MITO: "Crianças com Transtornos do Espectro Autista não podem formar relacionamentos afetivos ou não podem amar com o mesmo grau de afeto e intimidade que os outros."
FATO: Com uma abordagem abrangente baseada em afeto e relacionamento com intervenção, as crianças podem aprender a gostar da proximidade, afetividade e intimidade e podem amar os outros profundamente. Quando o autismo foi identificado pela primeira vez como um transtorno na década de 1940, pensou-se que o problema fundamental no autismo era uma inabilidade de formar relacionamentos íntimos e afetuosos. Esse conceito persistiu em todas as definições subseqüentes de autismo. Mas o trabalho clínico com crianças diagnosticadas com ASD mostrou que quando aplicamos a abordagem DIR/Floortime, seguindo a indicação da criança, focalizando nos prazeres naturais da criança e construindo interações a partir dos prazeres da criança, percebemos que o primeiro elemento que responde é a noção de afinidade. Essa noção de afinidade nos sorrisos compartilhados, alegria partilhada, prazer compartilhado e a noção profunda de pertencer um ao outro, se manifesta de maneira relativamente rápida com o tratamento adequado.
Crianças com ASD podem amar tão profundamente quanto qualquer outra criança, e muitas podem amar ainda mais profundamente que a maioria, pois se estiverem em um programa adequado, nós propiciamos a elas bastante afeto e amor e muitas oportunidades de interatividade, muito mais que a criança média obtém. Nós acreditamos que a dificuldade primária para as crianças diagnosticadas com ASD é a comunicação das suas emoções, e não a experiência ou o sentimento de afeto e intimidade.
MITO: "Crianças com transtornos do espectro autista não podem aprender os fundamentos do relacionamento, da comunicação e do pensamento, então, o melhor a fazer é tentar ensiná-las a mudar o comportamento."
FATO: Muitas crianças com transtorno do espectro autista podem aprender os fundamentos do relacionamento, da comunicação e do pensamento. Isso exige trabalho árduo com uma abordagem de tratamento abrangente que focalize nas diferenças de processamento individual de cada criança e ajudando a criança a dominar os fundamentos do relacionamento, da comunicação e do pensamento. Ao ajudar as crianças a dominar esses fundamentos é mais eficiente ajudá-las a ir além dos sintomas ou comportamentos do que focar apenas nos sintomas. Nosso estudo com 200 crianças diagnosticadas com ASD e tratadas intensivamente com uma abordagem que funcionou com suas diferenças de processamento individuais e que se concentrou nos fundamentos do relacionamento, da comunicação e do pensamento (a abordagem DIR/Floortime) mostrou que um grande percentual poderia dominar esses fundamentos e ter um crescimento emocional e intelectual saudável.
Os transtornos do espectro autista devem ser vistos como um processo dinâmico e não estático. Quando pensamos num processo estático, pensamos em algo fixo, não importando o ambiente, o contexto ou as circunstâncias. É improvável que uma criança que tenha olhos azuis mude os seus olhos azuis de uma circunstância para outra, entre hoje e seis meses. Nós podemos perceber os seus olhos azuis de maneiras diferentes, dependendo da luz, mas os seus olhos azuis permanecerão relativamente estáveis. Por outro lado, os traços dinâmicos têm a ver com muitos dos sentimentos ou emoções. Eles são mutáveis de um dia para outro e certamente mutáveis ao longo de meses ou anos. Os processos no cerne dos transtornos do espectro autista - a habilidade para se relacionar com intimidade; a habilidade para trocar gestos e sinais emocionais, e a habilidade para utilizar idéias de maneira significativa e com emoção - são processos dinâmicos e não estáticos. Esses podem e mudam mais para algumas crianças do que para outras, e mais com programas de tratamento que são individualizados para atender as necessidades da criança e focar no desenvolvimento de capacidades centrais de relacionamento, comunicação e pensamento. Em nossas observações sistemáticas de 200 crianças com acesso a tal abordagem, quase todas as crianças mostraram ganhos significativos nas suas habilidades de se relacionar com afeto e intimidade. Um subgrupo de crianças se tornou não apenas afetuoso e íntimo, mas também muito verbal, empático e reflexivo.
