quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Psicomotrocidade e o corpo

Psicomotricidade


A Psicomotricidade tem como objeto de estudo o indivíduo humano e suas relações com o corpo, sendo um encontro de múltiplas idéias, advindas das mais variadas ciências. As suas origens, vertentes e concepções trilham caminhos que nos levam à filosofia, biologia, psicanálise, entre outras áreas.
Conforme encontramos em Negrine (1995), três grandes vertentes para esta prática são descritas na literatura: a educação, a reeducação e a terapia. Para Aucouturrier citado por Negrine (1995), a psicomotricidade tem sua função até os sete ou oito anos.Partindo desta idade, deve-se mudar o tipo de atividade, através de vertentes variadas ou formas de expressão corporal.
Para Arnaiz (2003), a prática psicomotora deve ser entendida como um processo de ajuda que acompanha a criança em seu próprio percurso maturativo, que vai desde a expressividade motora e do movimento até o acesso a capacidade de decentração (p.13). Ainda acrescentamos à importância da globalidade referida pela autora, onde salienta a afetividade, a motricidade e o conhecimento como aspectos que irão evoluindo da globalidade a diferenciação, da dependência a autonomia, da impulsividade a reflexão (GARCIA OLALLA APUD ARNAIZ, 2003).

Método de Intervenção: A Proposta


A sessão de Psicomotricidade relacional tem uma hora de duração está organizada em três momentos: ritual de entrada, sessão propriamente dita e ritual de saída. No primeiro momento, as crianças sentam numa rodinha e são feitas as combinações do que pode ou não pode fazer (exemplo: pode brincar do que quiserem, não pode machucar o colega). Na sessão propriamente dita, potencializa-se jogos a partir dos materiais que são oferecidos. Para encerrar, no ritual de saída, a criança é incentivada a verbalizar ou demonstrar (no caso de autista não verbal) o que realizou na sessão.
O terapeuta corporal, para intervir, deve estar preparado, não apenas para propor, mas para perceber todas as modulações tônicas do outro, para atender sua demanda, para ser um companheiro que está ali, para ajudá-lo a superar as dificuldades com as quais se depara. Por exemplo, ao tentar realizar algo que requer destreza, o que ainda não possui.
Na ação terapêutica, o papel do profissional é de ajuda e de provocação. De ajuda ao estarmos disponíveis para estender a mão, em várias situações, dizendo: “vem, eu te ajudo”; “tu podes”; “agarra minha mão, que vais conseguir”.

 

Espaço Físico


A terapia psicomotora relacional para crianças portadoras de Autismo desenvolve-se no ginásio de Universidade Luterana do Brasil, campi Canoas. Também participam do grupo, crianças com outras Síndromes e outras, que não apresentam dificuldades no desenvolvimento.

Materiais


Materiais como: bolas de “bubet”, almofadas, colchonetes, aros, cordas, colchões, telas (tecidos para provocar arrastes), sacos e espelho estiveram presentes na maioria das sessões. Eventualmente, as crianças do projeto descobriam outros materiais que havia numa sala contígua, como: tinta e latas com cordão. Mas quando havia a descoberta era permitido que utilizassem aquele material, uma vez que eles proporcionavam significativas experiências para algumas crianças do programa.
A utilização dos recursos materiais que fomos introduzindo, ou aqueles utilizados de improviso, era incentivada, através das provocações dos facilitadores, ou das crianças que sinalizam, de alguma maneira, seus interesses. A decisão era tomada em conjunto: observadores e demais facilitadores. Há outros materiais que também vamos inserindo no trabalho, como: cordas, aros coloridos, tecidos de tamanho grande, bancos de madeira, espaldar, caixa de disfarce (roupas de adultos, fantasias, máscaras), caixa de brinquedos (com materiais figurativos, em função das limitações destas crianças, para simbolizar).
Os materiais para representação, como: papéis, lápis colorido, giz de cera, argila, também faziam parte dos recursos, colocados à disposição dos participantes. Costumava-se estimular o uso desse material, no final da sessão, para provocar realizações de trabalhos representativos.
Os recursos materiais são oferecidos em cada encontro, respeitada a atividade espontânea da criança. Lapierre descreve o uso destes materiais com reserva, evitando a caracterização destes recursos como receita, na aplicação de um programa de exercícios (Lapierre et al., 1987). Concordamos com esta afirmativa, salientando que os materiais são importantes instrumentos na construção da terapia psicomotora, o que nos motivou a pesquisar suas diferentes funções para diferentes crianças autistas.

PARADIGMA DO ESTUDO E METODOLOGIA


A definição metodológica a ser adotada, ao desenharmos um projeto de investigação, é um dos aspectos que merece muita atenção e cuidado. Esta tarefa pressupõe que se busque uma estreita e adequada relação entre a escolha do paradigma, e o que se pretende estudar.
Entendemos que a prática terapêutica no âmbito da Psicomotricidade Relacional, está orientada para questões que necessitam observação, experimentação e descrição dos comportamentos que dizem respeito às crianças portadoras de necessidades educativas especiais.
Nesta perspectiva, para investigar a criança autista no espaço terapêutico corporal, com ênfase na utilização dos materiais, desenhamos a pesquisa centrada no modelo interpretativo de corte qualitativo.

PARTICIPANTES DO ESTUDO


Os participantes alvos de nossa investigação são crianças com Síndrome de Autismo de Kanner. Foram selecionadas, para participar da pesquisa, crianças com diagnóstico de “Autismo” de graus leve a moderado e severo. Embora tenhamos mais casos para serem apresentados, optamos, nesse momento, por dois relatos, em razão da ampla quantidade de informações e do formato desta apresentação.
NASCIMENTO
GÊNERO
INÍCIO/ATENDIMENTO
Rohe
21/10/89
Masculino
25/03/98
Theo
06/11/94
Masculino
13/09/99

 

DESCRIÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DAS INFORMAÇÕES.


Com o objetivo de descrever, analisar e discutir o presente estudo, analisaremos aspectos que ofereceram uma melhor compreensão de cada caso, através dos Materiais disponibilizados, como mediadores da evolução de processos mentais.
O destaque que damos aos materiais sustenta-se num dos temas que se constitui o núcleo da estrutura teórica de Vygotski, ou seja, a crença no método genético evolutivo (1), a tese de que os processos psicológicos superiores têm sua origem nos processos sociais (2) e a tese de que os processos mentais somente podem ser entendidos mediante a compreensão dos instrumentos e signos que atuam como mediadores (3).
Os materiais disponibilizados devem ser entendidos no estudo como instrumentos que serviram de mediadores, seja para observar como operavam os processos mentais dos participantes do estudo, seja para verificar suas evoluções.A partir de uma intervenção pedagógica-terapêutica, que utilizou a estratégia lúdica, disponibilizando objetos e materiais de jogo, pudemos observar aspectos relevantes do comportamento dos participantes em relação a essa variável, fundamentalmente por se tratar de crianças autistas.
No caso de Rohe, pudemos verificar que há um crescente envolvimento do menino com os materiais disponíveis na sessão, desde a mera manipulação autística destes objetos, até a exploração criativa dos mesmos.
A corda, por exemplo, tinha várias funções nas sessões. Servia para amarrar, puxar os participantes, caminhar sobre ela, oportunizando sensações diferentes ao tocá-la com os pés. Também servia para aproximar e afastar as crianças na medida certa em que cada um suportasse o toque corporal do outro, sem que arriscassem retraimentos ou sentimentos confusos, comuns nas crianças autistas.
O contato corporal e o estímulo tátil são situações de muito sofrimento para alguns autistas. Rohe não necessitou durante muito tempo da intermediação dos materiais para esses contatos. Grandin (1999) nos oferece alguns depoimentos sobre a maneira como sentia falta do toque corporal:

“Nossos corpos pedem o contato humano, mas quando esse contato se estabelece, nós nos retraímos, porque nos provoca dor e confusão. Foi só quando já tinha quase chegado aos trintas anos que eu consegui trocar apertos de mão com as pessoas ou olhar diretamente em seus olhos” (p.38).

Os materiais não tinham a mesma função para todos os participantes da pesquisa. Theo, em vários encontros, fez uso desses recursos para deitar-se ou apoiar seu corpo sobre os mesmos. Estava-se deitado sobre um colchão ou apoiado sobre uma bola de bubet, o facilitador interferia, procurando demonstrar outras maneiras de utilizar estes materiais. Também analisamos a importância que teve a corda, para Rohe, ao ser utilizada como instrumento de aproximação entre ele e um facilitador da sessão. Aparentemente, esta brincadeira poderia ser vista como apenas um exercício de correr amarrado com o profissional, entretanto, com a continuidade destas propostas, poderíamos questionar a possibilidade deste exercício ter conteúdo de um jogo simbólico, por exemplo, o faz-de-conta de ser um cavalo amarrado e correndo.
O espaldar para Rohe, tem sido utilizado para subir nos degraus, jogar-se do alto sobre uma pilha de colchões, emitindo gritos e sorrisos. O plinto servia para subir, contar até três e se jogar sobre os colchões, ‘fingindo nadar’ sobre eles.
Salientamos o destaque que se pode fazer com um determinado objeto ou material. Por exemplo, um “plinto” sugere que se suba e dele se salte; um espaldar, que se suba e se desça. Tarefas que requerem estratégias mentais de realização. No caso do salto, pudemos perceber a dificuldade que as crianças tiveram para realizar tal tarefa sem ajuda, uma vez que envolve um impulso, uma passagem área como se fosse uma perdida do corpo no espaço e uma caída. A capacidade para realizar essa atividade somente foi conseguida após longo trajeto de ajuda do facilitador, ora saltando junto, tendo as mãos dadas, ora estimulando-os, oferecendo uma das mãos como apoio até que conseguissem realizá-la sozinhos.

