quinta-feira, 19 de abril de 2012

TDAH: Desatenção, hiperatividade e impulsividade

    As crianças TDAH representam o maior desafio para pais e professores. É um problema persistente e crônico, devendo ser administrado dia-a-dia durante a infância e adolescência. Desatenção, agitação, excesso de atividade, emotividade, impulsividade e baixo limiar de frustração afetam a integração da criança com todo seu mundo em casa, na escola e na comunidade em geral.
      Os relacionamentos são muitas vezes prejudicados pelo stress provocado pelo comportamento inconstante e imprevisível. O desenvolvimento da personalidade e o progresso na escola também são afetados de forma negativa. Os problemas ocorrem da pouca habilidade da criança e nas exigências impostas à criança pelo ambiente.
     Os pais percebem o problema quando a criança tem três ou quatro anos de idade, às vezes antes disso.
Na pré-escola os pais percebem os filhos como impacientes, sempre “a toda”, agindo como se dirigidos por um motor, freqüentemente subindo pelas paredes e se intrometendo nas coisas. Persistentes em suas vontades, necessitados de atenção paternal e geralmente instáveis quanto à sua curiosidade sobre o ambiente, os pré-escolares portadores de TDAH geram um desafio definitivo às habilidades de manejo de crianças por parte de seus pais, particularmente por suas mães. Requerem monitoramento freqüente, às vezes devem ser contidas, para permitir que os pais completem suas tarefas domesticas que requerem atenção total. Exibem tristezas, tornam-se irritadas com rapidez, desobedientes as instruções dos pais, podem ser desafiadores ou opositivas.Na idade escolar alem dos transtornos em casa a criança sentirá um peso maior relacionado à interação social. Aqui começam a se manifestar as dificuldades nas habilidades sociais.

     Algumas pessoas com TDAH têm a auto-estima abalada pela rejeição que sofrem dos outros que não compreendem seus problemas. Enquanto outras podem apresentar uma imagem irrealisticamente positiva de si própria em relação a outros e, nesse sentido, foi verificado que superestimam suas habilidades e a capacidade de obter êxito em uma tarefa quando solicitadas de antemão, sendo definidos por alguns como arrogantes; esforçando-se para serem mais queridas e avaliadas mais positivamente pelos outros, temem admitir que não sejam tão bons como acreditam e sentem-se obrigadas a assumir essa tarefa.
Identidade, aceitação pelo grupo, namoro e desenvolvimento físico surgem como uma segunda fonte de necessidades e ansiedades para os adolescentes. Desenvolve-se em alguns casos depressão, baixa auto-estima, diminuição de expectativas de sucesso futuro e preocupações sobre conclusão dos estudos e aceitação social. Inicio das relações sexuais com grande risco de não usar preservativos. Problemas de direção de veículos, multas e acidentes podem ocorrer com maior facilidade. Necessitando maior supervisão dos pais para prevenir resultados negativos.
  Os maiores problemas de nossas crianças continuam a ser que uma grande porcentagem daquelas com transtornos legítimos e com necessidade de tratamento não são encaminhadas, diagnosticadas.
Essas crianças são menos maduras em seu raciocínio moral. Elas parecem não aprender com erros do passado e possuem uma visão míope do futuro.Eles podem ver e lidar apenas com eventos que estão facilmente à mão e não com aqueles que se encontram muito a frente. Pode-se dizer que são cegos para o tempo, ou que apresentam algum tipo de síndrome de negligencia temporal, estando menos cautelosos e atentos a durações do tempo e do futuro que se encontram à sua frente. Isso pode fazer com que eles não cumpram promessas, encontros desmarcados, prazos perdidos podem comprometer imediatamente o julgamento negativo e imperdoável de outros. Por outro lado, não parecem tão limitados pelo medo do futuro como muitos de nós. E culpá-los por seus problemas de antecipação e planejamento do futuro é como culpar um surdo por não ouvir ou cego por não enxergar e infelizmente é o que a nossa sociedade faz com essas pessoas. Respondemos incrédulos quando nos dizem que uma pessoa com TDAH não entendeu completamente as conseqüências de seu comportamento, dizendo que é pretexto para não assumir sua responsabilidade. Rotulamos essas pessoas de descuidadas, negligentes, inseguras ou aventureiras e as enxergamos como imaturas. Julgamo-las responsáveis por sua aparência descuidada e punimo-las de acordo, por vezes severamente. Há evidencias de que eles poderão não escolher, na vida, caminhos que envolvam sacrifício imediato para recompensas em longo prazo.São mais capazes de se tornarem sexualmente ativos mais precocemente que outros adolescentes; São menos capazes de empregar métodos anticoncepcionais durante as relações sexuais (facilidade de gravidez e doenças sexualmente transmissíveis); tudo isso em função da incapacidade de dar o devido valor ao futuro e às conseqüências posteriores às ações atuais;
  Tem dificuldade de adaptação em situações nas quais precisam ser frias, calmas, não emocionais, e objetivas. Nossa sociedade nos cobra que ficamos calmos e racionais, e, freqüentemente os que demonstram tal habilidade são recompensados com maior status, prestigio responsabilidade e até mesmo maiores salários;
Pessoas com TDAH não conseguem criar motivação individual, interna ou intrínseca tão bem como os outros; e por isso não persistem em atividades, planos, objetivos ou instruções. Portanto, elas precisam de motivação do ambiente ou uma tarefa para ajudá-los a se manter na atividade. E se isso não acontecer (motivação externa) eles irão se despreocupar, abandonar a atividade, não porque sejam preguiçosos, mas devido a um problema biológico com funcionamento dessa porção do cérebro.

