responder
    Sem falar que, o campo epistêmico da medicina é um, o da psicologia é outro e o da psicanálise é um terceiro ainda – quer dizer, um não exclui o outro, mas podem e devem se complementar! Tão importante é investigar os fatores orgânicos quanto não abandonar a responsabilidade de uma mãe e um pai na constituição subjetiva de seu filho!
  21. Catarina comentou em 11/04/12 at 16:11 Responder
    Olha so o nivel dos psicanalistas e psiquiatras brasileiros. Esta fala esta besteira o outro aproveita o horario da televisao para dizer que autista é aquele que fica horas olhando a maquina de lavar ou o ventilador. Olha so que riqueza cientifica nos comentarios . Quanta informaçao importante deixa de ser dita . O outro que ja morreu graças a Deus falou que sabia dos avanços cientificos mas que para ele nao se importava em divulgar.
  22. elma kely comentou em 11/04/12 at 22:46 Responder
    Bem, Luciana, penso eu, que vc já percebeu que muitos familiares não condizem com o seu Post. Sinto muito em lhe dizer, que nós já caímos na real quanto a vários fatores que interferem na realidade de um Autista. Sei tbm que vc não generalizou, e nem poderia, não conhece a realidade de todos. Nós – pais conhecedores da causa, estudamos muito e nos dedicamos a cada dia em buscar alternativas para solucionar vários problemas do dia-a-dia. Não que vc tenha se enganado em expor sua opinião, concordo e muito, apenas acredito que poderia ter sido mais restrita a falar de famílias que realmente não se comprometem a cuidar dos seus filhos, deixando-os a mercê de aparelhos eletrônicos como forma de compensação, ou sei lá o quê! Quem sou eu pra falar da realidade de cada um? Gostaria de salientar que existem familiares que se empenham 24 h buscando notícias para um tratamento e recuperação, além de repassarem as mesmas a Grupos que lidam com o problema. Saiba, que sabemos que somos minoria, mas não desistiremos de lutar pelos nossos filhos.

eu concordo com vc (e com ela) que o ambiente é extremamente importante na saúde mental (e no desenvolvimento) de uma criança.Tanto que o ambiente favorável tem feito muito de nossas crianças evoluírem ao ponto de superar "quase todas" as dificuldades do autismo.
No entanto, não concordo como foi postado no blog, ao ler o texto eu fiquei com a sensação de que o autismo tem como causa os fatores ambientais.E isto, pelo menos no meu ponto de vista, não é verdade.As crianças dos abrigos e os sobreviventes de guerra por exemplo : não se tornam autistas pelos traumas ou ausência de afeto.Assim como ninguém se torna autista por assistir excessivamente TV.
Sim, estas crianças não terão a mesma "saúde(ou desenvolvimento/
agilidade) mental" que uma criança constantemente incentivada.Mas isto não as torna autista. Ou seja, isto não é autismo.Ou seja, estes problemas destas crianças são psicológicos/mental mas não é autismo.E talvez, cada uma destas crianças "traumatizadas" se forem tratada de maneira adequada se recupere totalmente.Já o autismo não!O autista sempre será autista em algum grau de comprometimento.Na minha opinião dizer que estas crianças desenvolveram o autismo porque estão "fugindo de angustias insuportáveis" é um erro.Um trauma pode trazer muitos problemas mentais/sociais/psicológicos mas nunca o autismo.
Não fique brava comigo ok.Bjs no seu coração,Ana Muniz

  1. Cyntia Mesquita Beltrão comentou em 11/04/12 at 21:30 Responder
    Eu era psicanalista até ter um filho autista. Foi aí que eu conheci a face anacrônica, retrógrada, proselitista e principalmente mercantilista da Psicanálise.
    É uma pena, porque eu duvido que meu querido Sigmund concordasse com o que virou seu construto teórico. Lá no Projeto para uma Psicologia Científica, nos Três Ensaios e em Análise Terminável e Interminável ele já dizia que esperava que muito de sua proposta fosse rechaçada pelo progresso científico. Novas descobertas no campo na neurologia provavelmente iriam de encontro ao que ele postulava e para ele isso era natural. Ora, Freud era neurologista de formação! Ele dizia que a teoria era similar a um andaime que deveria ser retirado quando a construção já tivesse bases mais sólidas. Infelizmente os psicanalistas pararam com o progresso, arvoraram-se na teoria já pronta (Lacan, que o diga, com seu retorno a Freud) e hoje vivem uma ridícula situação de estudar os andaimes como se fossem obras primas de arquitetura!
    A lógica que rege a produção intelectual atual da Psicanálise é circular. Psicanalistas escrevem e falam para psicanalistas, formam e analisam novos psicanalistas e depois basicamente vivem de orientar e analisar esses asseclas que os defenderão com unhas e dentes porque simplesmente não conhecem qualquer outra forma de produção de saber. Sob a supervisão dos seus ídolos continuarão a repetir que a Psicanálise “não é testável” e portanto não tem que prestar contas de seus resultados, mesmo sendo a orientação teórica mais utilizada dentro dos serviços públicos de saúde no Brasil. Também se recusarão a estudar e conhecer outras práticas e teorias com a desculpa de que estas são reducionistas, biologicistas e mecanicistas. E essa lenga lenga será reproduzida sem questionamento em jornadas, seminários e periódicos psicanalíticos por todo o Brasil, Argentina e França, que são basicamente os países que ainda dão algum subsídio para a Psicanálise.
