quarta-feira, 7 de março de 2012
História do Antônio Marcos
Queridos pais e mães,
outro dia no face uma companheira de luta postou o link da história que eu estou postando abaixo. É mais uma história de superação e inspieração para não deixarmos a peteca cair! Independetemente de ele ser pastor, ou de pertencer a essa ou àquela religião, o que se vê aqui é a superação.
O post da pessoa do face começava assim:
"eu fui na igreja um dia e tinha um pastor que sofreu paralisia cerebral qdo bb... Gente ele disse que andou com 15 anos e falou mais tarde ainda... Linda a história de superação... Hoje é formado em duas faculdades... ia na APAE, usava babador e mtas coisas.... E hoje tem uma vida... Como eu disse se a gente não acreditar de que vale lutar né"
Olha esse é o link que ele conta a sua história http://antoniomarcos.net/ web/ index.php?option=com_conten t&task=view&id=5&Itemid=6
A paz do Senhor Jesus Cristo!
outro dia no face uma companheira de luta postou o link da história que eu estou postando abaixo. É mais uma história de superação e inspieração para não deixarmos a peteca cair! Independetemente de ele ser pastor, ou de pertencer a essa ou àquela religião, o que se vê aqui é a superação.
O post da pessoa do face começava assim:
"eu fui na igreja um dia e tinha um pastor que sofreu paralisia cerebral qdo bb... Gente ele disse que andou com 15 anos e falou mais tarde ainda... Linda a história de superação... Hoje é formado em duas faculdades... ia na APAE, usava babador e mtas coisas.... E hoje tem uma vida... Como eu disse se a gente não acreditar de que vale lutar né"
Olha esse é o link que ele conta a sua história http://antoniomarcos.net/
A paz do Senhor Jesus Cristo!
Aqui
começa um pequeno relato da minha história. Meu nome é Antônio Marcos
Novais. Nasci em 13 de junho de 1972 na cidade de São João do Ivaí. Hoje
sou pastor , tenho 35 anos, mas, considero como se estivesse com 15
anos. Quero dizer que nasci com paralisia cerebral e, por decorrência
deste problema, fiquei totalmente paralítico, e toda a medicina
informava para meus pais que eu iria ficar aleijado e sem poder falar.
Só para os irmãos terem uma noção da minha vida - pois até aos 15 anos
de idade eu tinha a língua enrolada, os braços e as mãos sem
governabilidades, e minha perna esquerda era maior do que a direita mais
ou menos 05 (cinco) centímetros – e, vou muito mais além, o meu cérebro
não funcionava até aos 12 anos de idade, pois era como o de uma criança
de uma semana ou de um mês. Toda a medicina apostava que eu não iria
andar - muito menos falar - e, nem ter uma vida normal como as das
outras crianças. Meus pais, que não eram evangélicos - para piorar
minha situação – não acreditavam em um milagre de Deus para minha vida.
Um dia quando o meu avô – que não era cristão e não sabia o que era
milagre - chegou em casa e me viu arrastando com a barriga pelo chão,
começou a chorar e disse para minha mãe: “hoje, vou à cidade e vou
mandar fazer uma cadeira de rodas e um par de muletas para o meu neto”!
Neste momento, quando todos começaram a chorar, foi que minha avó
Lázara - cega de nascença dos dois olhos e hoje, já dorme no Senhor -
que conhecia a Jesus Cristo, foi para o seu quarto e começou a orar
por mim e - segundo relato de minha mãe - a única oração a qual ela
fazia era: “ Jesus! Cura o meu neto! Jesus! Quero ouvir meu neto
falar!” e, depois de alguns meses, comecei a andar e a segurar nas
cadeiras, começando a ficar de pé. Tudo isso, graças ao meu bom Deus,
que merece toda a honra e toda a glória!
Quando
eu tinha de 15 para 16 anos de idade, minha mãe resolveu me matricular
em uma escola pública. Neste período, ela começou a sofrer pressão da
sociedade local para que eu não fosse matriculado (queriam fazer um
abaixo-assinado e até processar minha mãe), pois, segundo eles
argumentavam, como uma criança toda anormal, que tinha pescoço e braços
moles, sem nenhum raciocínio, iria freqüentar uma escola junto com seus
filhos “normais”? Mas, mesmo assim, ela me colocou na escola, e
juntamente comigo, também foram meus quatro irmãos para começarmos numa
mesma classe. Na verdade, até aquele presente momento, eu não tinha
noção de nada e nem sabia que estava existindo. Colocaram-me numa sala
de aula com, mais ou menos, 45 alunos e, antes do término da aula, vi
quando uma grande luz chegou até a mim e me envolveu e, de dentro
daquela luz saiu uma voz que dizia: “ filho meu, estou hoje fazendo de
ti um grande homem. Estou te dando memória. Estou te dando equilíbrio
e, estou te trazendo da inexistência para a existência” - aquela voz
era nada mais, nada menos, do que a voz do meu Deus - e me disse
novamente: “ abre os teus olhos e olhe para a frente” e, - quando olhei
- vi somente uma mulher virada para o quadro negro e escrevendo sobre
ele, e naquela hora, quando olhei para o quadro - tudo o que ali
estava escrito - eu já sabia ler e escrever, e isto tudo, naquela
primeira manhã. Não querendo prolongar esse texto, mas, depois de dez
anos, estava entrando em uma Universidade, depois de disputar uma vaga
com mais de 4000 candidatos e Deus me deu a bênção de passar em nono
lugar!
Hoje, pela glória de Deus, sou Técnico
em Contabilidade e Técnico em Informática, e tudo o que sou, devo a
misericórdia do meu Deus! e estou cursando o curso de Direito
Sou,
também, Pastor e Conferencista e da Igreja Evangélica Assembléia de
Deus - Ministério Missões - da Cidade de Londrina, no Paraná, e estamos
pregando e louvando e testemunhando em todo o Brasil, dessas mui ricas
bênçãos que o grande Deus tem feito em nosso viver! A medicina se
assustou em me ver andando e falando, pois, segundo eles, o meu caso é o
numero 1 em todo o mundo!
Pais e Filhos fala sobre a Dieta SGSC
Dieta sem glúten e caseína pode ajudar autistas
Terça, 06 Março 2012 | Visto -
20
As
crianças com distúrbios do espetro do autismo podem beneficiar de uma
dieta sem glúten e caseína, sugere um estudo publicado no Nutritional
Neuroscience. Trabalhos anteriores têm demonstrado que as crianças com
distúrbios do espetro do autismo apresentam normalmente sintomas
gastrointestinais associados. Alguns especialistas têm sugerido que os
peptídeos derivados do glúten e da caseína podem causar uma resposta
imune nas crianças que sofrem deste tipo de distúrbio. Adicionalmente,
também tem sido proposto que estes peptídeos podem desencadear os
sintomas gastrointestinais e os problemas de comportamentos que afetam
estas crianças.
Neste estudo, os investigadores da Penn State College
of Medicine, nos EUA, contaram com a participação de 387 pais de
crianças com distúrbios do espetro do autismo os quais foram convidados a
preencher um questionário sobre os sintomas gastrointestinais dos
filhos, diagnósticos de alergias alimentares, suspeita de sensibilidade a
alguns nutrientes, assim como o grau de adesão dos filhos a uma dieta
sem glúten e caseína. O estudo revelou que as crianças que adotaram uma
dieta sem glúten e caseína apresentaram uma melhoria dos sintomas
gastrointestinais, bem como uma melhoria dos seus comportamentos
sociais, nomeadamente ao nível da linguagem, contato visual, atenção e
resposta social.
De acordo com uma das autoras do estudo, Laura Cousino
Klein, o autismo pode ser mais do que uma doença neurológica, podendo
envolver também o trato gastrointestinal e o sistema imunológico.
«Existem ligações fortes entre o sistema imunológico e o cérebro, que
são mediadas por múltiplos sintomas fisiológicos. A maioria dos
recetores da dor estão localizados no intestino, assim a adesão a uma
dieta sem glúten e caseína, reduz a inflamação e o desconforto que pode
alterar o processamento cerebral, tornando o organismo mais recetivo às
terapias contra os distúrbios do espetro do autismo», revelou, em
comunicado de imprensa, a investigadora.
Apesar de serem necessários mais estudos, «os nossos
resultados sugerem que uma dieta sem glúten e caseína pode ser benéfica
para algumas crianças com autismo», conclui Laura Cousino Klein.
Acrescentando que é possível que existam outras proteínas, como a soja,
que também apresentem efeitos prejudiciais para estas crianças.
segunda-feira, 5 de março de 2012
II Curso Internacional de Tratamentos Biomédicos para Autismo
II CURSO INTERNACIONAL DE TRATAMENTOS BIOMÉDICOS PARA AUTISMO E OUTROS TRANSTORNOS DO DESENVOLVIMENTO:
UM EVENTO PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE E ABERTO PARA PAIS COMO OUVINTES
|
INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES Autismo Infantil" - Fone: 55-(71) 3362-5310 Av. Luis Viana Fillho Nº. 1773, LJ. 59; Paralela - CEP. 41730-101; Salvador, Bahia, Brazil Internet: www.congressodeautismo.com.br E-Mail: autismoinfantil@gmail.com |
IPad ajudando autistas
↪ Garoto com autismo consegue ter seu bar-mitzvah graças ao iPad
Matthew,
um menino autista de 13 anos que tem dificuldades para ler, escrever e
falar frases completas, teve a possibilidade de realizar seu bar-mitzvah
graças a um iPad. Através dele, Matthew conseguiu gravar os nomes de
seus familiares, ajudando-o a se comunicar durante a cerimônia. E tem
gente que não acha o iPad revolucionário…
http://macmagazine.com.br/2012/03/05/%E2%86%AA-garoto-com-autismo-consegue-ter-seu-bar-mitzvah-gracas-ao-ipad/
“Depois de Leo passar cinco minutos com seu iPad”, conta Shannon Rosa,
mãe de Leo, “percebi que quaisquer opiniões de que [o iPad] não passava
de um iPod touch maior e mais frágil eram idióticas”. Com mais espaço
para Leo interagir facilmente, dado que o garoto não tem coordenação
motora fina bem desenvolvida, a tablet ofereceu justamente o que faltava
no iPod para tornar-se um brinquedo atraente e fácil de usar.
Um app como Stories2Learn (US$14; 5,4MB; requer o iOS 3.1.2 ou superior), com o qual é possível criar histórias personalizadas com imagens e narração, por exemplo, facilita bastante o processo de aprendizagem para portadores de autismo. Abaixo, veja como funciona o aplicativo (demonstrado pela irmã de Leo, já que o garoto adora repetir exaustivamente as falas da história):
Parece pouco, mas para a família Rosa chega a ser quase um milagre (a ponto de Shannon dizer que pode chegar a “erguer um pequeno altar para Steve Jobs no canto da sala”) e muitos educadores vêm notando claros progressos entre crianças expostas ao iPad. Por enquanto os relatos são positivos, mas ainda não há estudos científicos comprovando a eficácia do gadget e sempre há a chance de Leo deixar a tablet de lado, depois de um tempo.
Chega a ser estranho como um gadget que não foi concebido com pessoas com dificuldades especiais em mente (apesar de contar com uma vasta gama de opções em acessibilidade) pode ser mais acessível e apresentar resultados mais otimistas que máquinas de US$5 mil criadas com o autismo em foco. John Gruber tem uma opinião a respeito dos bons resultados que o iPad apresenta entre portadores desta síndrome: eliminar os intermediários na computação torna o uso de computadores bem mais acessível para pessoas com dificuldades de aprendizado. O que você faz na tela reage na tela — um detalhe, mas que faz uma diferença imensa.
Outro elemento importante, principalmente para as crianças que usam o iPad, é contado por Robert Hummel-Hudson, cuja filha Schuyler usa o Proloquo2Go (US$190; 222MB; requer o iOS 3.0 ou superior), um aplicativo de comunicação aumentada e alternativa (AAC), para expressar-se: “Ficou bastante claro que a Schuyler adora a forma como ela pode sair do mundo ‘típico’ (jogos, música, vídeos, etc.) para [AAC], e num aparelho que não anuncia que ela tem uma deficiência.”
Pelo visto, o iPad foi um daqueles #FAILs clássicos da história humana: ele errou a Lua, mas acertou uma estrela.
Apesar disso, histórias como a de Owen Cain, contada pelo New York Times, se repetem:
Nessas horas, quem se importa com uma porta USB a mais, saída HDMI ou acesso irrestrito ao sistema de arquivos do iOS? Só é uma pena que seguradoras ainda não financiam a aquisição de gadgets “comuns” (que não tenham finalidade especificamente médica), mesmo quando seu uso é prescrito por um profissional da saúde e eles custem muito menos que um aparelho criado especificamente para portadores de necessidades especiais
<iframe width="480" height="373" frameborder="0" scrolling="no" marginheight="0" marginwidth="0" id="nyt_video_player" title="New York Times Video - Embed Player" src="http://graphics8.nytimes.com/bcvideo/1.0/iframe/embed.html?videoId=1248069258198&playerType=embed"></iframe>
O aplicativo, chamado VerbalVictor, é uma ferramenta como o Proloquo2Go [US$190; 266MB]: ele usa sua interface para mostrar botões que acionam falas. Só que, por ter sido desenvolvido com uma das turmas em que o pai de Victor leciona na Universidade de Wake Forest e ter seu vocabulário gravado pelo próprio usuário, o VerbalVictor vai custar apenas US$10, quando for posto à venda em janeiro.
