Autismo
www.autismopipa.com.br
Por Anna Ruth Dantas
Conhecida mundialmente por ter criado o Método Padovan, a fonoaudióloga Beatriz Padovan é uma referência no tratamento de crianças e adultos com síndromes, paralisia cerebral, vítimas de Acidente Vascular Cerebral. O modelo de tratamento que ela desenvolveu é focado na “reconstrução” das fases do desenvolvimento, atuando na organização do sistema nervoso. A eficácia desse método é comprovada pela proliferação dele no mundo todo. Desde 1979 Beatriz Padovan ministra cursos em países europeus ensinando o modelo de tratamento. A fonoaudióloga ressalta que o centro de todo trabalho não é a doença, mas o ser humano, o próprio paciente.
O Método Padovan é conhecido e aplicado hoje mundialmente. Quando a senhora concebeu esse tipo de tratamento imaginava que fosse chegar tão longe?
Não. Honestamente não. Eu era professora de uma escola onde eu comecei a observar que algumas crianças não aprendiam a ler e escrever e eram inteligentes. E eu me incomodava com isso. Eu dava um reforço para essas crianças, eram cinco de um grupo de 32, e elas pareciam que iam para frente e depois elas regrediam quando eu parava. E isso me incomodava muito até que eu fiquei sabendo que uma delas havia sido diagnosticada como disléxica. E aí pensei que as outras também eram porque as características eram muito semelhantes. E aí pensei: onde vou aprender sobre dislexia? Seria numa faculdade de Fonoaudiologia. E lá fui eu fazer a faculdade de Fono. Essas crianças iam mal em todas as matérias, principalmente naquelas que exigiam corpo, educação física e fazer trabalhos manuais era difícil para elas. Deixei a escola e fui fazer o curso para aprender mais sobre dislexia. Lá eu aprendi e vi a importância da dislexia, não estava relacionada com inteligência, não estava relacionada com preguiça, mas era uma dificuldade real que elas tinham e chegavam (especialistas) a dizer que poderia estar relacionada à disfunção cerebral mínima, que significa alguma coisa neurológica. Fiquei bem interessada em conhecer todo processo, por que isso acontecia e como tratava? Quando chegou na hora de tratar não gostei da metodologia (da universidade) que era o tratamento. Eu vi que eles faziam trabalhar a dificuldade da criança, mas não a criança toda para que ela superassse aquela dificuldade. Cheguei a perguntar para o professor, comentando que via nas crianças dificuldade motora de atenção, concentração e hiperatividade muito grande. E perguntei o que fazer? Ele disse que faria avaliação e ia direto no assunto, se ela não sabe ler vamos ensinar a ler. Muitas abordagens terapêuticas trabalham mais o sintoma e não a causa. E eu pensei: preciso descobrir algo que me convença a trabalhar essas crianças ou vou voltar a ser professora. Estava disposta a fazer isso, quando comecei a estudar muito, ler muito e encontrei a solução do que procurava, mostrando que todo processo de amadurecimento de uma criança estava intimamente relacionado com a capacidade que ela teria mais tarde para manifestar todo aprendizado. Encontrei um neurocirurgião americano que descrevia o desenvolvimento da criança e dizia que se houvesse falha no desenvolvimento se manifestaria mais tarde.
Ou seja, o Método Padovan surgiu de uma grande curiosidade?
De uma grande curiosidade e uma grande vontade de ajudar as crianças.
Mas o método que a senhora desenvolveu é aplicado também a crianças e adultos. Como um tratamento pode atuar em fases tão distintas?
A relação é que quando nós nascemos temos uma programação genética a ser cumprida. Com o filho você espera que ele vá se desenvolvendo, rasteje, engatinhe, fique em pé e depois ande. E se eu tenho uma criança que não alcançou tudo isso por alguma razão, que poderia ser até uma falha de amadurecimento do sistema nervoso central, então o que nós poderíamos fazer era recapitular as fases do desenvolvimento, atingindo e estimulando o sistema nervoso central em cada nível correspondente a cada uma das atividades. Com isso, você vai organizando, estimulando e até nutrindo o sistema nervoso central para que ele retome ou adquira a maturidade para poder estar no seu ambiente, agindo e reagindo.