    Mas na França a batata da Psicanálise já começou a assar. Depois da censura contra o documentário O Muro (censura criticada pelos próprios Repórteres sem Fronteiras)
    http://www.supportthewall.org/2012/02/reporters-without-borders-documentary-filmmaking-threatened-by-court-ruling-on-autism-documentary/
    que denunciou o tratamento deficitário dado aos autistas franceses por instituições e profissionais de orientação psicanalítica, temos agora a resolução do HAS (que seria traduzido como Autoridade Máxima em Saúde francesa) que recomenda técnicas comportamentais e educacionais para o tratamento do autismo, em detrimento da Psicanálise:
    http://www.supportthewall.org/2012/03/the-connexion-victory-against-psychoanalysis-for-children-with-autism-in-france-and-our-analysis/
    http://connexionfrance.com/victory-success-autism-psychoanalysis-methods-13524-view-article.html
    Os vários grupos de pais e amigos dos autistas comemoram, já que na França a taxa de inclusão de autistas na escola é de apenas 20% contra 60% na Suécia e outros países. Pais de autistas saem da França para buscar tratamento na Bélgica, por considerarem deficitário o sistema francês:
    http://m.bbc.co.uk/news/magazine-17583123
    No Brasil ainda temos uma influência enorme da Psicanálise nos serviços de saúde públicos e nos consultórios particulares, com consequências desastrosas para os nossos autistas. Psicanalistas dizem que trabalham visando a estimulação precoce mas a sua proposta de “deixar falar o sujeito do inconsciente” atrasa as intervenções em meses ou anos por vezes. Seu modelo de intervenção é baseado na interpretação do que esse “sujeito do inconsciente” tenta exprimir, ao seu próprio tempo e do seu próprio jeito. Seria uma bela proposta se não se traduzisse em atraso, desestímulo e finalmente em indivíduos pouco funcionais, dependentes e com problemas de comunicação. O pouco que se caminha com esses autistas se deve mais à equipe multidisciplinar (fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e pedagogos) que felizmente ocupa o vácuo deixado pelo trabalho psicanalítico.
    Em Belo Horizonte essa dominância da Psicanálise ainda teve o efeito colateral de atrasar a aprovação de uma lei que beneficiaria o autista com o estatuto de deficiente, facilitando o acesso à inclusão social através de passe livre nos ônibus, tratamento diferenciado em postos de saúde e hospitais, além de prever a criação de centros de tratamento ambulatoriais específicos para os autistas, que hoje em dia perambulam pelos CERSAMs e Centros Psiquiátricos infantis que são totalmente despreparados para recebê-los. Foi a Psicanálise que orientou o veto do prefeito. Felizmente o trabalho de pais e profissionais incansáveis e que sabem o que é um autista grave no cotidiano de uma família conseguiram derrubar o veto. Trabalhamos agora pra ver a lei totalmente implementada.
    Eu realmente tentei ficar longe dessa discussão mas não pude me abster depois de ver as respostas evasivas e por vezes agressivas das representantes da Psicanálise diante das críticas das mães que se posicionaram aqui. Essas mães são leitoras vorazes e disciplinadas, mas são leigas. Achei deselegante mandá-las “ler Lacan” para poder criticar a Psicanálise. Ora, elas não precisam ler Lacan, ou Melanie Klein ou qualquer outro para saber quando seus filhos não estão sendo devidamente assistidos por um terapeuta. E agora, com o acesso ilimitado à informação promovido pela internet, vai ser difícil impedir a troca de experiências entre essas pessoas.
    Essas mães se colocaram na defensiva? Atacaram porque “a defesa é o melhor ataque”? Ora, não será porque foram atacadas em primeiro lugar? E não me venham dizer que “nós não culpamos as mães”. Falar que o autismo tem causas multifatoriais e que uma delas é “psicossocial” é eufemismo para mãe geladeira e essas mães aqui sabem ler nas entrelinhas. Afinal, ao contrário do que diz a psicanalista que aparece no documentário censurado (creio que foi a Esthela Solano-Suarez) nós não somos mães-crocodilo. No Brasil somos mães-onça mesmo e não somos tolas. E de geladeira só se for Brastemp.