Somando o preço de um iPad ao de um app específico para comunicação assistida (mesmo alguns dos mais caros), o custo ainda sai apenas uma fração do investimento necessário em equipamentos criados única e especificamente para essa função. Por isso, é muito bom ver mais um aplicativo chegando para a seção de educação especial da App Store (sim, ela existe), especialmente conhecendo a história por trás da criação dele.
9 comentários postados
Atualizado: 05/03/2012 às 16:24 por Eduardo Marques
05/03/2012 às 15:27
Atualizado: 05/03/2012 às 16:24 por Eduardo Marques
05/03/2012 às 15:27
http://macmagazine.com.br/2012/03/05/%E2%86%AA-garoto-com-autismo-consegue-ter-seu-bar-mitzvah-gracas-ao-ipad/
Para crianças com autismo, iPad é verdadeiramente mágico e revolucionário
13 comentários postados
Atualizado: 13/08/2010 às 16:37 por Halex Pereira
13/08/2010 às 16:37
Destacado na página de notícias da Apple, um artigo da SF Weekly
prendeu minha atenção do começo ao fim: ele fala da história de Leo
Rosa, um garotinho com autismo, cuja família ganhou um iPad numa rifa da
escola. Apesar de já terem experimentado o iPod touch, os Rosa não
imaginavam que a tablet da Apple fosse muito mais que uma versão maior
do PMP.Atualizado: 13/08/2010 às 16:37 por Halex Pereira
13/08/2010 às 16:37
Um app como Stories2Learn (US$14; 5,4MB; requer o iOS 3.1.2 ou superior), com o qual é possível criar histórias personalizadas com imagens e narração, por exemplo, facilita bastante o processo de aprendizagem para portadores de autismo. Abaixo, veja como funciona o aplicativo (demonstrado pela irmã de Leo, já que o garoto adora repetir exaustivamente as falas da história):
Parece pouco, mas para a família Rosa chega a ser quase um milagre (a ponto de Shannon dizer que pode chegar a “erguer um pequeno altar para Steve Jobs no canto da sala”) e muitos educadores vêm notando claros progressos entre crianças expostas ao iPad. Por enquanto os relatos são positivos, mas ainda não há estudos científicos comprovando a eficácia do gadget e sempre há a chance de Leo deixar a tablet de lado, depois de um tempo.
Chega a ser estranho como um gadget que não foi concebido com pessoas com dificuldades especiais em mente (apesar de contar com uma vasta gama de opções em acessibilidade) pode ser mais acessível e apresentar resultados mais otimistas que máquinas de US$5 mil criadas com o autismo em foco. John Gruber tem uma opinião a respeito dos bons resultados que o iPad apresenta entre portadores desta síndrome: eliminar os intermediários na computação torna o uso de computadores bem mais acessível para pessoas com dificuldades de aprendizado. O que você faz na tela reage na tela — um detalhe, mas que faz uma diferença imensa.
Outro elemento importante, principalmente para as crianças que usam o iPad, é contado por Robert Hummel-Hudson, cuja filha Schuyler usa o Proloquo2Go (US$190; 222MB; requer o iOS 3.0 ou superior), um aplicativo de comunicação aumentada e alternativa (AAC), para expressar-se: “Ficou bastante claro que a Schuyler adora a forma como ela pode sair do mundo ‘típico’ (jogos, música, vídeos, etc.) para [AAC], e num aparelho que não anuncia que ela tem uma deficiência.”
Pelo visto, o iPad foi um daqueles #FAILs clássicos da história humana: ele errou a Lua, mas acertou uma estrela.
Vídeo: para algumas crianças com deficiências, o iPad é, de fato, mágico
9 comentários postados
Atualizado: 01/11/2010 às 18:10 por Halex Pereira
01/11/2010 às 18:10
A história pode soar repetitiva, afinal de contas não é a primeira vez que falamos de algo do tipo aqui,
mas reiteradamente ficamos perplexos como a tecnologia pode servir a
funções inesperadas. Pelo menos é o que eu acho: duvido muito que os
engenheiros e designers da Apple tenham feito o iPad pensando no quanto
ele seria útil para crianças com deficiências motoras.Atualizado: 01/11/2010 às 18:10 por Halex Pereira
01/11/2010 às 18:10
Apesar disso, histórias como a de Owen Cain, contada pelo New York Times, se repetem:
Reclamações sobre o uso de Flash, para o New York Times.
Portador
de uma deficiência motora grave, o garotinho depende de ajuda para
tudo. Entretanto, com um iPad, ele foi capaz de ler um livro (Alice for iPad)
sozinho pela primeira vez, virando as páginas virtuais apenas com o
mais tênue dos movimentos de sua mão. Usando um app como o Proloquo2Go,
ele pode comunicar ideias com apenas um toque — mas foi o teclado
virtual que permitiu a ele expressar um desejo próprio, não contido
nesse app: “Eu quero ser o Han Solo no Halloween”, escreveu o pequeno
geek. :-)Nessas horas, quem se importa com uma porta USB a mais, saída HDMI ou acesso irrestrito ao sistema de arquivos do iOS? Só é uma pena que seguradoras ainda não financiam a aquisição de gadgets “comuns” (que não tenham finalidade especificamente médica), mesmo quando seu uso é prescrito por um profissional da saúde e eles custem muito menos que um aparelho criado especificamente para portadores de necessidades especiais
<iframe width="480" height="373" frameborder="0" scrolling="no" marginheight="0" marginwidth="0" id="nyt_video_player" title="New York Times Video - Embed Player" src="http://graphics8.nytimes.com/bcvideo/1.0/iframe/embed.html?videoId=1248069258198&playerType=embed"></iframe>
Mais uma história de superação envolvendo crianças com necessidades especiais e o iPad
5 comentários postados
Atualizado: 27/12/2010 às 18:52 por Halex Pereira
27/12/2010 às 16:36
O
iPad tem se mostrado uma ferramenta fabulosa na vida de crianças com
necessidades especiais, como já ficou claro pelas histórias de Leo Rosa e Owen Cain, que já comentamos aqui. Aqui está mais uma, contada pelo Huffington Post: Victor Pauca, portador da síndrome de Pitt Hopkins, ganhou neste Natal um app de iPad que seu próprio pai, Paul, criou para ajudá-lo a se comunicar.Atualizado: 27/12/2010 às 18:52 por Halex Pereira
27/12/2010 às 16:36
O aplicativo, chamado VerbalVictor, é uma ferramenta como o Proloquo2Go [US$190; 266MB]: ele usa sua interface para mostrar botões que acionam falas. Só que, por ter sido desenvolvido com uma das turmas em que o pai de Victor leciona na Universidade de Wake Forest e ter seu vocabulário gravado pelo próprio usuário, o VerbalVictor vai custar apenas US$10, quando for posto à venda em janeiro.
Somando o preço de um iPad ao de um app específico para comunicação assistida (mesmo alguns dos mais caros), o custo ainda sai apenas uma fração do investimento necessário em equipamentos criados única e especificamente para essa função. Por isso, é muito bom ver mais um aplicativo chegando para a seção de educação especial da App Store (sim, ela existe), especialmente conhecendo a história por trás da criação dele.
Documentário Autismo Enigma - A Teoria Bacteriana parte 2.
http://claumarcelino.blogspot.com/2012/01/documentario-autismo-enigma-teoria.html
Em dezembro de 2011 foi lançado o documentário canadense, Autism Enigma, na rede CBC de televisão, com o propósito de investigar e divulgar o trabalho de um grupo de cientistas empenhados em estudar o autismo de forma sistêmica com origem microbiana.As entrevistas com estes cientistas para a produção do documentário, foram transcritas e, as traduções feitas por mim, estão sendo disponibilizadas aqui no blog.
Já postei a entrevista feita com o Prof. Jeremy Nicholson.
Hoje disponho a entrevista do Dr. Sidney Finegold, autoridade mundial em biologia de bactérias anaeróbicas e grande conhecedor de doenças produzidas por estes micro organismos. Com mais de 60 anos de carreira, sua reputação é reconhecida mundialmente.
Professor emérito de medicina, microbiologia, imunologia e genética molecular da UCLA School of Medicine.
Atualmente seu foco de trabalho está no papel de bactérias intestinais no autismo; diarréia e colites associadas a antibióticos; e no papel das bactérias intestinais em doenças auto imunes. Ele descobriu que esporos de clostridia se encontram em grandes quantidades em pacientes autistas o que o levou a exploração de espécies bacterianas no autismo e, mais recentemente, a descoberta de uma cepa crucial para a desordem.
Quanto tempo tem sua carreira em microbiologia?
Bem, meu primeiro artigo foi publicado em 1951. Foi com base no trabalho que fiz como estudante de medicina no final dos anos 40 e finalmente tinha dados suficientes para publicá-lo em 51. E nesse ponto, eu e minha esposa e outro estudante de medicina todos concordaram em tomar alguns antibióticos para ver qual seria o impacto sobre a flora intestinal, e então documentamos mudanças, mesmo com as técnicas rudes disponíveis naquele momento. Então eu tenho estado no meio desde essa época. Nossa 1ª pesquisa com anaeróbios entrou pela primeira vez na nossa coleção em 1957, mas nós estávamos trabalhando com eles por vários anos antes disso.
Quando você começou a fazer uma conexão entre bactérias intestinais e autismo?
Em 1998, eu recebi um telefonema do Dr. Richard Sandler em Chicago. Ele é um gastroenterologista pediátrico, e ele tinha visto o filho autista de uma senhora chamada Ellen Bolte. Ela tinha feito um trabalho notável de revisão da literatura médica sobre o autismo e doenças relacionadas, e concluiu que esta poderia muito bem ser uma infecção bacteriana. E ela pensou que o melhor exemplo disso era o botulismo infantil, onde o organismo cresce no intestino do bebê, produz a toxina que é absorvida. Ela vai para o sistema nervoso central e produz a doença. Isso está em contraste com o tipo mais comum de botulismo onde comemos um alimento e é contaminado com a toxina do organismo e não há envolvimento do intestino em tudo. A doença ocorre diretamente.
Bem, meu primeiro artigo foi publicado em 1951. Foi com base no trabalho que fiz como estudante de medicina no final dos anos 40 e finalmente tinha dados suficientes para publicá-lo em 51. E nesse ponto, eu e minha esposa e outro estudante de medicina todos concordaram em tomar alguns antibióticos para ver qual seria o impacto sobre a flora intestinal, e então documentamos mudanças, mesmo com as técnicas rudes disponíveis naquele momento. Então eu tenho estado no meio desde essa época. Nossa 1ª pesquisa com anaeróbios entrou pela primeira vez na nossa coleção em 1957, mas nós estávamos trabalhando com eles por vários anos antes disso.
Quando você começou a fazer uma conexão entre bactérias intestinais e autismo?
Em 1998, eu recebi um telefonema do Dr. Richard Sandler em Chicago. Ele é um gastroenterologista pediátrico, e ele tinha visto o filho autista de uma senhora chamada Ellen Bolte. Ela tinha feito um trabalho notável de revisão da literatura médica sobre o autismo e doenças relacionadas, e concluiu que esta poderia muito bem ser uma infecção bacteriana. E ela pensou que o melhor exemplo disso era o botulismo infantil, onde o organismo cresce no intestino do bebê, produz a toxina que é absorvida. Ela vai para o sistema nervoso central e produz a doença. Isso está em contraste com o tipo mais comum de botulismo onde comemos um alimento e é contaminado com a toxina do organismo e não há envolvimento do intestino em tudo. A doença ocorre diretamente.
Então,
ela tinha recomendado ao Dr. Sandler que ele tratasse seu filho com
vancomicina oral, o raciocínio seria que esta droga iria ser ativa
contra o tipo de organismo que poderia estar causando a doença, e que
seria um grupo Clostridia. Eles são Gram-positivos e a vancomicina é
particularmente ativa contra organismos Gram-positivos. Então, ele
concordou em fazer isso e a criança teve uma melhora dramática,
começando dentro de alguns dias e persistindo por seis semanas enquanto
ele ainda usava a droga.
Isto
envolveu a melhoria nas habilidades de linguagem. Ele realmente não
tinha nenhuma linguagem de antemão, mas ele pegou algumas palavras e
até mesmo começou a encadear sentenças no final, como: "Não, mamãe, eu
gostaria desse." Ele era muito mais maleável. Ele ouvia as pessoas e
respondia. Ele olhava para as pessoas, o que era bastante diferente do
seu comportamento usual. Ele não tinha mais qualquer acesso de raiva e
geralmente era uma criança muito melhor, quase normal.
Que impacto o uso de antibióticos repetidamente tem em bactérias do intestino?
Os antibióticos têm um impacto sobre a flora intestinal. Praticamente todos eles têm. Alguns, quando administrados sistemicamente, não entram no intestino, de modo que não deveriam, mas a maioria dos antibióticos, mesmo administrados sistemicamente, são secretados no intestino, em certa medida. Assim, praticamente todo o tempo que nós usamos antibióticos, um dos problemas menos conhecidos é que eles têm impacto na flora intestinal. Estamos descobrindo mais e mais nos últimos anos, que a flora intestinal faz uma série de coisas incríveis para o corpo. Nossa imunidade inata é desenvolvida em virtude da exposição a partir de bactérias que vivem no intestino. E sabemos agora que pelo menos algumas formas de obesidade estão relacionadas com alterações na flora bacteriana normal. Nós não sabemos se os antibióticos estão envolvidos nesse problema em particular, mas certamente parecem estar no autismo e claramente estão na colite dificile associada ao Clostridium.