ASPECTOS CONCLUSIVOS

Através das observações seletivas que realizamos, ficamos com maior convicção de que o diagnóstico que a criança autista possui não é um ponto final, mas a certeza de que podemos intervir e contribuir para o seu desenvolvimento de acordo com as suas possibilidades e dificuldades apresentadas pela síndrome.
Esta questão ficou bem definida ao verificarmos que as crianças da investigação aceitaram as provocações dos facilitadores e entraram nas atividades propostas também de maneira espontânea. Gradativamente, fomos acompanhando relações que se estabeleceram entre as crianças e os materiais, e que os materiais favoreceram a aproximação entre elas e os facilitadores, entre elas e o grupo e na relação consigo mesmas.
Em determinadas situações, ficou-nos evidenciado que as atividades realizadas não eram meras repetições mecânicas; demonstravam intenção, desenvolvimento e satisfação. Havia, ali, marca de criatividade.
Quando conseguiam realizar alguma atividade, como balançar-se em uma corda, saltar de um banco, subir em um espaldar com ajuda dos facilitadores, também havia demonstração de prazer e, ousaríamos dizer, de vitória por terem conseguido, mesmo com ajuda do outro.

Podemos observar que estes materiais podem servir de uma maneira para um grupo de crianças, e de outra maneira para outro grupo. Este fato reforça nossa convicção de que não podemos fazer uma lista destes recursos, e sairmos “receitando-os” sem um estudo individualizado, para determinado grupo ou criança. Os cuidados para a escolha e utilização dos recursos materiais são de importância vital para dar continuidade às sessões e favorecer o desenvolvimento de cada criança participante.

