Autismo: Abordagem espiritual
Escrito por: Nilton Salvador
Ignoram
apenas um aspecto, “o de que o ser humano, como espírito imortal,
preexiste à atual existência, a qual é conseqüência de atos e
pensamentos de muitas encarnações anteriores, nos mistérios dos séculos.
Nada mais plausível do que recorrer a conceitos espirituais para a
compreensão e a terapia do autismo ou de qualquer outro problema de
comportamento”, como ensina Herminio C. Miranda.
O
que dizer depois disso, quando ele vê o autista sob a ótica da
psicologia espírita e o conflito de uma alma fugindo de si mesma?
Afinal, como começam a dizer alguns estudiosos mais arrojados, há vida
antes da vida, vida depois da vida e vida entre as vidas.
E
alertamos para “que tratem com o devido respeito as minorias. Sem
racismo, sem machismo, sexismo ou preconceitos de qualquer natureza.
Mesmo porque o preconceito é coisa burra, que se torna ainda mais
evidentemente tola quando posta no contexto da realidade espiritual.
Somos espíritos imortais, sobreviventes e reencarnantes. Sexo, raça,
cor, nacionalidade, posição social não passam de posições transitórias,
por mais que durem nossas vidas na carne”.
Conflitos entre mundos diferentes
Descobre-se
em pesquisas de diversos autores de notável saber sobre o tema que uma
autista vivia numa zona fronteiriça, terra de ninguém entre um
território que ela consideraria mais tarde, com melhor nível de lucidez,
“meu mundo” e o outro lado, onde ficava “o mundo”, pois eles não se
mostram nada interessados em vir ao nosso encontro, já que há na mente
do autista nítida distinção – ainda que inconsciente – entre o “meu”
mundo e o “dos outros”. Quanto menos contatos com a vida no mundo,
melhor. A pessoa que está naquele corpo físico recusa-se a executar
qualquer programação que a leve a ser aprisionada pelas rotinas da vida
material.
Não
se considera na atualidade (há uma polêmica constante) que o autismo é
uma desordem biológica. A ciência continua a discutir sua origem. Os
especialistas tratam de cada caso dentro de seu ponto de vista
cético/científico para expressar suas teorias, pois desde Leo Kanner, o
descritor da síndrome em 1943, quase nada mudou para definir o conceito
da síndrome.
Cada
autor expõe seu ponto de vista de análise de uma forma que, discutida
ou comparada, nada altera no status quo da doença. Alguns mais
corajosos, digamos assim, afirmam que o autismo é de natureza biológica,
enumerando outras doenças que danificam o sistema neurológico. Em
seguida, sou obrigado a me decepcionar quando a ciência não considera o
autismo como psicose, mas sim como distúrbio global do desenvolvimento.
A
meu ver, um contraria o outro. Todos são suscetíveis no cuidado de não
querer ferir algum colega que se adiantou ou tem receio que, na frente, a
crítica ou a ética médica sejam muito duras com suas opiniões.
Diferentes graus de autismo
Ficamos
com o pensamento de que a impressão é que não há propriamente autismo,
mas autistas em diferentes estágios, graus e níveis de distúrbios
mentais e emocionais. O máximo que se poderia fazer em termos de
consenso seria dizer que, dentre os sintomas básicos atribuídos à
síndrome, cada autista apresenta diferentes ênfases sobre esta ou aquela
característica.
Em
outras palavras, a pessoa é autista não porque tem o cérebro
danificado, mas tem o cérebro danificado porque não quis ou não
conseguiu transmitir a ele, no período crítico da formação, os comandos
mentais necessários ao seu correto desenvolvimento.
Pois
bem, após esta exposição na qual enveredamos por diversos caminhos,
onde quero chegar? Ora, tudo isto faz parte do lado
bio-psico-sócio-espiritual, linha mestra enfocada, mas não admitida pela
ciência como um todo. Senão, vejamos.