No Método Padovan a senhora não trabalha a doença, mas o ser humano?
Trabalho com o ser humano, que pode estar doente e pode estar sã. Uma criança com dislexia ela é ativa, muitas vezes a pessoa nem pensa que ela tem alguma doença.
Qual a doença mais difícil de ser tratada com Método Padovan? São síndromes, paralisias?
Tem todas as síndromes, tem as doenças degenerativas do sistema nervoso central, como Parkinson, Alzeimer e outras doenças neurológicas. Com essas doenças que são degenerativas você pode levar a uma melhor qualidade de vida, mas você não pode dizer que cure isso. Mas uma criança que tem um retardo no seu desenvolvimento você pode curá-la com o método. Ou uma pessoa que tenha tido um derrame cerebral, você pode levá-la a ter uma vida normal outra vez, depende da extensão, da lesão, depende do tempo. Você pode levar a ter uma vida normal em qualquer idade. Até as pessoas que ainda estão em coma você começa a aplicar o método, você vai fazer no indivíduo os movimentos que são considerados movimentos genéticos do ser humano.
Mas a senhora conseguiria aplicar esses exercícios com o paciente em coma?
Sim. A gente vai atingindo os níveis neurológicos. O paciente não precisa ter consciência e nem colaborar. Eu faço nele os exercícios. O Método é dividido em duas partes: os exercícios corporais, que é uma recapitulação de todo desenvolvimento do indivíduo. A gente vai repetindo os movimentos sempre na mesma ordem de aquisição e chega até o ponto onde o indivíduo se encontra na sua maturação. A segunda parte é restabelecer e fortalecer, melhorar as funções orais. Nós não temos um órgão para falar, usamos a boca, que foi feita para comer. Esses exercícios seriam toda recapitulação do desenvolvimento que recapitula a própria evolução. Você faz primeiro exercício corporal, em seguida restabelece as funções orais, usando a própria função, respiração, de mastigação, sucção e deglutição.
Mas, mesmo sem a colaboração do paciente, tem resultado?
Mesmo assim tem resultado, um bom resultado. Até com crianças autistas, elas não colaboram nada e você vai fazendo os exercícios e elas vão melhorando cada vez mais.
O que leva o Rio Grande do Norte a ser apontado como uma referência para o Nordeste nesse Método Padovan?
Como o Método veio para cá? Conheci Yara Caldas (coordenadora do Centro Nordestino Padovan, que funciona em Natal), quando eu estava dando um curso em Recife de especialização, do qual ela participou. Esse foi o primeiro curso do Nordeste, foi um curso de dois anos. E a partir de 1997 o Método começou a ser aplicado no Rio Grande do Norte. Em 1999 vim ao Rio Grande do Norte para apresentar o Método, com evento organizado por Yara Caldas, que foi pioneira aqui. Foi aberto o curso de especialização para Norte e Nordeste em Natal. O Rio Grande do Norte é referencial hoje para essa região.
Qual o paciente que lhe deixou mais emocionada?
Se eu não fiz nada na minha vida eu vou contar a história de uma paciente. Era uma paciente autista, tinha 14 anos de idade, isso foi em 1973, e comecei a trabalhar e fui fazer as funções orais. Muitos pacientes demoram a fazer cada função de forma correta. Mas essa menina não falava nada e o prognóstico era nunca falar. Mas fui trabalhando primeiro o corpo e as funções orais. E chegou na hora da sucção e foi muito complicado. Levei um ano e dois meses para conseguir fazê-la dá umas três sugadas. E eu trabalhava todos os dias, cinco vezes por semana. Quando ela começou a sugar, continuei a fazer os exercícios corporais e em seguida os orais e depois de um ano e meio, que ela já estava sugando bem, começou a balbuciar. Ela levou uns cinco anos para falar e hoje ela é uma mulher de mais de 40 anos e hoje fala. De vez em quando ela me telefona. Se eu não fiz nada nesse mundo eu fiz isso, que me deu uma satisfação muito grande.
Detalhes
Sonho concretizado:
ajudar as pessoas a se desenvolverem
Em que acredita:
em Deus, foi Ele quem fez toda
a natureza
Plano:
é uma boa pergunta. Meu plano é divulgar o mais possível, não para mim, mas para pessoas que recebem a terapia. É uma alegria muito grande quando se vê a melhora do paciente.
