quinta-feira, 19 de abril de 2012

Método Cognitivista

AMA-BA é Cognitivista

Criança monta puzzle














O trabalho pedagógico, realizado com êxito há oito anos pela Associação de Amigos do Autista da Bahia- AMA-BA, é resultado das reflexões acerca dos insucessos e das experiências negativas vividas pelas pessoas com autismo, no processo de inclusão. Queremos ser atores de um sistema educacional especializado, pois acreditamos na capacidade cognitiva de cada um e não desejamos condená-los a uma pedagogia conservadora, que apenas pensa na “inclusão social” sem o menor interesse em apostar na “inclusão cognitiva” dessas pessoas. Atrelar o social à cognição é tarefa a ser empreendida para que a aprendizagem ocorra de fato e de direito.


O trabalho com pessoas autistas traz uma gama de inquietações e indagações para os profissionais da área de educação. Os autistas sempre colocam os professores na condição de impotentes mediante as condutas adquiridas: ecolalias, maneirismos, estereotipias, limitações simbólicas, transtornos na fala ou inexistência dela, interação precária, dificuldade de aprendizagem e condutas comportamentais inadequadas.

Para o professor, isto se torna um enorme desafio, pois ele precisa conhecer o que é o autismo, quem é o autista, compreender a linguagem corporal, ensinar formas de comunicação, trabalhar as condutas, muitas vezes trazidas de casa de forma inadequada e, principalmente, elaborar mecanismos para romper as dificuldades de aprendizagem que seus alunos apresentam; nesse processo, destacamos as abordagens lúdicas que, como sabemos, possibilita a socialização e facilita a aprendizagem.

Nosso maior desafio, portanto, foi e sempre será o de tornar digno de crédito um trabalho individualizado que nos exige muita abnegação. Nosso fazer pedagógico inicia em uma avaliação extremamente rigorosa, lenta e detalhada; através dela, é possível detectar as dificuldades maiores trazidas pelos alunos e, consequentemente, organizar a montagem do Currículo de Construção Cognitiva com materiais criados, especificamente, para as necessidades individuais de evolução.

Para tornar mais eficaz todo este processo, é necessário elaborar o CURRÍCULO DE CONSTRUÇÃO COGNITIVA e os RECURSOS PEDAGÓGICOS INDIVIDUAIS; a etapa seguinte é a de preparação, instrumentação e, por fim, a formação do professor-mediador. É necessário muito estudo e crença em uma nova teoria, e até mesmo um investimento muito maior na habilidade criativa do professor para transformar a realidade “corriqueira de salas de aula com materiais abstratos”, de difícil compreensão para a pessoa autista, em materiais concretos e aplicáveis na vida prática.
Para constatar a eficácia do atendimento individualizado, da criação do Currículo de Construção Cognitiva, do investimento nos professores, torna-se necessário um diagnóstico da realidade inicial dos trabalhos da AMA-BA. Há oito anos, apenas 1% dos autistas era atendido na rede particular e pública de ensino. No decorrer dos trabalhos, esta realidade foi se modificando e hoje, 25% dos alunos estão incluídos na rede regular de ensino. Uma vitória movida pelo esforço contínuo de um estudo elaborado, estruturado e consciente do processo de inclusão.

fonte: http://www.ama-ba.org.br/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=37&Itemid=3

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