Dispendemos
todos os esforços para superar dificuldades que se encontram em nosso
caminho. O que não fazemos é porque deixamos de refletir que reveses ou
contratempos passageiros foram criados por nós mesmos, com nosso livre
arbítrio, pelo mau uso da energia divina durante inúmeras encarnações
aqui na Terra.
Devemos
acreditar que aquela massa compacta de energia mal qualificada e gerada
na nossa consciência por todo um esforço concentrado em prol dos nossos
autistas é agora de uma espessura bem mais fina do que foi há algum
tempo.
Nosso
esforço em afastar coisas rudimentares de nossa consciência humana
apenas produz bons frutos em nossa árvore da vida. Perseveramos em
nossos propósitos. Dirigimos a atenção aos nossos amigos siderais e,
muito mais depressa do que imaginamos, obtemos vitoriosas conclusões.
O
indivíduo, quando encarna, traz em suas mãos uma agulha e, através do
orifício desta agulha, passa o fio da vida. Cada ser humano deve
concluir o seu modelo e ninguém pode tirar a agulha das mãos do próximo,
nem dar um ponto sequer no modelo da vida de seu semelhante. Assim como
o orifício é condicionado à eficácia da agulha, assim também o espírito
é o doador da vida do homem. A personalidade humana, ou o ser externo,
representa o exemplo da agulha usada para unir as partes do modelo, que
deve se manifestar através das experiências individuais de cada pessoa.
Por
misericórdia, a lei divina permite intervenções, selecionando os fios
dos pontos errados da costura, afastando-os do modelo enquanto se
processa a purificação do espírito. A lei divina também permite à vida,
por meio de contemplação, meditação ou outra forma de esforço, oferecer
ao indivíduo que se encontra no caminho espiritual o auxílio de seres
perfeitos, quando estes revelam de que maneira os pontos devem ser
costurados. Também pode ser apresentado ao costureiro, ou seja, o
espírito protetor, um molde ou desenho do modelo previsto. No entanto, a
verdadeira costura deve ser executada pelo esforço do próprio
indivíduo, do princípio até o fim.
E
quando falamos de um autista? A única diferença é que, neste caso,
existe um interlocutor (médium) experiente e que já atravessou inúmeras
etapas com ele, pois muitas vezes uma simples frase proporciona uma
forma-pensamento que permite ao autista compreender que um esforço
autoconsciente deve preceder o apelo.
Muitas
vezes, os amigos siderais transformam modelos errados em perfeitos e,
quando eles os vêem, desejam novamente trazer à tona o plano perfeito da
vida, da beleza, compreensão e paz.
Usando o auto-controle
Quando
um autista aprende que é necessário um autocontrole e começa a
transformar todo erro que o uso do fio da sua própria vida proporciona
em seu coração, trazer o domínio sobre toda energia e vibração em seu
próprio mundo e depois, com maiores possibilidades de aptidão, dar o
prêmio da alegria aos seus protetores.
Para
os sábios, a vida é uma bondosa professora que distribui as grandes
dádivas diretamente do seu silencioso coração. Para as pessoas de
compreensão limitada, a vida é uma professora severa, apenas com a
intenção de ensinar cada expressão para seu autista.
Se
o autista pudesse demonstrar reflexão, falando quando ouve ensinamentos
freqüentes mais do que seu próprio silêncio, então seus corpos mental,
sentimental, etérico e físico estariam suficientemente preparados para
ouvir um hino, a linguagem dos pássaros e compreender o delicado
silêncio da noite.
Quando
o autista consegue isto é porque está sintonizado com a vida física de
tal maneira que pode submergir seu próprio coração pulsante, onde vive
seu santo ser crístico.
(Revista Cristã de Espiritismo, publicação 13).
FONTE:http://www.rcespiritismo.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=116:autismo-abordagem-espiritual&catid=34:artigos&Itemid=54Fonte: http://grupodeestudojb10.blogspot.com.br/2012/01/autismo-abordagem-espiritual.html
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