Conhecida mundialmente por ter criado o Método Padovan, a fonoaudióloga Beatriz Padovan é uma referência no tratamento de crianças e adultos com síndromes, paralisia cerebral, vítimas de Acidente Vascular Cerebral. O modelo de tratamento que ela desenvolveu é focado na “reconstrução” das fases do desenvolvimento, atuando na organização do sistema nervoso. A eficácia desse método é comprovada pela proliferação dele no mundo todo. Desde 1979 Beatriz Padovan ministra cursos em países europeus ensinando o modelo de tratamento. A fonoaudióloga ressalta que o centro de todo trabalho não é a doença, mas o ser humano, o próprio paciente. “Uma criança que tem um retardo no seu desenvolvimento você pode curá-la com o método. Ou uma pessoa que tenha tido um derrame cerebral, você pode levá-la a ter uma vida normal outra vez, depende da extensão, da lesão, depende do tempo”, destaca a criadora do método, que esteve em Natal para ministrar um curso a convite da fonoaudióloga Yara Caldas. E, acreditem, todo esse trabalho de Beatriz Padovan surgiu por curiosidade. Ela trabalhava como professora em uma escola pública quando percebeu que cinco alunos não acompanhavam o aprendizado. Informada que se tratava de um caso de Dislexia, a então educadora foi em busca de descobrir como tratar a doença. Começava aí todo o processo de descoberta que viria, mais tarde, a originar o Método Padovan. É com toda autoridade de quem desenvolveu o método, que Beatriz afirma: o Rio Grande do Norte é referência nesse trabalho para o Norte e Nordeste. Inclusive é no Estado potiguar que está instalado o Centro Nordestino Padovan. A convidada de hoje do 3 por 4, é uma pessoa muito carismática, simpática no trato, simples no falar e que empolga com o importante método que desenvolveu. Com vocês, Beatriz Padovan.
Atualmente existem várias correntes terapêuticas que podem ser usadas isoladas ou conjuntamente. Todas têm críticos e defensores. Um método pode ser muito útil para uma criança e inútil para outra. Cabe aos pais decidirem qual adaptar e por quanto tempo, já que também é possível que um método chegue até determinado ponto e estacione. O importante é não parar de tentar, de pesquisar e de lutar. Aqui vão alguns dos mais conhecidos:
www.cot.co.uk
www.aslip.co.uk
Acredita-se que um ambiente estruturado para uma criança autista crie uma forte base para a aprendizagem. Embora o TEACCH não foque especificamente nas habilidades sociais e comunicativas tanto quanto outras terapias, ele pode ser usado junto com essas terapias para torná-las mais efetivas.
www.teacch.com
Texto completo: http://www.inspiradospeloautismo.com.br/Programa/Programa.html
Texto completo: http://autismoemfoco.googlepages.com
www.pecs.com
The “Greenspan” floor time model
www.autismopipa.com.br
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Por Anna Ruth Dantas
Conhecida mundialmente por ter criado o Método Padovan, a fonoaudióloga Beatriz Padovan é uma referência no tratamento de crianças e adultos com síndromes, paralisia cerebral, vítimas de Acidente Vascular Cerebral. O modelo de tratamento que ela desenvolveu é focado na “reconstrução” das fases do desenvolvimento, atuando na organização do sistema nervoso. A eficácia desse método é comprovada pela proliferação dele no mundo todo. Desde 1979 Beatriz Padovan ministra cursos em países europeus ensinando o modelo de tratamento. A fonoaudióloga ressalta que o centro de todo trabalho não é a doença, mas o ser humano, o próprio paciente.
O Método Padovan é conhecido e aplicado hoje mundialmente. Quando a senhora concebeu esse tipo de tratamento imaginava que fosse chegar tão longe?