Assim, você tem um complemento normal de organismos em seu intestino. Ela varia de acordo com sua dieta e se você tiver um problema no sistema imunológico. Se o seu sistema imunológico não está totalmente eficaz seja por problemas genéticos ou, mais comumente, por toxinas no ambiente, então você não é capaz de controlar as bactérias que saem do intestino para outras partes do corpo, como você faria se você tivesse um sistema imune normal.
Não muito tempo atrás as pessoas pensavam que o autismo era uma condição permanente, mas, agora, há sugestões de que ele pode ser, pelo menos, parte reversível?
A reversibilidade do autismo é uma proposição muito emocionante. Como indiquei, crianças que tiveram por até um ano ou mais, dentro de 2-3 semanas de antibioticoterapia estão muito melhores, e é dentro desta possibilidade que podemos manter a melhoria e levá-la a todo o caminho de volta para uma criança normal se tratarmo-as precocemente. Tem estado muito na imprensa leiga, recentemente, a importância de diagnosticar o autismo cedo e sugestões feitas para médicos e pais a respeito de como se pode suspeitar sobre o autismo e verificar o diagnóstico. Tenho medo de que quando a criança ficar mais velha, quando eles entram em sua adolescência e, principalmente, na idade adulta, poder ser muito menos reversível.
Que impacto o uso de antibióticos repetidamente tem em bactérias do intestino?
Os antibióticos têm um impacto sobre a flora intestinal. Praticamente todos eles têm. Alguns, quando administrados sistemicamente, não entram no intestino, de modo que não deveriam, mas a maioria dos antibióticos, mesmo administrados sistemicamente, são secretados no intestino, em certa medida. Assim, praticamente todo o tempo que nós usamos antibióticos, um dos problemas menos conhecidos é que eles têm impacto na flora intestinal. Estamos descobrindo mais e mais nos últimos anos, que a flora intestinal faz uma série de coisas incríveis para o corpo. Nossa imunidade inata é desenvolvida em virtude da exposição a partir de bactérias que vivem no intestino. E sabemos agora que pelo menos algumas formas de obesidade estão relacionadas com alterações na flora bacteriana normal. Nós não sabemos se os antibióticos estão envolvidos nesse problema em particular, mas certamente parecem estar no autismo e claramente estão na colite dificile associada ao Clostridium.
Assim, você tem um complemento normal de organismos em seu intestino. Ela varia de acordo com sua dieta e se você tiver um problema no sistema imunológico. Se o seu sistema imunológico não está totalmente eficaz seja por problemas genéticos ou, mais comumente, por toxinas no ambiente, então você não é capaz de controlar as bactérias que saem do intestino para outras partes do corpo, como você faria se você tivesse um sistema imune normal.
Então,
nós temos esse tipo de conhecimento, e em cima disso, nós sabemos que
estas crianças são suscetíveis a infecções de ouvido, provavelmente
também suscetíveis a outros tipos de infecção. E assim, eles recebem
antibióticos, e os antibióticos para esse tipo de infecção, infecções de
ouvido, têm um impacto significativo sobre a flora intestinal e tendem a
selecionar certos organismos enquanto eles suprimem grande parte do
resto da flora. E os organismos que tendem a persistir são Clostridia, o
que é o caso da colite por Clostridium Dificile. E achamos que conta ou
contribui para o problema no autismo também. Talvez não devido a
Clostridia especificamente.Trabalhos recentes sugerem que há um outro
organismo que é muito mais importante.
O que é este nova bactéria que você está estudando e como ela se relaciona com o autismo?
É uma espécie bastante diferente da Clostridia. É Gram-negativa, em vez de ser Gram-positiva. Não produz esporos, mas é um organismo muito virulento. Temos visto isso ao longo dos anos em infecções graves, como envenenamento do sangue. Então, nós conhecemos o organismo, mas é difícil de cultivá-lo e fazê-lo crescer. Assim, os laboratórios como o nosso e muitos outros que trabalharam com anaeróbios por anos podem trabalhar mais e acaba por ser importante no autismo. Descobrimos isso quando algumas das mais difíceis e detalhadas abordagens moleculares para estudar a flora intestinal se tornaram disponíveis. Então, isto permite que você encontre pelo menos 1.000 diferentes organismos por grama de conteúdo fecal, enquanto que com as velhas técnicas, você poderia, eventualmente, encontrar 300 espécies diferentes. E agora, há rumores de que pode haver tantos quantos 10.000. Então, essa é uma ferramenta muito poderosa e ao usá-la, descobrimos que a flora de crianças autistas é basicamente bem diferente daquela de crianças do grupo controle normal.
O que é este nova bactéria que você está estudando e como ela se relaciona com o autismo?
É uma espécie bastante diferente da Clostridia. É Gram-negativa, em vez de ser Gram-positiva. Não produz esporos, mas é um organismo muito virulento. Temos visto isso ao longo dos anos em infecções graves, como envenenamento do sangue. Então, nós conhecemos o organismo, mas é difícil de cultivá-lo e fazê-lo crescer. Assim, os laboratórios como o nosso e muitos outros que trabalharam com anaeróbios por anos podem trabalhar mais e acaba por ser importante no autismo. Descobrimos isso quando algumas das mais difíceis e detalhadas abordagens moleculares para estudar a flora intestinal se tornaram disponíveis. Então, isto permite que você encontre pelo menos 1.000 diferentes organismos por grama de conteúdo fecal, enquanto que com as velhas técnicas, você poderia, eventualmente, encontrar 300 espécies diferentes. E agora, há rumores de que pode haver tantos quantos 10.000. Então, essa é uma ferramenta muito poderosa e ao usá-la, descobrimos que a flora de crianças autistas é basicamente bem diferente daquela de crianças do grupo controle normal.
O organismo de interesse está em uma espécie chamada Proteobacteria. Nossos estudos sugerem que Desulfovibrio,
uma das Proteobactérias, pode ser importante no autismo porque ela foi
vista com alguma frequência, em cerca de 50% dos pacientes com autismo,
mas em nenhum dos pacientes controles.
Agora, Desulfovibrio,
como o nome sugere, metaboliza composto de sulfato, como um sulfato de
hidrogênio. A bactéria desulfata este composto e, você termina com
sulfito de hidrogênio como o principal produto metabólico. Sulfito de
hidrogênio é principalmente um composto tóxico, conhecido há séculos, na
verdade, mas não conhecido por ser importante em relação às
bactérias. Então, isso pode ser um mecanismo de sua ação. Além disso, a
parede celular do organismo, Desulfovibrio,
contém uma potente endotoxina, e endotoxinas são conhecidas por serem
muito prejudiciais para as pessoas, e em modelos animais também. E
provavelmente existem outros fatores que são responsáveis por sua
virulência.
Onde o Desulfovibrio é encontrado e como poderia entrar no corpo?
É encontrado no meio ambiente. Ele gosta do ambiente em torno dos poços de petróleo, por exemplo. E é como um produtor de toxina poderosa que o pessoal do petróleo está preocupado porque ele corrói o metal em seus aparelhos e é uma praga real para eles. Nós os ingerimos com certos alimentos, carnes, especialmente carnes cozidas. E assim, ele é encontrado em baixo número na flora normal de, provavelmente, metade das pessoas. Mas, novamente, depende da dieta, no Reino Unido, onde, provavelmente, eles comem mais carne do que nós, eles têm maior contagem em indivíduos normais de Desulfovibrio. Se você tomar antibióticos para a profilaxia ou tratamento de infecções, e se você tomar alguns que são ativos contra elementos comuns da flora normal do intestino, mas não ativos contra o Desulfovibrio e isso acontece com a maioria dos compostos, antibióticos compostos, então você tende a deixar o Desulfovibrio livre. Assim ele obtém vantagens e produz mais toxinas e, em seguida, você pode desenvolver a doença dessa forma.
Que tipo de autismo você está estudando?
Autismo regressivo é o tipo que nós trabalhamos com exclusividade. Como o nome sugere, essas crianças se desenvolvem normalmente até cerca de 18 meses de idade, e então eles começam a andar para trás. Eles perdem suas habilidades sociais. Eles não são calorosos e amigáveis com seus pais. Eles não mantêm contato com os olhos. Eles têm dificuldade com as outras crianças da mesma idade. Eles têm problemas gastrointestinais que muitas vezes são bastante surpreendentes e pode ser a principal característica de sua doença. Estes incluem a distensão abdominal, dor abdominal. A constipação é um problema principal, mas nem sempre abertamente óbvio. Eles podem ter as chamadas diarréias compensatórias, tentando livrar-se da obstrução da constipação. E eles, em casos extremos, podem bater a cabeça contra a parede; serem muito prejudiciais para si mesmos, para seus companheiros e irmãos, e até mesmo seus pais.
Por que Clostridia e Desulfovibrio são importantes no autismo regressivo?
Bem, em primeiro lugar, essas crianças só são suscetíveis ao autismo até a idade de quatro anos. Qualquer pessoa que tem autismo suspeito após quatro anos de idade, a menos que eles começaram antes da idade de quatro, não é autismo, é outra coisa.
Onde o Desulfovibrio é encontrado e como poderia entrar no corpo?
É encontrado no meio ambiente. Ele gosta do ambiente em torno dos poços de petróleo, por exemplo. E é como um produtor de toxina poderosa que o pessoal do petróleo está preocupado porque ele corrói o metal em seus aparelhos e é uma praga real para eles. Nós os ingerimos com certos alimentos, carnes, especialmente carnes cozidas. E assim, ele é encontrado em baixo número na flora normal de, provavelmente, metade das pessoas. Mas, novamente, depende da dieta, no Reino Unido, onde, provavelmente, eles comem mais carne do que nós, eles têm maior contagem em indivíduos normais de Desulfovibrio. Se você tomar antibióticos para a profilaxia ou tratamento de infecções, e se você tomar alguns que são ativos contra elementos comuns da flora normal do intestino, mas não ativos contra o Desulfovibrio e isso acontece com a maioria dos compostos, antibióticos compostos, então você tende a deixar o Desulfovibrio livre. Assim ele obtém vantagens e produz mais toxinas e, em seguida, você pode desenvolver a doença dessa forma.
Que tipo de autismo você está estudando?
Autismo regressivo é o tipo que nós trabalhamos com exclusividade. Como o nome sugere, essas crianças se desenvolvem normalmente até cerca de 18 meses de idade, e então eles começam a andar para trás. Eles perdem suas habilidades sociais. Eles não são calorosos e amigáveis com seus pais. Eles não mantêm contato com os olhos. Eles têm dificuldade com as outras crianças da mesma idade. Eles têm problemas gastrointestinais que muitas vezes são bastante surpreendentes e pode ser a principal característica de sua doença. Estes incluem a distensão abdominal, dor abdominal. A constipação é um problema principal, mas nem sempre abertamente óbvio. Eles podem ter as chamadas diarréias compensatórias, tentando livrar-se da obstrução da constipação. E eles, em casos extremos, podem bater a cabeça contra a parede; serem muito prejudiciais para si mesmos, para seus companheiros e irmãos, e até mesmo seus pais.
Por que Clostridia e Desulfovibrio são importantes no autismo regressivo?
Bem, em primeiro lugar, essas crianças só são suscetíveis ao autismo até a idade de quatro anos. Qualquer pessoa que tem autismo suspeito após quatro anos de idade, a menos que eles começaram antes da idade de quatro, não é autismo, é outra coisa.
Então,
você tem que ter um sistema nervoso central que está sendo
desenvolvido, em um determinado estágio crítico. Então, você tem que ter
comprometimento do sistema imunológico. Isto pode ser em uma base
genética, mas pensamos muito mais comumente ser devido a toxinas
ambientais. Então, o palco está definido e, em seguida, a bactéria entra
na criança quando os antibióticos são dados, de forma adequada ou
inadequadamente. E o cenário típico para que isso aconteça é quando a
criança desenvolve uma infecção no ouvido.
Se
um antibiótico beta-lactâmico, como penicilina ou uma cefalosporina, é
dada, que elimina certas partes da flora intestinal, isso cria um nicho
para organismos como Desulfovibrio e Clostridia crescerem a um maior número onde produzem toxina suficiente para causar a doença.
Quais são as razões para se perguntar se essa condição pode ser de alguma forma "infecciosa"?
Sim, isso leva a consideração de como essas doenças se espalham de um para outro e por que a incidência de autismo está aumentando tanto, e porque a C. difficile colite é um grande problema nos hospitais. Então, vamos começar com a C. difficile colite como o modelo. O paciente chega com Clostridium difficile. Mais uma vez, pode estar presente como flora normal. Parece ser o caso em cerca de 3% dos adultos. Mas achamos que tem sido muito bem estabelecido agora com a C. difficile colite que quando o organismo contamina o ambiente de um hospital, é um grande problema e é responsável por propagar-se de paciente para paciente.
Quais são as razões para se perguntar se essa condição pode ser de alguma forma "infecciosa"?
Sim, isso leva a consideração de como essas doenças se espalham de um para outro e por que a incidência de autismo está aumentando tanto, e porque a C. difficile colite é um grande problema nos hospitais. Então, vamos começar com a C. difficile colite como o modelo. O paciente chega com Clostridium difficile. Mais uma vez, pode estar presente como flora normal. Parece ser o caso em cerca de 3% dos adultos. Mas achamos que tem sido muito bem estabelecido agora com a C. difficile colite que quando o organismo contamina o ambiente de um hospital, é um grande problema e é responsável por propagar-se de paciente para paciente.