DIFICULDADE PARA MANTER A ATENÇÃO:

  Pessoas com TDAH têm problemas para fixar sua atenção em coisas por mais tempo que outras. Elas lutam para manter sua atenção em atividades mais longas que as usuais, especialmente aquelas mais maçantes, repetitivas ou tediosas.

  Tarefas escolares desinteressantes, atividades domésticas extensas e palestras longas são problemáticas, assim como leituras extensas, trabalhos desinteressantes, prestarem atenção a explicações sobre assuntos desinteressantes e finalizar projetos externos.
Quanto mais velhas ficam, mais devem ser capazes de realizar tarefas necessárias, porém desinteressantes, com pouca ou nenhuma assistência. Aquelas com TDAH ficarão atrás de outras crianças nessa capacidade, talvez em algo em torno de 30% ou mais. Por exemplo: uma criança de 10 anos com TDAH pode ter um período de atenção equivalente ao de outra com sete anos de idade sem TDAH. Isso exige que outros participem, auxiliando a guiar supervisionar e estruturar seu trabalho e seu comportamento. Portanto, freqüentemente surgem conflitos entre as crianças com TDAH, seus pais e professores. 
  A incapacidade de prosseguir em tarefas tediosas é um sinal de imaturidade. Elas aplicam menor quantidade de esforços e despendem menor quantidade de tempo para realizar tarefas desagradáveis e chatas. Por essa razão não esta bem claro que dar tempo extra as crianças ou adultos com TDAH nos exames de escola ou em suas profissões de fato as beneficiem. Elas podem acabar apenas gastando o tempo extra que lhes é dado em vez de utilizá-lo a seu favor para revisar seu trabalho, buscar erros a serem corrigidos ou ter mais força para enfrentar problemas que inicialmente ignoravam.

DIFICULDADE EM CONTROLAR IMPULSOS

   Crianças ou adolescentes com TDAH respondem a perguntas sem pensar, antes mesmo que as questões tenham sido finalizadas e querem que seus desejos se realizem de uma hora para outra. Elas têm muitos problemas em esperar pelas coisas, revezar-se em jogos, preparar-se para o almoço ou para o recreio na escola, ou esperar até que alguma atividade termine (missa na igreja, por exemplo), isso pode torná-las extremamente irritadas; elas podem se queixar de ter de esperar e até mesmo começar uma atividade que lhes foi solicitado adiar. Quando os pais a levam pra fazer compras ou assistir a um filme as crianças podem atormentar os pais demasiadamente durante o período de espera. Isso faz com que elas pareçam constantemente necessitadas e centradas em si próprias. Elas apresentam problemas consideráveis para conter suas respostas frente a uma situação e para pensar antes de agir. Elas fazem comentários que provavelmente não fariam caso pensassem antes. Elas também respondem ao que outros dizem ou fazem de forma impulsiva, ás vezes emocionalmente, e acabam sendo criticadas por assim fazer. Elas podem agir com rapidez com uma idéia que lhes vem a mente, sem considerar que se encontram no meio de algo que estão fazendo e que deve ser finalizado primeiro. São excessivas e falam alto, e com freqüência monopolizam as conversações. Esse comportamento é geralmente encarado como rude ou insensível, e tem conseqüências negativas em ambos os cenário: social e de ensino. Os professores percebem que as crianças com TDAH geralmente fazem comentários sem pensar e sem levantar a mão em sala de aula e iniciam tarefas ou testes sem ler as instruções com cuidado. Elas são descritas como pessoas que não sabe dividir o que tem com os outros e tomam posse de coisas que desejam e que não lhes pertencem.