MITO: "Crianças que exibem certos comportamentos do tipo autista, tais como insistência em repetição (por exemplo, alinhar carros várias e várias vezes), auto-estímulo (por exemplo, fitar ventiladores ou rodas girando) ou repetição de palavras como se tivesse lendo (por exemplo, ecoar o que alguém diz) necessariamente têm um transtorno do espectro autista."
FATO: Esses sintomas são sintomas secundários do autismo e não devem ser usados como um critério primário para se fazer um diagnóstico. Esses sintomas são vistos em vários outros tipos de dificuldades do desenvolvimento, e não simplesmente nos transtornos do espectro autista. Uma criança que tem essas dificuldades com o processamento sensorial, tal como sub-reatividade ou super-reatividade à sensação, ou com o planejamento motor pode se tornar repetitiva ou auto-estimuladora quando assoberbada ou estressada.
Os componentes principais ou primários do autismo envolvem dificuldades nas áreas de relacionamento, comunicação e pensamento. Pais e profissionais devem considerar o seguinte:
- A criança está tendo dificuldade em estabelecer intimidade e afeto verdadeiros, em procurar esses adultos com quem se sentem realmente confortáveis como a mãe, o pai ou o cuidador principal? Pode demonstrar algum afeto nesse relacionamento?
FATO: Com uma abordagem abrangente baseada em afeto e relacionamento com intervenção, as crianças podem aprender a gostar da proximidade, afetividade e intimidade e podem amar os outros profundamente. Quando o autismo foi identificado pela primeira vez como um transtorno na década de 1940, pensou-se que o problema fundamental no autismo era uma inabilidade de formar relacionamentos íntimos e afetuosos. Esse conceito persistiu em todas as definições subseqüentes de autismo. Mas o trabalho clínico com crianças diagnosticadas com ASD mostrou que quando aplicamos a abordagem DIR/Floortime, seguindo a indicação da criança, focalizando nos prazeres naturais da criança e construindo interações a partir dos prazeres da criança, percebemos que o primeiro elemento que responde é a noção de afinidade. Essa noção de afinidade nos sorrisos compartilhados, alegria partilhada, prazer compartilhado e a noção profunda de pertencer um ao outro, se manifesta de maneira relativamente rápida com o tratamento adequado.
Crianças com ASD podem amar tão profundamente quanto qualquer outra criança, e muitas podem amar ainda mais profundamente que a maioria, pois se estiverem em um programa adequado, nós propiciamos a elas bastante afeto e amor e muitas oportunidades de interatividade, muito mais que a criança média obtém. Nós acreditamos que a dificuldade primária para as crianças diagnosticadas com ASD é a comunicação das suas emoções, e não a experiência ou o sentimento de afeto e intimidade.
MITO: "Crianças com transtornos do espectro autista não podem aprender os fundamentos do relacionamento, da comunicação e do pensamento, então, o melhor a fazer é tentar ensiná-las a mudar o comportamento."
FATO: Muitas crianças com transtorno do espectro autista podem aprender os fundamentos do relacionamento, da comunicação e do pensamento. Isso exige trabalho árduo com uma abordagem de tratamento abrangente que focalize nas diferenças de processamento individual de cada criança e ajudando a criança a dominar os fundamentos do relacionamento, da comunicação e do pensamento. Ao ajudar as crianças a dominar esses fundamentos é mais eficiente ajudá-las a ir além dos sintomas ou comportamentos do que focar apenas nos sintomas. Nosso estudo com 200 crianças diagnosticadas com ASD e tratadas intensivamente com uma abordagem que funcionou com suas diferenças de processamento individuais e que se concentrou nos fundamentos do relacionamento, da comunicação e do pensamento (a abordagem DIR/Floortime) mostrou que um grande percentual poderia dominar esses fundamentos e ter um crescimento emocional e intelectual saudável.
