segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Como desenvolver crianças com atraso cognitivo

Os alunos com atraso cognitivo, de acordo com uma dissertação de mestrado publicada pela USP em janeiro de 2011, manifestam uma série de dificuldades a nível de personalidade, e a nível acadêmico, na área da leitura e da escrita e a área de matemáticas de forma específica. Estas dificuldades podem ser superadas paulatinamente se o jovem aluno for submetido a estimulação contínua pelo que o trabalho em casa passa a ser tão importante como o que o realizado na escola. Quando os pais recebem a notícia de que seu filho ou filha apresenta atraso no desenvolvimento cognitivo, começam a propor-se perguntas como "chegará a ser normal algum dia?", ou "que profissionais podem ajudar dentro da escola em que meu filho está matriculado?"

O caso é que algo que têm claro é que não é atraso mental e que seu filho evolui na medida em que se estimule. Mas, como estimulá-lo? A seguir, podemos oferecer um panorama de algumas das atividades a nível acadêmico que demonstraram ser de grande utilidade para a intervenção neste transtorno, de acordo com um estudo de caso constante na monografia de dissertação supracitada. Atividades para melhorar a leitura-escrita Antes de ler: Fale com seu filho sobre a leitura que vai realizar; desta forma, estará preparando-lhe inconscientemente para antecipar-se ao vocabulário que aparecerá na mesma. Sublinhe aquelas palavras que podem ser mais complicadas e extraia-as da leitura: pode ser interessante que as escrevas em cartolinas grandes, que divida as palavras nas letras ou silabas que as formam e peça ao seu filho que as forme.

 Coloque um ponto de cor a cada duas palavras para que seu filho dirija a visão para ele: com isso conseguirá que pouco a pouco ele melhore sua leitura. Enquanto lê: Anote as palavras com as quais seu filho tem dificuldades: pode ser útil levar um registro destas palavras para utilizá-las depois da leitura. Se for inventada alguma palavra, mas mantém seu significado, não o corrija. Por exemplo, se diz "adiantando" em vez de "adiantado" e faz sentido na leitura, permite-lhe equivocar-se de vez em quando. Desta forma, estás animando o jovem a ler de forma global e ajudará a que acelere sua capacidade leitora. Grave-o com o celular e depois peça-lhe que siga a leitura enquanto se escuta, marcando os erros no texto escrito.

Depois da leitura: Anime-o a jogar algum jogo de palavras como o enforcado para reforçar a escrita das palavras nas quais se equivocou. Utilize jogos como Cute Cartoon Creator para que escrevam as palavras e comprovem se o desenho animado que as diz o faz corretamente. Se não é assim, perceberão que a palavra está escrita de forma incorreta e entenderão a importância de mudá-la. Coloque letras magnéticas na geladeira junto a uma lista de 5 "palavras novas" para que cada vez que passe pela cozinha forme uma das palavras. Atividades para melhorar a resolução de problemas. Ofereça-lhe os dedos de um ou vários bonecos para que realize os cálculos. Normalmente animamos a estes indivíduos a desenhar figuras para contar, no entanto, eles costumam preferir utilizar os dedos para isso. Se este é o caso de seu filho, resolva o problema acompanhando suas tarefas matemáticas de bonecos com mãos e dedos que possa utilizar para contar.

Antes de pedir-lhe que some mais rápido, assegure-se de que se sabe de cor todas as formas de conseguir um dez somando dois números menores que o nove. Isto quer dizer, 1+9, 2+8, 3+7, 4+6, 5+5. Assim será mais fácil que some 28 +22, ou 599 + 111. Represente sempre que possível a informação que apresenta o problema de forma concreta: isto significa que se o problema fala de laranjas, utilize laranjas e se fala de litros, já sabe, vale uma excursão à geladeira. Em vez de corrigi-lo quando sabes que se equivoca, permita-lhe fazer o problema como ele ou ela queira, e depois, peça-lhe que avalie se o resultado é lógico. Por exemplo se o problema fala de compartilhar, isto é, dividir, e seu filho se empenha em somar, represente com bonecos a situação e demonstre-lhe que está equivocado. Ainda que é verdadeiro que estes jovens também possuem uma personalidade peculiar, costumam comportar-se de forma mais tolerante frente às atividades de estudo, se tratamos de adaptar o meio a sua forma de aprender, e não ao contrário da mesma. Em qualquer caso, o trabalho com um menino ou menina com Atraso de amadurecimento cognitivo, tanto em casa como na sala de aula, requer encher-se de paciência e levar um registro dos processos que funcionam, para comunicar-se a qualquer pessoa que vá sentar com o jovem a trabalhar. Desta forma, conseguiremos mais resultados.

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