Clostridium
difficile, quando é exposto a antibióticos, tenta se proteger. Ele faz
isso através da conversão de células bacterianas vegetativas na forma de
esporos, onde podem resistir a qualquer coisa aquém de
autoclavagem. Então, nós demonstramos esporos do Clostridium difficile
no chão de um quarto de hospital que foi limpo após o paciente ir embora
e ficar vazio por mais de um mês, e nós ainda éramos capazes de achar
culturas de C. difficile. Eles sabiam que o estudo estava sendo
realizado, de modo que a faxineira tentou fazer um trabalho extra na boa
limpeza, e ainda assim podemos encontrá-los. Eu acho que o mesmo tipo
de coisa está acontecendo no caso do autismo com o Desulfobrivio, mas
ainda precisa ser documentado. Esse organismo não é um formador de
esporos, mas tem outros mecanismos, várias enzimas que o protegem contra
a exposição ao oxigênio e outras influências deletérias. Então, Desulfovibrio pode
viver no ambiente por meses a fio em seu estado vegetativo até que as
condições sejam melhoradas e tenha a oportunidade de sobreviver e se
multiplicar.
Como o trabalho do Dr. MacFabe se relaciona com o seu?
Nós não temos a conexão completa que temos de ser capazes para dizer que o trabalho do Dr. MacFabe se encaixa como chave e fechadura com o que estamos fazendo, mas parece uma possibilidade provável. Dr. MacFabe pega certos compostos que são subprodutos da atividade de bactérias no intestino, nós os chamamos de cadeia curta de ácidos graxos e injeta-as no cérebro de ratos o que leva a um conjunto de sintomas e achados que são características do que vemos no autismo em humanos.
Como o trabalho do Dr. MacFabe se relaciona com o seu?
Nós não temos a conexão completa que temos de ser capazes para dizer que o trabalho do Dr. MacFabe se encaixa como chave e fechadura com o que estamos fazendo, mas parece uma possibilidade provável. Dr. MacFabe pega certos compostos que são subprodutos da atividade de bactérias no intestino, nós os chamamos de cadeia curta de ácidos graxos e injeta-as no cérebro de ratos o que leva a um conjunto de sintomas e achados que são características do que vemos no autismo em humanos.
Então,
pode ser um modelo animal muito bom para nós, e de modo que seria muito
útil. A pesquisa seria acelerada consideravelmente se soubéssemos que
um modelo animal é confiável e que poderíamos fazer um monte de
manipulação das bactérias no intestino de ratos e economizar tempo em
termos de chegar com respostas que se aplicam aos seres humanos. Agora, a
Clostridia realmente produz alguns dos compostos que o Dr. MacFabe usa
em seu modelo e a Desulfovibrionão,
mas ela faz isso de uma forma indireta. Em outras palavras, não produz
esses compostos em si, mas leva a sua produção de uma forma indireta.
Assim, ambas as coisas se encaixam com sua hipótese e com o seu modelo
animal.
Você pode comentar sobre a conexão dessas bactérias com os alimentos que comemos?
Bem, acho que estamos começando a apreciar que a dieta é extremamente importante. Tem um impacto definitivo sobre a flora intestinal e o impacto pode ser bom ou ruim, dependendo da dieta. Acho que precisamos estudá-la ainda mais, mas houve um estudo feito onde os sujeitos, os voluntários que não estavam doentes, concordaram em ingerir várias dietas diferentes com intervalos entre elas e tudo que escolheram para comer normalmente. O que mostrou concordância clara com uma dieta rica em carne no conteúdo, carne cozida, e crescimento de Desulfovibrio.
Você pode comentar sobre a conexão dessas bactérias com os alimentos que comemos?
Bem, acho que estamos começando a apreciar que a dieta é extremamente importante. Tem um impacto definitivo sobre a flora intestinal e o impacto pode ser bom ou ruim, dependendo da dieta. Acho que precisamos estudá-la ainda mais, mas houve um estudo feito onde os sujeitos, os voluntários que não estavam doentes, concordaram em ingerir várias dietas diferentes com intervalos entre elas e tudo que escolheram para comer normalmente. O que mostrou concordância clara com uma dieta rica em carne no conteúdo, carne cozida, e crescimento de Desulfovibrio.
Então,
eu acho que isso é uma vantagem importante. Além disso, outros têm
encontrado ao longo dos anos que determinadas dietas beneficiam as
crianças autistas. Há a dieta sem glúten e sem caseína, que é difícil de
fazer, demorada e cara, mas muitas crianças autistas melhoram às vezes
de forma significativa com essa dieta. Há também a dieta de carboidratos
específicos, que é ainda mais difícil de fazer e mais cara, e que é
útil para outras crianças autistas. O filho de Ellen Bolte que citamos
aqui, por exemplo, não respondeu a dieta sem glúten e sem leite, mas
respondeu bem à dieta de carboidratos específicos.
O que você acha sobre o futuro da pesquisa das bactérias intestinais e sua relação com o autismo?
Nós achamos que as bactérias são muito importantes no autismo, como eu mencionei e, sabendo o que as bactérias fazem em outras circunstâncias, é fácil visualizar a disseminação dessas bactérias entre irmãos de crianças autistas. E nós vemos agora mais casos múltiplos nas famílias do que víamos antes e um aumento da frequência de autismo, provavelmente por causa da disseminação desses organismos, através do ambiente e até mesmo a transferência direta de uma pessoa para outra.
O que você acha sobre o futuro da pesquisa das bactérias intestinais e sua relação com o autismo?
Nós achamos que as bactérias são muito importantes no autismo, como eu mencionei e, sabendo o que as bactérias fazem em outras circunstâncias, é fácil visualizar a disseminação dessas bactérias entre irmãos de crianças autistas. E nós vemos agora mais casos múltiplos nas famílias do que víamos antes e um aumento da frequência de autismo, provavelmente por causa da disseminação desses organismos, através do ambiente e até mesmo a transferência direta de uma pessoa para outra.
A
coisa mais encorajadora sobre tudo isso é que sabemos muito sobre as
bactérias e, se soubermos com certeza que as bactérias estão envolvidas
no autismo, teremos formas de combatê-las.
Sabendo
o que sabemos sobre as bactérias, podemos visualizar uma vacina que
poderia ser dada por via oral. Seria muito bem tolerada em todos os
aspectos e construiria anticorpos em outras partes do sistema
imunológico que combatem Clostridia eDesulfovibrio,
e poderiam não só controlá-la uma vez já estabelecida, mas poderia
impedi-la inteiramente. Assim, poderá chegar o dia que teremos uma
vacina que poderia ser dada como qualquer outra vacina como a da pólio,
por exemplo, para impedir totalmente a doença e eliminá-la.
Mas,
além da espera para a vacina, podemos estar trabalhando no
desenvolvimento dessas bactérias boas que nós conhecemos. E não sabemos o
suficiente sobre elas, por isso temos de fazer mais pesquisas. Mas
temos coisas chamadas probióticos. E você vai ouvir e ver um monte de
anúncios para este ou aquele iogurte, que supostamente são bons e
complementados com muitos probióticos. Você dificilmente pode comprar
sorvete hoje em dia, especialmente sorvetes a base de iogurte, sem
adição destas coisas. Isso porque é uma boa publicidade. Mas a formação
científica, não é sólida. Não há pesquisas para provar que esses
alimentos podem fazer algo de bom para o autismo, por exemplo. Mas
existem maneiras de colocar boas bactérias de volta para lutar contra as
más, e assim que tivermos pesquisas feitas suficientes para saber quais
determinados tipos de bactérias, e sub-tipos, são absolutamente as
boas, sem um tiro pela culatra em nós , então poderíamos colocá-las em
probióticos.
Não muito tempo atrás as pessoas pensavam que o autismo era uma condição permanente, mas, agora, há sugestões de que ele pode ser, pelo menos, parte reversível?
A reversibilidade do autismo é uma proposição muito emocionante. Como indiquei, crianças que tiveram por até um ano ou mais, dentro de 2-3 semanas de antibioticoterapia estão muito melhores, e é dentro desta possibilidade que podemos manter a melhoria e levá-la a todo o caminho de volta para uma criança normal se tratarmo-as precocemente. Tem estado muito na imprensa leiga, recentemente, a importância de diagnosticar o autismo cedo e sugestões feitas para médicos e pais a respeito de como se pode suspeitar sobre o autismo e verificar o diagnóstico. Tenho medo de que quando a criança ficar mais velha, quando eles entram em sua adolescência e, principalmente, na idade adulta, poder ser muito menos reversível.
Claudia marcelino - micróbios e bactérias podem causar autiismo?
Neste último mês de fevereiro, a revista Science et Vie, publicou um
artigo: La Faute aux Microbes - A Culpa é dos Micróbios, discutindo que os
distúrbios da mente e do cérebro como Alzheimer, Parkinson, Autismo e
Depressão, poderiam ser de origem bacteriana. Esta idéia ainda causa
surpresa e choque em muitos, mas as evidências estão crescendo, trazendo
esperanças na mudança terapêutica para milhares de pessoas. Em 1881, Louis
Pastur já dizia que "os males da alma" poderiam ser a representação de
doenças infecciosas comuns.
Uma amiga que leu a matéria disse que em resumo, estava escrito:
Desde 1990, está sendo observado que 43% das mães de autistas tiveram
infecção durante a gestação;
Em 1998 uma mãe de autista sugeriu o desequilíbrio na flora intestinal com
uma infestação da bactéria Clostridium tetani (é a do tétano);
Anne Maccartney (professora na universidade de Reading - Inglaterra)
confirmou esta observação anterior;
Outro estudo aponta a bactéria do gênero Desulfovibrio;
Vários autistas tem sido submetidos a um tratamento com antibióticos e tem
melhorado;
Há uma hipótese que os autistas tem um problema genético que os impede de
digerir o açúcar e de absorver os alimentos.
<http://3.bp. blogspot. com/-7c02rjal8rw /T1Efa61XneI/ AAAAAAAABRo/ sJo9uzINZhw/ s1600/science+ vie.jpeg>
Logo após a revista ter chegado as bancas, um programa de televisão também
francês, pôs no ar uma matéria: Poderia o autismo ser curado com
antibióticos?
Neste programa são entrevistados o Prof. Montagnier (virologista, prêmio
Nobel de medicina em 2008 e descobridor do retrovírus causador da AIDS) e o
Prof. Perrone, médico especialista em doenças infecto contagiosas.
Este é o vídeo da matéria da televisão francesa e logo abaixo encontra-se a
transcrição em português das legendas.
Avanços muito promissores: seremos capazes de curar o autismo graças aos
antibióticos?
Parece inacreditável e ainda em muitos casos, funciona e os sintomas
desaparecem.
Esta é a hipótese lançada por alguns cientistas norte-americanos e alguns
médicos franceses também estão liderando este caminho na luta contra o
autismo.
200 adultos jovens com autismo já se beneficiaram com estes tratamentos,
aqui está a matéria de Claudine e Gilbert Pasquier Antoine.
(Duas crianças, com idades entre cerca de 10, estão jogando tranquilamente
dentro da casa eles também estão juntos conversando muito "normalmente" )
Comentário: Nada incomum é notado com o menino mais jovem, ele é falante e
está à vontade na frente da câmera, mas ele é autista. À sua mãe foi dado
um diagnóstico oficial em 2008, após muitos anos de ponderações
ansiosas. Alexandre
de repente parou de se comunicar quando ele tinha 18 meses de idade.
Laurence Raguenet (mãe de Alexandre): «ele se fechou em si mesmo, ele não
prestava mais atenção ao que lhe perguntavam, ele parecia perdido em seus
pensamentos, perdido em seu próprio mundo, podíamos ver que ele não
prestava atenção, ele era totalmente ausente.
Comentário: Nessa época, ele também tinha olheiras sob seus olhos, ele
sofria de dores de cabeça, eczema e coceira, que o faziam se sentir
exausto. Hoje seus problemas de saúde praticamente desapareceram. Com a
obtenção de toda a sua energia de volta, o menino também recuperou o gosto
pela aprendizagem.
Ele deve esta metamorfose completa a um médico que descobriu o culpado por
seus problemas: a doença de Lyme causada por bactérias transmitidas por
carrapatos. Tratar esta infecção crônica teve efeitos positivos
inesperadamente.
Dr. Philippe Raymond (um membro de um grupo de médicos e cientistas
chamados CHRONIMED): «Alexandre recebeu cursos regulares de antibióticos. Os
cursos foram ministrados regularmente durante o primeiro período de 6
meses, mas a frequência dos cursos diminuiu após isso e a partir do segundo
ano ele começou a sofrer recaídas (sim, às vezes há recaídas).
Comentário: Alguns médicos na França prescreve medicamentos
anti-infecciosos para crianças autistas, os resultados são surpreendentes,
entre 200 casos tratados em 6 anos, 4 de 5 crianças vêem os seus sintomas
desaparecerem ou regredirem fortemente" Dr. Philippe Raymond:« Quando
funciona, os resultados sobre os sintomas comportamentais e cognitivos são
óbvios em apenas 3 meses. No primeiro mês, eu já vejo que essas crianças já
têm uma visão mais serena da vida, eles sorriem, os seus rostos ficam mais
relaxados, eles não se comportam tão mal, eles já não estão tão
doentes »Alexandre
avançou incrivelmente rápido na escola e também com a fonoaudióloga. Sylvie
Manternach-Bancel (fonoaudióloga) : «Eu posso ver
a diferença entre quando
faz uso de antibióticos e quando ele não faz uso por um tempo. Recentemente,
nas últimas 2 semanas, Alexandre tornou-se perturbado novamente, ele foi um
pouco agressivo, ele era um pouco mais delicado. Quando falei com sua mãe,
ela confirmou que ele não tinha qualquer tratamento por 3 ou 4 meses, e que
ela sentiu que os efeitos estavam começando a se desgastar, então talvez
esteja na hora dele ser tratado novamente com outra dose de antibióticos. No
subúrbio parisiense de Jouy-en-Josas, o professor Luc Montagnier está
investigando a hipótese infecciosa. O pesquisador desenvolveu um método
inovador que lhe permite detectar infecções latentes no sangue dos jovens
com autismo.