Os transtornos do espectro autista devem ser vistos como um processo dinâmico e não estático. Quando pensamos num processo estático, pensamos em algo fixo, não importando o ambiente, o contexto ou as circunstâncias. É improvável que uma criança que tenha olhos azuis mude os seus olhos azuis de uma circunstância para outra, entre hoje e seis meses. Nós podemos perceber os seus olhos azuis de maneiras diferentes, dependendo da luz, mas os seus olhos azuis permanecerão relativamente estáveis. Por outro lado, os traços dinâmicos têm a ver com muitos dos sentimentos ou emoções. Eles são mutáveis de um dia para outro e certamente mutáveis ao longo de meses ou anos. Os processos no cerne dos transtornos do espectro autista - a habilidade para se relacionar com intimidade; a habilidade para trocar gestos e sinais emocionais, e a habilidade para utilizar idéias de maneira significativa e com emoção - são processos dinâmicos e não estáticos. Esses podem e mudam mais para algumas crianças do que para outras, e mais com programas de tratamento que são individualizados para atender as necessidades da criança e focar no desenvolvimento de capacidades centrais de relacionamento, comunicação e pensamento. Em nossas observações sistemáticas de 200 crianças com acesso a tal abordagem, quase todas as crianças mostraram ganhos significativos nas suas habilidades de se relacionar com afeto e intimidade. Um subgrupo de crianças se tornou não apenas afetuoso e íntimo, mas também muito verbal, empático e reflexivo.
MITO: "Crianças que exibem certos comportamentos do tipo autista, tais como insistência em repetição (por exemplo, alinhar carros várias e várias vezes), auto-estímulo (por exemplo, fitar ventiladores ou rodas girando) ou repetição de palavras como se tivesse lendo (por exemplo, ecoar o que alguém diz) necessariamente têm um transtorno do espectro autista."
FATO: Esses sintomas são sintomas secundários do autismo e não devem ser usados como um critério primário para se fazer um diagnóstico. Esses sintomas são vistos em vários outros tipos de dificuldades do desenvolvimento, e não simplesmente nos transtornos do espectro autista. Uma criança que tem essas dificuldades com o processamento sensorial, tal como sub-reatividade ou super-reatividade à sensação, ou com o planejamento motor pode se tornar repetitiva ou auto-estimuladora quando assoberbada ou estressada.
Os componentes principais ou primários do autismo envolvem dificuldades nas áreas de relacionamento, comunicação e pensamento. Pais e profissionais devem considerar o seguinte:
- A criança está tendo dificuldade em estabelecer intimidade e afeto verdadeiros, em procurar esses adultos com quem se sentem realmente confortáveis como a mãe, o pai ou o cuidador principal? Pode demonstrar algum afeto nesse relacionamento?
- A criança pode se comunicar com gestos, com expressões emocionais? Ela pode se envolver num fluxo de sinalização emocional de duas vias como sorrisos, franzimentos, abanos de cabeça ou outros gestos interativos?
- Quando a criança utiliza palavras, pode utilizá-las com intenção de maneira emocionalmente relevante? Em outras palavras, essas palavras são investidas de emoção ou afeto como "Mamãe, eu te amo" ou "Eu quero aquele suco, por favor", em vez de "Isto é uma mesa."
Se esses três componentes não estiverem presentes - a capacidade para intimidade, a capacidade para trocar e corresponder a diferentes tipos de gestos emocionais de maneira contínua, e a capacidade para utilizar palavras emergentes ou símbolos significativos com uma boa intenção emocional, então devemos considerar que essa criança esteja apresentando uma forma de transtorno do espectro autista.
MITO: "Crianças com transtorno do espectro autista não conseguem demonstrar empatia com outros, elas não possuem capacidades da "teoria da mente".