Psicomotricidade e autismo

  • Alguns dos sintomas relacionados à Síndrome são: hiperatividade, curto tempo de atenção, impulsividade, agressividade com os outros e consigo e agitação psicomotora. A questão da atenção, segundo Gauderer et al (ibid), está relacionada com um erro de seletividade. Os autistas teriam uma incapacidade de modular ou sintonizar entradas sensoriais. Alguns autistas têm respostas extremas aos estímulos sensoriais, tais como hipersensibilidade ao toque, som, luz, textura de certos materiais, sensações proprioceptivas ou vestibulares devido a mudanças de posição e fascinação por certos estímulos visuais e auditivos. Podem mostrar falta de interesse por objetos como o chocalho, o móbile do berço ou no próprio movimento destes, mas reagir de modo exagerado a sons como buzina, campainha ou telefone. Não se sabe ao certo o porquê, mas a maioria dos sintomas já referidos, a partir do quarto ou quinto ano de vida, diminui em intensidade, principalmente em relação às reações exacerbadas por estímulos sensoriais e alterações do movimento. Distúrbios do sono e alimentares também são comuns. Muitas crianças rejeitam certos tipos de alimentos, principalmente os sólidos, pelo fato de não quererem mastigar. É muito comum estas crianças ingerirem, durante muitos anos, comida passada no liquidificador, a não ser que ocorra uma intervenção direta para modificar este comportamento. Medo excessivo em situações corriqueiras e perda do medo em situações de risco, também são freqüentes. Moraes (1999) destaca, em seu estudo, que estes sintomas inespecíficos, apesar de não fazerem parte dos critérios diagnósticos primários, são os que mais trazem problemas para a família e a equipe
  • 6. terapêutica, fazendo com que as crianças, muitas vezes, tenham que ser medicadas com psicotrópicos, para um melhor controle desses comportamentos. O corpo para a psicomotricidade e no autismo: A criança autista tem dificuldades de se apropriar de seu corpo, de entender e administrar sentimentos e emoções, que irão refletir, principalmente, no seu relacional e, conseqüentemente, no seu aprendizado. Segundo Franco Boscaini (1985, p.149), “o corpo é a síntese dos modos de ser do indivíduo... o corpo é matéria, mas também é psique, emoções, linguagem, história, presente, passado e futuro”. Para a Psicomotricidade, o corpo é o meio pelo qual o indivíduo se exprime, fala de si. Levin (2001) diz que o sujeito fala através de seu corpo, das variações tônico-motoras, do movimento, dos gestos e do esquema corporal. Falar de corpo requer, imprescindivelmente, fazer referências a parâmetros psicomotores como Esquema e Imagem Corporal. O esquema corporal é a percepção geral e diferenciada que se tem do corpo, percepção esta que, segundo Boscaini, seria fruto das informações sensoriais, exteroceptivas e, sobretudo, proprioceptivas, integradas ao nível do córtex cerebral, originadas tanto por uma atividade estática como por outra cinética ou mesmo tônica. Como aponta Mousinho (2002), Soubiran (1975) considera o esquema corporal como a resultante de uma consciência do corpo acrescida de sentido espacial e suas atitudes, o que permite uma identificação das possibilidades desse corpo quanto aos seus movimentos e ações. O que fundamenta, portanto, o esquema corporal, ainda segundo esta autora, “é a reciprocidade entre o corpo próprio e o espaço que o cerca” (SOUBIRAN, 1975, apud Mousinho, 2002, p. 115). Levin aponta que o esquema corporal é a própria idéia que se faz do corpo e que, assim, apresenta caráter mutável, evolutivo, sujeito ao passar do tempo. Mousinho, em seu trabalho, também faz referência a Murcia (1991) que define o esquema corporal segundo uma visão mais funcional na qual supor-se-ia uma estrutura de integração dos setores sensoriais com os motores, perceptível através do movimento. Fainberg (1982) também entende que com o desenvolvimento cognitivo e a maturação da percepção a criança irá adquirir a consciência do próprio corpo. A respeito das percepções e conhecimento do corpo, Braga (1995) se apóia nos estudos de Shilder (1980) que identifica uma possível associação entre o desenvolvimento sensório-motor e o próprio desenvolvimento do esquema corporal. Levin afirma que o esquema corporal se constrói na evolução do desenvolvimento psicomotor da criança. Tanto Soubiran quanto Murcia, citados anteriormente, sinalizam a importância da relação com o outro e com o meio. De acordo com Fainberg, desde o início, no período da simbiose com o outro, a criança faz a diferença da pessoa que cuida dela e do estranho. Em seguida, através da imitação, a criança se descobrirá como ela mesma. O outro terá papel fundamental na evolução do conhecimento do corpo, servindo inclusive de espelho. A criança terá no corpo do outro a imagem do pré-conhecimento de si mesma. Nas palavras de Dolto (1985, p. 63): “no início, a criança se constrói simbolicamente com outrem. Certamente, a função mamífera biológica do ser humano também existe, mas é totalmente marcada pela linguagem...”. Mousinho (2002, p. 115) considera que, “a imagem corporal é o conjunto de atitudes, percepções e representações que a pessoa tem do seu corpo em relação ao conjunto de experiências que ela vivenciou. A imagem do corpo é, portanto, um conceito diretamente influenciado pela história do sujeito, sendo construída a partir de sua experiência pessoal”. Boscaini coloca que é a troca contínua entre mãe e filho, desde o nível tônico-emotivo até o uso do símbolo e da linguagem verbal, que favorece e constrói a imagem corporal. Segundo o autor, é o corpo com todas as suas experiências sensório-motoras, conscientes e inconscientes, racionais ou imaginadas e desejadas que será o alicerce para a construção e organização do esquema e da imagem corporal. Para Boscaini, é necessário um corpo que sintetize o presente, o passado e o futuro. Dolto (1986, apud Levin, 2001) preconiza que o esquema corporal se diferencia da imagem do corpo por ser especificador do indivíduo enquanto representante da espécie, independente de sua época ou das condições em que vive, enquanto que a imagem do corpo está ligada ao sujeito e sua história, sendo própria de cada um.
  • 7. Como foi visto, o conhecimento do corpo como um todo, depende invariavelmente da relação com o meio e com as pessoas e a funcionalidade deste corpo está diretamente ligada ao conhecimento dele. Então, se o autista tem defasagens em seu relacional, como estará seu corpo? O autista não tem a noção de totalidade do seu corpo, ele lhe parece fragmentado, o que torna difícil a integração do esquema corporal e, conseqüentemente, a estruturação da imagem do corpo. Segundo Soubiran (1975, apud Mousinho, 2002, p. 117), a adaptação no espaço é facilitada pela boa percepção do esquema corporal em seus planos dinâmico e estático. O primeiro plano é a consciência das possibilidades e dos limites práxicos, enquanto que o segundo é relativo ao conhecimento do corpo. A autora considera o ser humano um corpo determinado em um espaço e tempo determinados. Mousinho (2002, p. 117) afirma que “a percepção do espaço é o resultado da integração de múltiplos estímulos, sendo o canal visual preponderante por meio de dois sistemas: localizador e identificador. A audição nos informa sobre as fontes sonoras e nos indica a direção dos acontecimentos. O tato possui uma função de grande importância no desenvolvimento da percepção do espaço, pois ele nos permite reconhecer as características morfológicas e físicas do corpo e do meio de informações táteis (principalmente das mãos) e da preensão. Além disso, os dados proprioceptivos nos informam sobre a posição do nosso corpo e sobre nossas atitudes”. Em Mousinho lê-se um relato no qual Leboyer (1985) descreve a constatação de Ornitz e Ritvo de que a reação às percepções sensoriais da criança autista pode ser excessiva (hiper-reação) ou atenuada (hipo-reação) e produzível através de qualquer órgão dos sentidos (p. 115). Mousinho diz ainda que, Lovaas e Schreibman (apud Leboyer, 1985) criaram o conceito de estímulo hiperseletivo. Este conceito seria para especificar uma incapacidade dos autistas de integrarem ou filtrarem diferentes estímulos sensoriais que estivessem presentes ao mesmo tempo. Desta forma, para que eles sejam capazes de responder a um estímulo sensorial, é preciso que este esteja isolado de outros. Segundo a autora, Schopler (apud Ritvo e Laxer, 1983) considera que os autistas têm preferência pelo tato, olfato e paladar, que são percepções de ‘proximidade’, em comparação às percepções ‘distantes’ audição e visão. Como fazer, então, para que a criança autista possa “trabalhar” suas percepções sensoriais a ponto que fiquem equilibradas para que possam propiciar, junto com outros aspectos, a integração do esquema corporal e a consciência de seu corpo, a fim de que possa utilizá-lo de modo organizado, melhorando sua qualidade de vida? Trabalhando através da estimulação sensorial: A psicomotricidade irá trabalhar no autismo, principalmente, no investimento do corpo para propiciar a tomada de consciência dele. Com isto, será possível um maior controle dos atos motores e na coordenação gestual do cotidiano, o que facilitará uma melhor relação com o meio em que vive e com as pessoas que o cercam. “No momento em que temos gestos não investidos, um corpo apenas objeto, que está a serviço de alguma coisa, mas que não se conhece, se ele não possui seu próprio esquema, trata-se de um corpo que não pode ser bem vivido e que não pode ser operacional” (SOUBIRAN, 1986, p. 85). Para que o objetivo da psicomotricidade perante o autismo seja atingido, ou seja, para que se possa propiciar ao autista uma maneira confortável de viver no mundo e de ser eficiente, é preciso “dar” contorno ao seu corpo, para que ele possa ter a compreensão do que a ele pertence e do espaço, dos objetos e das pessoas que o cercam. É preciso um trabalho onde a criança autista possa viver e sentir seu corpo, tirando-a dos estereótipos e incentivando-a a descobrir seu próprio movimento. O objetivo não é moldá- -la, mas oferecer à criança instrumentos que estimulem o seu desenvolvimento através do prazer de viver seu corpo nas mais variáveis relações. É importante ressaltar que antes de iniciar qualquer tipo de trabalho, independente da queixa da criança, deve-se estabelecer um vínculo e um tipo de comunicação que irão permitir o desenvolvimento deste. Diversos pesquisadores pontuam que, no caso das crianças autistas, a conquista do vínculo e da comunicação torna-se um pouco mais complexa, pelo fato de que, muitas vezes, o autista está centrado em si, não abrindo espaço para novas relações. Fala-se muitas vezes, pois não é em todos os casos que isto ocorre. Algumas crianças autistas tomam a iniciativa da comunicação, seja ela através de gestos, do olhar ou até mesmo da fala. Nos casos em que isso não acontece, alguns autores consideram como ponto de partida a imitação. Esta seria em relação aos movimentos repetitivos e estereotipados. Acreditam que a partir da imitação destes movimentos irão fazer-se perceber diante da criança autista, podendo, então, iniciar um processo
  • 8. de significar o movimento estereotipado, transformando-o num gesto intencional. “(...) a aproximação que tentei foi justamente através daquilo que ela olhava, suas mãos. Comecei a incluir as minhas mãos nos seus olhos imitando seus movimentos e suas reações tônico-motoras. Assim, Marina começava a ver as minhas mãos do mesmo modo que via as suas. (...) Em certo momento, ela me lançou um olhar e encontrei os seus olhos por um instante. Instante no qual coloquei palavras em relação ao seu olhar, ao rosto e ao diálogo que neste cruzamento de olhares era engendrado situando aí um dizer mais além dos olhos, da ação de ver (...)” (LEVIN, 2001, p. 205). O ser humano se comunica por intermédio da fala e pelo corpo nas trocas não-verbais: posturas, atitudes, gestos, olhares, etc. Experiências sensório-motoras: Após o estabelecimento do vínculo, baseado na confiança, é possível o início do trabalho. Este deve partir de experiências sensório-motoras, a fim de aumentar sua relação com o mundo, já que o contato com os outros através do toque ou do olhar é inicialmente difícil. Villard (1984, apud Mousinho, 2002) acredita que as experiências sensoriais e motoras, juntamente com a relaxação, propostas pela psicomotricidade, reforçam os limites do corpo, mal definidos na criança autista. Acrescenta que é necessário, primeiramente, oferecer o suporte das fronteiras do corpo, para depois fazê-la compreender o interior e o exterior. Uma proposta que, às vezes, dá um pouco de medo, mas que é bastante prazerosa é rolar no chão. As crianças gostam e ao mesmo tempo têm todas as partes do corpo passando pelo chão. É ótimo nos casos em que o contato físico com o outro, ainda causa desconforto. O corpo é todo contornado sem que haja “invasão de espaço”. Arrastar de frente ou de costas também gera resultados positivos e agradáveis. O olhar: Em conjunto com as experiências sensório-motoras é fundamental manter uma relação através do olhar. O olhar irá permitir que o terapeuta perceba todos os sinais, por mais imperceptíveis que sejam, que a criança irá enviar. Estes sinais são importantíssimos na percepção do estado tônico-emocional da criança. O olhar do terapeuta, além de observador, deverá estar em constante busca do encontro do olhar da criança, para que a partir deste momento, sejam facilitadas novas vias de contato. Através do olhar, o psicomotricista saberá o que agrada e o que incomoda, ou então o que parece ser indiferente, além de ser um excelente meio de estabelecer vínculo. Quando a criança é olhada sem medo nem preconceito, ela passa a ter confiança no terapeuta, permitindo uma aproximação. Gustavo1 era um menino de nove anos. Por ser muito grande e forte, intimidava as pessoas que lidavam com ele. Com isto, se aproveitava da situação para não fazer o que lhe era pedido. No início, a psicomotricista também se sentia amedrontada, pelas histórias de agressão que lhe foram contadas. Percebendo o medo, Gustavo a assustava, testando até aonde ela suportaria. Passada a fase inicial, a psicomotricista passou a olhá-lo sem medo e, ao mesmo tempo, sem julgá-lo. Aos poucos, Gustavo notou que ela estava ali para ajudá-lo. O olhar, permeado de ternura e acolhimento, fez com que, aos poucos, Gustavo se aproximasse e deixasse que ela o tocasse. O toque: Como diz Mousinho, a pele é a área sensorial mais extensa do corpo, sendo assim, o mais rico dos receptores. A pele é a zona de fronteira entre o interior e o exterior do corpo. Anzieu (1985, apud Mousinho, 2002) fala sobre as modalidades sensoriais compreendidas no sistema somestésico. Estas modalidades seriam as sensações de pressão, vibração, dor, temperatura e toque. A psicomotricidade também irá trabalhar com o autista através do contato corporal, explorando as diferentes variações do toque, do mais sutil ao mais forte. Normalmente, os toques mais fortes são preferidos pelos autistas. É importante ressaltar o cuidado que se deve ter ao tocar uma criança, autista ou não. O toque muito sutil pode erotizar ao invés de fazer perceber o corpo. 1 Gustavo é o nome fictício de um menino autista grave de nove anos, que não falava, apenas emitia sons. O trabalho foi realizado em uma escola especializada, localizada na cidade do Rio de Janeiro. Foi interrompido devido a saída da criança da escola.