Prof. Luc Montagnier, Prêmio Nobel de Medicina: «nós achamos que são
bactérias que vêm da mucosa intestinal e que, quando a inflamação está
presente, escoará através da mucosa muito frágil para a corrente sanguínea
e produzem toxinas que podem atingir o cérebro. Esse é o mecanismo que
estamos olhando, mas não queremos falar de uma bactéria em particular. O
que sabemos é que os sinais que estamos detectando normalmente vêm de
bactérias que são patogênicas para o homem.
»Comentário: Esta não é a primeira vez na história da medicina, certas
doenças que por muito tempo foram consideradas doenças psiquiátricas,
acabaram, de fato, sendo contagiosas, como no caso da sífilis.
Prof Christian Perronne, (Chefe do Departamento de Doenças Infecciosas do
Hospital Universitário de Garches, Paris-Ouest, membro do Comité de Saúde
Pública): "outro exemplo bem mais recente é o de úlceras estomacais que
foram consideradas como ligadas ao estresse , pensava-se serem de origem
psicossomática, agora se sabe que são devidas à bactéria Helicobacter
pylori, que é tratada com 10 dias de antibióticos. Na história da medicina,
vemos que muitas doenças podem ser devido aos micróbios, na verdade,
depende principalmente da evolução das técnicas de diagnóstico para esses
micróbios. »Publicações científicas americanas já estão estabelecendo uma
ligação entre autismo e infecções crônicas.
Na França, um grande hospital universitário está prestes a lançar um
estudo sobre a eficiência de antibióticos contra o autismo. A mãe do
Alexandre já está convencida, aos 10 anos de idade seu filho tem
definitivamente seu apetite pela vida de volta.
Esta é a pergunta que está levando cientistas do mundo todo a trabalhar
para descobrir a resposta.
Aqui no blog eu já coloquei a tradução de 2 entrevistas do programa Autism
Enigma da rede Canadense CBC, justamente falando sobre o trabalho de alguns
cientistas em provar a correlação dos sintomas do autismo com infestação de
bactérias. A 1ª matéria está
aqui<http://claumarcelin o.blogspot. com/2012/ 01/autismo- enigma-teoria- bacteriana- 1.html>,
a 2ª matéria está
aqui<http://claumarcelin o.blogspot. com/2012/ 01/documentario- autismo-enigma- teoria.html>
.
artigo: La Faute aux Microbes - A Culpa é dos Micróbios, discutindo que os
distúrbios da mente e do cérebro como Alzheimer, Parkinson, Autismo e
Depressão, poderiam ser de origem bacteriana. Esta idéia ainda causa
surpresa e choque em muitos, mas as evidências estão crescendo, trazendo
esperanças na mudança terapêutica para milhares de pessoas. Em 1881, Louis
Pastur já dizia que "os males da alma" poderiam ser a representação de
doenças infecciosas comuns.
Uma amiga que leu a matéria disse que em resumo, estava escrito:
Desde 1990, está sendo observado que 43% das mães de autistas tiveram
infecção durante a gestação;
Em 1998 uma mãe de autista sugeriu o desequilíbrio na flora intestinal com
uma infestação da bactéria Clostridium tetani (é a do tétano);
Anne Maccartney (professora na universidade de Reading - Inglaterra)
confirmou esta observação anterior;
Outro estudo aponta a bactéria do gênero Desulfovibrio;
Vários autistas tem sido submetidos a um tratamento com antibióticos e tem
melhorado;
Há uma hipótese que os autistas tem um problema genético que os impede de
digerir o açúcar e de absorver os alimentos.
<http://3.bp.
Logo após a revista ter chegado as bancas, um programa de televisão também
francês, pôs no ar uma matéria: Poderia o autismo ser curado com
antibióticos?
Neste programa são entrevistados o Prof. Montagnier (virologista, prêmio
Nobel de medicina em 2008 e descobridor do retrovírus causador da AIDS) e o
Prof. Perrone, médico especialista em doenças infecto contagiosas.
Este é o vídeo da matéria da televisão francesa e logo abaixo encontra-se a
transcrição em português das legendas.
Avanços muito promissores: seremos capazes de curar o autismo graças aos
antibióticos?
Parece inacreditável e ainda em muitos casos, funciona e os sintomas
desaparecem.
Esta é a hipótese lançada por alguns cientistas norte-americanos e alguns
médicos franceses também estão liderando este caminho na luta contra o
autismo.
200 adultos jovens com autismo já se beneficiaram com estes tratamentos,
aqui está a matéria de Claudine e Gilbert Pasquier Antoine.
(Duas crianças, com idades entre cerca de 10, estão jogando tranquilamente
dentro da casa eles também estão juntos conversando muito "normalmente"
Comentário: Nada incomum é notado com o menino mais jovem, ele é falante e
está à vontade na frente da câmera, mas ele é autista. À sua mãe foi dado
um diagnóstico oficial em 2008, após muitos anos de ponderações
ansiosas. Alexandre
de repente parou de se comunicar quando ele tinha 18 meses de idade.
Laurence Raguenet (mãe de Alexandre): «ele se fechou em si mesmo, ele não
prestava mais atenção ao que lhe perguntavam, ele parecia perdido em seus
pensamentos, perdido em seu próprio mundo, podíamos ver que ele não
prestava atenção, ele era totalmente ausente.
Comentário: Nessa época, ele também tinha olheiras sob seus olhos, ele
sofria de dores de cabeça, eczema e coceira, que o faziam se sentir
exausto. Hoje seus problemas de saúde praticamente desapareceram. Com a
obtenção de toda a sua energia de volta, o menino também recuperou o gosto
pela aprendizagem.
Ele deve esta metamorfose completa a um médico que descobriu o culpado por
seus problemas: a doença de Lyme causada por bactérias transmitidas por
carrapatos. Tratar esta infecção crônica teve efeitos positivos
inesperadamente.
Dr. Philippe Raymond (um membro de um grupo de médicos e cientistas
chamados CHRONIMED): «Alexandre recebeu cursos regulares de antibióticos. Os
cursos foram ministrados regularmente durante o primeiro período de 6
meses, mas a frequência dos cursos diminuiu após isso e a partir do segundo
ano ele começou a sofrer recaídas (sim, às vezes há recaídas).
Comentário: Alguns médicos na França prescreve medicamentos
anti-infecciosos para crianças autistas, os resultados são surpreendentes,
entre 200 casos tratados em 6 anos, 4 de 5 crianças vêem os seus sintomas
desaparecerem ou regredirem fortemente" Dr. Philippe Raymond:« Quando
funciona, os resultados sobre os sintomas comportamentais e cognitivos são
óbvios em apenas 3 meses. No primeiro mês, eu já vejo que essas crianças já
têm uma visão mais serena da vida, eles sorriem, os seus rostos ficam mais
relaxados, eles não se comportam tão mal, eles já não estão tão
doentes »Alexandre
avançou incrivelmente rápido na escola e também com a fonoaudióloga. Sylvie
Manternach-Bancel (fonoaudióloga)
faz uso de antibióticos e quando ele não faz uso por um tempo. Recentemente,
nas últimas 2 semanas, Alexandre tornou-se perturbado novamente, ele foi um
pouco agressivo, ele era um pouco mais delicado. Quando falei com sua mãe,
ela confirmou que ele não tinha qualquer tratamento por 3 ou 4 meses, e que
ela sentiu que os efeitos estavam começando a se desgastar, então talvez
esteja na hora dele ser tratado novamente com outra dose de antibióticos.
subúrbio parisiense de Jouy-en-Josas, o professor Luc Montagnier está
investigando a hipótese infecciosa. O pesquisador desenvolveu um método
inovador que lhe permite detectar infecções latentes no sangue dos jovens
com autismo.
Prof. Luc Montagnier, Prêmio Nobel de Medicina: «nós achamos que são
bactérias que vêm da mucosa intestinal e que, quando a inflamação está
presente, escoará através da mucosa muito frágil para a corrente sanguínea
e produzem toxinas que podem atingir o cérebro. Esse é o mecanismo que
estamos olhando, mas não queremos falar de uma bactéria em particular. O
que sabemos é que os sinais que estamos detectando normalmente vêm de
bactérias que são patogênicas para o homem.
»Comentário: Esta não é a primeira vez na história da medicina, certas
doenças que por muito tempo foram consideradas doenças psiquiátricas,
acabaram, de fato, sendo contagiosas, como no caso da sífilis.
Prof Christian Perronne, (Chefe do Departamento de Doenças Infecciosas do
Hospital Universitário de Garches, Paris-Ouest, membro do Comité de Saúde
Pública): "outro exemplo bem mais recente é o de úlceras estomacais que
foram consideradas como ligadas ao estresse , pensava-se serem de origem
psicossomática, agora se sabe que são devidas à bactéria Helicobacter
pylori, que é tratada com 10 dias de antibióticos. Na história da medicina,
vemos que muitas doenças podem ser devido aos micróbios, na verdade,
depende principalmente da evolução das técnicas de diagnóstico para esses
micróbios. »Publicações científicas americanas já estão estabelecendo uma
ligação entre autismo e infecções crônicas.
Na França, um grande hospital universitário está prestes a lançar um
estudo sobre a eficiência de antibióticos contra o autismo. A mãe do
Alexandre já está convencida, aos 10 anos de idade seu filho tem
definitivamente seu apetite pela vida de volta.
Esta é a pergunta que está levando cientistas do mundo todo a trabalhar
para descobrir a resposta.
Aqui no blog eu já coloquei a tradução de 2 entrevistas do programa Autism
Enigma da rede Canadense CBC, justamente falando sobre o trabalho de alguns
cientistas em provar a correlação dos sintomas do autismo com infestação de
bactérias. A 1ª matéria está
aqui<http://claumarcelin
a 2ª matéria está
aqui<http://claumarcelin
.
Autismo Enigma - A Teoria Bacteriana 1ª parte.
Em dezembro de 2011 foi
lançado o documentário canadense, Autism Enigma, na rede CBC de
televisão, com o propósito de investigar e divulgar o trabalho de um grupo de
cientistas empenhados em estudar o autismo de forma sistêmica com origem
microbiana.
As entrevistas com estes
cientistas foram transcritas e as traduções feitas por mim, serão
disponibilizadas aqui no blog.
Hoje disponho a entrevista
do Prof. Jeremy Nicholson: mestre em
química biológica e diretor do Departamento de Câncer e Cirurgia do Imperial
College de Londres, UK.
Prof Nicholson é um bioquímico multi-premiado e foi um dos primeiros a abraçar a importância do perfil metabólico. A pesquisa do Prof Nicholson envolve a compreensão do papel dos micróbios na regulação das vias metabólicas humanas e como os micróbios estão envolvidos no metabolismo da toxicidade dos medicamentos, bem
como variações nas respostas terapêuticas. Um grande desafio no trabalho do professor Nicholson está em ser capaz de caracterizar e classificar centenas de milhares de moléculas produzidas pelo sistema metabólico.
Por que o autismo é um transtorno
tão complicado?
O autismo é
o que chamamos de doença-mosaico, por isso tem muitas facetas
diferentes. Descobri isso lendo um monte de artigos sobre o assunto, cerca de
500 no ano passado, cobrindo todas as áreas diferentes de pesquisa do
autismo.
Isso é realmente uma das coisas que a maioria das pessoas que trabalham
no autismo não tendem a fazer. Eles trabalham em sua própria área e não olham
realmente todo o espectro. E se você olhar para a literatura, você verá que o
autismo não é apenas um tipo de transtorno neuropsiquiátrico, comportamental e
social, mas também é associado a problemas gastrointestinais, na maioria das
crianças.
Talvez 70% das crianças em algum momento ou outro, tem muitos
distúrbios gastrointestinais graves. Mas também, há problemas que têm sido
registrados no sistema cardiovascular. Eles têm um aumento da pressão arterial
diastólica média. Eles têm um complexo QRS anormal. Esse é o controle elétrico
real do coração. Parece que eles têm alguns defeitos de transporte renal
também.
Então, é uma doença sistêmica, mas o
efeito mais óbvio é o social e comportamental, e por isso tende a ser associado
a isso. Mas isso não significa dizer que as outras partes do sistema não estão
profundamente envolvidas no mecanismo de ação e, eu acho que o que temos que
fazer agora usando a nossa tecnologia moderna, é dar um passo para trás, olhar
para todo o problema como um problema sistêmico e, ver como todas as interações
anormais que estão ocorrendo nos sistemas de órgãos diferentes do corpo, podem
ter impacto no desenvolvimento do cérebro nos dando os sintomas de autismo, que
estão se tornando muito familiar.
Conte-me sobre como o microbioma intestinal está
mudando, e como isso nos afeta.
Então, nós evoluímos com este microbioma intestinal,
como é chamado esta comunidade de organismos complexos. Todo mundo é diferente
no mundo, aparentemente. Você tem algo parecido com um quilo de micróbios dentro
de você, que é uma grande quantidade. Talvez 100 trilhões de células. Isso é dez
vezes mais células do que o resto do seu corpo. Se você quiser obter algumas
estatísticas, durante a sua vida, a quantidade de micróbios do intestino que
produz tem o mesmo peso que cinco elefantes adultos. E os micróbios em seu
intestino são metabolicamente mais ativos biossinteticamente do que o resto do
seu corpo. Então, eles têm um efeito enorme no seu
metabolismo.
