terça-feira, 16 de agosto de 2011

Risco de autismo entre irmãos é maior do que se pensava

O risco entre meninos é maior do que entre meninas. E as chances são 32% maiores se a criança tiver mais de um irmão com autismo

Criança isolada autismo Risco de que um autista tenha irmão autista é maior do que se pensava (Getty Images)
"Os resultados enfatizam a importância do histórico familiar como um fator de risco para o autismo. Por isso, requer atenção por parte dos pais e médicos no acompanhamento dessas crianças desde cedo para determinar se o irmão mais novo poderá desenvolver autismo ou algum distúrbio de desenvolvimento",
Alycia Halladay, diretora de pesquisa de ciências ambientais da organização Autism Speaks.
Irmãos mais novos de crianças com autismo têm uma maior probabilidade de serem diagnosticados com a doença do que se acreditava até agora. É o que indica um estudo publicado no periódico científico Pediatrics nesta segunda-feira. De acordo com a pesquisa, 19% dos irmãos mais novos desenvolveram a doença, enquanto as estimativas anteriores variavam entre 3% e 10%.
Se houver duas crianças com a doença na família, o risco de o terceiro irmão desenvolver autismo sobe para 32%, segundo os resultados do estudo. A pesquisa mostrou que crianças do sexo masculino que tinham um irmão mais velho com autismo tinham três vezes mais chances de ter a doença do que bebês do sexo feminino (26% em comparação com 9%).
O estudo não demonstrou aumento do risco ao associar o sexo do filho mais velho, a gravidade dos sintomas da primeira criança com autismo ou ainda caracterísitcas da família, como idade dos pais, situação sócio-econômica e raça.
Partiticparam do estudo 664 crianças de 12 estados americanos e candenses, avaliadas desde os seis meses de idade até os 36 meses. A pesquisa é considerada a mais completa já realizada, uma vez que foi baseada em métodos padrão-ouro de diagnóstico e avaliações realizadas por pesquisadores especializados – ao contrário de estudos anteriores, que foram baseados em critérios diagnósitos menos confiáveis.
De acordo com os pesquisadores, os resultados sugerem que os pediatras devem ter um olhar atento aos irmãos de crianças diagnotícadas com autismo. Isso porque, com intervenções precoces, os sintomas dessas crianças podem ser reduzidos ao mínimo.
"Os resultados enfatizam a importância do histórico familiar como um fator de risco para o autismo. Por isso, requer atenção por parte dos pais e médicos no acompanhamento dessas crianças desde cedo para determinar se o irmão mais novo poderá desenvolver autismo ou algum distúrbio de desenvolvimento", disse Alycia Halladay, diretora de pesquisa de ciências ambientais da organização Autism Speaks.
O autismo é um transtorno neurobiológico complexo, que inibe a habilidade de comunicação e de desenvolver relações sociais. Em geral, a doença vem acompanhada de desafios comportamentais. Ela é diagnosticada em uma a cada 110 crianças nos Estados Unidos.
 

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