CORRENDO MUITOS RISCOS: essas pessoas são mais propensas a acidentes que outras devido a sua impulsividade. Não pelo fato de crianças com TDAH não tomarem cuidado com o que vai acontecer, é que elas simplesmente não pensam a respeito de prováveis conseqüências futuras. A falta de controle dos impulsos também explica por que os adolescentes e os adultos com TDAH têm maior probabilidade de correr riscos ingerindo bebidas alcoólicas, fumando cigarros e usando drogas ilegais como a maconha

PENSAMENTO IMPULSIVO: eles têm tanto problema de pensamento quanto de comportamento impulsivo. Isto é, se estão fazendo uma atividade parecem ter um número bem maior de ocorrências de outros pensamentos que não tem haver com aquelas atividades realizadas no momento. Isso dificulta ainda mais a sua concentração.

PROBLEMA COM O COMPORTAMENTO EXCESSIVO: irrequieto, age como que movido por um motor, esta constantemente escalando tudo, não consegue ficar sentado e quieto, fala demais, geralmente produz zumbidos ou sons 0estranhos. Esses comportamentos definem a hiperatividade, que é uma terceira características do TDAH. Essa característica pode aparecer como inquietação, impaciência, ritmo desnecessário, ou com outros movimentos, e também como conversa excessiva. Os pais normalmente observam seus filhos: trocando de assento, batendo as mãos ou os pés, brincando com objetos próximos, ritmando e tornando-se impacientes e frustrados durante períodos de espera, sabem que tal comportamento não é normal.

DIFICULDADE EM SEGUIR INSTRUÇÕES: As crianças com TDAH são menos submissas às instruções e regras de seus pais. Enquanto nosso comportamento é controlado mais por direções e instruções do que pelo que realmente acontece a nossa volta, crianças com TDAH freqüentemente acabam ficando fora do ar ou se engajando em atividades não relacionadas às que foi solicitada a fazer. O resultado dessa desatenção é que outras pessoas têm sempre que lembrar às crianças com TDAH o que elas devem fazer. Os cuidadores nessa hora acabam ficando frustrados ou irritados. A criança pode falhar, pode repetir o ano e eventualmente deixar de freqüentar a escola. Eles passam aos outros uma idéia de que é imaturo e não tem autodisciplina e organização, ou pior, implica que a pessoa é intencionalmente preguiçosa, desmotivada e indiferente, ou está tentando evitar responsabilidades.


    Importante RESSALTAR que esse transtorno raramente se apresenta isolado. Mais que 50% dos casos vêm acompanhados de outros distúrbios, o que dificulta bastante o reconhecimento do TDAH. A presença de outros distúrbios junto com o TDAH modifica o tratamento e o prognóstico de cada caso.Pessoas com TDAH aumentam as suas chances de também apresentar vários outros problemas – é o que chamamos de comorbidade (problemas médicos, de desenvolvimento, emocionais, dificuldades acadêmicas).
   Contudo, nosso trabalho é fortalecer a auto-estima dessas crianças, dando-lhes suporte no conhecimento e entendimento do funcionamento do próprio comportamento, o que é fundamental para uma mudança de perspectiva, possibilitando um melhor direcionamento em sua vida. Tendo em vista também, uma boa orientação aos pais para um redirecionamento na maneira de conduzir essas crianças.

fonte: http://psicologiainfantileavida.blogspot.com.br/?spref=fb

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