  • 9. O toque tem diversas funções dentro do trabalho psicomotor. Além de dar contorno ao corpo, suas variações possibilitam, aos poucos, uma maior aceitação, por parte da criança autista, das sensações proporcionadas. Voltando ao caso de Gustavo, após sua aproximação, a psicomotricista, tentando um contato, pediu que ele lhe desse a mão. Olhando diretamente nos olhos, Gustavo estendeu sua mão e deu um sorriso. A terapeuta fez um carinho suave em sua mão, mostrando que o aceitava e que estava ali para ajudá-lo. Alguns minutos após, Gustavo abaixou a cabeça, oferecendo-a para a terapeuta, quase deitando em seu colo. É fundamental ressaltar, que o toque estava todo o tempo acompanhado do contato ocular. O autista percebe o toque de maneiras diferenciadas e não necessariamente coerentes. Para exemplificar, cita-se parte do caso de Donna Williams (1992), encontrado em Mousinho (2002, p. 117) “Donna Williams considerava o contato físico como algo esmagador, pois havia medo de perder a diferença entre ela e o outro. Em oposição, ela permitia que outras pessoas a penteassem e fizessem cócegas nos pés e antebraços. Segundo Williams, isso possibilitava a ela a experimentação do prazer físico, mesmo que de forma primitiva”. Alguns toques podem ser desagradáveis, enquanto outros podem oferecer segurança e conforto, com isto são necessárias algumas adaptações. Grandin (2002, p. 38), em sua autobiografia, escreve sobre o estímulo tátil e suas sensações. A seguir um trecho de seu relato: “(...) O estímulo táctil, para mim e para muitas crianças autistas, é uma situação em que só podemos perder. Nossos corpos pedem o contato humano, mas quando esse contato se estabelece, nós nos retraímos, porque nos provoca dor e confusão (...) Quando eu era criança, porém, como não tinha nenhum recurso mágico que me consolasse, costumava me enrolar num cobertor, ou me cobrir com as almofadas do sofá, para satisfazer meu desejo de estímulo tátil...”. O contato, tão importante para delimitar o corpo do autista, não precisa ser físico, como foi visto no relato de Grandin. Pode, num primeiro momento, ser feito com lençóis, cobertores, rolos de espuma, etc. Nesta situação, qualquer tipo de material é válido na busca de uma textura que seja suportável para a criança autista. Com o passar do tempo, dever-se-á incluir o contato físico, a fim de ajudar na estruturação de sua unidade corporal e de tornar sua relação com os outros mais próxima e agradável possível. A voz: Aucouturier (1984) diz que a voz é a única sensação de origem exteroceptiva que chega à criança in útero. A criança, quando nasce, é capaz de reconhecer a voz de sua mãe, antes mesmo de reconhecer seu rosto, através do ritmo e da melodia. Segundo Aucouturier, “o ritmo e a tonalidade da linguagem que exprimem as tensões afetivas e emocionais vividas pelo outro em seu corpo são percebidos pela criança bem antes de seu conteúdo propriamente semântico”. Partindo deste princípio, pode-se pensar no mediador importantíssimo que é a voz. Quando se lida com as crianças autistas, muitas vezes, tem-se a sensação (no caso daquelas que não se comunicam verbalmente) de se estar falando em vão. Refletindo um pouco sobre esta situação, deve-se questionar se realmente fala-se em vão. Talvez, as palavras não estejam sendo compreendidas semanticamente, mas isto não quer dizer que nenhuma mensagem esteja sendo passada. Os tipos de entonação da voz, do ritmo e do volume utilizados serão fatores fundamentais na percepção da mensagem. Gustavo, citado anteriormente, quando não queria fazer algo, colocava as mãos nos ouvidos e emitia sons, igual a uma criança “birrenta”. Era necessário avaliar a situação para saber calar ou falar de forma mais enérgica. A criança, independente de sua patologia, capta sentimentos e emoções que são passados através da voz. A voz, por sua vez, estará em sintonia com o estado tônico-emocional do indivíduo. Por exemplo, se o indivíduo estiver agitado, sua respiração estará mais acelerada, seu tônus aumentado e, por mais que se tente disfarçar, a voz estará modificada e, conseqüentemente, a fala mais exaltada. O mesmo ocorre no sentido oposto. É fundamental que o terapeuta tenha consciência do seu estado tônico-emocional para que, na hora da atuação junto à criança, não transpasse seus próprios problemas. Caso contrário, a voz em vez de grande aliada, passará a ser um instrumento de distanciamento não adequado. Precisa-se utilizar a voz para estabelecimento de vínculo com a criança. Mousinho (2002) diz que o envelope sonoro é um excelente meio de contato e uma forma de dar segurança e que particularmente com autistas, a voz falada ou cantada acalma.
  • 10. É importante iniciar uma aproximação pela voz, mesmo que seja apenas pedindo permissão para tal. Deve-se sempre ter em mente que, ainda que a criança não responda verbalmente, ela dá indícios de suas vontades. É necessário falar à criança todas as intenções e esperar sua reação positiva ou negativa, pois sempre haverá alguma. Considerações finais: O trabalho com crianças autistas é fascinante. Por um lado, é extremamente difícil e demorado, já que se precisa descobrir a melhor via de acesso para que se possa comunicar. É um processo de intensa observação e cuidado para não se perder os pequenos sinais emitidos, tampouco invadir um território sem permissão. Cabe lembrar, que por mais debilitadas que estas crianças possam estar, são indivíduos com vontades e desejos expressos que devem ser respeitados. Muitas vezes, na tentativa de ajudar acaba-se por ultrapassar um limite, não considerando a postura do outro. Por outro lado, é muito gratificante, quando se percebe singelas mudanças em seu comportamento, que irão, aos poucos, possibilitar uma melhora na qualidade de vida. O trabalho com autistas é permeado de muitas conquistas e novas descobertas a cada instante. As respostas obtidas dão esperança e incentivo, que são fatores fundamentais em qualquer abordagem terapêutica. Optou-se pela estimulação sensorial, por não se acreditar num trabalho de condicionamento que não os prepara para a vida social e sim os restringe ao âmbito familiar. Convém ressaltar que todo o processo terapêutico deve incluir os familiares para que se possa ter um trabalho integral e de qualidade. Orientar a família em relação à patologia e ao tratamento proposto torna-se fundamental e é imprescindível conscientizar os familiares quanto a sua atuação, como parte integrante e importante do tratamento. Para que o trabalho seja completo e apresente bons resultados é necessária a colaboração de todas as pessoas envolvidas com a criança, atuando num mesmo propósito, o de ajudar as crianças a conviverem melhor consigo mesmas, com os outros e com o meio que as cercam, para que todos sejam mais felizes. Bibliografia: ACCIOLY, M. C. C. Autismo: informações básicas. 1999. Apostila apresentada no I Encontro de amigos e parentes do autista, realizado no Instituto Fernandes Figueira em 19 de julho de 2003. AJURIAGUERRA, J. Manual de Psiquiatria Infantil. 2a ed. Tradução: Paulo Cesar Geraldes e Sônia Regina Pacheco Alves. São Paulo: Atheneu, 1973. 952 p. ISBN 85-85005-05-X AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 4th edition. Washington: American Psychiatric Press, 1994. AUCOUTURIER, B. e LAPIERRE, A. Bruno: Psicomotricidade e Terapia. 2ª ed. Tradução: Alceu Edir Fillman. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989. 80 p. _________________________________. Fantasmas Corporais e a prática psicomotora. Tradução: Regina Soares e Silva e Sônia Artin Machado. São Paulo: Manole, 1984. 139 p. _________________________________. Os contrastes e a descoberta das noções fundamentais. 2a ed. Tradução: Sônia Artin Machado. São Paulo: Manole, 1985. 236 p.
  • 11. BOSCAINI, F. Qual identidade corpórea na psicomotricidade? Revista do corpo e da linguagem, Rio de Janeiro, VIII ed., p.129-153, março 1985. BRAGA, L. S. O ato psicomotor em cena. Monografia apresentada para a conclusão do curso de graduação em Psicomotricidade. Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação, Rio de Janeiro, 1995. 49 p. COSTE, J.C. A psicomotricidade. 2ª ed. Tradução: Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1981. 96 p. FAINBERG, J. Esquema Corporal. Revista do corpo e da linguagem, Rio de Janeiro, n.1, p. 5-11, Jul. 1982. FAY, W. H. Autismo Infantil in BISHOP e MOGFORD e col. Desenvolvimento da linguagem em circunstâncias excepcionais. Tradução: Mônica Patrão Lomba e Leão Lankszner. Rio de Janeiro: Revinter, 2002. p. 261-279. ISBN 85-7309-560-1 GAUDERER, E. C. Perguntas e respostas sobre o autismo in LIPPI, J. R. S. e CRUZ, A. R. (Org) Psiquiatria Infantil: estudo multidisciplinar. Belo Horizonte: ABENEPI, 1987. p.109-113. GRANDIN, T. e SCARIANO, M. Uma menina estranha: autobiografia de uma autista. Tradução: Sérgio Flaksman. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. 193 p. ISBN 85-7164-963-4 LAPIERRE, A. A educação psicomotora na escola maternal – Uma experiência com os “pequeninos”. Tradução: Ligia Elizabeth Henk. São Paulo: Manole, 1989. 102 p. ____________ O corpo. Revista do corpo e da linguagem, Rio de Janeiro, I, Jun 1983. ____________ e LAPIERRE, A. O adulto diante da criança de 0 a 3 anos. Relação Psicomotora e formação da personalidade.Uma experiência vivida na creche. Tradução: Maria Ermantina Galvão Gomes Pereira. São Paulo: Manole, 1987. 153 p. LE CAMUS, J. O corpo em discussão: da reeducação psicomotora às terapias de mediação corporal. Tradução: Jeny Wolff. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986. 164 p. LEVIN, E. A clínica psicomotora: o corpo na linguagem. 4a ed. Tradução: Julieta Jerusalinsky. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2001. 341 p. ISBN 85-326-1544-9.
  • 12. LEVIN, E. A infância em cena: constituição do sujeito e desenvolvimento psicomotor. 3a ed. Tradução: Lúcia Endlich Orth e Ephraim Ferreira Alves. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2001. 285 p. ISBN 85-326-1825-1. LÓPEZ, A L. L. Reflexões sobre o Autismo Infantil in FERREIRA, C. A. M. (Org) Psicomotricidade: da educação infantil à gerontologia. Teoria e Prática. São Paulo: Lovise, 2000. p. 135-137. MESIBOV, G. B. & SHEA, V. A cultura do Autismo: do entendimento teórico à prática educacional. Net, Tradução: Marialice de Castro Vatavuk, São Paulo, (s/d). Disponível em: http://www.ama.org.br/cultaut.htm Acesso em: 12 maio 2003 MORAES, C. Questionário de avaliação do comportamento autista (CACS-27): descrição do instrumento e apresentação de dados de validade e confiabilidade. 1999. Dissertação de Mestrado. Orientadora: Lidia Straus. Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas. Campinas, São Paulo, 1999. 130 p. MOUSINHO, R. O corpo no(s) Autismo(s) in FERREIRA, C. A. M. e THOMPSON, R. (Org) Imagem e Esquema Corporal: Uma visão transdisciplinar. São Paulo: Lovise, 2002. p. 111-120. ORNITZ, E. M., RITVO, E. R., GAUDERER, E. C. Autismo. Revisão crítica da literatura in LIPPI, J. R. S. e CRUZ, A. R. (Org) Psiquiatria Infantil: estudo multidisciplinar. Belo Horizonte: ABENEPI, 1987. p. 113-134. RODRIGUES, C. N. V. C. Autismo Infantil. Net, (s/d). Disponível em: http://www.drgate.com.br/artigos/textos/to/to_autismo.htm Acesso em: 13 nov. 2003 SCHWARTZMAN, J. S., ASSUMPÇÃO JR. e col. Autismo Infantil. São Paulo: Memnon, 1995. 285 p. ISBN 85-85462-12-4. SOUBIRAN, G. Falando do corpo e sobre o corpo – Plenária II. Revista do corpo e da linguagem, Rio de Janeiro, V. IV, n. 12, p. 73-136, mar. 1986. TUSTIN, F. Autismo e Psicose Infantil. Tradução: Isabel Casson. Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda, 1975. 208 p. VECCHIATO, M. Psicomotricidade Relacional e Terapia. Tradução: William Lagos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989. 107 p.