Não. Honestamente não. Eu era professora de uma escola onde eu comecei a observar que algumas crianças não aprendiam a ler e escrever e eram inteligentes. E eu me incomodava com isso. Eu dava um reforço para essas crianças, eram cinco de um grupo de 32, e elas pareciam que iam para frente e depois elas regrediam quando eu parava. E isso me incomodava muito até que eu fiquei sabendo que uma delas havia sido diagnosticada como disléxica. E aí pensei que as outras também eram porque as características eram muito semelhantes. E aí pensei: onde vou aprender sobre dislexia? Seria numa faculdade de Fonoaudiologia. E lá fui eu fazer a faculdade de Fono. Essas crianças iam mal em todas as matérias, principalmente naquelas que exigiam corpo, educação física e fazer trabalhos manuais era difícil para elas. Deixei a escola e fui fazer o curso para aprender mais sobre dislexia. Lá eu aprendi e vi a importância da dislexia, não estava relacionada com inteligência, não estava relacionada com preguiça, mas era uma dificuldade real que elas tinham e chegavam (especialistas) a dizer que poderia estar relacionada à disfunção cerebral mínima, que significa alguma coisa neurológica. Fiquei bem interessada em conhecer todo processo, por que isso acontecia e como tratava? Quando chegou na hora de tratar não gostei da metodologia (da universidade) que era o tratamento. Eu vi que eles faziam trabalhar a dificuldade da criança, mas não a criança toda para que ela superassse aquela dificuldade. Cheguei a perguntar para o professor, comentando que via nas crianças dificuldade motora de atenção, concentração e hiperatividade muito grande. E perguntei o que fazer? Ele disse que faria avaliação e ia direto no assunto, se ela não sabe ler vamos ensinar a ler. Muitas abordagens terapêuticas trabalham mais o sintoma e não a causa. E eu pensei: preciso descobrir algo que me convença a trabalhar essas crianças ou vou voltar a ser professora. Estava disposta a fazer isso, quando comecei a estudar muito, ler muito e encontrei a solução do que procurava, mostrando que todo processo de amadurecimento de uma criança estava intimamente relacionado com a capacidade que ela teria mais tarde para manifestar todo aprendizado. Encontrei um neurocirurgião americano que descrevia o desenvolvimento da criança e dizia que se houvesse falha no desenvolvimento se manifestaria mais tarde.
Ou seja, o Método Padovan surgiu de uma grande curiosidade?
De uma grande curiosidade e uma grande vontade de ajudar as crianças.
Mas o método que a senhora desenvolveu é aplicado também a crianças e adultos. Como um tratamento pode atuar em fases tão distintas?
A relação é que quando nós nascemos temos uma programação genética a ser cumprida. Com o filho você espera que ele vá se desenvolvendo, rasteje, engatinhe, fique em pé e depois ande. E se eu tenho uma criança que não alcançou tudo isso por alguma razão, que poderia ser até uma falha de amadurecimento do sistema nervoso central, então o que nós poderíamos fazer era recapitular as fases do desenvolvimento, atingindo e estimulando o sistema nervoso central em cada nível correspondente a cada uma das atividades. Com isso, você vai organizando, estimulando e até nutrindo o sistema nervoso central para que ele retome ou adquira a maturidade para poder estar no seu ambiente, agindo e reagindo.
No Método Padovan a senhora não trabalha a doença, mas o ser humano?
Trabalho com o ser humano, que pode estar doente e pode estar sã. Uma criança com dislexia ela é ativa, muitas vezes a pessoa nem pensa que ela tem alguma doença.
Qual a doença mais difícil de ser tratada com Método Padovan? São síndromes, paralisias?
Tem todas as síndromes, tem as doenças degenerativas do sistema nervoso central, como Parkinson, Alzeimer e outras doenças neurológicas. Com essas doenças que são degenerativas você pode levar a uma melhor qualidade de vida, mas você não pode dizer que cure isso. Mas uma criança que tem um retardo no seu desenvolvimento você pode curá-la com o método. Ou uma pessoa que tenha tido um derrame cerebral, você pode levá-la a ter uma vida normal outra vez, depende da extensão, da lesão, depende do tempo. Você pode levar a ter uma vida normal em qualquer idade. Até as pessoas que ainda estão em coma você começa a aplicar o método, você vai fazer no indivíduo os movimentos que são considerados movimentos genéticos do ser humano.
Mas a senhora conseguiria aplicar esses exercícios com o paciente em coma?
