quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Alergia alimentar

ALERGIA ALIMENTAR
Histórico-Conceito | Sintomas e Doenças | Mecanismo de Ação | Testes | Tratamento

Histórico - Conceito  
A partir de 1935, Theron Randolph iniciou exaustiva pesquisa clínica, procurando descobrir se existia algum alimento ou substância química responsável pelos sintomas físicos e psíquicos dos seus pacientes. Após estudar mais de 5000 casos durante 25 anos, com muita paciência e utilizando a técnica da dieta rotatória de restrição e adição do alimento suspeito, chegou à importante e crucial conclusão de que havia relação de causa e efeito entre o alimento ingerido e as queixas físicas e psíquicas dos pacientes . O que dificultou a descoberta era que tais sintomas somente apareciam alguns dias após a ingestão do alimento , porem o que mais alegrou o pesquisador foi constatar que os sintomas ou a doença desaparecia com a retirada do agente causal.
Nas palavras de Randolph " Milhões de pessoas estavam doentes sem causa aparente. Eram doentes crônicos que não apareciam nas estatísticas, que iam de médico em médico à procura de soluções e no final eram rotulados como psiquiátricos. Estas pessoas estavam simplesmente apresentando : MÁ ADAPTAÇÃO AO MEIO AMBIENTE " .
Theron Randolph é considerado o pai da Ecologia Clínica , porque foi o primeiro a correlacionar a ingestão ou a inalação de substâncias exógenas ( alimentos, químicos, inalantes ) com as doenças degenerativas e os distúrbios emocionais. Foi o primeiro a descobrir que existe a chamada Alergia Cerebral e já naquela época dava valor aos testes provocativos.
Em 1970, Marshall Mandell e David King , publicam o primeiro estudo duplo cego com os testes provocativos nas doenças emocionais, iniciando o suporte científico da Alergia Cerebral e
da Ecologia Clínica .
Ficou assim estabelecido que certo número de pacientes com doenças de difícil tratamento apresentam na verdade intolerância ou alergia a um ou mais dos alimentos comuns, ou a substância químicas ou a inalantes, os quais provocam mal funcionamento de células, tecidos e orgãos. Os sintomas não se manifestam como vermelhidão ou prurido e também não aparecem logo após a ingestão do alimento prejudicial. Os sintomas aparecem horas ou dias após o contato e se manifestam como : fadiga, cansaço, depressão, irritabilidade, alucinações, gastrite, colite, dores de cabeça, etc. dependendo da individualidade bioquímica de cada um.
Randolph relata o caso de Prof. Universitário que começou a apresentar alucinações auditivas e visuais terríveis, sendo necessário a sua internação em hospital psiquiátrico . Em 30 dias de internação não apresentou nenhuma crise e obteve alta ,com o diagnóstico de esquisofrenia. No terceiro dia em sua casa, iniciaram novamente as alucinações. Nova internação e no hospital nada acontecia. Após 6 meses foi descoberto que era o leite o agente causal. Após a retirada do leite e derivados, nunca mais apresentou qualquer tipo de distúrbio psiquiátrico.
Recentemente, recebemos um paciente com gastrite de difícil resolução, que havia sido examinado por vários gastroenterologistas e que apresentava endoscopia e biopsia confirmando o diagnóstico. O arsenal farmacêutico, fitoterápico e nutricional já havia se esgotado sem sucesso. Foi o próprio paciente que descobriu a sua cura. Verificou que a gastrite aparecia nos fins de semana em Ilhabela , onde era preciso usar dispositivo anti inseto ligado à corrente elétrica. Notou que a gastrite se manifestava, somente quando ele permanecia no ambiente com o dispositivo anti inseto em funcionamento. Livrou-se do dispositivo e nunca mais apresentou gastrite.
William Philpott exulta os clínicos que nadam contra a corrente do conceito convencional de doença, onde se prescreve os medicamentos sintomáticos e que procuram a verdadeira causa da doenças ,que muitas vezes pode ser uma reação ao meio ambiente ou a fatores nutricionais.
Classificação dos sintomas e das doenças  
A seguir vamos enumerar os sintomas de Má Adaptação ao Meio Ambiente , elaborado por Randolph. A- NÍVEIS DE ADIÇÃO ( estimulação)
Mais 1 : Raramente visto pelo médico: são pessoas alegres e de alto astral e medianamente excitados
São saudáveis ao extremo.

Mais 2 : Frequentemente visto pelo médico .
- Hiperatividade : criança e adulto
- Obesidade
- Alcoolismo

Mais 3 : Egocentrismo
Ansiedade
Nervosismo ao extremo
Tremores
Comportamento de alcoolizado com incoordenação motora

Mais 4 : Mania , com ou sem convulsões
Crise epiléptica
Reações catatônicas
Agitação psicomotora
Pânico
Pensamentos, movimentos e fala repetitivos( obsessivo- compulsivo)

B- NÍVEIS DE SUBTRAÇÃO ( abstinência )
Menos 1 : Sintomas físicos localizados
É o campo do alergista ortodoxo
- Sinusite, rinite, asma, urticária, eczema e dermatite de contato

Menos 2 : Sintomas físicos sistêmicos
Raramente diagnosticado pelos médicos
- fadiga, dor de cabeça, dores musculares, dores articulares, gastrite, colite

Menos 3 : Sintomas mentais e alterações do comportamento
- depressão leve
- confusão mental
- diminuição da memória
- indecisão
- "brain fag"
- mudanças do humor

Menos 4 : Sintomas mentais mais severos
- depressão grave
- psicoses
- reações mentais com alterações da percepção e da consciência

José Arnaldo Gaertner e Jorge Cavalcanti Boucinhas em experiência clínica de longos anos no estudo da alergia alimentar, relatam os principais sinais e sintomas da alergia alimentar no Brasil.