domingo, 29 de janeiro de 2012

O Gluten pode estar te matando

O Glúten pode estar te matando!

Achei esta matéria muito esclarecedora e bateu logo a vontade de traduzir e passar a informação em português. Espero que vocês gostem!

Original no link:

http://www.huffingtonpost.com/dr-mark-hyman/gluten-what-you-dont-know_b_379089.html
Algo que você está comendo pode estar matando você, e você provavelmente não sabe mesmo!

Se você comer cheeseburgers ou batatas fritas todo o tempo ou beber seis refrigerantes por dia, você provavelmente sabe que está encurtando sua vida. Mas comer uma agradável, crocante e escura fatia de pão integral - como pode ser ruim para você?

Bem, o pão contém glúten, uma proteína encontrada no trigo, cevada, centeio, espelta, kamut e aveia. Ele está escondido em pizzas, massas, pão, wraps, salgadinhos e na maioria dos alimentos processados. Claramente, o glúten é um problema na dieta americana.

O que a maioria das pessoas não sabem é que o glúten pode causar sérias complicações de saúde para muitos. Você pode estar em risco, mesmo se você não tem doença celíaca desenvolvida.

Na postagem de hoje eu quero revelar a verdade sobre o glúten, explicar os perigos, e fornecê-lo com um sistema simples que irá ajudá-lo a determinar se o glúten é ou não um problema para você.

Os perigos do glúten

Um estudo grande e recente no Journal of the American Medical Association constatou que as pessoas com doença celíaca diagnosticada, não diagnosticada, e "latente" ou sensibilidade ao glúten tinha um maior risco de morte, principalmente de doenças cardíacas e câncer. (I)

Este estudo analisou quase 30,00 pacientes 1969-2008 e examinou mortes em três grupos: aqueles com doença celíaca diagnosticada, aqueles com inflamação do intestino, mas sem diagnóstico de doença celíaca, e aqueles com doença celíaca latente ou sensibilidade ao glúten (anticorpos ao glúten elevado, mas biópsia intestinal negativa).

Os resultados foram dramáticos. Houve um aumento de 39 por cento no risco de morte em pacientes com doença celíaca, 72 por cento aumentaram o risco em pacientes com inflamação intestinal relacionada ao glúten, e 35 por cento aumentaram o risco em pessoas com sensibilidade ao glúten, mas sem doença celíaca.

Este pesquisa é pioneira e prova que você não precisa ter doença celíaca com uma biópsia intestinal positiva (que é o pensamento convencional dos médicos) para ter sérios problemas de saúde e complicações - até mesmo a morte - por comer glúten .

No entanto, estima-se que 99 por cento de pessoas que têm problema em comer glúten nem sequer sabem disso. Eles atribuem a sua doença ou sintomas a alguma outra coisa - e não a sensibilidade ao glúten, que é 100 por cento curável.

E aqui está uma notícia mais chocante ...

Outro estudo comparando o sangue de 10.000 pessoas de 50 anos atrás, para 10.000 pessoas de hoje constatou que a incidência de diagnóstico de doença celíaca aumentou 400 por cento (anticorpos elevados TTG) durante esse período de tempo. (Ii) Se vimos um aumento de 400 por cento em doenças cardíacas ou câncer, isso seria manchete. Mas não ouvimos quase nada sobre isso. Vou explicar o que eu acho sobre este aumento. Primeiro, vamos explorar o custo econômico dessa epidemia oculta.

Problemas com glúten não diagnosticados custam uma fortuna ao sistema americano de saúde. Dr. Peter Green, professor de Clínica Médica do Colégio de Médicos e Cirurgiões da Universidade de Columbia estudou todos os 10 milhões de assinantes do CIGNA e descobriu que aqueles que foram corretamente diagnosticados com a doença celíaca, usaram menos os serviços médicos e reduziram os seus custos de cuidados de saúde em mais de 30 por cento . (Iii) O problema é que apenas um por cento das pessoas com o problema foram realmente diagnosticadas. Isso significa que 99 por cento estão andando por aí sofrendo sem saber, custando ao sistema de saúde milhões de dólares.

E não é apenas alguns que sofrem, mas milhões. Muito mais pessoas tem sensibilidade ao glúten do que você pensa - especialmente aqueles que são doentes crônicos. A forma mais grave de alergia ao glúten, doença celíaca, afeta uma em cada 100 pessoas, ou três milhões de americanos, a maioria deles não sabem que eles têm. Mas as formas mais leves de sensibilidade ao glúten são ainda mais comuns e podem afetar até um terço da população americana.

Por que você não ouvimos falar muito sobre isso?

Bem, na verdade você tem, mas você simplesmente não percebe isso. A doença celíaca e sensibilidade ao glúten é mascarada como dezenas e dezenas de outras doenças com nomes diferentes.

Sensibilidade ao glúten: Uma Causa, muitas doenças

Um artigo de revisão no The New England Journal of Medicine listou 55 "doenças" que podem ser causadas pela ingestão de glúten. (Iv) Estas incluem a osteoporose, doença do intestino irritável, doença inflamatória do intestino, anemia, câncer, fadiga, aftas, (v) e artrite reumatóide, lúpus, esclerose múltipla, e quase todas as outras doenças auto-imunes. Glúten também está ligado a muitas doenças psiquiátricas (vi) e neurológicas, incluindo ansiedade, depressão, (vii) a esquizofrenia, (viii) a demência, (ix) a enxaqueca, epilepsia e neuropatia (danos nos nervos). (X) Ele também tem sido associado ao autismo. (Ix)

Nós costumávamos pensar que os problemas com glúten ou doença celíaca fossem confinados às crianças que tivessem diarreia, perda de peso e déficit de crescimento. Agora nós sabemos que você pode ser velho, gordo e constipado e ainda assim ter a doença celíaca ou sensibilidade ao glúten.

Sensibilidade ao glúten é realmente uma doença auto-imune que cria a inflamação por todo o corpo, com amplos efeitos em todos os sistemas orgânicos, incluindo o cérebro, coração, articulações, trato digestivo, e muito mais. Pode ser a única causa por trás de muitas diferentes "doenças". Para corrigir essas doenças, é preciso tratar a causa - que muitas vezes é sensibilidade ao glúten - não apenas os sintomas.

Claro, isso não significa que todos os casos de depressão ou doença auto-imune o qualquer um desses outros problemas são causados
​​pelo glúten em todos - mas é importante olhar para ele se você tem alguma doença crônica.


Ao não identificar a sensibilidade ao glúten e doença celíaca, criamos sofrimento desnecessário e morte para milhões de americanos. Problemas de saúde causados
​​por sensibilidade ao glúten não podem ser tratados com a melhor medicação. Eles só podem ser resolvidos através da eliminação de 100 por cento do glúten de sua dieta.

A pergunta que fica é: Por que estamos tão sensíveis a este ítem indispensável de nossa dieta?


Há muitas razões ...

Eles incluem a nossa falta de adaptação genética para gramíneas, e particularmente glúten, em nossa dieta. O trigo foi introduzido na Europa durante a Idade Média, e 30 por cento das pessoas de ascendência européia têm o gene para a doença celíaca (HLA DQ2 ou HLA DQ8), (xii) o que aumenta a suscetibilidade a problemas de saúde de comer glúten.

