segunda-feira, 20 de junho de 2011

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Algumas crianças, apesar de autistas, apresentam inteligência e fala intactas, outras apresentam importantes retardos no desenvolvimento da linguagem. Alguns parecem fechados e distantes, outros presos a comportamentos restritos e rígidos padrões de comportamento. Os diversos modos de manifestação do autismo também são designados de Espectro Autista, indicando uma gama de possibilidades dos sintomas do autismo.
Um dos mitos comuns sobre o autismo é de que pessoas autistas vivem em seu "mundo próprio" interagindo com o ambiente que criam; isto não é verdade. Se, por exemplo, uma criança autista fica isolada em seu canto observando as outras crianças brincarem, não é porque ela está desinteressada nessas brincadeiras ou porque vive em seu mundo, é porque simplesmente ela tem dificuldade de iniciar, manter e terminar adequadamente uma conversa.
Outro mito comum é de que quando se fala em uma pessoa autista geralmente se pensa em uma pessoa retardada que sabe poucas palavras (ou até mesmo que não sabe nenhuma). A dificuldade de comunicação, em alguns casos, está realmente presente, mas como dito acima nem todos são assim: é difícil definir se uma pessoa tem retardo mental se nunca teve oportunidades de interagir com outras pessoas ou com o ambiente.
Foi descrito pela primeira vez em 1943, pelo médico austríaco Leo Kanner, trabalhando no Johns Hopkins Hospital, em seu artigo Autistic disturbance of affective contact, na revista "Nervous Child", vol. 2, p. 217-250. No mesmo ano, o também austríaco Hans Asperger descreveu, em sua tese de doutorado, a psicopatia autista da infância. Embora ambos fossem austríacos, devido à Segunda Guerra Mundial não se conheciam .
A palavra "autismo" foi criada por Eugene Bleuler, em 1911, para descrever um sintoma da esquizofrenia, que definiu como sendo uma "fuga da realidade". Kanner e Asperger usaram a palavra para dar nome aos sintomas que observavam em seus pacientes.
O trabalho de Asperger só veio a se tornar conhecido nos anos 1970, quando a médica inglesa Lorna Wing traduziu seu trabalho para o inglês. Foi a partir daí que um tipo de autismo de alto desempenho passou a ser denominado síndrome de Asperger.
Nos anos 1950 e 1960, o psicólogo Bruno Bettelheim afirmou que a causa do autismo seria a indiferença da mãe, que denominou de "mãe-geladeira'". Nos anos 1970 essa teoria foi rejeitada e passou-se a pesquisar as causas do autismo. Hoje, sabe-se que o autismo está ligado a causas genéticas associadas a causas ambientais. Dentre possíveis causas ambientais, a contaminação por mercúrio presente em vacinas tem sido apontada como forte candidata, assim como problemas na gestação.Outros problemas como infecção por candida, contaminação por aluminio, chumbo também devem ser considerados.
Apesar do grande número de pesquisas e investigações clínicas realizadas em diferentes áreas e abordagens de trabalho, não se pode dizer que o autismo é um transtorno claramente definido. Há correntes teóricas que apontam as alterações comportamentais nos primeiros anos de vida (normalmente até os 3 anos) como relevantes para definir o transtorno, mas hoje se tem fortes indicações de que o autismo seja um transtorno organico.
Entretanto, não desconsidera o fato de que há de se cuidar destas crianças o quanto antes, inserindo-as num tratamento que leve em consideração sua subjetividade, seus afetos e sentimentos, e não apenas o aspecto comportamental. Donald Winnicott , importante pediatra e psicanalista inglês, contribui com suas formulações, a partir da prática clínica, para interrogar se o autismo de fato existe enquanto quadro nosográfico.
Além dos conceitos psicanalíticos é muito importante que se avalie o individuo como um todo, e se trate diretamente das causas, que são os desequilibrios metabólcos do organismo.
Atualmente (2008), 1 em cada 150 crianças é diagnosticada com autismo nos Estados Unidos e o número é crescente. As causas biológicas exatas do autismo e das desordens do espectro autista são desconhecidas e são um grande desafio para a sociedade. Embora não haja uma má formação cerebral, estudos recentes têm observado mudanças bruscas em algumas áreas do cérebro de pacientes autistas, incluindo um aumento moderado, que parece acontecer durante o desenvolvimento do cérebro fetal ou na 1ª infância. Fatores genéticos, ou a exposição do cérebro em desenvolvimento a alguma toxina ambiental ou infecção, pode ser a causa dessas anormalidades.
O impacto cerebral pode piorar durante a vida, enquanto o indivíduo é continuamente exposto a tais fatores ambientais, ou dentre aqueles com incapacidade de quebrar e se livrar dessas toxinas.
No cérebro normal, essas áreas coletivamente conhecidas como o sistema límbico, estão envolvidas em atividades complexas como encontrar significado nas experiências sensoriais e perceptivas, no comportamento social, na emoção e na memória. O sistema límbico também está envolvido no controle de complexos movimentos habituais como, aprender a se vestir e se lavar, ou participar de atividades coletivas. A estrutura límbica, está envolvida em diversos processos desde a criatividade artística, ao aprendizado de uma habilidade, reconhecimento de estruturas faciais, a ligação emocional, a agressão e ao vício. Então, anormalidades nessa área cerebral, cortam ou proporcionam impressões destorcidas da realidade, levando a inabilidade de efetivamente se relacionar com o mundo a sua volta, provocando um isolamento social.
