quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Intestino, o segundo cérebro II

Intestino - O Segundo Cérebro

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              Essa idéia surgiu quando se descobriu que o intestino representava muito mais do que um órgão responsável pela digestão, absorção e excreção dos produtos da alimentação. O que discutiremos agora são as outras funções que o intestino tem e as conseqüências que um intestino não-saudável pode acarretar.
              Cerca de 80% do nosso sistema imunológico reside no intestino. Isso decorre do fato dele representar a maior área de contato do nosso corpo com o ambiente externo, e, assim, necessita de uma maior proteção contra as possíveis ameaças externas. São por volta 7 metros de comprimento, mas sua área absortiva chega ao equivalente a uma quadra de tênis devido às vilosidades e microvilosidades intestinais (pregas na mucosa intestinal).
              Existe uma vasta rede de neurônios no intestino, denominado sistema nervoso entérico, onde ocorre a produção de vários hormônios e neurotrasmissores com atuação local no trato gastrintestinal e também interação com o sistema nervoso central (SNC - cérebro e medula espinhal).
             Um bom exemplo é o caso da serotonina, conhecida como o hormônio do bem-estar, da alegria, formada a partir do aminoácido triptofano obtido através da alimentação. Parte dela é produzida na glândula pineal no SNC, mas a maior parte da sua produção (90%) ocorre no intestino. Ela é produzida quando o bolo alimentar entra em contato com o intestino, isso porque é ela a responsável por estimular as contrações no intestino que são responsáveis pela motilidade do bolo alimentar ao longo desse órgão.
              Entretanto, a serotonina produzida no intestino tem também ações a nível cerebral. Isso pode ser verificado, por exemplo, em pessoas que tem constipação intestinal crônica (prisão de ventre), as quais, por esse motivo, não têm uma boa produção de serotonina e apresentam maior irritabilidade, propensão a depressão, e, no caso das mulheres, exacerbação dos sintomas da TPM.
             A serotonina é a precursora da melatonina, outro hormônio, o qual é o antioxidante mais potente do corpo humano, responsável por reparar os danos causados pelo stress e ação dos radicais livres. A melatonina é produzida durante o sono profundo, e, por isso, não dormir a quantidade necessária de horas ou ter um sono leve não recupera o corpo e acelera o processo de envelhecimento. Porém, para que a melatonina seja produzida é necessário que haja quantidade suficiente dos seus precursores, e para isso, é necessário ingestão suficiente de triptofano para formar a serotonina e bom funcionamento intestinal, para que a serotonina seja produzida adequadamente.
            A manutenção da flora intestinal saudável é outro ponto crucial. Para garantir seu equilíbrio, deve-se consumir alimentos que favorecem o crescimento das bactérias desejáveis (principalmente fibras solúveis - aveia, cenoura, polpa da maçã, etc), consumir alimentos com as próprias bactérias “boas” como kefir, tofú, iogurtes, e evitar os que favorecem o desenvolvimento da bactérias patogênicas (excesso de doces, açúcar, farinhas refinadas). Outras atitudes que podem auxiliar o bom funcionamento intestinal são: ingestão hídrica adequada, necessária para hidratação das fibras e aumento do volume do bolo fecal, controle da ingestão de gorduras saturadas e trans.

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