Cepas americanas de trigo tem um teor de glúten muito maior (que é necessário para fazer pães leves fofos e bagels gigantes) do que as tradicionalmente encontradas na Europa. Este super-glúten foi recentemente introduzido no nosso suprimento de alimentos agrícolas e agora tem "infectado" quase todas as variedades de trigo nos Estados Unidos.

Para descobrir se você é um dos milhões de pessoas que sofrem de uma sensibilidade ao glúten não identificada, basta seguir este procedimento simples.

A dieta de eliminação / Reintrodução
Embora exames possam ajudar a identificar a sensibilidade ao glúten, a única maneira garantida para saber se este é realmente um problema para você é eliminar todos os produtos com glúten por um curto período de tempo (2-4 semanas) e ver como se sente. Livrar-se dos seguintes alimentos:

• O glúten (centeio, cevada, aveia, espelta, kamut, trigo, triticale -. Www.celiac.com para ver uma lista completa de alimentos que contêm glúten, bem como fontes muitas vezes surpreendentes e escondidas de glúten)

• Fontes escondidas (misturas de sopa, saladas, molhos, bem como batom, algumas vitaminas, medicamentos, selos e envelopes que você tem que lamber, e até mesmo massinha e modelar.)

Para este teste funcionar, você deve eliminar 100 por cento do glúten de sua dieta - sem exceções, sem glúten escondido, e nem uma migalha de pão.

Depois coma-o novamente e veja o que acontece. Se você se sentir mal em tudo, você precisa ficar fora de glúten de forma permanente. Isso vai lhe ensinar melhor do que qualquer teste sobre como o glúten tem impacto sobre seu corpo.

Mas se você ainda estiver interessado em testar, aqui estão algumas coisas para manter em mente.

Testes de sensibilidade ao glúten ou doença celíaca

Existem testes de alergia ao glúten / doença celíaca que estão disponíveis através de alguns laboratórios. Todos estes testes ajudam a identificar várias formas de alergia ou sensibilidade ao glúten ou trigo. Eles vão olhar para:

• IgA anti-gliadina

• IgG anti-gliadina

• IgA anti-endomísio

• anticorpos transglutaminase tecidual (IgA e IgG em casos questionáveis)

• Total de anticorpos IgA

• HLA DQ2 e DQ8 genotipagem para a doença celíaca (usado ocasionalmente para detectar susceptibilidade genética).

• biópsia intestinal (raramente necessária se os anticorpos ao glúten são positivos - com base na minha interpretação do estudo recente)

Quando você começar estes testes, há algumas coisas para manter em mente.

Sob a luz das novas pesquisas sobre os perigos da sensibilidade ao glúten, sem doença celíaca plena, considero qualquer elevação de anticorpos significativa e digna de uma prova de eliminação de glúten. Muitos médicos consideram anti-gliadina elevada, na ausência de uma biópsia intestinal positiva, que os danos são "falsos positivos". Isso significa que o teste parece positivo, mas realmente não é significativo.

Não podemos mais dizer isso. Positivo é positivo e, como acontece com todas as doenças, há um continuum de doença, da sensibilidade ao glúten leve a doença celíaca plena. Se seus anticorpos estão elevados, você deve parar com o glúten e testar para ver se ele está levando a seus problemas de saúde.

Então agora você vê - aquele pedaço de pão não pode ser tão saudável depois de tudo! Siga os conselhos que eu compartilhei com vocês hoje para saber se o glúten pode ser a causa oculta de seus problemas de saúde. Simplesmente eliminar este substância insidiosa de sua dieta, pode ajudar você a atingir saúde vibrante ao longo da vida.

Isso é tudo por hoje. Agora eu gostaria de ouvir de você ...

Você é um dos milhões que têm sido levados a acreditar que o glúten é perfeitamente seguro para comer?

Como os alimentos que contêm glúten parecem afetá-lo?

Que dicas você pode compartilhar com outras pessoas sobre a eliminação de glúten de sua dieta?

Por favor, deixe-me saber a sua opinião postando um comentário abaixo.

Para a sua saúde boa,

Mark Hyman, MD


Referências

(I) Ludvigsson JF, Montgomery SM, Ekbom A, Brandt L, Granath F. histopatologia pequeno-intestinal e risco de mortalidade na doença celíaca. JAMA. 2009 16 de setembro; 302 (11) :1171-8.

(Ii) Rubio-Tapia A, Kyle RA, Kaplan EL, Johnson DR, Page W, F Erdtmann, Brantner TL, Kim WR, Phelps TK, Lahr BD, Zinsmeister AR, Melton LJ 3, Murray JA. Aumento da prevalência e mortalidade da doença celíaca não diagnosticada. Gastroenterologia. 2009 Jul; 137 (1) :88-93

(Iii) Verde PH, Neugut AI, Naiyer AJ, Edwards ZC, Gabinelle S, Chinburapa V. Benefícios econômicos de diagnóstico aumentado de doença celíaca em um nacional conseguiu atendimento da população nos Estados Unidos.
J Med Insur. 2008; 40 (3-4) :218-28.

(Iv) Farrell RJ, Kelly CP. Doença celíaca. N Engl J Med. 2002 Jan 17; 346 (3) :180-8. Revisão.

(V) Sedghizadeh PP, Shuler CF, Allen CM, Beck FM, Kalmar JR.
A doença celíaca e estomatites recorrentes: um relatório e revisão da literatura. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2002; 94 (4) :474-478.

(Vi) Margutti P, Delunardo F, auto-anticorpos Ortona E. associados com transtornos psiquiátricos. Curr Neurovasc Res. Maio de 2006, 3 (2) :149-57. Revisão.

(Vii) Ludvigsson JF, Reutfors J, U Osby, Ekbom A, Montgomery SM. Celíaca doença e risco de transtornos do humor - um estudo de coorte de base populacional geral. J Affect Disord. 2007 Apr; 99 (1-3) :117-26. Epub 2006 06 de outubro.

(Viii) Ludvigsson JF, Osby U, Ekbom A, Montgomery SM. Celíaca doença e risco de esquizofrenia e psicose outros: um estudo de coorte população em geral.
Scand J Gastroenterol. 2007 fev; 42 (2) :179-85.

(Ix) Hu WT, Murray JA, Greenaway MC, Parisi JE, Josephs KA.
Declínio cognitivo e doença celíaca. Arch Neurol. 2006 Oct; 63 (10) :1440-6.

(X) Bushara KO. Neurológica apresentação da doença celíaca. Gastroenterologia. 2005 Apr; 128 (4 Suppl 1): S92-7. Revisão.

(Xi) Millward C, Ferriter M, S Calver, Connell-Jones G. glúten - e caseína dietas livres para o transtorno do espectro autista. Cochrane Database Syst Rev. 2004; (2): CD003498. Revisão.

(Xii) PH Green, Jabri B. A doença celíaca. Lancet. 2003 02 de agosto; 362 (9381) :383-91. Revisão.
http://dietasgsc.blogspot.com/search?updated-min=2011-01-01T00:00:00-02:00&updated-max=2012-01-01T00:00:00-02:00&max-results=50

A importância do Suco Vivo

Desde a semana passada eu tenho encontrado a minha amiga fonoaudióloga, Ignez Lopes de Carvalho, em Búzios, para trabalharmos as técnicas de Kinesiologia Aplicada e Neural Organization Technique.

É um trabalho extremamente interessante. A Specialized Kinesiology, trata o indivíduo, como um ser único, que traz manifestações de desordens físicas, químicas, emocionais e comportamentais, alcançando o indivíduo integralmente, lidando com as causas da desordem e partindo do princípio que uma manifestação, indica que há um ser em desordem; músculos, órgãos, pele, sistema nervoso, emoções, interagindo em um ambiente.