E nós evoluímos com eles, e nós temos
evoluído, não só como uma espécie, mas também em relação à nossa dieta. E,
obviamente, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, os nossos estilos de vida,
nossas dietas mudaram muito. E, portanto, potencialmente, nossos micróbios e,
certamente a nossa função microbiana, provavelmente mudou muito
também.
Quais são alguns dos
principais fatores que mudaram o microbioma?
Bem, o uso de antibióticos seria uma forma muito
óbvia. Lembre-se, o autismo foi registrado apenas como uma doença em 1944 por
Kanner, que é quase exatamente o mesmo tempo que começamos a utilizar
antibióticos. E eu não estou dizendo que os primeiros casos foram causados por
antibióticos. Mas o que eu estou dizendo é que os antibióticos, especialmente
quando administrados a crianças ou bebês, são obrigados a alterar o equilíbrio
microbiano no microbioma em desenvolvimento.
Lembre-se, eu disse que leva cerca de três anos para desenvolver o
autismo. Quando você produz uma onda de choque súbita através de um antibiótico,
ele poderia descarrilar, ou poderia mudar o rumo do desenvolvimento. E
recentemente foi demonstrado por David Relman em Stanford que, uma vez que você
usa antibióticos, os micróbios se recuperam. Isso é em adultos. Os micróbios se
recuperam, mas eles nunca vão voltar ao que eram antes da antibioticoterapia. E,
claro, em crianças, onde vemos um desenvolvimento ou um microbioma mudando, o
efeito de antibióticos será ampliado sobre o que acontece em adultos.
E
dieta. Há muita controvérsia sobre como a dieta interage com
micróbios. Micróbios têm diferentes preferências alimentares. Não há dúvida
sobre isso. Eles são todos de diferentes espécies. Eles têm diferentes
atividades metabólicas. Então, se você mudar a dieta, você está quase certamente
mudando o equilíbrio de poder nesta complexa ecologia em seu intestino. O que
não está claro é se essas mudanças são permanentes ou reversíveis ou o que quer
que seja.
No entanto, a maioria dos cientistas têm
estado a olhar para o microbioma, do ponto de vista da
composição. Geneticamente, quem está lá, quais micróbios estão presentes. Mas
micróbios respondem às condições em que estão, por isso, se você alterar a
dieta, mesmo se quem estiver lá não mudar muito, o que estão fazendo muda. E
esse é o ponto importante do ponto de vista metabólico, que os micróbios podem
permanecer exatamente os mesmos em termos da composição de espécies, mas o que
eles estão produzindo no corpo e sua posição na ecologia podem mudar
radicalmente. E isso é o efeito que o indivíduo sente.
Então, nós estamos longe de saber quais das bactérias
são "más" bactérias?
Bem,
sabemos do trabalho do Dr. Sid Finegold sobre as populações de Clostridia serem
muito anormais. E a Clostridia inclui uma gama de bactérias, algumas das quais
são muito amigáveis e importantes para nós, e outras são super perigosas, como
no botulismo.
Você sabe que a toxina botulínica, uma
das substâncias mais tóxicas no mundo, vem da Clostridia. Então, você tem um
espectro de hostilidade, do realmente bom até o ruim dentro da Clostridia, e
sabemos que as populações de Clostridia são muito anormais no autismo. Então,
uma das respostas pode estar aí, pelo menos. Mas a coisa importante a lembrar, é
que esses micróbios, podem não ser apenas uma espécie de bactéria, podem ser
combinações delas e como elas funcionam juntas metabolicamente, e isso é um
problema muito mais complicado e, francamente, eu acho que é uma probabilidade
muito maior de ser verdade do que apenas encontrar uma colônia responsável. Eu
acho que se fosse apenas uma colônia, teríamos, provavelmente, descoberto
já. Então, é a combinação, a ecologia anormal, e como ela interage com o corpo,
que muda o desenvolvimento.
Grandes quantidades de enxofre foram encontradas na
urina de crianças autistas. Qual é a importância do esgotamento de enxofre em
pessoas autistas?
É bem
conhecida e tem sido conhecida há muitos anos anormalidades no metabolismo do
enxofre em crianças autistas. Há evidências de que eles perdem o sulfato e
outros componentes inorgânicos de enxofre na urina e em quantidades realmente
muito grandes, o que implica em defeitos no transporte renal que está envolvido
na recuperação de enxofre a partir da urina. Se você não tem esse trabalho de
transporte eficiente, você perde o enxofre.
Isso é potencialmente um grande problema
porque o enxofre é altamente necessário e importante no desenvolvimento. É
exigido para todos os tipos de processos metabólicos diferentes. Então, o
interessante é que pode haver um problema fundamental de enxofre em crianças
autistas. Os micróbios que eles têm, os micróbios anormais, são quase certamente
associados à produção de metabólitos que requerem enxofre para processamento
posterior. Então, se você tem essa combinação desagradável potencial de um
defeito de enxofre, que pode ser genético, relacionado com os micróbios que
demandam enxofre, você tem um problema de esgotamento de um recurso essencial
que o corpo precisa para crescer e se desenvolver, incluindo o desenvolvimento
do cérebro. Isso é apenas uma teoria, no momento, mas é algo que é bastante
interessante: a idéia genética-ambiental.
Você vê uma aplicação de diagnóstico para o autismo
a partir do seu trabalho que olha para metabólitos de doenças na
urina?
Eu acho que há
várias maneiras diferentes que você pode aplicar esta tecnologia e abordagem
para estudar o autismo. O primeiro deles é: você pode diagnosticar o autismo
mais cedo do que acontece atualmente? No momento, ele é baseado em um complexo
conjunto de traços comportamentais e pelo tempo, o diagnóstico de autismo é
feito pela primeira vez – normalmente com cerca de 18 meses ou mais - é claro
que o dano já tenha sido feito. Então, a questão real seria, podemos detectar
coisas que irá mostrar anteriormente que há um problema? E se assim for, podemos
fazer algo sobre isso, certo? Podemos mudar a interação, a bioquímica do corpo
para parar o problema em desenvolvimento?
Então, há duas partes. Uma delas é o diagnóstico precoce, pois quanto
mais cedo você tentar consertar o autismo, do jeito que for, e terapia
comportamental é uma delas, o melhor você poderá corrigi-lo. E as crianças podem
ser quase curadas por terapia comportamental, se você intervir muito
cedo. Assim, o diagnóstico precoce é muito importante, mesmo sem a necessidade
médica atendida.
E a outra coisa é se nós podemos
compreender como o metabolismo altera, e existe uma causa ambiental, podemos
eliminar essa causa ambiental, evitando assim alguns casos de autismo? Eu não
tenho certeza de que podemos impedir todos os casos, porque eu acho que existem
alguns casos genuínos que acontecem realmente muito, muito cedo e,
potencialmente, antes do nascimento e que provavelmente têm uma origem
genética. Mas nós realmente não temos certeza sobre as proporções dos diferentes
tipos de autismo que observamos.
Você mencionou que a maioria dos estudos têm sido
feitos em crianças com mais de três anos de idade. Por que isso é
significativo?
É muito
claro se você começar a ler a literatura em geral sobre autismo e, olhar para
todas as diferentes áreas de estudo, seja o comportamento, o tratamento, a
neurologia, as imagens que tem sido feitas, ou a bioquímica, todas as crianças
que foram estudadas na literatura científica, estão na faixa dos três anos de
idade. Bem, o dano ocorre antes da idade de três, por definição, como uma
questão de fato. Assim, há muito poucos estudos que analisaram o autismo nos
estágios iniciais de desenvolvimento, que é exatamente quando você precisa
olhar para ele se você quer entender como isso
ocorre.
Então, é claro, isso é difícil de fazer. Então, a maneira como temos
que direcionar é ... realmente muito simples: precisamos olhar para as famílias
onde já tem uma criança autista, porque a chance deles terem uma segunda criança
autista é realmente muito maior do que a população em geral. Assim, uma das
coisas que poderíamos fazer é olhar prospectivamente para as famílias que já têm
uma criança autista, olhar para seus filhos subseqüentes e tentar controlá-los
através de seus estágios iniciais e ver se podemos encontrar quando eles se
tornam metabolicamente ou microbiologicamente anormais, e ver se podemos,
portanto, encontrar alguns preditores de autismo.
E, isto também não é simplesmente só na
genética. É tentar identificar as principais mudanças na dieta, principais
mudanças ambientais que estão associadas com o aparecimento do autismo. Então,
precisa-se de anotações clínicas cuidadosas relacionadas com o perfil
metabólico ou microbiano.
Se
você pudesse obter recursos para projetar um estudo em conjunto, o que você acha
que o resultado seria?
Eu
acho que o resultado seria que nós seríamos capazes de identificar, pelo menos,
algumas classes de autismo que poderiam ter sido evitadas, certo? Estamos
tentando levantar dinheiro para fazer esse tipo de estudo no momento. E estamos
falando, você sabe, de milhões de dólares, por isso é um estudo caro para
fazê-lo corretamente.
Mas se você olhar para o custo do autismo, particularmente nos Estados
Unidos, e os custos projetados para o futuro, estes são astronômicos. Assim, em
1980, por exemplo, era cerca de 1 em 15.000 crianças que achavam ter autismo,
certo? O número atual é de 1 em menos de 100. Está a tornar-se uma doença
frequente na infância. E a terapia comportamental que é dada, por exemplo, no
estado da Califórnia, é algo como 100.000 dólares por ano por paciente. É um
custo astronômico e se você olhar para a taxa de aumento de autismo nos últimos
cinco ou dez anos, bem, não é exponencial, mas vai-se em uma curva íngreme. E se
você projeta essas curvas à frente daqui a 25 ou 30 anos, você verá
potencialmente uma criança autista em cada família nos Estados Unidos. Um
problema de trilhões de dólares, ok? Então, pode ser que essa curva desça e não
seja um problema tão grande. Nós simplesmente não sabemos. Mas no momento, há
uma subida íngreme e com custos enormes. Assim, gastar alguns milhões de
dólares, até US $ 10 milhões, na tentativa de entender os gatilhos é trivial em
comparação com os custos de cuidados de saúde no futuro.
Mais sobre o documentário neste
link: http://claumarcelino.blogspot.com/2012/01/documentario-autismo-enigma-teoria.html
As entrevistas com estes cientistas foram transcritas e as traduções feitas por mim, serão disponibilizadas aqui no blog.
Hoje disponho a entrevista do Prof. Jeremy Nicholson: mestre em química biológica e diretor do Departamento de Câncer e Cirurgia do Imperial College de Londres, UK.
Prof Nicholson é um bioquímico multi-premiado e foi um dos primeiros a abraçar a importância do perfil metabólico. A pesquisa do Prof Nicholson envolve a compreensão do papel dos micróbios na regulação das vias metabólicas humanas e como os micróbios estão envolvidos no metabolismo da toxicidade dos medicamentos, bem como variações nas respostas terapêuticas. Um grande desafio no trabalho do professor Nicholson está em ser capaz de caracterizar e classificar centenas de milhares de moléculas produzidas pelo sistema metabólico.
Por que o autismo é um transtorno
tão complicado?
O autismo é o que chamamos de doença-mosaico, por isso tem muitas facetas diferentes. Descobri isso lendo um monte de artigos sobre o assunto, cerca de 500 no ano passado, cobrindo todas as áreas diferentes de pesquisa do autismo.
O autismo é o que chamamos de doença-mosaico, por isso tem muitas facetas diferentes. Descobri isso lendo um monte de artigos sobre o assunto, cerca de 500 no ano passado, cobrindo todas as áreas diferentes de pesquisa do autismo.
Isso é realmente uma das coisas que a maioria das pessoas que trabalham
no autismo não tendem a fazer. Eles trabalham em sua própria área e não olham
realmente todo o espectro. E se você olhar para a literatura, você verá que o
autismo não é apenas um tipo de transtorno neuropsiquiátrico, comportamental e
social, mas também é associado a problemas gastrointestinais, na maioria das
crianças.
Talvez 70% das crianças em algum momento ou outro, tem muitos
distúrbios gastrointestinais graves. Mas também, há problemas que têm sido
registrados no sistema cardiovascular. Eles têm um aumento da pressão arterial
diastólica média. Eles têm um complexo QRS anormal. Esse é o controle elétrico
real do coração. Parece que eles têm alguns defeitos de transporte renal
também.
Então, é uma doença sistêmica, mas o
efeito mais óbvio é o social e comportamental, e por isso tende a ser associado
a isso. Mas isso não significa dizer que as outras partes do sistema não estão
profundamente envolvidas no mecanismo de ação e, eu acho que o que temos que
fazer agora usando a nossa tecnologia moderna, é dar um passo para trás, olhar
para todo o problema como um problema sistêmico e, ver como todas as interações
anormais que estão ocorrendo nos sistemas de órgãos diferentes do corpo, podem
ter impacto no desenvolvimento do cérebro nos dando os sintomas de autismo, que
estão se tornando muito familiar.
Conte-me sobre como o microbioma intestinal está mudando, e como isso nos afeta.
