O
glúten é uma proteína encontrada em grãos, principalmente trigo,
centeio, cevada e aveia. A caseína é uma proteína encontrada no leite e
em seus derivados. A referida dieta sugere retirar completamente as
fontes dessas duas proteínas da alimentação de um autista. A teoria
parece bastante interessante, porém a prática se mostra um tanto
problemática…
Fonte: http://pat.feldman.com.br/2009/01/27/autismo-porque-somente-uma-dieta-livre-de-gluten-e-caseina-nao-e-suficiente/
Não quero dizer aqui, nem a Dra. Natasha Campbell McBride diz em seu livro que essa dieta é inútil ou não funciona – A DIETA LIVRE DE GLÚTEN E CASEÍNA É FUNDAMENTAL no tratamento/controle do autismo, porém uma dieta livre de glúten e caseína comprovadamente não é TUDO, não é suficiente.

Em algumas pesquisas realizadas foram encontrados na urina de crianças autistas substâncias chamadas gluteomorfinas e casomorfinas,
derivadas de glúten e caseína, respectivamente. O mesmo achado se deu
na urina de pacientes com esquizofrenia, psicose, depressão,
hiperatividade e alguns distúrbios auto-imunes.
Estas substâncias (peptídeos) –
gluteomorfinas e casomorfinas – possuem uma estrutura química similar às
drogas opiáceas e o seu efeito no cérebro também ocorre de forma
semelhante. Imagine então que para um autista, consumir glúten e caseína
é quase como consumir ópio!!
Baseada em pesquisas desta linha é que
surgiu a tão conhecida dieta livre de glúten e caseína. Esse dieta
praticamente se tornou a “dieta oficial do autismo”!
As crianças autistas, talvez por conta
dos problemas em sua flora intestinal, sentem especial necessidade de
consumir carboidratos refinados – exatamente o que alimenta os patógenos
no seu intestino.
O padrão típico do desenvolvimento
autista inclui o fato de em algum momento nos dois primeiros anos de
vida a criança limita seu consumo alimentar a carboidratos processados,
açúcar e lácteos: pães, biscoitos, bolos, doces, salgadinhos, cereais
matinais, massas, leite e iogurtes industrializados adoçados. Na enorme
maioria dos casos é dificílimo mudar as preferências das crianças: ela
simplesmente não aceita outro tipo de comida! Então para inserir esta
criança numa dieta livre de glúten e caseína a solução em princípio
seria substituir os produtos contendo glúten e caseína por equivalentes
livres dessas substâncias, que ainda assim são preparados com arroz,
açúcar, fécula de batata, farinha de tapioca, soja, trigo sarraceno,
etc. Esse tipo de comida alimenta a flora intestina anormal tanto quanto
o glúten a dieta anterior, perpetuando o ciclo vicioso de um sistema
digestivo enfraquecido e doente, que libera toxinas para a corrente
sanguínea e o cérebro.
É claro que a dieta livre de glúten e
caseína elimina uma parte das toxinas que são enviadas por todo o
organismo: a gluteomorfina e as casomorfinas e isso faz alguma
diferença, isso faz algum bem. Em algumas crianças o efeito é
surpreendentemente bom. Mas infelizmente na maioria dos casos o efeito
não ocorre, ou quando ocorre é apenas por algum tempo, porque as demais
toxinas contiuam lá, sendo produzidas pela flora intestinal anormal. Se
patógenos como Candida, Clostridia, entre outros
continuam lá povoando o sistema digestivo, a inflamação persiste, o
intestino fica enfraquecio, permitindo ainda que diversas substâncias
indigestas e tóxicas sejam espalhadas pelo organismo.
O fato desta dieta ter ganho fama mundial como “a dieta do autismo”
é muito infeliz, porque ela cobre apenas uma parte muito pequena o
problema: as gluteomorfinas e as casomorfinas. Como sempre acontece,
diversas indústria do setor alimentício se aproveitaram de tal fama
lançando uma infinidade de produtos com o rótulo “livre de glúten” e/ou
“livre de caseína”, porém são produtos industrializados e são produtos
cheios de açúcar (ou pior, em alguns casos, adoçantes artificiais),
carboidratos refinados, gorduras alteradas edesnaturadas, proteínas
alteradas e desnaturadas e outras tantas substâncias que crianças
autistas jamais deveriam consumir. Toda publicação relacionada a auismo
vem recheada de publicidade desses produtos, dando aos pais uma falsa
sensação de segurança: se é livre de glúten e livre de caseína, então o
produto deverá ser bom para a minha criança autista, pensam eles. Livros
são escritos cheios de receitas, sempre baseadas nesses produtos
alimentícios altamente industrializados, açúcar, proteínas e gorduras
alteradas. Sites na internet e foruns trocam o mesmo tipo de receitas…
Este é apenas mais um exemplo do que já
aconteceu diversas outras vezes na história da humanidade: pesquisas
científicas sérias interpretadas e usadas de maneira incorreta. Não há
dúvida de que eliminar o glúten e a caseína da dieta de crianças
autistas seja uma medida importante, porém nem de longe essa medida é
suficiente e decisiva.
Minha sugestão: continuem sim evitando
totalmente o glúten e a caseína da dieta das crianças autistas, porém
não se contentem apenas com isso! Livrem-se dos industrializados,
busquem alimentos o mais naturais possíveis, o mais orgânicos e/ou
biodinâmicos possíveis.
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