Cada circunstância física conhecida ao homem envolve a desorganização do sistema nervoso como nível causal. Conseqüentemente, um dos tratamentos preliminares em corrigir toda a circunstância seria corrigir e reorganizar o sistema nervoso usando esta técnica antes de continuar com uma outra modalidade.
O corpo é organizado funcionalmente em quatro sistemas primordiais de sobrevivência: a alimentação, a luta e fuga, a reprodução e o sistema imunitário. Todas as atividades fisiológicas, neurológicas, vegetativas e cognitivas devem funcionar dentro ou através destes sistemas de sobrevivência de uma maneira organizada e integrada.
Para que o corpo sobreviva, estes sistemas devem estar organizados funcionalmente primeiramente e depois integrados e sincronizados um com o outro. Esta organização se manifesta com a função integrada do sistema nervoso central. Vários tipos do esforços que incluem físicos, emocionais, químicos, ou o traumático ambientais podem, e muitas vezes interferem, com a função harmoniosa e organizada destes sistemas reflexos e finalmente do sistema nervoso central propriamente.
A Técnica de Organização Neural é um protocolo de tratamento não invasivo e projetado para reconhecer algumas das desorganizações que podem ser encontradas dentro dos programas neurais destes sistemas primordiais de sobrevivência danificado ou comprometido de alguma maneira. Os protocolos de tratamento são projetados então para organizar ou reorganizar especificamente um sistema nervoso central desorganizado.
Um rompimento destes processos naturais previamente sincronizados causará uma mudança no campo eletromagnético em várias partes do corpo. Esta mudança do campo eletromagnético pode então ser medida, analisada e tratada. O equilíbrio é restaurado por combinações de ativação dos sistemas reflexos conhecidos, os meridianos da acupunctura, os eixos dos músculos, a energia magnética, o realinhamento dos ossos cranianos e espinais e a nutrição adequada para o controle destes sistemas. A razão do sucesso deste protocolo de tratamento é o reconhecimento da necessidade de organização e  integração específicas de todos os sistemas dentro do corpo.
A nutrição adequada é a peça chave do tratamento. Nada de glúten, leite, corantes, químicos e principalmente açúcar de qualquer tipo. Açúcar trava os ossos do crânio.
Passamos o dia todo lá e Ignez prioriza muito o suco vivo por sua fácil digestibilidade e assimilação de nutrientes. Quanto mais suco vivo, melhor!
O suco vivo é a base da alimentação crudívera e leva este nome por não conter água, apenas o líquido dos vegetais e folhas que são utilizados.
Independente de tudo isso, o suco vivo é uma excelente opção para as dificuldades alimentares de nossas crianças. Se seu filho é como o meu Maurício que é chatinho pra comer, mas bebe qualquer coisa que é uma beleza, sem reclamar, esta é a solução para os seus problemas :)
Muitas pessoas, como as minhas amigas Karlinha Coelho e Luiza Sarkis, acostumaram suas crianças ao suco com doses homeopáticas, servidas em copinhos plásticos de café. Hoje mais acostumadas, bebem uma boa quantidade e rapidamente.
Mauricio não come nenhum legume ou verdura, mas bebe em forma de suco o que deixa sua alimentação até mais saudável, pois não passa por nenhum processo de cozimento diminuindo os nutrientes. Este suco pode ser dado não só no desjejum, mas a qualquer hora do dia. Além de ser um excelente desintoxicante, é altamente nutritivo. Karlinha e Luiza fizeram um post maravilhoso sobre todas as qualidades deste suco aqui!
O Blog "Segunda Versão" da Andrea Nunes, tem um ótimo passo-a-passo do suco. Vou colocar apenas as observações de alterações que faço.

Suco Vivo:

Você vai precisar de:

- 1 maçã ou suco de maçã orgânico, as vezes uso acerola (a fruta agrega sabor)


- 1 pepino (pode ser dispensado se usar o suco. O pepino é para gerar líquído)

- 2 folhas de couve ou mais (ou qualquer folha que tenha disponível: de cenoura, de nabo, rabanetes, couve-flor...)

- 1 punhado de grama de trigo (é riquíssima em clorofila e não tem glúten) que pode ser substituída por outra folha

- 1 cenoura (ou inhame, batata-doce ou outra raiz ou legume)

É importante que seja tudo orgânico! Este suco varia muito, pois como todos os ingredientes são orgânicos, depende do que achamos disponível para compra.





- 1 punhado de sementes germinadas* (deixe de molho na água por 8 horas, escorra e deixe numa peneira sobre uma vasilha para aparar o líquido por mais oito horas, lavando de vez em quando para manter a umidade e haver a germinação). Repare nos narizinhos que saem da semente. Aqui minhas amigas ensinam bem como germinar os grãos.
Mas eu uso a peneira mesmo, apoiada em uma vasilha para aparar o líquido e coberta com outra peneira para proteger de insetos. As sementes de girassol germinam bem fácil e rapidamente!



Então você leva a maçã ao liquidificador e usa a função "pulsar", depois acrescenta o pepino, que é sempre usado, a maçã para dar sabor e o pepino para dar o líquido necessário, "pulsa" novamente. Se usar suco de maçã orgânico, já haverá líquido o suficiente.


Acrescente as folhas:


... a cenoura, ou beterraba, ou outra raíz qualquer...




... acrescente as sementes, germinadas, sempre!




Então você bate bem todos os ingredientes, fica um líquido bem grosso, dependendo do tipo do seu liquidificador pode precisar de ajuda para bater. Pulsando primeiro a maçã e o pepino picados e ir acrescentanto os restantes dos ingredientes aos poucos não força o liquidificador, porque você não pode acrescentar água.


Tudo bem batidinho é hora de coar, para isso use um pedaço de voal ou fralda de pano de bebê.


Você precisa apertar e torcer bem o suco, para retirar o liquido.


No final deverá sobrar apenas o "bagaço".


Depois é só se deliciar!!

Importante:
Eu comprei uma centrífuga para fazer estes sucos. Não tenho paciência para todo este processo e a centrífuga economiza um pouco mais de tempo. Hoje é um equipamento barato, vale a pena. Mas atenção: as sementes germinadas não são aproveitadas na centrífuga, vão inteiras para o dispensor, então não use-as. Duas cenouras e um inhame são suficientes para gerar o líquido do suco.

As sementes de girassol eu aproveito para fazer um leite que ensinarei depois aqui no blog :)

A kinesiologia aplicada e a técnica de organização neural.