FATO: Quando se trabalha com uma abordagem de afeição baseada em relacionamento levando em conta as diferenças individuais da criança, à medida que a linguagem e as habilidades cognitivas da criança melhorarem, também melhorarão a sua teoria da mente e a sua habilidade para demonstrar empatia. As crianças que se deram bem seguindo o programa de tratamento DIR/Floortime são muito capazes de apresentar altos níveis de teoria da mente (a habilidade para entender que outras pessoas têm mentes independentes próprias, que permite a criança pensar sob as perspectivas das outras pessoas, bem como as suas próprias) e altos níveis de empatia. Na verdade, temos um subgrupo de crianças originalmente diagnosticadas com transtornos do espectro autista, muitas descritas por seus pais e professores como demonstrando provavelmente uma empatia um pouco melhor que os seus colegas da mesma idade que nunca tiveram dificuldades de desenvolvimento. Elas são indivíduos altamente afetuosos, empáticos e carinhosos com amigos, e também estão indo bem nos estudos. Isso se aplica apenas a um subgrupo, mas é um subgrupo significativo. Ele mostra o que é possível com um programa adequado.
MITO: "Autismo é um transtorno biológico fixo baseado em um padrão genético simples."
FATO: Pesquisas atuais sugerem que não há uma simples causa de autismo, mas, ao contrário, há múltiplas causas conjuntas e cumulativas, e múltiplos caminhos que levam ao transtorno. Há componentes claramente genéticos e uma suscetibilidade genética, porém essa suscetibilidade genética também pode fazer com que certas crianças fiquem mais vulneráveis a outros fatores de risco. Esses fatores de risco podem ser cumulativos, de maneira que a presença de um pode deixar a criança mais vulnerável aos efeitos de outros posteriormente. Dependendo da suscetibilidade particular da criança, esses fatores de risco podem ser mais ou menos desestabilizadores e levar a problemas de desenvolvimento.
A outra peça do modelo tem a ver com os caminhos múltiplos. Por exemplo, algumas crianças são super-reativas sensorialmente, umas são sub-reativas sensorialmente, e outras têm problemas severos de planejamento motor. E algumas crianças possuem uma combinação dessas dificuldades. Esses são caminhos biológicos muito diferentes que podem resultar em dificuldades de relacionamento e comunicação.
Em resumo, uma pesquisa atual sugere um modelo complexo para compreender as causas do autismo. É provável que haja uma série de caminhos diferentes, cada um com diferentes fatores de risco cumulativos associados, que levam ao autismo.
MITO: "Crianças com transtornos do espectro autista não podem perceber as emoções dos outros."
FATO: A pesquisa que apoiou essa afirmativa está sujeita a questões maiores de pesquisas mais recentes. Um estudo recente sugeriu que as crianças com ASD processam expressões faciais em uma parte diferente do cérebro que aquelas sem o transtorno. Mas o professor Morton Gernsbacher e seus colegas da Universidade de Wisconsin constataram que, no estudo original, as crianças podem não ter ficado olhando no rosto –e por isso o motivo de parecerem não estar processando as emoções do rosto nas áreas do cérebro que normalmente processam a emoção –, porque não estavam realmente olhando no rosto. Assim na repetição do estudo original, Gernsbacher e outros encorajaram os indivíduos a realmente olhar no rosto e descobriram que os indivíduos com transtornos do espectro autista processaram as emoções exatamente nas mesmas áreas do cérebro que aqueles sem ASD processaram.
A face humana fornece uma quantidade enorme de informações e pode ser sobrecarregada, especialmente por aqueles com dificuldade de processamento sensorial. Da mesma maneira que uma pessoa tímida em um coquetel pode ficar de cabeça baixa ou ficar olhando para longe até que se sinta à vontade, as crianças ou adultos que são sensorialmente super-reativas podem precisar de um tempo para se sentir à vontade antes de poderem olhar no seu rosto. Isso não significa que elas não olham no rosto ou que processam as emoções do rosto de maneira diferente. Significa apenas que elas acham estressantes olhar para o rosto tão rapidamente. Quando Gernsbacher e seus colegas mediram a reatividade emocional desses indivíduos, descobriram que quando eles os encorajaram a olhá-los no rosto, as medidas psicológicas sugeriram um certo grau de estresse. Em conclusão, eles descobriram que os indivíduos estavam processando a emoção da mesma maneira que todo mundo, mas eles preferiam não olhar no rosto porque era assoberbante e um tanto estressante.
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