Então, nós evoluímos com este microbioma intestinal, como é chamado esta comunidade de organismos complexos. Todo mundo é diferente no mundo, aparentemente. Você tem algo parecido com um quilo de micróbios dentro de você, que é uma grande quantidade. Talvez 100 trilhões de células. Isso é dez vezes mais células do que o resto do seu corpo. Se você quiser obter algumas estatísticas, durante a sua vida, a quantidade de micróbios do intestino que produz tem o mesmo peso que cinco elefantes adultos. E os micróbios em seu intestino são metabolicamente mais ativos biossinteticamente do que o resto do seu corpo. Então, eles têm um efeito enorme no seu metabolismo.
Conte-me sobre como o microbioma intestinal está mudando, e como isso nos afeta.
Então, nós evoluímos com este microbioma intestinal, como é chamado esta comunidade de organismos complexos. Todo mundo é diferente no mundo, aparentemente. Você tem algo parecido com um quilo de micróbios dentro de você, que é uma grande quantidade. Talvez 100 trilhões de células. Isso é dez vezes mais células do que o resto do seu corpo. Se você quiser obter algumas estatísticas, durante a sua vida, a quantidade de micróbios do intestino que produz tem o mesmo peso que cinco elefantes adultos. E os micróbios em seu intestino são metabolicamente mais ativos biossinteticamente do que o resto do seu corpo. Então, eles têm um efeito enorme no seu metabolismo.
E nós evoluímos com eles, e nós temos
evoluído, não só como uma espécie, mas também em relação à nossa dieta. E,
obviamente, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, os nossos estilos de vida,
nossas dietas mudaram muito. E, portanto, potencialmente, nossos micróbios e,
certamente a nossa função microbiana, provavelmente mudou muito
também.
Quais são alguns dos principais fatores que mudaram o microbioma?
Bem, o uso de antibióticos seria uma forma muito óbvia. Lembre-se, o autismo foi registrado apenas como uma doença em 1944 por Kanner, que é quase exatamente o mesmo tempo que começamos a utilizar antibióticos. E eu não estou dizendo que os primeiros casos foram causados por antibióticos. Mas o que eu estou dizendo é que os antibióticos, especialmente quando administrados a crianças ou bebês, são obrigados a alterar o equilíbrio microbiano no microbioma em desenvolvimento.
Quais são alguns dos principais fatores que mudaram o microbioma?
Bem, o uso de antibióticos seria uma forma muito óbvia. Lembre-se, o autismo foi registrado apenas como uma doença em 1944 por Kanner, que é quase exatamente o mesmo tempo que começamos a utilizar antibióticos. E eu não estou dizendo que os primeiros casos foram causados por antibióticos. Mas o que eu estou dizendo é que os antibióticos, especialmente quando administrados a crianças ou bebês, são obrigados a alterar o equilíbrio microbiano no microbioma em desenvolvimento.
Lembre-se, eu disse que leva cerca de três anos para desenvolver o
autismo. Quando você produz uma onda de choque súbita através de um antibiótico,
ele poderia descarrilar, ou poderia mudar o rumo do desenvolvimento. E
recentemente foi demonstrado por David Relman em Stanford que, uma vez que você
usa antibióticos, os micróbios se recuperam. Isso é em adultos. Os micróbios se
recuperam, mas eles nunca vão voltar ao que eram antes da antibioticoterapia. E,
claro, em crianças, onde vemos um desenvolvimento ou um microbioma mudando, o
efeito de antibióticos será ampliado sobre o que acontece em adultos.
E dieta. Há muita controvérsia sobre como a dieta interage com micróbios. Micróbios têm diferentes preferências alimentares. Não há dúvida sobre isso. Eles são todos de diferentes espécies. Eles têm diferentes atividades metabólicas. Então, se você mudar a dieta, você está quase certamente mudando o equilíbrio de poder nesta complexa ecologia em seu intestino. O que não está claro é se essas mudanças são permanentes ou reversíveis ou o que quer que seja.
E dieta. Há muita controvérsia sobre como a dieta interage com micróbios. Micróbios têm diferentes preferências alimentares. Não há dúvida sobre isso. Eles são todos de diferentes espécies. Eles têm diferentes atividades metabólicas. Então, se você mudar a dieta, você está quase certamente mudando o equilíbrio de poder nesta complexa ecologia em seu intestino. O que não está claro é se essas mudanças são permanentes ou reversíveis ou o que quer que seja.
No entanto, a maioria dos cientistas têm
estado a olhar para o microbioma, do ponto de vista da
composição. Geneticamente, quem está lá, quais micróbios estão presentes. Mas
micróbios respondem às condições em que estão, por isso, se você alterar a
dieta, mesmo se quem estiver lá não mudar muito, o que estão fazendo muda. E
esse é o ponto importante do ponto de vista metabólico, que os micróbios podem
permanecer exatamente os mesmos em termos da composição de espécies, mas o que
eles estão produzindo no corpo e sua posição na ecologia podem mudar
radicalmente. E isso é o efeito que o indivíduo sente.
Então, nós estamos longe de saber quais das bactérias são "más" bactérias?
Bem, sabemos do trabalho do Dr. Sid Finegold sobre as populações de Clostridia serem muito anormais. E a Clostridia inclui uma gama de bactérias, algumas das quais são muito amigáveis e importantes para nós, e outras são super perigosas, como no botulismo.
Então, nós estamos longe de saber quais das bactérias são "más" bactérias?
Bem, sabemos do trabalho do Dr. Sid Finegold sobre as populações de Clostridia serem muito anormais. E a Clostridia inclui uma gama de bactérias, algumas das quais são muito amigáveis e importantes para nós, e outras são super perigosas, como no botulismo.
Você sabe que a toxina botulínica, uma
das substâncias mais tóxicas no mundo, vem da Clostridia. Então, você tem um
espectro de hostilidade, do realmente bom até o ruim dentro da Clostridia, e
sabemos que as populações de Clostridia são muito anormais no autismo. Então,
uma das respostas pode estar aí, pelo menos. Mas a coisa importante a lembrar, é
que esses micróbios, podem não ser apenas uma espécie de bactéria, podem ser
combinações delas e como elas funcionam juntas metabolicamente, e isso é um
problema muito mais complicado e, francamente, eu acho que é uma probabilidade
muito maior de ser verdade do que apenas encontrar uma colônia responsável. Eu
acho que se fosse apenas uma colônia, teríamos, provavelmente, descoberto
já. Então, é a combinação, a ecologia anormal, e como ela interage com o corpo,
que muda o desenvolvimento.
Grandes quantidades de enxofre foram encontradas na urina de crianças autistas. Qual é a importância do esgotamento de enxofre em pessoas autistas?
É bem conhecida e tem sido conhecida há muitos anos anormalidades no metabolismo do enxofre em crianças autistas. Há evidências de que eles perdem o sulfato e outros componentes inorgânicos de enxofre na urina e em quantidades realmente muito grandes, o que implica em defeitos no transporte renal que está envolvido na recuperação de enxofre a partir da urina. Se você não tem esse trabalho de transporte eficiente, você perde o enxofre.
Grandes quantidades de enxofre foram encontradas na urina de crianças autistas. Qual é a importância do esgotamento de enxofre em pessoas autistas?
É bem conhecida e tem sido conhecida há muitos anos anormalidades no metabolismo do enxofre em crianças autistas. Há evidências de que eles perdem o sulfato e outros componentes inorgânicos de enxofre na urina e em quantidades realmente muito grandes, o que implica em defeitos no transporte renal que está envolvido na recuperação de enxofre a partir da urina. Se você não tem esse trabalho de transporte eficiente, você perde o enxofre.
Isso é potencialmente um grande problema
porque o enxofre é altamente necessário e importante no desenvolvimento. É
exigido para todos os tipos de processos metabólicos diferentes. Então, o
interessante é que pode haver um problema fundamental de enxofre em crianças
autistas. Os micróbios que eles têm, os micróbios anormais, são quase certamente
associados à produção de metabólitos que requerem enxofre para processamento
posterior. Então, se você tem essa combinação desagradável potencial de um
defeito de enxofre, que pode ser genético, relacionado com os micróbios que
demandam enxofre, você tem um problema de esgotamento de um recurso essencial
que o corpo precisa para crescer e se desenvolver, incluindo o desenvolvimento
do cérebro. Isso é apenas uma teoria, no momento, mas é algo que é bastante
interessante: a idéia genética-ambiental.
Você vê uma aplicação de diagnóstico para o autismo a partir do seu trabalho que olha para metabólitos de doenças na urina?
Eu acho que há várias maneiras diferentes que você pode aplicar esta tecnologia e abordagem para estudar o autismo. O primeiro deles é: você pode diagnosticar o autismo mais cedo do que acontece atualmente? No momento, ele é baseado em um complexo conjunto de traços comportamentais e pelo tempo, o diagnóstico de autismo é feito pela primeira vez – normalmente com cerca de 18 meses ou mais - é claro que o dano já tenha sido feito. Então, a questão real seria, podemos detectar coisas que irá mostrar anteriormente que há um problema? E se assim for, podemos fazer algo sobre isso, certo? Podemos mudar a interação, a bioquímica do corpo para parar o problema em desenvolvimento?
Você vê uma aplicação de diagnóstico para o autismo a partir do seu trabalho que olha para metabólitos de doenças na urina?
Eu acho que há várias maneiras diferentes que você pode aplicar esta tecnologia e abordagem para estudar o autismo. O primeiro deles é: você pode diagnosticar o autismo mais cedo do que acontece atualmente? No momento, ele é baseado em um complexo conjunto de traços comportamentais e pelo tempo, o diagnóstico de autismo é feito pela primeira vez – normalmente com cerca de 18 meses ou mais - é claro que o dano já tenha sido feito. Então, a questão real seria, podemos detectar coisas que irá mostrar anteriormente que há um problema? E se assim for, podemos fazer algo sobre isso, certo? Podemos mudar a interação, a bioquímica do corpo para parar o problema em desenvolvimento?
Então, há duas partes. Uma delas é o diagnóstico precoce, pois quanto
mais cedo você tentar consertar o autismo, do jeito que for, e terapia
comportamental é uma delas, o melhor você poderá corrigi-lo. E as crianças podem
ser quase curadas por terapia comportamental, se você intervir muito
cedo. Assim, o diagnóstico precoce é muito importante, mesmo sem a necessidade
médica atendida.
E a outra coisa é se nós podemos
compreender como o metabolismo altera, e existe uma causa ambiental, podemos
eliminar essa causa ambiental, evitando assim alguns casos de autismo? Eu não
tenho certeza de que podemos impedir todos os casos, porque eu acho que existem
alguns casos genuínos que acontecem realmente muito, muito cedo e,
potencialmente, antes do nascimento e que provavelmente têm uma origem
genética. Mas nós realmente não temos certeza sobre as proporções dos diferentes
tipos de autismo que observamos.
Você mencionou que a maioria dos estudos têm sido feitos em crianças com mais de três anos de idade. Por que isso é significativo?
É muito claro se você começar a ler a literatura em geral sobre autismo e, olhar para todas as diferentes áreas de estudo, seja o comportamento, o tratamento, a neurologia, as imagens que tem sido feitas, ou a bioquímica, todas as crianças que foram estudadas na literatura científica, estão na faixa dos três anos de idade. Bem, o dano ocorre antes da idade de três, por definição, como uma questão de fato. Assim, há muito poucos estudos que analisaram o autismo nos estágios iniciais de desenvolvimento, que é exatamente quando você precisa olhar para ele se você quer entender como isso ocorre.
Você mencionou que a maioria dos estudos têm sido feitos em crianças com mais de três anos de idade. Por que isso é significativo?
É muito claro se você começar a ler a literatura em geral sobre autismo e, olhar para todas as diferentes áreas de estudo, seja o comportamento, o tratamento, a neurologia, as imagens que tem sido feitas, ou a bioquímica, todas as crianças que foram estudadas na literatura científica, estão na faixa dos três anos de idade. Bem, o dano ocorre antes da idade de três, por definição, como uma questão de fato. Assim, há muito poucos estudos que analisaram o autismo nos estágios iniciais de desenvolvimento, que é exatamente quando você precisa olhar para ele se você quer entender como isso ocorre.
Então, é claro, isso é difícil de fazer. Então, a maneira como temos
que direcionar é ... realmente muito simples: precisamos olhar para as famílias
onde já tem uma criança autista, porque a chance deles terem uma segunda criança
autista é realmente muito maior do que a população em geral. Assim, uma das
coisas que poderíamos fazer é olhar prospectivamente para as famílias que já têm
uma criança autista, olhar para seus filhos subseqüentes e tentar controlá-los
através de seus estágios iniciais e ver se podemos encontrar quando eles se
tornam metabolicamente ou microbiologicamente anormais, e ver se podemos,
portanto, encontrar alguns preditores de autismo.
E, isto também não é simplesmente só na
genética. É tentar identificar as principais mudanças na dieta, principais
mudanças ambientais que estão associadas com o aparecimento do autismo. Então,
precisa-se de anotações clínicas cuidadosas relacionadas com o perfil
metabólico ou microbiano.
Se você pudesse obter recursos para projetar um estudo em conjunto, o que você acha que o resultado seria?
Eu acho que o resultado seria que nós seríamos capazes de identificar, pelo menos, algumas classes de autismo que poderiam ter sido evitadas, certo? Estamos tentando levantar dinheiro para fazer esse tipo de estudo no momento. E estamos falando, você sabe, de milhões de dólares, por isso é um estudo caro para fazê-lo corretamente.
Se você pudesse obter recursos para projetar um estudo em conjunto, o que você acha que o resultado seria?
Eu acho que o resultado seria que nós seríamos capazes de identificar, pelo menos, algumas classes de autismo que poderiam ter sido evitadas, certo? Estamos tentando levantar dinheiro para fazer esse tipo de estudo no momento. E estamos falando, você sabe, de milhões de dólares, por isso é um estudo caro para fazê-lo corretamente.