Por que a Fonoaudiologia ainda está de fora?
Texto da Ignez de Carvalho 
Autora: Ignez Lopes de Carvalho, SK
Transtorno Invasivo, Dislexia, Distúrbio de Aprendizagem, da Cognição, Linguagem, Humor, do Comportamento, Instabilidade Emocional...
Há anos definimos nomes que possam relacionar o quanto ou quais as condições estão afetadas. Desenvolvemos exercícios, tentamos drogas, lidamos com frustrações; nossas, da família e dos próprios pacientes. Se melhoras obtemos, e alguns dos afetados chegam a alcançar sucesso, a despeito de seus problemas, o que temos conseguido, tem sido com muito esforço e sofrimento.
A questão: não vínhamos realmente lidado com a integração e organização específica do sistema nervoso central, mas somente com as manifestações deste, seja lidando com os distúrbios ditos “mais simples”, ou quando lidamos com os considerados “mais complexos” como os chamados Transtornos Invasivos.
Em 1964, Califórnia, USA, Dr. George Goodheart, descobre que através de uma modificação da aplicação do teste muscular desenvolvido pelos Kendall’s, podia diagnosticar os desequilíbrios físicos, químicos e emocionais. O TESTE MUSCULAR, como feito na Kinesiology, avalia o tônus e não a força muscular, o que nos dá um feed-back diretamente do Sistema Nervoso, e a possibilidade de identificar com mais precisão, a melhor correção para cada condição individual, pois a resposta é dada pelo próprio corpo. Essa é a modalidade básica para exame e tratamento através do Balanceamento Muscular.
À utilização dos pontos reflexos; neurolinfáticos-Chapman/1930, neurovasculares-Bennet/ 1930, pontos de acupuntura, vieram se somando as técnicas de correção. A descoberta da interligação dos músculos com órgãos e meridianos de acupuntura, e a correlação de emoções específicas com cada músculo/ órgão/ sistema, ampliou muito a qualidade dos resultados obtidos, num trabalho diferenciado, baseado num novo paradigma, que o Dr. George Goodheart nomeia como Applied Kinesiology.
Com o objetivo de estender esses recursos para que as pessoas pudessem se manter em melhores condições de saúde, organizam cursos abertos as pessoas ditas leigas, embasada no aprendizado do teste muscular preciso e correção por pontos reflexos. Surge o Instituto “Touch for Health”, que empresta seu nome por algum tempo à técnica quando utilizada por profissionais não médicos. Profissionais da reabilitaçao utilizam o TESTE MUSCULAR como recurso diagnóstico, criam-se novos institutos, e hoje, somado a inúmeras técnicas de correção, não há mais divisão, a denominação para qualquer profissional que utilize a nova técnica, é Specialized Kinesiologist.
A Specialized Kinesiology, trata o indivíduo, como um ser único, que traz manifestações de desordens físicas, químicas, emocionais e comportamentais, alcando o indivíduo integralmente, lidando com as causas da desordem. Uma manifestação, indica que há um ser em desordem; músculos, órgãos, pele, sistema nervoso, emoções, interagindo em um ambiente, ou como denominamos em nosso Instituto “desbalanceada”.
Dr. Carl Ferreri, (NY) descobre que, a despeito de todas as novas conquistas e resultados, muitas vezes é necessário se reestabelecer a estrutura neural original, e surge a N.O.T. - Neural Organization Téchnique, que se integra como mais um recursos de grande volor para a Specialized Kinesiology. Testes musculares ainda mais específicos e localizações de terapia da NOT, demonstraram que os processos e distúrbios de ordem percepto/ cognitivo/ motor, compreensiva ou expressiva, e manifestações adjacentes, seja espacial, temporal, de equilíbrio, atenção, humor, comportamento, etc., repousam ou estão associados a desorganização dos músculos e ossos craniais, por reação reflexa do sistema de defesa dural, parte do sistema reflexo primário de sobrevivência de luta e fuga, que tem sua estrutura neural reflexa partindo dos músculos mastigatórios.
Essas desordens podem surgir à partir de acidentes, com ou sem traumatismo aparente, incluindo os de parto, químicos (medicação, vacina, inseticida), ou um stress emocional grande (que faz o sistema reagir como se estivesse em situação de ameaça).
Após 20 anos de pesquisas, comprovações e correções efetivas para recuperação da maioria dos casos com os quais lidamos, evidências já estão estabelecidas, encontrando-se uma associação de determinados desequilíbrios cranio-neurais específicos a determinadas sindromes. Exemplos:
- A dislexia tem sempre associada um descenso do osso esfenóide do lado esquerdo, logicamente ascenso do lado direito. A despeito de todas as desorganizações que vão acontecendo à medida que aumenta o processo de defesa dural, a dislexia só se estabelece quando o esfenóide inclina e se fixa nesta posição.
- Os transtornos ditos de ordem invasiva, um descenso parietal bi-lateral.
- Desordens de expressão verbal - atresia de palato.
-As desordens de cintura pélvica, repousam sua real causa no que o NOT denomina de cintura pélvica cranial, estruturas de ATM e basoesfenóide.
- A desorganização do sistema reflexo de postura e marcha e endireitamento de cabeça (GAIT) está sempre presente em qualquer destes casos, etc. As alterações craniais se instalam por
As alterações craniais se instalam por conseqüências de ordem muscular e as manifestações são por ordem de compressão encefálica, de ATM e basoesfenóide.
- A desorganização do sistema reflexo de postura e marcha e endireitamento de cabeça (GAIT) está sempre presente em qualquer destes casos, etc.
- As alterações craniais se instalam por conseqüências de ordem muscular e as manifestações são por ordem de compressão encefálica.
AONDE ESTAMOS? PARA ONDE VAMOS?
No programa “Fantástico” da rede Globo de televisão, de 31/01/99, em uma reportagem sobre violência nos jovens pergunta; O que faz com que jovens da classe média apelem para resolver casos banais com violência? O N.O.T. responderia: Descenso direito de esfenóide - eles não podem processar suas próprias emoções, eles não conseguem processar as informações emocionais. Muitas dessas pessoas são chamadas “sugar frecks”, (desespera dos por açúcar), uma espécie de reação alérgica que provoca o descenso de esfenóide e parietal.
E MAIS. . .
Por mais que hoje nos esteja faltando novos conhecimento, sempre que um fonoaudiólogo é incorporado à uma equipe de reabilitação, é visível a mudança no percurso do paciente. Está claro hoje, que toda e qualquer recuperação, precisa partir da área na qual a fonoaudiologia trabalha, e que sem dúvida, não só precisamos ter alcance à esse trabalho, como nossa responsabilidade à partir deste enfoque aumenta muitíssimo.
Estas novas descobertas nos deixam responsabilidades em relação a um número de casos muito maior do que jamais pudemos imaginar. Um exemplo dos mais interessantes, é o da incontinência urinária: grande parte delas são causadas por relaxamento do soalho pélvico; mesmo as ditas em processo de menopausa, com “gotejamento” sob pressão intra-abdominal (tosse, espirro), hipotonia muscular infra-abdominal ditas por baixa de estrogênio. Em verdade, em muitos casos, esta síndrome repousa originariamente em atresia de maxilar e palato, resultante do reflexo de defesa dural, e desorganização do sistema de GAIT, pós traumatismos craniais, cabeçadas, chicotadas de pescoço ou stress. Tenho me deparado, eu, fonoaudióloga, com mulheres incontinentes, conscia de que agora, incontinência urinária de ordem mecânica, passa a ser também da minha responsabilidade de trabalho.
Da formação
As técnicas, cursos, institutos e profissionais, são avaliados, regulamentados e aprovados pelo IASK-International Association of Specialized Kinesiologists, que tem por base o conhecimento, domínio e qualidade da aplicação do teste muscular, e a equalização e inter-relação dos Institutos.
No Brasil, o Instituto Brasileiro do Balancemento Muscular®, maior Instituto da américa Latina a ensinar a Kinesiology, oferece cursos do próprio instituto, reconhecidos pelo IASK como Balanceamento Muscular® / Kinesiology e também técnicas desenvolvidas por outros institutos, como Biokinesiology, Neural Organization Techquinic, etc. de forma que hoje praticamente toda a formação pode ser feita sem que seja mais necessário que se saia do Brasil. O IBBM ainda traz pesquisadores do exterior, de forma a nos mantemos equalizados com o que se está fazendo de mais moderno no mundo.
Ao participar de qualquer curso da área da Specialized Kinesiology, ou ao lidar com um profissional, verifique os registros devidos e exija os certificados. Deverão ser sempre originais de cada Instituto coordenador da técnica, e aprovado pelo IASK.
Profissionais da áreas de saúde e reabilitação, pedagogos, já utilizam o Balanceamento Muscular e demais técnicas da Specialized Kinesiology, oferecendo a seus pacientes uma recuperação da saúde, bem-estar e consequentemente da auto-estima, mais rápida e objetiva. Por que o fonoaudiólogo ainda se mantém fora?
Pessoas ditas leigas, fazem os cursos básicos passando a se manter em melhores condições de saúde física e emocional, e muitos acabam por abraçar o trabalho fazendo a formação técnica, e têm conseguido resultados rápidos com as pessoas que atendem. Tenho visto crianças com distúrbios de aprendizagem abandonarem seus fonoaudiólogos por esses técnicos e alcançarem resultados melhores e mais rápido que jamais haviam alcançado, a despeito de vários anos de terapia fonoaudiológica. Por que nós fonoaudiólogos não estamos tendo acesso a esta atualização?

Identificar dislexia antes de entrar na escola | Agência FAPESP :: Revistas Científicas

Substituindo o Açúcar por xylitol

Substituíndo o açúcar por Xylitol

Substituindo o Açúcar por xylitol

Do blog da queria Cláudia Marcelino

http://dietasgsc.blogspot.com/2012/01/substituindo-o-acucar-por-xylitol.html

domingo, 29 de janeiro de 2012


Substituindo o Açúcar por xylitol



Há muitos textos na internet apontando para os malefícios do açúcar e com acesso a informações, muitas pessoas resolvem retirá-lo de sua dieta ou restringir seu consumo ao mínimo.
Para os que não apresentam restrições em relação a saúde, muitos decidem substituí-lo por opções mais saudáveis como: mel, açúcar mascavo ou néctar de agave.
Acontece que para muitos não é uma questão de opção, mas de sobrevivência e aí a coisa complica, pois esses substitutos mais comuns na verdade também são açúcares que promovem os mesmos efeitos do açúcar de cana e não podem ser ingeridos como nos casos dos diabéticos e alérgicos ou intolerantes a frutose.

Muitas crianças autistas que passam por avaliação médica de um médico DAN precisam retirar o açúcar de sua alimentação para poderem regularizar o intestino, a disbiose da flora intestinal e reação sistêmica a fungos e candidíase. Outras também após avaliação se descobrem alérgicas.

E é aí que para mim começam os momentos mais difíceis, pois a substituição do açúcar muda muito mais a textura e sabor dos alimentos do que qualquer outra substituição.
Na tentativa de retirar o açúcar da alimentação do meu filho, oferecer-lhe uma alternativa mais saudável e diminuir o meu consumo de açúcar, é que comecei a usar o xylitol.

Xylitol é um substituto natural do açúcar derivado e comercializado geralmente a partir da bétula ou do milho. Para os alérgicos a milho é interessante conhecer de onde o xylitol é proveniente.


Além de ser um adoçante natural, ele apresenta vários outros benefícios:

- Baixa caloria,  1 colher de chá tem cerca de 9 cal contra 15 cal do açúcar de cana;

- Não apresenta gosto residual como outros substitutos;

- Substitui o açúcar em igual quantidade o que proporciona maior praticidade nas receitas;

- A metabolização do xylitol não provoca impacto na liberação de insulina, sendo um substituto seguro para diabéticos, hiperglicêmicos e pessoas que sofrem de síndrome metabólica que apresentam desordens como: resistência a insulina, pressão alta e aumento de risco de obstruções coronarianas;

- Tem baixíssimo índice glicêmico;

- É um açúcar não fermentável e com isso não provoca cáries, pelo contrário, funciona como um preventivo de cáries muito utilizado em gomas de mascar, pastas de dente e sprays. Este benefício por si só já seria uma ótima indicação para autistas, mantendo uma boa saúde bucal e diminuindo infinitamente nossas dores de cabeça com idas ao dentista;

- Também apresenta ação inibidora contra bactérias na região da boca, nariz e ouvidos, prevenindo resfriados, sinusites, infecções respiratórias e otorrinolaringológicas;

- É um potente inibidor de bactérias, contribuindo para a regularização do equilíbrio da flora bacteriana;

- Trata a osteoporose e previne a perda de densidade óssea;

- É excelente substituto do açúcar em sorvetes, bolos, muffins e cremes.

Mas... como sempre nem tudo são flores...

- Xylitol tem um efeito laxativo forte e deve ser consumido com prudência, aumentando seu consumo bem aos poucos até adaptar-se;

- É caro e não está disponível largamente no mercado brasileiro como ocorre em países estrangeiros;

- Xylitol não cristaliza, então não produz biscoitos crocantes como os feitos com açúcar, ficam secos e levemente fofos. Como não cristaliza, também não produz caldas para a produção de pudins por exemplo;

- Como é um inibidor de fungos e bactérias, não é apropriado para a produção de pães, pois não alimenta o fermento biológico;

- Escurece mais as massas e é necessário diminuir a temperatura recomendada nas receitas.

- Não dissolve bem em líquidos.


Para os que tiverem interessados em tentar a substituição, pode ser encontrado nos seguintes locais:

- Farmácia Hahnemann SP;

- Farmácia Essentia SC;

- Na Pigmentos Brasil.