Sim. A gente vai atingindo os níveis neurológicos. O paciente não precisa ter consciência e nem colaborar. Eu faço nele os exercícios. O Método é dividido em duas partes: os exercícios corporais, que é uma recapitulação de todo desenvolvimento do indivíduo. A gente vai repetindo os movimentos sempre na mesma ordem de aquisição e chega até o ponto onde o indivíduo se encontra na sua maturação. A segunda parte é restabelecer e fortalecer, melhorar as funções orais. Nós não temos um órgão para falar, usamos a boca, que foi feita para comer. Esses exercícios seriam toda recapitulação do desenvolvimento que recapitula a própria evolução. Você faz primeiro exercício corporal, em seguida restabelece as funções orais, usando a própria função, respiração, de mastigação, sucção e deglutição.
Mas, mesmo sem a colaboração do paciente, tem resultado?
Mesmo assim tem resultado, um bom resultado. Até com crianças autistas, elas não colaboram nada e você vai fazendo os exercícios e elas vão melhorando cada vez mais.
O que leva o Rio Grande do Norte a ser apontado como uma referência para o Nordeste nesse Método Padovan?
Como o Método veio para cá? Conheci Yara Caldas (coordenadora do Centro Nordestino Padovan, que funciona em Natal), quando eu estava dando um curso em Recife de especialização, do qual ela participou. Esse foi o primeiro curso do Nordeste, foi um curso de dois anos. E a partir de 1997 o Método começou a ser aplicado no Rio Grande do Norte. Em 1999 vim ao Rio Grande do Norte para apresentar o Método, com evento organizado por Yara Caldas, que foi pioneira aqui. Foi aberto o curso de especialização para Norte e Nordeste em Natal. O Rio Grande do Norte é referencial hoje para essa região.
Qual o paciente que lhe deixou mais emocionada?
Se eu não fiz nada na minha vida eu vou contar a história de uma paciente. Era uma paciente autista, tinha 14 anos de idade, isso foi em 1973, e comecei a trabalhar e fui fazer as funções orais. Muitos pacientes demoram a fazer cada função de forma correta. Mas essa menina não falava nada e o prognóstico era nunca falar. Mas fui trabalhando primeiro o corpo e as funções orais. E chegou na hora da sucção e foi muito complicado. Levei um ano e dois meses para conseguir fazê-la dá umas três sugadas. E eu trabalhava todos os dias, cinco vezes por semana. Quando ela começou a sugar, continuei a fazer os exercícios corporais e em seguida os orais e depois de um ano e meio, que ela já estava sugando bem, começou a balbuciar. Ela levou uns cinco anos para falar e hoje ela é uma mulher de mais de 40 anos e hoje fala. De vez em quando ela me telefona. Se eu não fiz nada nesse mundo eu fiz isso, que me deu uma satisfação muito grande.
Detalhes
Sonho concretizado:
ajudar as pessoas a se desenvolverem
Em que acredita:
em Deus, foi Ele quem fez toda
a natureza
Plano:
é uma boa pergunta. Meu plano é divulgar o mais possível, não para mim, mas para pessoas que recebem a terapia. É uma alegria muito grande quando se vê a melhora do paciente.
Conhecida mundialmente por ter criado o Método Padovan, a fonoaudióloga Beatriz Padovan é uma referência no tratamento de crianças e adultos com síndromes, paralisia cerebral, vítimas de Acidente Vascular Cerebral. O modelo de tratamento que ela desenvolveu é focado na “reconstrução” das fases do desenvolvimento, atuando na organização do sistema nervoso. A eficácia desse método é comprovada pela proliferação dele no mundo todo. Desde 1979 Beatriz Padovan ministra cursos em países europeus ensinando o modelo de tratamento. A fonoaudióloga ressalta que o centro de todo trabalho não é a doença, mas o ser humano, o próprio paciente. “Uma criança que tem um retardo no seu desenvolvimento você pode curá-la com o método. Ou uma pessoa que tenha tido um derrame cerebral, você pode levá-la a ter uma vida normal outra vez, depende da extensão, da lesão, depende do tempo”, destaca a criadora do método, que esteve em Natal para ministrar um curso a convite da fonoaudióloga Yara Caldas. E, acreditem, todo esse trabalho de Beatriz Padovan surgiu por curiosidade. Ela trabalhava como professora em uma escola pública quando percebeu que cinco alunos não acompanhavam o aprendizado. Informada que se tratava de um caso de Dislexia, a então educadora foi em busca de descobrir como tratar a doença. Começava aí todo o processo de descoberta que viria, mais tarde, a originar o Método Padovan. É com toda autoridade de quem desenvolveu o método, que Beatriz afirma: o Rio Grande do Norte é referência nesse trabalho para o Norte e Nordeste. Inclusive é no Estado potiguar que está instalado o Centro Nordestino Padovan. A convidada de hoje do 3 por 4, é uma pessoa muito carismática, simpática no trato, simples no falar e que empolga com o importante método que desenvolveu. Com vocês, Beatriz Padovan.