I - Gastrointestinais
-náuseas, vômitos, diarréia, constipação, flatulência, eructação, gastrite, cólicas intestinais, cólon irritável, Doença de Crohn, prurido anal, língua saburrosa, sintomas aparentes de problemas da vesícula.

II- Dermatológicos
- erupções, assaduras, eczemas, dermatites herpetiformes, pele seca, caspa, unhas e cabelos quebradiços

III- Otorrinolaringológicos
- coriza e congestão nasal, lacrimejamento, visão turva, estalos, zumbidos e dor de ouvido, sensação de descer a serra, surdez, infecções de ouvido recorrentes, prurido e corrimento auditivos, dores de garganta, rouquidão, tosse crônica, prurido no céu da boca, sinusite recorrente.

IV- Cardiopulmonares
- palpitações, arritmias , taquicardia, asma, congestão no peito e bronquite

V- Outros sinais e sintomas
- fadiga crônica, artrites, dores musculares e articulares, edema de mãos, pés e tornozelos, sintomas urinários como polaciuria, ardência e urgência miccional, prurido e corrimento vaginal, variação rápida de pêso ( de 1 a 1.5 Kg ou mais, correspondendo a inchaço), bulemia e anorexia nervosa, dores de cabeça , enxaqueca, inchaço e rugas sob os olhos ("olheira"), tontura , vertigem , zonzeira.
Mecanismo de Ação  
Alimentos e bebidas ingeridos diariamente constituem-se na maior carga exógena de antígenos imposta aos seres humanos, estimando-se que exceda a várias toneladas no transcorrer da vida. O trato gastrointestinal dispõe de vários tipos de mecanismos, imunológicos e não imunológicas para diminuir a entrada de proteinas estranhas no organismo.
A barreira não imunológica inclue a secreção de ácido clorídrico pelo estômago, a digestão das proteinas pelas enzimas intestinais e do pâncreas, o peristaltismo, a camada de muco e as microvilosidade da mucosa intestinal. È por esta razão que as alergias alimentares podem se iniciar na infância por deficit enzimático ou se manifestarem bem mais tarde quando o sistema digestivo vai diminuindo a produção das enzimas digestivas e de ácido clorídrico.
A principal barreira imunológica a proteinas estranhas é a secreção de moleculas IgA - secretora no interior do intestino, a qual se complexa com o as proteinas estranhas e bloqueia a sua absorção. As proteinas estranhas que conseguem chegar à circulação são recebidas por anticorpos da classe IgA e IgG os quais são eliminados do organismo pelo sistema retículo endotelial.
Pessoas normais geram anticorpos da classe IgA, IgM e IgG em minúsculas quantidades em reação a antigenos alimentares.
Reações mediadas por IgE: Liberam histamina, prostaglandinas e leucotrienos ,produzindo uma reação alérgica típica imediata, com sintomas aparecendo em minutos .
Reações não mediadas por IgE: Envolve a classe dos anticorpos IgA, IgM e IgG produzindo os sintomas em horas ou dias.
Reações não mediadas por IgE e de mecanismo desconhecido: è um aumento da reatividade a um determinado alimento sem o envolvimento do sistema imune, às quais chamamos de intolerância alimentar.
Testes Diagnósticos para a alergia alimentar  
Segundo Gaertner e Boucinhas , um alérgeno alimentar quando pesquisado por intradermo reação pode dar falsas reações positivas pois a sua via de inoculação não é a mesma, sendo também dispendioso e muito doloroso
O RAST no sangue é um método acurado para a identificação de alérgenos alimentares, principalmente porque a maioria das alergias alimentares se manifestam em um tempo não inferior a 1 dia após a ingestão, geralmente 2-3 dias podendo chegar até 30 dias após a ingestão. O RAST do sangue, é especifico, tem boa reprodutibilidade, porém é dispendioso.
O FICA ( Food Imune Complex Assay ) , dosa a presença de anticorpos no sangue, é fidedigno, porem é muito caro.
Para Gaertner e Boucinhas o melhor método é o VEGA - RAST que dosa os alérgenos por bioressonância eletromagnética. Mede a presença dos alérgenos alimentares através da interação entre os alimentos alergênicos e os não alergênicos à passagem de uma corrente elétrica de amperagem e voltagem pré conhecidas e aplicada sobre um ponto de acupuntura ( TING - polpa do polegar ). É prático e de um modo rápido podemos testar mais de 130 alérgenos no próprio consultório.
O VEGA - RAST se correlaciona estatisticamente com o RAST no sangue.
Tratamento
 
Consiste no afastamento do alimento prejudicial.
 
Fonte:www.medicinabiomolecular.com.br
Jose de Felippe Junior

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