Pessoas com autismo podem ficar presas a um mundo de comportamentos ritualísticos. Com variável incapacidade de interagir com as pessoas a sua volta. Uma pequena parcela mostra uma notável habilidade para executar algumas tarefas como tocar piano, executar cálculos matemáticos complexos, enquanto ao mesmo tempo não conseguem se alimentar sozinhos ou se vestir.
Os aspectos biológicos e comportamentais do autismo, remetem a desordens como a esquizofrenia, epilepsia e outras tantas raras condições neurológicas pediátricas.
Desordens da química cerebral, particularmente envolvendo os neurotransmissores dopamina e serotonina, que protagonizam um papel importante no movimento e funcionamento do sistema límbico, têm sido apontadas. Ligações entre anomalias genéticas responsáveis pelo desenvolvimento do cérebro estão sob investigação. Descobertas recentes sugerem anomalias no sistema digestivo, e estudos mostraram que os sintomas de alguns pacientes são agravados por determinados fatores dietéticos que resultam possivelmente das alterações de populações bacterianas no sistema digestivo.
Há ligações entre várias desordens inflamatórias, tais como artrite reumatóide e recentes evidências de processos inflamatórios em curso no cérebro. Isto sugere que as alterações no sistema imunitário ou em alguns fatores ambientais possam contribuir para o autismo também. Parece que estes compostos biológicos, estão alterando diretamente ou indiretamente a função do cérebro em níveis variados. Entretanto, uma hipótese unificadora para esta desordem devastadora que considera todas estas observações, ainda não foi encontrada. O autismo é claramente uma desordem do comportamento. Conseqüentemente uma análise detalhada desta desordem comportamental complexa, na condição humana e em modelos de experimentos animais é absolutamente essencial.
Um número de compostos metabólicos resultados da digestão alimentar e também os compostos inflamatórios liberados pelo organismo , as citoquinas, são conhecidos por ter efeitos profundos no desenvolvimento do cérebro, na função de sistema límbico e finalmente no comportamento.
Nem todo autista é igual, existem autistas mais sociais que outros, outros são mais intelectuais, e assim por diante. Por isso dá-se o nome de Espectro Autista a estas diferentes manifestações do autismo: o autismo tem vários níveis, desde os mais graves (o autismo típico em que as pessoas geralmente pensam) até os casos mais sutis. Muitos autistas não são muito diferentes de pessoas tidas como "normais": possuem hábitos consolidados, reagem com dificuldade a situações que os desagradam, possuem manias e preferências.
As características mais comuns do autismo são:
Dificuldade na interação social (como todo e qualquer indivíduo, por exemplo);
Dificuldade acentuada no uso de comportamentos não-verbais (contato visual, expressão facial, gestos);
Sociabilidade seletiva;
Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades:
Preocupação insistente com um ou mais padrões estereotipados (movimento circular, por exemplo);
Assumir de forma inflexível rotinas ou rituais (ter "manias" ou focalizar-se em um único assunto de interesse, por exemplo);
Maneirismos motores estereotipados (agitar ou torcer as mãos, por exemplo);
Preocupação insistente com partes de objetos, em vez do todo (fixação na roda de um carrinho ou na boca de alguém que fala, por exemplo);
Seguir uma vida rotineira e resistir mais do que uma pessoa comum resistiria quando ela é mudada;
Até o momento, os pesquisadores ainda não identificaram claramente os fatores causais do autismo. No entanto, terapeutas e pais de pessoas com autismo têm experimentado diversas formas de ajudar as pessoas com autismo. Muitas abordagens de tratamento têm sido desenvolvidas – cada uma com diferentes filosofias e metodologias. Hoje o que sabemos é que o autismo é tratavel, curas e grandes melhoras já são relatadas por todo o mundo.
Devido ao fato de o autismo não ser uma doença exclusivamente mental, e sim um problema organico que afeta vários sistemas o tratamento deve ser muito cauteloso, além de abrangente.
Destacando o Tratamento biológico e a abordagem Son-Rise.
O Tratamento biologico é baseado na normalização das funções bioquimicas do organismo, além do aumento da imunidade e eliminação de possiveis metais pesados presentes no organismo (destacando alumínio, chumbo e mercúrio).
Son-Rise é uma forma de abordagem cognitiva, que leva a criança a um estado de alta conecção com o terapeuta, o que possibilita o desenvolvimento de habilidades sociais.
Podemos destacar também as dietas sem glutem e caseina, suplementação de vitamina B6, e uso de camara hiperbárica.
Alguns estudos tem sido conduzidos afim de tentar estabelecer algumas predisposições para o autismo. Nesse sentido pesquisadores já haviam percebido que as crianças que foram expostas a concentrações elevadas de testosterona fetal exibiam algumas características de adultos com distúrbios autísticos, tais como evitar olhares diretos, desenvolver menos áreas de interesse e dificuldades de estabelecer relacionamentos. Verifica-se também uma predisposição para o sexo masculino com uma prevalência relativa (masculino:feminino) de 3,7:1 a 4:1.[2][3] Essas constatações levaram o psicólogo Simon Baron-Cohen a investigar essas correlações a partir de amostras do fluido amniótico colhidas durante a fase pré-natal com o desenvolvimento das crianças, obtendo algumas evidências para a predisposição do autismo.[4] Outros estudos recentes tentam correlacionar o autismo com a predisposição genética. Estudos mostram que crianças autistas submetidas a 40 horas em camara hiperbárica com saturação de oxigenio de 20% tiveram melhora significativa em seu desempenho social, e fala. Crianças que tomaram doses elevadas (250mg)de carnosina tem maior desenvolvimento da fala. Estudos apontam que Vitamina B6, tem se mostrado mais eficiente que todos os medicamentos para se melhorar sintomas de falta de sono, comportamentos atipicos, convunções.

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