Atualmente existem várias correntes terapêuticas que podem ser usadas isoladas ou conjuntamente. Todas têm críticos e defensores. Um método pode ser muito útil para uma criança e inútil para outra. Cabe aos pais decidirem qual adaptar e por quanto tempo, já que também é possível que um método chegue até determinado ponto e estacione. O importante é não parar de tentar, de pesquisar e de lutar. Aqui vão alguns dos mais conhecidos:
Terapia Ocupacional
É comum concentrar-se no melhoramento das habilidades motoras perfeitas, ou habilidades motoras sensoriais que incluem o equilíbrio (sistema vestibular), a consciência da posição de corpo (sistema proprioceptivo), e toque (sistema táctil). Depois de o terapeuta identificar um problema específico, a terapia pode incluir atividades de integração sensoriais como: massagem, toque firme, balançar, e saltos.www.cot.co.uk
Terapia da fala
É reconhecido que as crianças autistas têm dificuldades com a língua, mas é claro que as aproximações tradicionais que acentuam o domínio das propriedades formais da língua são basicamente impróprias: as crianças treinadas para falar não ocasionam uma transformação do seu comportamento. A criança autista tem de aprender não apenas a falar, mas a usar a língua socialmente para comunicar. Isto inclui o conhecimento como manter uma conversação, entender o que outra pessoa em uma conversação entende e acredita, e sintonizar aos sinais linguísticos de outra pessoa, como expressão facial, o tom de voz e a expressão corporal. É importante lembrar-se de que a comunicação é tão “não-verbal” como é verbal, e as pessoas autistas têm grande dificuldade a entender a “não-verbal”. www.aslip.co.uk
TEACCH
O TEACCH é um programa especial de educação talhado para as necessidades individuais de aprendizagem da criança autista, baseado no desenvolvimento do quotidiano. Baseado no fato das crianças autistas serem frequentemente aprendizes visuais, o TEACCH traz uma clareza visual ao processo de aprendizagem, buscando a receptividade, a compreensão, a organização e a independência. A criança trabalha num ambiente altamente estruturado que deve incluir organização física dos móveis, áreas de atividades claramente identificadas, murais de rotina e trabalhos baseados em figuras e instruções claras de encaminhamento. A criança é guiada por uma sequência de atividades muito clara e isso ajuda que ela fique mais organizada. Acredita-se que um ambiente estruturado para uma criança autista crie uma forte base para a aprendizagem. Embora o TEACCH não foque especificamente nas habilidades sociais e comunicativas tanto quanto outras terapias, ele pode ser usado junto com essas terapias para torná-las mais efetivas.