  2. elma kely comentou em 11/04/12 at 22:46 Responder
    Bem, Luciana, penso eu, que vc já percebeu que muitos familiares não condizem com o seu Post. Sinto muito em lhe dizer, que nós já caímos na real quanto a vários fatores que interferem na realidade de um Autista. Sei tbm que vc não generalizou, e nem poderia, não conhece a realidade de todos. Nós – pais conhecedores da causa, estudamos muito e nos dedicamos a cada dia em buscar alternativas para solucionar vários problemas do dia-a-dia. Não que vc tenha se enganado em expor sua opinião, concordo e muito, apenas acredito que poderia ter sido mais restrita a falar de famílias que realmente não se comprometem a cuidar dos seus filhos, deixando-os a mercê de aparelhos eletrônicos como forma de compensação, ou sei lá o quê! Quem sou eu pra falar da realidade de cada um? Gostaria de salientar que existem familiares que se empenham 24 h buscando notícias para um tratamento e recuperação, além de repassarem as mesmas a Grupos que lidam com o problema. Saiba, que sabemos que somos minoria, mas não desistiremos de lutar pelos nossos filhos.
  3. Diva Santos comentou em 11/04/12 at 23:13 Responder
    Luciana, eu dou de Lages SC, tenho uma filha de 21 anos e um filho de 5 anos ( esta no espectro autista), criei e crio os dois da mesma maneira, porque minha filha mais velha não é autista, e olha que quando ela nasceu, eu era sozinha , bancária, trabalhava as vezes 18 horas por dia, minha irmã mas velha que cuidava dela, e o meu Principe Rick, eu dei mas atenção, uma gravidez planejada, o pai presente. Não podemos fugir da tecnologia, ela esta presente hoje em nossas casas, dou aula em escolas particulares, e 80% das crianças são criadas na frente da tv, video game e computador ( rarissimos com alguma sindrome do autismo). Talvez você deva voltar mais um pouco aos livros, mas os modernos, onde contam histórias de pais, mães, e os próprios autistas ( Olhe nos meus olhos (sindrome de asperger ) ou talvez alguns blogs de pais com crianças autistas, veja a luta diária deles. Te convido para participar do nosso grupo, se tiver interesse, já chegamos a 100.000 mensagens. Obrigada por me atender.
  4. Luciana, parabéns pelas informações importantes que você postou nos outros textos e também no pequeno podcast a respeito de autismo. Não são informações com nenhuma novidade, mas é sempre bom propagar algo correto sobre autismo.
    Para este texto, porém, tenho críticas e sugestões. Informações como essas que você publicou, da Thereza França, (portanto deve concordar com ela) podem confundir muitas pessoas e sugiro que esclareça melhor a ideia, pois já temos escassez de informação a respeito de autismo — e, se o que tivermos for confuso, pode muitas vezes ser pior que calar-se.
    Dizer que “o recolhimento autístico pode ser entendido como uma proteção extrema que a criança lança mão diante de angústias insuportáveis para seu psiquismo ainda precário”, citando “variáveis ambientais” como “exposição excessiva a TV e/ou computador em detrimento do contato humano afetivo” é, no mínimo, passível de melhor análise e atualização.
    Muitas pesquisas pelo mundo vêm descobrindo possíveis causas genéticas (estou falando de epigenética, não aquela simples, da hereditariedade que aprendemos nos ensinos fundamental e médio), a mais contundente sendo a do neurocientista brasileiro Alysson Muotri, na Universidade de San Diego, na Califórnia (EUA), publicada na capa da renomada revista “Cell”, em que conseguiu “curar” um neurônio “autista” em laboratório (se tiver curiosidade pelo assunto, leia minha entrevista exclusiva com Muotri em http://RevistaAutismo.com.br/muotri2010). Porém, o mais importante no meu argumento é o que o neurocientista percebeu de diferente morfologicamente entre os neurônios de autistas e o de pessoas com desenvolvimento típico (normais): seus núcleos eram menores, havia menos ramificações e faziam menos sinapses. Se essa informação da Thereza França, que faz referência à Psicanálise, estivesse correta, teríamos que admitir que essas variáveis ambientais, como exposição excessiva à TV causaria uma mudança morfológica nos neurônios. “Acredito que a mídia (principalmente a TV) tenha grande influência em nossa mente, mas não o bastante para tal.” Agora sem trocadilhos, não faz sentido para mim sua informação. Pois esta pesquisa que citei prova, contundentemente, o contrário. Não é possível nem sugerir ou dar entender uma relação causalidade para tal.
    É impossível, a quem sabe um pouco acerca de autismo, não fazer uma correlação entre a informação que você publicou aqui e o exaustivamente condenado conceito de “mãe geladeira”, de décadas atrás. A pesquisa de Muotri só jogou uma pá de cal nessa teoria (veja o próprio neurocientista dizendo isso no Jornal Nacional, em http://www.youtube.com/watch?v=EwMub68EUDk). E desse ponto de vista, seu texto pode tornar-se um desserviço a muitas pessoas, por isso sugiro uma reflexão maior e mais atenta a respeito do assunto, se possível, até mesmo um novo post. Sugiro mais, vá conviver um tempo com alguém que tenha autismo, com famílias afetadas pela síndrome, conheça suas histórias, e depois volte a fazer um texto. Tenho certeza que você, com a inteligência que demonstra ter, repensará seus conceitos e escreverá algo, a respeito de autismo, avesso às teorias de Lacan e companhia.
fonte: http://falecomigo.blogfolha.uol.com.br/2012/04/05/sobre-as-variaveis-ambientais-no-autismo/

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