quarta-feira, 30 de maio de 2012

TDAH - Mitos e Verdades

Mito:
O uso de estimulantes pode levar ao vício em drogas posteriormente.

Fato:

Estimulantes podem ajudar muitas crianças a focar e a ter mais sucesso na escola, em casa e em momentos de brincadeira. Evitando experiências negativas no momento presente, podem evitar vícios e outros problemas emocionais mais tarde.

Mito:
Uma resposta boa a um estimulante prova que a pessoa tem TDAH.

Fato:

Estimulantes possibilitam que muitas pessoas foquem e prestem mais atenção, tendo ou não TDAH. Nas pessoas com TDAH, isso é apenas mais visível.

Mito:
A medicação deve ser interrompida quando o indivíduo chega à adolescência.

Fato:

Aproximadamente 80% daqueles que precisam de medicação quando crianças ainda precisam quando adolescentes, e 50% continuam precisando quando adultos.
 
Fonte: National Institute of Mental Health – NIMH

Neurofeedback no tratamento do TDAH, ansiedade, pânico, insônia, TOC, depressão, dentre outras condições neurológicas

Por um tratamento específico e eficaz
O neurofeedback fornece informações diagnósticas precisas que permitem a elaboração de protocolos de treinamento neurológico para correção de cada comprometimento sem o uso de medicação

Por Leonardo Mascaro





FERNANDO TANGI
Este mês quero aproveitar a oportunidade para comemorar o lançamento de meu novo livro, intitulado Para que medicação? (Editora Campus-Elsevier).
O evento de lançamento, em dezembro passado em São Paulo, contou até mesmo com a presença de leitores de outras cidades, interessados em conhecer ou se aprofundar no conhecimento do Neurofeedback. Isso só demonstra a crescente demanda por alternativas não medicamentosas para o tratamento de condições neurológicas e psicológicas que até muito recentemente só encontravam respaldo medicamentoso.
A atualidade do tema vem sendo demonstrada, também, pela manifestação de autoridades renomadas, no campo da ciência médica, principalmente sobre o exagero no uso de drogas psiquiátricas. É o caso da médica Marcia Angell, primeira mulher a ocupar o cargo de editora-chefe no bicentenário New England Journal of Medicine e considerada pela revista Time uma das 25 personalidades mais influentes nos EUA que, em recente entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, apontou o abuso na prescrição de drogas psiquiátricas, relatando casos de crianças que chegam a usar quatro, até mesmo seis drogas diferentes.
Em janeiro de 2011, o Jornal da Associação Americana de Psiquiatria também fez sua parte e publicou pesquisa realizada pela Universidade da Pensilvânia, que apontou pouco ou nenhum efeito dos antidepressivos em grande parte dos pacientes com depressão leve ou moderada, com eficácia relevante apenas para os casos graves da doença.
Na esteira dessa discussão, o livro aborda, de modo extremamente aprofundado e didático, o que venho debatendo nesta coluna há algum tempo: o universo atual do Neurofeedback e suas aplicações em uma série de comprometimentos neurológicos, demonstrando, com toda a fundamentação científica necessária, a possibilidade concreta e real, hoje existente, de tratar não medicamentosamente casos de depressão, ansiedade e pânico, déficit de atenção, TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), dislexia, autismo, insônia, estresse pós-traumático, fadiga crônica e fibromialgia, bem como quadros de traumatismo crânio-encefálico e de isquemia ou derrame.
O NEUROFEEDBACK ESTÁ SENDO ADOTADO PELO EXÉRCITO AMERICANO COMO PARTE DE UM PROGRAMA- -PADRÃO DE REABILITAÇÃO DE SOLDADOS COM SEQUELAS NEUROLÓGICAS ORIUNDAS DA AÇÃO NO CAMPO DE COMBATE
Por meio da apresentação de casos clínicos reais, cada condição é descrita em termos de suas bases neurológicas, apresentando, em cada caso, sua assinatura neurológica individual, que caracteriza cada uma dessas condições, bem como os processos cerebrais envolvidos e o resultado do tratamento por Neurofeedback, objetivamente demonstrado por meio dos mapas quantitativos, obtidos no início e no final do tratamento, permitindo verificar, com isso, a efetiva e inegável evolução de cada paciente, em cada condição.
A apresentação das assinaturas neurológicas viabiliza a realização de diagnósticos diferenciais e, consequentemente, a confirmação factual, objetiva e neurologicamente determinada, do diagnóstico eventualmente obtido a partir da análise clínica per se. Isso significa que condições que muitas vezes mimetizam uma à outra, como déficit de atenção e TOC, ou dislexia e quadros de anóxia, por exemplo, podem ser clara e objetivamente diferenciadas entre si, evitando, com isso, erros de diagnósticos e, por consequência, tratamentos equivocados que, para piorar, são, na maioria das vezes, medicamentosos.
Atualmente é possível realizar, em consultório, exames de tomografia funcional que, partindo da leitura eletroencefalográfica, identificam as estruturas cerebrais profundas participantes do comprometimento que acomete o cérebro do paciente e, melhor ainda, viabilizam o treinamento dessas regiões do cérebro.
A tecnologia, nesta última década, permitiu um nível de evolução e alcance sem precedentes, fazendo com que o tratamento não medicamentoso das diversas condições que listei aqui seja hoje, mais do que nunca, uma realidade. Só para que se tenha uma ideia do que digo, atualmente é possível treinar simultaneamente mais de cinco mil variáveis estatísticas, envolvendo os mais diferentes parâmetros da atividade neurológica, calculadas instantaneamente a partir da atividade elétrica cortical global, no cérebro.
Esse verdadeiro arsenal de ferramentas de alta tecnologia para treinamento do cérebro permite identificar e tratar condições neurológicas e psiquiátricas que, muitas vezes, e mesmo ao olhar treinado de um profissional com décadas de experiência, seriam muito difíceis de serem identificadas.
Com sólida fundamentação científica, o treinamento neurológico por Neurofeedback constitui-se hoje em ferramenta de alta tecnologia e de reconhecida validade e aplicação para o tratamento não medicamentoso para uma ampla gama de condições. Tanto é assim que está sendo adotado pelo exército americano, como parte de um programa-padrão de reabilitação de soldados com sequelas neurológicas oriundas da ação no campo de combate. Dada a importância desse inovador tratamento neurológico.
Até o mês que vem!


Leonardo Mascaro é psicólogo especializado em Neurofeedback nos EUA e mestre em Neurociências pela USP. Possui mais de 15 anos de prática clínica dedicados ao atendimento psicológico e de pacientes neurológicos. É autor do livro A arquitetura do Eu, publicado pela editora Campus-Elsevier
leonardo.mascaro@braintech.com.br




Fonte: Site da Revista Psique 

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