www.teacch.com
O Programa son-rise
O Programa Son-Rise propõe a implementação de um programa dirigido pelos pais na residência da criança ou adulto com autismo. As sessões individuais (um-para-um) são realizadas em um quarto especialmente preparado com poucas distrações visuais e auditivas, contendo brinquedos e materiais motivadores que sirvam como instrumento de facilitação para a interação e subsequente aprendizagem. Devido às diferenças neurológicas apresentadas por uma criança com autismo, os pais aprendem um novo estilo de interação que difere de como eles se relacionam com crianças de desenvolvimento típico. O Programa Son-Rise é lúdico. A ênfase está na diversão. Isto significa que os pais, facilitadores e voluntários seguem os interesses da criança e oferecem atividades divertidas e motivadoras nas quais a criança esteja empolgada para participar. O mesmo se aplica para o trabalho com um adulto. As atividades são adaptadas para serem motivadoras e apropriadas ao estágio de desenvolvimento específico do indivíduo, qualquer que seja sua idade. Uma vez que a pessoa com autismo esteja motivada para interagir com um adulto, este adulto facilitador poderá então criar interacções que a ajudarão a aprender todas as habilidades do desenvolvimento que são aprendidas através de interacções dinâmicas com outras pessoas (por exemplo, o contacto visual “olho no olho”, as habilidades de linguagem e de conversação, o brincar, a imaginação, a criatividade, as subtilezas do relacionamento humano). O Programa Son-Rise instrui os pais na criação destas efectivas interacções com a criança ou adulto de forma que eles possam dirigir o programa de seus filhos e ajudá-los durante todas as interacções diárias com eles.Texto completo: http://www.inspiradospeloautismo.com.br/Programa/Programa.html
Método de Lovaas / A.B.A
A terapia de Lovaas refere-se ao modelo de tratamento desenvolvido por Ivar Lovaas, doutor em filosofia, na Clínica UCLA do Tratamento Comportamental de Crianças, e é pela maior parte o programa de modificação de comportamento. Doctor Lovaas trabalhou com crianças autistas durante mais de 30 anos, ele ajudou algumas crianças. Mas a técnica por ele usada baseia-se num treino de um para um com a criança durante 40 horas por semana. ABA é a aplicação da ciência chamada Análise do Comportamento. É uma técnica de intervenção educacional estruturada usada no delineamento de programas de tratamento individualizados. Uma parte crucial do processo é saber o tempo todo onde o indivíduo está (saber o que ele pode e não pode fazer) e desenvolver estratégias para ensinar novas habilidades específicas. Uma das etapas principais é decidir que comportamentos-chave irão ajudar a criança a levar uma vida mais plena. Existe a concepção de que os défices no autismo resultariam primariamente de um bloqueio de “aprendizagem”. Os pais são parte importante no ensino de seus próprios filhos e a generalização das habilidades também é uma parte principal do ensino. A intervenção compreensiva deveria ser realizada em todos os lugares, em todo momento disponível. Deveriam ser praticados e generalizados em situações naturais. Os programas da ABA são delineados para trabalhar com pessoas em situações de um para um, dando ao indivíduo o máximo de atenção. Os programas enfatizam mais a importância de duas áreas: da imitação e agentividade, porém a mais importante de todas é a motivação. Texto completo: http://autismoemfoco.googlepages.com
P.E.C.S
Sistema de Comunicação de troca de fotos. O Sistema de Comunicação de troca de fotos foi desenvolvido como pacote de tratamento alternativo / aumentativo que permite que crianças não-verbais e adultos com o autismo e outros défices de comunicação iniciem a comunicação. Resumidamente consiste no mostrar de uma imagem a uma criança/adulto com autismo de forma a esta identificar materialmente o conteúdo presente na imagem (ex. foto de prato=pegar num prato ou comer).www.pecs.com
FLOORTIME
No Floortime, os pais entram numa brincadeira que a criança goste ou se interesse e seguem aos comandos que a própria criança lidera. A partir dessa ligação mútua, os pais ou o adulto envolvido na terapia, são instruídos em como mover a criança para atividades de interação mais complexa, num processo conhecido como ” abrindo e fechando círculos de comunicação”. O Floortime não separa ou foca nas diferentes habilidades da fala, habilidades motoras ou cognitivas, mas guia essas habilidades propriamente, enfatizando o desenvolvimento emocional. A intervenção é chamada Floortime porque os adultos vão para o chão, para poder interagir com a criança no seu nível e com contacto visual directo (olho no olho).The “Greenspan” floor time model
Higashi (Terapia de Vida Diária)
A Terapia de Vida Diária, explorada por doutor Kiyo Kitahara na Escola Higashi no Japão, fornece uma educação onde se acentua a educação física vigorosa e as artes. A escola está aberta a estudantes com idades compreendidas entre os 3 e os 22 anos. Estes podem ser autistas ou com desordem de desenvolvimento, com exceção dos pessoas deficiências múltiplas, fisicamente inválidos, retardados mentais severos/profundos, depressivos, ou pessoas com outros tipos de desordens. O método foi desenvolvido no Japão e importado nos EUA. Ele inclui elementos normalmente encontrados na educação de crianças autistas, mas coloca a atenção excepcional ao exercício físico. www.autismopipa.com.br
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