terça-feira, 28 de junho de 2011

Palestrantes cobram capacitação de profissionais para lidar com autismo

É preciso investir na divulgação de informações sobre o autismo para professores, médicos, pais e agentes públicos, para facilitar o reconhecimento dos primeiros sinais da doença e permitir o diagnóstico precoce. A opinião é da presidente do Movimento Orgulho Autista Brasil, Alexandra Capone, que participou nesta quarta-feira de audiência pública das comissões de Direitos Humanos e Minorias; e de Legislação Participativa. Na sexta-feira (18), será comemorada a sexta edição mundial do Dia do Orgulho Autista
Ela defendeu que o autismo seja objeto de uma disciplina obrigatória nos cursos de Medicina e de Pedagogia, para que esses profissionais sejam preparados para lidar com a doença e que o governo invista em campanhas nacionais de esclarecimento sobre a doença. “O maior problema atual continua sendo o diagnóstico. Temos apenas um psiquiatra infantil para cada 33 mil crianças com transtornos severos”, disse.
Segundo ela, bombeiros, policiais e agentes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência também precisam ser capacitados para lidar com autistas. “Esses agentes que podem lidar com portadores da doença no dia-a-dia precisam saber como abordá-los se estiverem desacompanhados”, ressaltou.
Diagnóstico precoce
Para o neuropediatra José Salomão Schwartzmann, agentes de saúde e pediatras precisam ser capacitados sobre os primeiros sinais do autismo, já que o diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento. “Observações simples de um pediatra já poderiam levantar suspeitas sobre o autismo, mas o nosso pediatra não tem informações sobre a doença.”
O mediador da lista virtual Autismo no Brasil, Argemiro Garcia, ressaltou que a informação sobre o autismo vai garantir o tratamento adequado e a inclusão social dos portadores. “Precisamos acabar com a ignorância e informar a todos sobre o autismo, para que o diagnóstico e o prognóstico sejam adequados. Somos um país que não tolera a prisão perpétua para o pior criminoso, mas que admite que uma pessoa, por ter deficiência, seja confinada pelo resto da vida”, destacou

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