Mas se você olhar para o custo do autismo, particularmente nos Estados
Unidos, e os custos projetados para o futuro, estes são astronômicos. Assim, em
1980, por exemplo, era cerca de 1 em 15.000 crianças que achavam ter autismo,
certo? O número atual é de 1 em menos de 100. Está a tornar-se uma doença
frequente na infância. E a terapia comportamental que é dada, por exemplo, no
estado da Califórnia, é algo como 100.000 dólares por ano por paciente. É um
custo astronômico e se você olhar para a taxa de aumento de autismo nos últimos
cinco ou dez anos, bem, não é exponencial, mas vai-se em uma curva íngreme. E se
você projeta essas curvas à frente daqui a 25 ou 30 anos, você verá
potencialmente uma criança autista em cada família nos Estados Unidos. Um
problema de trilhões de dólares, ok? Então, pode ser que essa curva desça e não
seja um problema tão grande. Nós simplesmente não sabemos. Mas no momento, há
uma subida íngreme e com custos enormes. Assim, gastar alguns milhões de
dólares, até US $ 10 milhões, na tentativa de entender os gatilhos é trivial em
comparação com os custos de cuidados de saúde no futuro.
Mais sobre o documentário neste link: http://claumarcelino.blogspot.com/2012/01/documentario-autismo-enigma-teoria.html
Mais sobre o documentário neste link: http://claumarcelino.blogspot.com/2012/01/documentario-autismo-enigma-teoria.html
Documentário Autismo Enigma - A Teoria Bacteriana parte 2.
Em
dezembro de 2011 foi lançado o documentário canadense, Autism Enigma,
na rede CBC de televisão, com o propósito de investigar e divulgar o trabalho de
um grupo de cientistas empenhados em estudar o autismo de forma sistêmica com
origem microbiana.
As
entrevistas com estes cientistas para a produção do documentário, foram
transcritas e, as traduções feitas por mim, estão sendo disponibilizadas aqui no
blog.
Já postei a entrevista feita com o Prof.
Jeremy Nicholson.
Hoje
disponho a entrevista do Dr.
Sidney Finegold, autoridade mundial em biologia de bactérias
anaeróbicas e grande conhecedor de doenças produzidas por estes micro
organismos. Com mais de 60 anos de carreira, sua reputação é reconhecida
mundialmente.
Professor
emérito de medicina, microbiologia, imunologia e genética molecular da UCLA
School of Medicine.
Atualmente
seu foco de trabalho está no papel de bactérias intestinais no autismo; diarréia
e colites associadas a antibióticos; e no papel das bactérias intestinais em
doenças auto imunes. Ele descobriu que esporos de clostridia se encontram em
grandes quantidades em pacientes autistas o que o levou a exploração de espécies
bacterianas no autismo e, mais recentemente, a descoberta de uma cepa crucial
para a desordem.
Quanto tempo tem sua carreira em
microbiologia?
Bem, meu
primeiro artigo foi publicado em 1951. Foi com base no trabalho que fiz como
estudante de medicina no final dos anos 40 e finalmente tinha dados suficientes
para publicá-lo em 51. E nesse ponto, eu e minha esposa e outro estudante de
medicina todos concordaram em tomar alguns antibióticos para ver qual seria o
impacto sobre a flora intestinal, e então documentamos mudanças, mesmo com as
técnicas rudes disponíveis naquele momento. Então eu tenho estado no meio desde
essa época. Nossa 1ª pesquisa com anaeróbios entrou pela primeira vez na nossa
coleção em 1957, mas nós estávamos trabalhando com eles por vários anos antes
disso.
Quando você começou a
fazer uma conexão entre bactérias intestinais e
autismo?
Em 1998, eu recebi
um telefonema do Dr. Richard Sandler em Chicago. Ele é um gastroenterologista
pediátrico, e ele tinha visto o filho autista de uma senhora chamada Ellen
Bolte. Ela tinha feito um trabalho notável de revisão da literatura médica sobre
o autismo e doenças relacionadas, e concluiu que esta poderia muito bem ser uma
infecção bacteriana. E ela pensou que o melhor exemplo disso era o botulismo
infantil, onde o organismo cresce no intestino do bebê, produz a toxina que é
absorvida. Ela vai para o sistema nervoso central e produz a doença. Isso está
em contraste com o tipo mais comum de botulismo onde comemos um alimento e é
contaminado com a toxina do organismo e não há envolvimento do intestino em
tudo. A doença ocorre diretamente.
Então, ela tinha recomendado ao Dr. Sandler que ele tratasse seu filho
com vancomicina oral, o raciocínio seria que esta droga iria ser ativa contra o
tipo de organismo que poderia estar causando a doença, e que seria um grupo
Clostridia. Eles são Gram-positivos e a vancomicina é particularmente ativa
contra organismos Gram-positivos. Então, ele concordou em fazer isso e a criança
teve uma melhora dramática, começando dentro de alguns dias e persistindo por
seis semanas enquanto ele ainda usava a droga.
Isto envolveu a melhoria nas habilidades de
linguagem. Ele realmente não tinha nenhuma linguagem de antemão, mas ele pegou
algumas palavras e até mesmo começou a encadear sentenças no final, como: "Não,
mamãe, eu gostaria desse." Ele era muito mais maleável. Ele ouvia as pessoas e
respondia. Ele olhava para as pessoas, o que era bastante diferente do seu
comportamento usual. Ele não tinha mais qualquer acesso de raiva e geralmente
era uma criança muito melhor, quase normal.
Que impacto o uso de antibióticos repetidamente tem em
bactérias do intestino?
Os
antibióticos têm um impacto sobre a flora intestinal. Praticamente todos eles
têm. Alguns, quando administrados sistemicamente, não entram no intestino, de
modo que não deveriam, mas a maioria dos antibióticos, mesmo administrados
sistemicamente, são secretados no intestino, em certa medida. Assim,
praticamente todo o tempo que nós usamos antibióticos, um dos problemas menos
conhecidos é que eles têm impacto na flora intestinal. Estamos descobrindo mais
e mais nos últimos anos, que a flora intestinal faz uma série de coisas
incríveis para o corpo. Nossa imunidade inata é desenvolvida em virtude da
exposição a partir de bactérias que vivem no intestino. E sabemos agora que pelo
menos algumas formas de obesidade estão relacionadas com alterações na flora
bacteriana normal. Nós não sabemos se os antibióticos estão envolvidos nesse
problema em particular, mas certamente parecem estar no autismo e claramente
estão na colite dificile associada ao
Clostridium.
As entrevistas com estes cientistas para a produção do documentário, foram transcritas e, as traduções feitas por mim, estão sendo disponibilizadas aqui no blog.
Já postei a entrevista feita com o Prof. Jeremy Nicholson.
Hoje disponho a entrevista do Dr. Sidney Finegold, autoridade mundial em biologia de bactérias anaeróbicas e grande conhecedor de doenças produzidas por estes micro organismos. Com mais de 60 anos de carreira, sua reputação é reconhecida mundialmente.
Professor emérito de medicina, microbiologia, imunologia e genética molecular da UCLA School of Medicine.
Atualmente seu foco de trabalho está no papel de bactérias intestinais no autismo; diarréia e colites associadas a antibióticos; e no papel das bactérias intestinais em doenças auto imunes. Ele descobriu que esporos de clostridia se encontram em grandes quantidades em pacientes autistas o que o levou a exploração de espécies bacterianas no autismo e, mais recentemente, a descoberta de uma cepa crucial para a desordem.
Quanto tempo tem sua carreira em
microbiologia?
Bem, meu primeiro artigo foi publicado em 1951. Foi com base no trabalho que fiz como estudante de medicina no final dos anos 40 e finalmente tinha dados suficientes para publicá-lo em 51. E nesse ponto, eu e minha esposa e outro estudante de medicina todos concordaram em tomar alguns antibióticos para ver qual seria o impacto sobre a flora intestinal, e então documentamos mudanças, mesmo com as técnicas rudes disponíveis naquele momento. Então eu tenho estado no meio desde essa época. Nossa 1ª pesquisa com anaeróbios entrou pela primeira vez na nossa coleção em 1957, mas nós estávamos trabalhando com eles por vários anos antes disso.
Quando você começou a fazer uma conexão entre bactérias intestinais e autismo?
Em 1998, eu recebi um telefonema do Dr. Richard Sandler em Chicago. Ele é um gastroenterologista pediátrico, e ele tinha visto o filho autista de uma senhora chamada Ellen Bolte. Ela tinha feito um trabalho notável de revisão da literatura médica sobre o autismo e doenças relacionadas, e concluiu que esta poderia muito bem ser uma infecção bacteriana. E ela pensou que o melhor exemplo disso era o botulismo infantil, onde o organismo cresce no intestino do bebê, produz a toxina que é absorvida. Ela vai para o sistema nervoso central e produz a doença. Isso está em contraste com o tipo mais comum de botulismo onde comemos um alimento e é contaminado com a toxina do organismo e não há envolvimento do intestino em tudo. A doença ocorre diretamente.
Bem, meu primeiro artigo foi publicado em 1951. Foi com base no trabalho que fiz como estudante de medicina no final dos anos 40 e finalmente tinha dados suficientes para publicá-lo em 51. E nesse ponto, eu e minha esposa e outro estudante de medicina todos concordaram em tomar alguns antibióticos para ver qual seria o impacto sobre a flora intestinal, e então documentamos mudanças, mesmo com as técnicas rudes disponíveis naquele momento. Então eu tenho estado no meio desde essa época. Nossa 1ª pesquisa com anaeróbios entrou pela primeira vez na nossa coleção em 1957, mas nós estávamos trabalhando com eles por vários anos antes disso.
Quando você começou a fazer uma conexão entre bactérias intestinais e autismo?
Em 1998, eu recebi um telefonema do Dr. Richard Sandler em Chicago. Ele é um gastroenterologista pediátrico, e ele tinha visto o filho autista de uma senhora chamada Ellen Bolte. Ela tinha feito um trabalho notável de revisão da literatura médica sobre o autismo e doenças relacionadas, e concluiu que esta poderia muito bem ser uma infecção bacteriana. E ela pensou que o melhor exemplo disso era o botulismo infantil, onde o organismo cresce no intestino do bebê, produz a toxina que é absorvida. Ela vai para o sistema nervoso central e produz a doença. Isso está em contraste com o tipo mais comum de botulismo onde comemos um alimento e é contaminado com a toxina do organismo e não há envolvimento do intestino em tudo. A doença ocorre diretamente.
Então, ela tinha recomendado ao Dr. Sandler que ele tratasse seu filho
com vancomicina oral, o raciocínio seria que esta droga iria ser ativa contra o
tipo de organismo que poderia estar causando a doença, e que seria um grupo
Clostridia. Eles são Gram-positivos e a vancomicina é particularmente ativa
contra organismos Gram-positivos. Então, ele concordou em fazer isso e a criança
teve uma melhora dramática, começando dentro de alguns dias e persistindo por
seis semanas enquanto ele ainda usava a droga.
Isto envolveu a melhoria nas habilidades de
linguagem. Ele realmente não tinha nenhuma linguagem de antemão, mas ele pegou
algumas palavras e até mesmo começou a encadear sentenças no final, como: "Não,
mamãe, eu gostaria desse." Ele era muito mais maleável. Ele ouvia as pessoas e
respondia. Ele olhava para as pessoas, o que era bastante diferente do seu
comportamento usual. Ele não tinha mais qualquer acesso de raiva e geralmente
era uma criança muito melhor, quase normal.
Que impacto o uso de antibióticos repetidamente tem em bactérias do intestino?
Os antibióticos têm um impacto sobre a flora intestinal. Praticamente todos eles têm. Alguns, quando administrados sistemicamente, não entram no intestino, de modo que não deveriam, mas a maioria dos antibióticos, mesmo administrados sistemicamente, são secretados no intestino, em certa medida. Assim, praticamente todo o tempo que nós usamos antibióticos, um dos problemas menos conhecidos é que eles têm impacto na flora intestinal. Estamos descobrindo mais e mais nos últimos anos, que a flora intestinal faz uma série de coisas incríveis para o corpo. Nossa imunidade inata é desenvolvida em virtude da exposição a partir de bactérias que vivem no intestino. E sabemos agora que pelo menos algumas formas de obesidade estão relacionadas com alterações na flora bacteriana normal. Nós não sabemos se os antibióticos estão envolvidos nesse problema em particular, mas certamente parecem estar no autismo e claramente estão na colite dificile associada ao Clostridium.
Que impacto o uso de antibióticos repetidamente tem em bactérias do intestino?
Os antibióticos têm um impacto sobre a flora intestinal. Praticamente todos eles têm. Alguns, quando administrados sistemicamente, não entram no intestino, de modo que não deveriam, mas a maioria dos antibióticos, mesmo administrados sistemicamente, são secretados no intestino, em certa medida. Assim, praticamente todo o tempo que nós usamos antibióticos, um dos problemas menos conhecidos é que eles têm impacto na flora intestinal. Estamos descobrindo mais e mais nos últimos anos, que a flora intestinal faz uma série de coisas incríveis para o corpo. Nossa imunidade inata é desenvolvida em virtude da exposição a partir de bactérias que vivem no intestino. E sabemos agora que pelo menos algumas formas de obesidade estão relacionadas com alterações na flora bacteriana normal. Nós não sabemos se os antibióticos estão envolvidos nesse problema em particular, mas certamente parecem estar no autismo e claramente estão na colite dificile associada ao Clostridium.
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